FINALMENTE

A confirmar-se a venda de Arthur Cabral ao West Ham, e por um valor de 18+2, temos uma excelente notícia para o Benfica. E só é pena que não tenha acontecido mais cedo.
Não tenho nada contra o brasileiro, de quem dizem ser bom profissional. Em campo, sempre pareceu esforçado. Teve um ou outro momento de glória - como em Salzburgo, com aquele calcanhar no último minuto. Mas não é, nunca foi, e nunca seria, o ponta-de-lança de que a equipa precisava. Não tem escola, tempo de salto, sentido posicional, ataque à profundidade, velocidade, capacidade de pressão, capacidade de segurar bola, eficácia, etc, etc, etc. Nem percebo como alguém achou (e pelos vistos, felizmente, ainda há quem ache) que vale mais do que, digamos, 5 milhões.
Neste campeonato foi titular duas vezes: Aves-Benfica 1-1 e Casa Pia-Benfica 3-1. Creio que isto é revelador.
Parte dos problemas que o Benfica tem sentido nestas duas temporadas, devem-se aos (elevados) investimentos falhados do mercado de verão de 2023 - após o título de Schmidt. Para substituir Grimaldo e Gonçalo Ramos, alguém (quem?) achou que podiam vir Jurasek e Arthur Cabral. Rapidamente se percebeu tratar-se de dois equívocos. Ao mesmo tempo, quando olhávamos (e olhamos) para o outro lado da Segunda Circular, víamos (e vemos) um avançado que, pelo mesmo preço, se tornou a principal figura da Liga Portuguesa.
O histórico de Arthur Cabral não era prometedor. Nem sequer era titular da Fiorentina (o titular era Jovic), e em duas épocas de Série A, só em sete ocasiões completara os noventa minutos, tendo marcado o simpático número de nove golos (dois em 2021-22 e sete em 2022-23). Às primeiras utilizações no Benfica, logo percebi não ser o avançado de que a equipa precisava - basta ver o que escrevi na altura e fui reforçando à medida que o tempo passava.
Detesto ter razão nestes casos, mas infelizmente, quanto a Arthur Cabral, estava certo. 
Finalmente alguém percebeu que ele não era jogador para o Benfica, que não valia o salário milionário que lhe era pago. Estou à espera do momento em que também se perceba que Kokçu é caso semelhante. Custou quase 30 milhões. Não vale mais do que 10. E o Benfica precisa de alguém, naquela posição, com mais fibra, com mais intensidade, com maior disponibilidade atlética, com maior sentido táctico e com maior regularidade de rendimento. Acredito que exista, e por menos dinheiro.

2 comentários:

Carlos disse...

Na mouche.Bravo.

Anónimo disse...

Não sendo difícil concordar consigo, até relativamente a Kokçu, não creio nada que os resultados negativos contra o AVS e Casa Pia se resumam à efectividade de Arthur Cabral. Antes tivesse sido. E dedicar um parágrafo a isso é manifestamente exagerado e injusto.