UM DOS MEUS!

César Martins de Oliveira jogou no Benfica entre 1980 e 1982. 
Foi o segundo estrangeiro na história do clube, uns meses depois de Jorge Gomes se estrear e inaugurar um novo tempo. Chegou directamente do Brasil a meio da temporada 1979-80 e afirmou-se com rapidez. Realizou 85 jogos oficiais de águia ao peito, marcando 24 golos - o mais famoso do quais, no Jamor, com a camisola número dez nas costas (Chalana estava lesionado), decidiu a final da Taça de Portugal contra FC Porto de José Maria Pedroto (1-0), significando também o regresso às conquistas depois de três anos de jejum absoluto. 
Em 1980-81 fez mais uma excelente temporada sob orientação do húngaro Lajos Baroti, conquistando Campeonato, Taça e Supertaça, chegando às meias-finais da Taça das Taças. 
Perdeu espaço no ano seguinte com a contratação de Filipovic, e saiu dispensado por Eriksson após a pré-época 1982-83. 
De fino recorte, costumava ser titular na Primavera e no Verão. No Inverno dava lugar ao possante Reinaldo, numa altura em que ainda havia pelados e os relvados eram miseráveis.
Aos olhos de hoje, não consigo dizer se era, de facto, um grande jogador. Era, seguramente, um jogador da minha infância. Um jogador do Benfica, como Bento, Pietra, Humberto, Chalana ou Nené e todos os mágicos cujo nome me deliciava a ouvir pela rádio nas tardes de Domingo.
Talvez seja um dos nossos. Era, seguramente, um dos meus.
Num tempo em que não havia playstations, fazia campeonatos de caricas na carpete da sala em que o Benfica ganhava sempre, e também aí César era goleador.
Na primeira vez que fui ao Estádio da Luz ver o Benfica (4 de Setembro de 1980, 4-0 ao Altay), César não só foi titular, com a camisola oito, como marcou um belo golo. Só isso diz tudo sobre o que ele representou para mim. Agradeço-lhe, pois, por ter alimentado os meus sonhos de infância.
Morreu no Brasil, aos 68 anos, vítima de cancro.
Paz à sua alma!

2 comentários:

ARM disse...

Que notícia tão triste. Não sabia que César estava doente. Estive nessa grande final, na bancada superior sul - portanto oposta à baliza em que o César marcou esse golaço. Recordo-o como se fosse hoje, e foi muito bom ver este pequeno vídeo. Que alegria conquistar a Taça nesse jogo, apesar de tanto ódio cuspido pelo fugitivo de Vigo e pelo josé maria perdigoto. César não era tecnicamente um prodígio, mas rematava muito bem, 'tinha golo', como hoje se diz, era extremamente combativo e ajudou muito o Benfica nos anos em que cá esteve. Tomara muitos jogadores estrangeiros que se lhe seguiram terem metade da qualidade dele. Sinceras condolências à família.

joão carlos disse...

só uma pequena correção o cesar não foi dispensado após a pré época de 82/83 fez parte do plantel pelo menos até janeiro de oitenta e tres onde fez o ai o ultimo jogo, e a titular.

que descanse em paz.