A LIGUINHA DO PROENÇA

Pedro Proença foi um excelente árbitro-UEFA/FIFA. Ou seja, cumpria todos os requisitos para uma bem sucedida carreira internacional: 1) apresentar-se em boa forma física, 2) falar bem inglês, 3) manipular resultados sem dar muito nas vistas.
Por essa via sinuosa chegou ao dirigismo, onde tem mostrado, de novo, a sua total incompetência em termos de substância. Na forma, continua a falar bem, a dar abraços a toda a gente, e a fingir que sabe o que diz.
Ora, segundo ele, nenhum clube vale mais do que a sua liguinha pindérica. Vale sim, camarada! E não só o Benfica vale mais do que a liga portuguesa, como o Sporting, o FC Porto, e até talvez o Braga e o Guimarães. O país tem excelentes jogadores, tem excelentes treinadores, tem clubes que fazem milagres na Europa. Qual é o maior problema? O que é que puxa o futebol português para baixo? A fraca arbitragem (onde estava Proença), e a miserável liga (onde está Proença), que procura nivelar tudo por baixo e colocar grandes clubes ao nível de sad's fantasma, sem identidade, sem história, sem massa crítica, com capital sabe Deus de onde, com propósitos sabe Deus quais, e que intoxicam o campeonato nacional até se tornar totalmente irrelevante à escala internacional.
Um idiota qualquer lembrou-se de legislar sobre a centralização dos direitos televisivos. E agora estamos nisto, a menos que alguém de bom senso intervenha - necessariamente a nível político - para, ou revogar essa legislação, ou fazê-la acompanhar por uma redução drástica do número de clubes capaz de, em sentido oposto, nivelar por cima, congregar patrocinadores, aumentar o número de jogos interessantes (sejamos honestos, quem vê, e a quem interessa, um Casa Pia-Moreirense?), e não penalizar os verdadeiros clubes portugueses - aqueles que competem nas provas internacionais, que formam e vendem grandes jogadores, que suscitam a atenção de 99,9% dos adeptos, e que não têm nada que partilhar o dinheiro que geram com investidores abutres que dominam o desfile fúnebre que é o campeonato português. A solidariedade deve existir para com pessoas. Não para com entidades pseudo-desportivas.
Acredito que a Liga podia até valer bastante se alterasse os seus quadros competitivos, promovesse uma primeira divisão adequada à dimensão social, cultural, económica e demográfica do país, com oito clubes a quatro voltas (multiplicando os "Clássicos"), e atirasse para os escalões secundários todo o lixo que a conspurca. Aí sim, talvez tivéssemos um campeonato interessante, vendável para outros países, e clubes competitivos a todos os níveis.
Acontece que os perus não votam a favor do Natal. E Proença é, naturalmente, o chefe da capoeira.
Deste modo, o Benfica (mas também Sporting, Porto, Braga e Guimarães), devem manter-se totalmente à margem deste caminho, que será o caminho da ruína. E se necessário, com mais um ou outro, numa posição de força, criarem a sua própria Super-Liga, deixando Proença a contar as moedas dos Casas Pias-Moreirenses, e dos Avs's-Aroucas.

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