MAIS DO MESMO

Com as suas inabilidades, com a sua irresponsabilidade, com a sua impunidade e falta de escrutínio, o Ministério Público deitou dois governos abaixo (no Continente e na Madeira). Esperemos que o novo procurador seja um pouco mais consciente do cargo que ocupa, e um pouco mais responsável nas decisões que toma e na forma como as comunica, para que o país possa, ele próprio, sobreviver-lhe.
Agora, para gáudio da comunicação social, sai uma acusação estapafúrdia a pedir que o Benfica seja suspenso das provas desportivas. Em causa estão alegados crimes de fraude fiscal e corrupção (não desportiva). Recordo que houve buscas a um ex-ministro, hoje governador do Banco de Portugal, por ter recebido uns convites para um jogo de futebol - o que diz tudo sobre a clarividência, a prudência e a credibilidade com que estes assuntos têm sido tratados.
No caso dos dois governos (e não estão em causa as cores partidárias, até porque eram diferentes) o mal ficou feito, enquanto a ex-procuradora - que em declarações fantasmagóricas se desresponsabilizou de tudo - já foi gozar a sua reforma milionária e tirar selfies com o bruxo de Fafe.
No caso do Benfica, um tribunal vai naturalmente um dia acabar por fazer justiça. O problema é o tempo que isso demora, e o desgaste mediático que o clube vai sofrendo - com eventuais consequências, por exemplo, a nível de patrocínios, que ninguém irá compensar.
Enfim, é o que temos. Ou, como quero acreditar, era o que tínhamos.
A vida continua. Há que ganhar ao Pevidém e depois ao Feyenoord. 
Em 2047, se estivermos todos vivos e de boa saúde, lá veremos o Benfica a ser ilibado em tribunal. Até lá, os rivais que se divirtam com a comunicação social - que, diga-se, também tem que se olhar ao espelho, para perceber todos os motivos pelos quais se está a afundar, e a deixar o espaço virtual entregue aos bichos.

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