CÂMARA DAS TORTURAS

Não há local do mundo mais difícil para o Benfica. 
É a história que o diz: 6 jogos, 6 derrotas, 6-24 em golos. Naturalmente, nenhuma eliminatória ultrapassada, até porque, mesmo na Luz, os encarnados jamais venceram o Bayern.
Ou seja, é daqueles jogos em que quase dá vontade de oferecer os três pontos e pedir em troca que os alemães nos poupem à goleada - que foi o que quase sempre aconteceu. Primeiro com Gerd Muller, mais tarde com Rummenigge, Klinsmann e Lewandowski. Temo que seja a vez de Harry Kane vestir a capa de verdugo...
Dir-me-ão que sou pessimista. Mas confesso que não acredito em qualquer resultado positivo nesta deslocação. Talvez seja o trauma: o jogo de 1976 é a mais remota partida do Benfica que a minha memória alcança (devo dizer que a segunda foi uma derrota em Alvalade por 0-3, pelo que o meu benfiquismo nasceu em grande estilo).
Curiosamente, o resultado mais equilibrado aconteceu no único destes jogos que vi ao vivo, com mais cinco mil benfiquistas no anel superior do Allianz Arena. Arturo Vidal marcou nos primeiros minutos para a equipa então orientada por Guardiola, mas depois o Benfica podia ter empatado - nomeadamente se o árbitro tivesse visto um penálti claro cometido por Lahm, ainda numa era pré-VAR. Dessa noite bávara, recordo igualmente o melhor e maior cachorro quente que comi na vida.
O empate a dois na Luz ditou a eliminação nesses Quartos-de-Fnal, de uma equipa que havia vencido no Vicente Calderón, que venceria em Alvalade, que tinha Jonas, Mitroglou, Raul Jimenez, Talisca e Jovic no ataque, mas se diz ter comprado adversários como o Vitória de Setúbal ou o Rio Ave para poder ganhar jogos do campeonato.
Enfim, que Deus nos ajude a enfrentar este toiro. Que, surpreendentemente, o Benfica possa resgatar em Munique pelo menos um dos pontos ingloriamente perdidos frente ao Feyenoord (esse sim, um jogo que deveria ter sido ganho). Não acredito, mas...

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