UM PADRÃO QUE SE REPETE
Rui Vitória chegou ao Benfica em 2015 e fez duas épocas muito boas, alcançando o Tri e o Tetra respectivamente, juntando Supertaças, Taças da Liga e uma Taça de Portugal. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique, chegando ao ponto de fazer exibições penosas diante de adversários fracos. Desperdiçou o Penta, e ia perdendo ainda mais um título. Saiu deixando a equipa em 4º lugar.
Chegou Bruno Lage, que entrou com tudo, e fez uma segunda volta sensacional, praticamente só com vitórias - fossem elas em Alvalade, no Dragão, em Braga ou em Guimarães, com algumas goleadas pelo meio (até um 10-0 ao Nacional). Recuperou de uma desvantagem de sete pontos, e reconquistou espectacularmente o campeonato para o clube. Na temporada seguinte arrancou com 5-0 ao Sporting na Supertaça, e obteve uma impressionante série de 18 vitórias em 19 jogos, ameaçando recordes de Jimmy Hagan. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique. Apenas duas vitórias em treze jogos ditaram o despedimento.
Regressou Jorge Jesus, que havia ganho três campeonatos e levado o clube a duas finais europeias. A primeira época foi marcada pelo Covid. Mas na segunda arrancou com tudo, vencendo as sete primeiras jornadas e despachando o Barcelona por 3-0 na Liga dos Campeões. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique. Acabou despedido por altura do Natal.
No início da época seguinte, já com Rui Costa na presidência, chegou Roger Schmidt para resgatar o futebol do Benfica das catacumbas onde havia caído. Vários jogadores foram dispensados. O plantel foi revitalizado. Com exibições excepcionais, obteve 12 vitórias e um empate nos primeiros treze jogos, fez uma Liga dos Campeões extraordinária onde quase chegamos a sonhar com a final. Alcançou o 38º com todo o merecimento. No ano passado as coisas começaram mal e acabaram pior. O rendimento da equipa caiu a pique. Após mais um início de época confrangedor, acabou despedido como os outros.
Voltou Bruno Lage. Entrou com tudo, obtendo oito vitórias consecutivas no campeonato, goleando o FC Porto e também o Atlético de Madrid na Champions. Nas últimas duas semanas o rendimento da equipa caiu a pique.
A razão pela qual o Benfica só ganhou um campeonato desde 2019 passa por este texto. Qual é ela? Não sei. Mas apesar de as haver, não acredito em bruxas. E acho que Bruno Lage, como Jorge Jesus, e até Roger Schmidt são bons treinadores. O plantel tem sido genericamente o melhor do país (pelo menos o mais caro). O que se passa então? Falta de rigor? Pouco profissionalismo? Sabotagem? Compromissos por cumprir? Muito gostava de saber. A única certeza que tenho é que, se o mal não for atacado de raiz, daqui a dois ou três anos podemos acrescentar mais dois ou três parágrafos a este texto, haverá mais dois ou três treinadores despedidos, quem sabe mais um presidente, e o Benfica continuará a gastar mais dinheiro e a conquistar menos títulos que os seus rivais. Mesmo quando eles estão depenados e encostados às cordas como é agora o caso.
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