ASSIM, SIM!

Como diria Mark Twain, as notícias da morte do Benfica de Bruno Lage eram manifestamente exageradas. Assim se viu nesta meia-final, inversamente proporcional ao jogo do fim-de-semana passado. O Braga está vingado. Falta o próximo.
E foi na primeira parte que os encarnados resolveram a contenda, marcando três, como podiam ter marcado cinco. Aliás, o resultado final, depois de tudo o que se passou em campo, peca claramente por escassez. 6-0 não seria demais.
Tal como em todos os bons momentos do Benfica na última época e meia, o protagonista foi Di Maria. É, de longe, o melhor jogador desta equipa, e, com Gyokeres, um dos dois melhores a actuar em Portugal. Espanta-me como alguém pode considerá-lo um problema: é que, não só resolve jogos, como demonstra uma vitalidade notável para a sua idade e para o seu estatuto. E até o medo que havia das lesões (batam na madeira...) se tem dissipado. É um exemplo de classe e de profissionalismo, pois só um grande profissional apresenta esta forma física, e esta generosidade competitiva, aos 37 anos, depois de ganhar tudo e já não precisar do futebol para nada. Se a equipa depende dele, pois atire a primeira pedra quem acha que o Sporting não depende do seu avançado sueco, o Barcelona de Guardiola não dependia de Messi, ou, para ficar em casa, o Benfica da década de sessenta não dependia de Eusébio. Os craques têm esta característica: fazer jogar em seu redor e à sua imagem. O inacreditável talento de El Fideo, vale bem que a equipa do Benfica seja montada à sua volta, de forma a potenciá-lo ao máximo.
Mas a vitória foi também do colectivo. E aqueles que nos últimos dias têm tentado derrubar Bruno Lage, agora agarram-se exclusivamente às individualidades para justificar a vitória e a exibição. O que se viu foi um grande Benfica, que reduziu o adversário à vulgaridade, ficando a dever a si próprio uma goleada histórica. Florentino entrou bem, Tomás Araújo realizou uma exibição fantástica a lateral-direito, mostrando que talvez não seja preciso gastar muito dinheiro num suplente para Bah, Carreras esteve ao seu melhor nível, Pavlidis não marcou mas assistiu e esteve sempre envolvido na manobra ofensiva da equipa, e Schjelderup revelou-se uma opção válida para a ala esquerda.
A arbitragem passou despercebida - que é o que dela se pretende.
Agora venha a final. A primeira final da temporada. E como era importante erguer um troféu nesta altura...

NOTA: Otamendi, que tantas vezes tenho criticado por  exibições menos conseguidas, teve uma atitude de grande nível perante um jovem adversário cujo entusiasmo, aliado à imaturidade, o fizera expulsar pouco tempo depois de entrar em campo. Foi uma atitude à "Capitão", e na qual, como benfiquista, me revejo totalmente. Eu próprio tive pena do rapaz, e desejo-lhe uma longa e brilhante carreira.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem, precisa-se é que continue.