O SUSPEITO DO COSTUME

Num jogo em atraso a meio da semana e a começar já no minuto 8, num estádio daqueles (que há muito devia ter sido interditado pela liga), sem se saber se se podia jogar ou por quanto tempo, e após dois empates consecutivos e evitáveis, a deslocação à Choupana tinha tudo para correr mal. E ao intervalo, a extraordinária exibição do guarda-redes do Nacional parecia apontar para mais uma estéril sessão de tiro ao boneco. 
Na segunda apareceu aquele que tantas vezes tem sido o verdadeiro Dom Sebastião deste Benfica. Di Maria emergiu do nevoeiro e resolveu, garantindo os três pontos e uma dose suplementar de serenidade para fazer face aos próximos compromissos.
Há coisas a rever. Os turcos estão a léguas da forma que apresentavam por alturas das goleadas ao Atlético de Madrid e ao FC Porto. Pavlidis, que na pré-época marcou sete golos em cinco jogos, e que na sua selecção tem dado cartas, tarda em ser o finalizador de que a equipa necessita. Sobra El Fideo, que muitas vezes chega - mas, como é óbvio, nem sempre um só homem é suficiente para tudo. 
Di Maria tem já 28 golos e 18 assistências nesta segunda passagem pelo clube, ou seja, em ano e meio. Para quem duvidava da sua aquisição, e da posterior renovação, os números são a resposta cabal. Por mim, ficava mais um ano, até porque, ao contrário de outros, corre e luta como se fosse um jovem de 18 anos (o que é deveras impressionante). E, como é sabido, tem uma classe de nível muito acima da liga portuguesa.
Enfim, o Benfica, que podia (e devia) estar agora sentado na liderança fica a um ponto de distância. Há que ir buscar a Alvalade os pontos que fugiram na Vila das Aves. Primeiro, claro, vencer o Estoril - que tem histórico de inconveniência nas deslocações à Luz.

1 comentário:

Mark Trencher disse...

Por acaso dá que pensar uma das mais bem sucedidas contratações pro ataque de Rui Costa ser um "pré-reformado". Se a isso associarmos que duas das suas contratações com relativo sucesso já se foram (Neres, Musa e Marcos Leonardo), que dois já se foram um em definitivo e outro quase (Yaremchuk e Tengsted), e ainda estarem quatro no plantel um com sucesso até agora (Aktürkoglu) e os outros três ainda cá estão mas ainda não justificaram a 100% (Cabral, Sjchelderup ("assassinei" o nome do miúdo de certeza), Pavlidis, dá-nos que pensar acerca da qualidade de Rio Costa e Departamento de Scouting para acertar em atacantes. Os outros três casos de sucesso com Rui Costa a presidente (Darwin, Ramos, e Rafa) já eram do Benfica quando Rui Costa assumiu a presidência.