MONEY TALKS
Beijam o emblema, declaram amor eterno, mas quando o dinheiro fala, tudo o resto se cala.
Atenção, isto não é uma crítica aos atletas. Eu no lugar deles faria o mesmo. É uma crítica a alguns adeptos, que teimam em não querer entender o óbvio: um futebol moderno altamente mercantilizado e uma vida moderna também ela mercantilizada - que, quer gostemos ou não, existe e está para ficar.
Se alguém oferece um salário cinco vezes maior, não há nada a fazer. E à pressão dos próprios, da família e dos empresários, junta-se a necessidade dos clubes fazerem receitas para continuar a pagar salários milionários. Talvez no feminino esta última parte ainda seja um pouco diferente, mas o resto é igual ao masculino, a todas as modalidades e a todas as profissões. O que faria o caro leitor se uma outra empresa ou instituição lhe oferecesse um salário cinco vezes maior?
A declaração de Kika Nazareth resume tudo com uma simplicidade desarmante: "era uma proposta irrecusável...".
Propostas irrecusáveis vão surgir até ao fim do mercado para João Neves, que obviamente aceitará a melhor. Para o Benfica, se for por 100 é excelente, mas por 50 ou 60 também se faz. É tentar esticar ao máximo, mas a saída é inevitável. Do João Neves ou de qualquer outro que tenha mercado e valha dezenas de milhões de euros. Aliás, um dirigente português que recusasse 50 milhões por qualquer jogador, devia, esse sim, ser imediatamente destituído por gestão danosa - embora, obviamente, tenha de dizer o contrário para fazer aumentar a parada, como em qualquer negociação.
Atenção, isto não é uma crítica aos atletas. Eu no lugar deles faria o mesmo. É uma crítica a alguns adeptos, que teimam em não querer entender o óbvio: um futebol moderno altamente mercantilizado e uma vida moderna também ela mercantilizada - que, quer gostemos ou não, existe e está para ficar.
Se alguém oferece um salário cinco vezes maior, não há nada a fazer. E à pressão dos próprios, da família e dos empresários, junta-se a necessidade dos clubes fazerem receitas para continuar a pagar salários milionários. Talvez no feminino esta última parte ainda seja um pouco diferente, mas o resto é igual ao masculino, a todas as modalidades e a todas as profissões. O que faria o caro leitor se uma outra empresa ou instituição lhe oferecesse um salário cinco vezes maior?
A declaração de Kika Nazareth resume tudo com uma simplicidade desarmante: "era uma proposta irrecusável...".
Propostas irrecusáveis vão surgir até ao fim do mercado para João Neves, que obviamente aceitará a melhor. Para o Benfica, se for por 100 é excelente, mas por 50 ou 60 também se faz. É tentar esticar ao máximo, mas a saída é inevitável. Do João Neves ou de qualquer outro que tenha mercado e valha dezenas de milhões de euros. Aliás, um dirigente português que recusasse 50 milhões por qualquer jogador, devia, esse sim, ser imediatamente destituído por gestão danosa - embora, obviamente, tenha de dizer o contrário para fazer aumentar a parada, como em qualquer negociação.
A verdade é esta, quer queiramos, quer não. Tudo o resto é pura fantasia, areia para os olhos - como quiserem interpretar. Ou aceitamos, enquanto adeptos, viver com esta realidade, ou o melhor é deixar de ver futebol.
Eu, por enquanto, vou aceitando resignado. Um dia talvez mude de ideias. Mas longe de mim condenar os interpretes por fazerem algo que, eu próprio, no lugar deles, também faria. E digo isto dos jogadores mas também dos dirigentes - que, como disse, todos os meses têm milhões de euros a pagar em salários.
PS1: Não esqueçamos que até Eusébio só ficou no Benfica porque não o deixaram sair.
PS2: As maiores felicidades à Kika, desejando que um dia, depois de ganhar a sua vida, possa regressar ao clube de coração, como Rui Costa fez, e como Bernardo Silva espero ver fazer.
7 comentários:
Mas quem é que condena os jogadores?
Condenamos é a Direção por não fazer nada para os segurar por mais um ano ou dois! Ninguém os quer segurar para sempre, mas pelo menos por dois ou três anos e só deixar sair quando se tem alternativas à altura. É pedir muito? Para Direções incompetentes e centradas no negócio é! Mas não devia ser. Queres manter um jogador pagas um salário no topo do teto salarial, se lhes pagas um salário na base salarial como as propostas não vão ser irrecusáveis? E sabes porque fazem assim? Exatamente para forçar a saída pelas comissões!
Como os outros clubes fazem? Como por exemplo o Sporting está a tentar fazer. Será que não chegaram propostas irrecusáveis pelo Gonçalo Inácio, pelo Edwards, pelo Pote, pelo Diomande e pelo Gyokeres?
É verdade money talks dinheiro é uma tentação por ele infelizmente acontece de tudo até se cometem loucuras, concordo quando acenam com contratos cinco vezes mais lhes dão a volta a cabeça, sou duro nas minhas críticas ao Gonçalo Ramos, João Félix, agora João Neves sendo tão jovens porque se deixam cegar pelo enriquecimento precoce nas suas carreiras mas o Luís falou talvez pressão dos familiares, bem podiam ficar no clube que os formou até aos 23 24 anos a partir dessa idade ainda iam muito a tempo de enriquecerem e fama, eu pelo Benfica jogava por uma sanduíche eles tem mais amor pelo dinheiro shit for them que se desculpem que a carreira é curta mas ganham mais num ano, que muitos de nós em toda a vida.
O comboio nem sempre passa duas vezes. Há lesões e questões imponderáveis que ninguém domina. Trata-se de uma carreira muito curta, e querem aproveitá-la ao máximo - não desperdiçando um ano ou dois anos, por amor clubista, correndo riscos enormes de deixar passar o comboio.
Eu também pagava para jogar pelo Benfica. Mas eu não vivo disso. Se vivesse, e tivesse oportunidade de assegurar o futuro da minha família, obviamente não olhava para trás. Nem eu, nem ninguém no seu juízo perfeito.
As direções precisam do dinheiro. Todos os meses a tesouraria necessita de 3 ou 4 milhões (ou mais, nem sei) só para salários do plantel principal.
Desaproveitar uma venda de 50 milhões significa arriscar a fazê-la depois apenas por 20, perdendo 30. Ou mesmo por 0. Há que vender quando os jogadores estão em alta, para rentabilizar as receitas. Comprar barato e vender caro, deve ser o lema. E se João Neves está num pico de valorização (e é o mercado que dita isso) há que vendê-lo.
Não fosse este o modelo, e não tínhamos a competitividade internacional que temos. O Benfica vai há três anos seguidos aos quartos-de-final das provas europeias (duas delas na champions e este ano como única equipa fora dos big five nas duas principais competições). Cá ninguém valoriza isso. Lá fora é admirado e elogiado por todos.
As pessoas vivem na ilusão dos tempos do Eusébio. Mas no futebol de hoje temos de nos comparar com as equipas da Suíça, da República Checa, da Turquia, ou da Bélgica, mesmo essas, em alguns casos, com orçamentos muito superiores.
O que Benfica e Porto fazem na Europa é um autêntico milagre. O FCP está falido, mas o Benfica parece financeiramente bem, o que ainda aumenta o mérito.
A verdade é esta. Tudo o resto é ilusão ou fantasia.
Eu também sou dos que não condenam os atletas, pois se fosse comigo faria o mesmo. Eu condeno é a Direcção com o que se passa com Otamendi, Di Maria e João Félix, pelos motivos que são do conhecimento de todos, mas que Direcção é esta que paga milhões a um Argentino que se está borrifando para o clube e vai passear para a copa América e agora vai ainda para Paris? Os casos de Angelito e Félix é só amadorismo, o clube precisa de jogadores, não de velhos ou vaidosos que ainda por cima custam fortunas.
A lógica do sucesso no futebol português é precisamente rentabilizar jogadores, vendê-los por milhões, potenciar outros e assim sucessivamente. Temos o nosso exemplo nos anos do tetra, em que fizemos milhões em vendas e todos os anos eram lançados novos jogadores com potencial e depois vendidos por milhões.
Como o LF disse, e bem, ficar muito tempo no futebol português é um risco maior para o jogador (lesões, má temporada) e para o clube (perda de dinheiro) do que ir para o estrangeiro, onde no máximo acontece-lhe o mesmo que ao Renato Sanches e ao João Félix, que mesmo não estando a jogar no potencial que têm, já facturaram bastante dinheiro e conseguem manter-se em equipas que pagam mais do que as portuguesas. Há imensos exemplos de insucesso em ter ficado muito tempo em Portugal: o Barcelona e o Milan andavam atrás do Mantorras e dizia-se que chegaram aos 25M (valor astronómico em 2002), mas o Benfica não o deixou sair e depois veio a infame lesão. O Vitor Baia era cobiçado desde novo, mas ficou muito tempo no Porto e só saiu para o Barcelona com 27 anos... foi um flop e voltou ao futebol português a custo zero, dois anos depois. Ainda há os exemplos dos flops da formação do Sporting, o Rui Patrício, Veloso, Moutinho, Varela, que ficaram muito tempo em Portugal e não tiveram carreiras notáveis, como se chegou a prever. É natural que os jogadores modernos preferiram não deixar fugir as oportunidades, porque acaba por compensar o risco.
Muito bem anónimo.
O Benfica não pode é vender os novos para gastar esse dinheiro em velhos, em primadonas e em craques velhos que foram bons a 10 anos (draxler).
Eu digo não a di Maria, a João Félix, a rafa, a João Mário, a picanhas , a neres, a gosens, a kokcu, a otamendi e a todos os velhos sem valor de mercado futuro e com salários altíssimos e obscenos ( João Félix, João Mário, gosens, di Maria, etc)
Benfiquista a sério
Caro Benfiquista a sério, percebo o que dizes, mas o futebol não é uma ciência exacta e o Benfica tem seguido a lógica certa, que é misturar jovens promissores com jogadores experientes, com nome. Só para dar alguns exemplos, a famosa equipa de 2010 misturou os jovens promissores Di Maria e Ramires, com os craques Aimar e Saviola e resultou. Em 2014 fomos buscar um avançado veterano de 31 anos, que tinha sido dispensado do Valência e auferia um salário elevado, que dava pelo nome de Jonas... seguiram-se 4 campeonatos consecutivos e o domínio total a nível nacional. A lógica é esta, mas como é óbvio nem sempre resulta a 100%. Há vários factores condicionantes, mas não tenho dúvidas que os "velhos" são absolutamente fundamentais não só em termos desportivos, como em termos de marketing.
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