REFLEXÕES PÓS-TRAUMÁTICAS

O Benfica é demasiado grande para conseguir conviver com as suas próprias crises. E sempre que perde, um jogo importante ou uma competição, a contestação torna-se ensurdecedora.
De um lado, os adeptos mais impacientes, que naturalmente querem ganhar sempre e já, e confundem exigência com irrealismo ou fantasia. Do outro, rivais empedernidos, que inundam o espaço mediático com farpas mais ou menos intencionais para, desde fora, desestabilizar tanto quanto possível. No meio de todo o ruído, ficam os resistentes, os mais frios e racionais (não menos apaixonados), que percebem que identificar um problema não significa necessariamente obter uma boa solução, e que os ciclos destrutivos por vezes se alimentam a si próprios.
Frequentemente não o consigo, mas esforço-me por fazer parte deste último grupo. Até porque amo demasiado o clube para deixar cair a prudência, com ele e com tudo o que lhe diga respeito.
Despedir Schmidt, que ainda há meses foi campeão? Nesta altura da temporada? Para contratar quem? Guardiola? Pagar mais de 20M de indemnização?
São questões que coloco a mim próprio antes de defender uma solução drástica, cuja eficácia imediata me deixaria mais dúvidas do que certezas. Mesmo tendo sido dos primeiros a chamar a atenção para algumas insuficiências deste treinador, quando ele ainda era adulado pela imprensa.
O alemão não é um bom estratega, isso é um facto. E também uma limitação, sobretudo num campeonato inundado de técnicos que fazem da “esperteza” (táctica e não só) o seu modo de vida, e no qual Amorim e Conceição são os exemplos mais acabados. Mas tem qualidades. Por exemplo, no plano da resistência física, o Benfica parece-me muito bem preparado (percebeu-se nos jogos com o Sporting). E em termos de fluidez de jogo já vi, já vimos, com Schmidt no banco, exibições maravilhosas – sobretudo na primeira metade da época passada.
Como aqui escrevi diversas vezes, as contratações dos últimos três mercados foram, digamos, um equívoco. O Benfica ficou sem Grimaldo, Enzo e Ramos (e em grande parte dos jogos, sem Bah e Neres, por lesão), e não encontrou substitutos à altura. Jurasek (como Carreras, ou Bernat), Kokçu e Cabral não corresponderam ao que se exigia (nem têm o perfil de que a equipa precisava), e o próprio Di Maria – que é inegavelmente um extraordinário futebolista, e tem feito tantas vezes a diferença, disfarçando debilidades do colectivo -, pelas suas características e idade, acaba por condicionar tacticamente a equipa no momento da perda da bola, o que se agrava bastante na ausência de um lateral forte nas transições e compensações. Globalmente esta é, pois, uma equipa pior que a da época passada., e o plantel “de luxo” não passa de um mito – a menos que falemos de orçamentos.
Enquanto isso, o Sporting sim, está muito melhor, precisamente devido ao acerto nas contratações – feitas a pensar no perfil de jogo da equipa, e com encaixe total na estratégia do seu treinador.
Desconheço o grau de responsabilidade de Schmidt nas aquisições do Benfica, e isso condiciona a minha opinião sobre ele, impedindo-me ter certezas definitivas. Tanto ele como Rui Costa (num assomo de solidariedade que registo e aplaudo) apontam para responsabilidades conjuntas. Gostava, ainda assim, de saber quem sugeriu primeiro Jurasek. Quem achou primeiro que Arthur Cabral era o substituto ideal para Gonçalo Ramos. Quem entendeu primeiro que Kokçu valia 30 milhões e justificava ser o jogador mais caro da história do futebol português.  Quem... Carreras, Rollheiser, Prestianni, Schjelderup, Tengstedt, Leonardo, enfim... Foi Braz? Foi Schmidt? Foi Rui Costa? Foi o Scouting? Foi Lourenço? Gostava mesmo se saber. Não para apontar o dedo. Apenas para fundamentar o que escrevo (e inocentar quem não tem culpas).
O que me parece é que toda a temporada do Benfica tem sido marcada por um esforço inglório em busca de formas de esbater os desequilíbrios que o mercado deixou (nomeadamente nas laterais e na frente de ataque). Daí a instabilidade táctica, que por sua vez conduziu à dificuldade em criar rotinas, quebrando a confiança individual e colectiva. Daí as constantes mudanças no onze, quase sempre sem sucesso. 
Comparando com um motor, foram subtraídas três peças, e as novas não serviram. Obviamente não funciona, e o mecânico acaba de mãos na cabeça a tentar alterar tudo, de diferentes formas, para ver se o carro enfim anda. Mas não anda, ou anda pouco. Nem um génio da mecânica o punha a andar bem sem as peças adequadas. Neste plantel do Benfica as peças não encaixam.
No jogo do Dragão, até elementos que normalmente têm dado boa resposta, falharam redondamente. António Silva terá feito o seu pior jogo enquanto profissional. Trubin teve culpas óbvias em, pelo menos, dois dos golos (aliás, já em Alvalade não estivera propriamente bem, e se fosse grego teria ficado com as orelhas a arder). Rafa não existiu. Otamendi perdeu a cabeça.
É preciso dizer também que o Benfica viu um golo anulado em Alvalade numa situação muito parecida com a do primeiro golo portista. Num caso, o fora-de-jogo posicional foi assinalado pelo VAR. No outro, não. E se não faz sentido falar de arbitragem quando se perde 5-0, quando se perde 2-1…
Neste momento, nada do que aqui foi escrito tem solução imediata. E o melhor que os benfiquistas podem fazer é deixar as críticas destrutivas e a contestação mais vigorosa para os rivais, ou para uma comunicação social ávida de sangue. Devemos, isso sim, unir-nos em torno daquilo que temos, e procurar salvar o que ainda é possível – que é muito.
É importante lembrar que o Benfica tem mais seis pontos do que o FC Porto. E está apenas a um da liderança (que podem ser quatro, mas também podem voltar a um, com uma eventual vitória em Alvalade). Está nos Oitavos-de-Final da Liga Europa, onde tem pela frente um adversário difícil, mas de forma alguma insuperável. E está a um golo da Final do Jamor. Tudo ainda pode acontecer. E haverá mais hipóteses de acontecer alguma coisa se a equipa sentir em seu redor o carinho dos adeptos – ou pelo menos não sentir a descrença, e muito menos a hostilidade, que, essa sim, é um factor adicional e desnecessário de perturbação.
Ninguém trabalha melhor com um chicote em cima. E ainda menos uma equipa de futebol, exposta como está, com o mediatismo que tem, com a confiança de que necessita
Enchamos o Estádio da Luz no apoio ao Benfica. A equipa é esta, e neste momento não pode ser outra. O treinador é este, e dificilmente outro, entrando agora, faria milagres. O presidente é alguém que sofre pelo clube, e está a tentar fazer o seu melhor – tratando-se de um homem inteligente, irá com certeza aprender com os erros.
O Benfica é o mesmo de sempre. O de Berna e Amesterdão, e também o de Vigo e Basileia.
A canção de Sério Godinho diz que hoje é o primeiro dia do resto da tua vida. Aplica-se ao futebol. Aplica-se na perfeição a este Benfica.

23 comentários:

Anónimo disse...

Excelente análise. Mas é demasiado racional, são demasiados neurónios para a turba e para CS sedenta de notícias que envolvam "sangue". O estádio da Luz neste momento é bom para os adversário jogarem e mau para os nossos, tudo ao contrário.

Anónimo disse...

Não se poderia dizer melhor o que aqui ficou dito ! Subscrevo na íntegra , Bravo ! Sauda¢oes Benfiquistas !

Rui Dourado disse...

Por 8 milhões o Mourinho aceita treinar o clube de coração, se bem que desde que saiu da Roma estes deram um salto clsssificativo e qualitativo era uma boa contratação saudações desportivas..

Paulo disse...

Infelizmente não acredito que possamos reverter esta espiral negativa de exibições e equívocos taticos, estratégicos etc.
Quero acreditar mas o racional diz me que é difícil visto que quem decide, quem treina e escolhe parece perdido e os jogadores refletem isso em campo.
Viva o Benfica !

João disse...

Após a época passada, tornámo-nos arrogantes, achámos que quem entrasse na equipa estaria logo num bom patamar. Jurasek, Kokçu e Cabral são exemplos disso. Falar agora é fácil, mas seguramente que não estaríamos pior se tivesse ficado Ristic, João Neves acabaria por assumir naturalmente o lugar de Enzo (sendo um jogador diferente, tem a mesma eficácia em campo e muito mais "camisola") e apostássemos num ponta de lança, que até podia já cá estar. E no caso do ponta de lança sim, a teimosia faria sentido, é uma posição na qual convém insistir para dar confiança, sem a qual não se marcam golos. Musa ou Tengsted, jogando sempre, qualquer um deles terim sempre uns 10 golos marcados nesta altura. Era ideal? Não, mas teríamos poupado dinheiro e, mais importante, teríamos uma estratégia e um onze consolidado.
O mal está feito e mudar antes do fim da época não faz sentido. Podemos saltar para primeiro lugar à condição já no próximo fim de semana, o Sporting tem um plantel curto (cliché much?) que sentirá dificuldades até ao final do campeonato; a Taça não está perdida e na Liga Europa podemos fazer qualquer coisa. Este jogo foi um desastre, sim, animicamente são mais de 3 pontos, mas agora é altura de estabilizar o onze de uma vez por todas e preocuparmo-nos excusivamente em ganhar jogos. Por muito que nos custe, Sporting fora na Taça e Porto fora no campeonato são os jogos mais difíceis para o Benfica, coincidiram na mesma semana, jogámos pessimamente mas tudo permanece ao alcance. No fim da época pensaremos então em mudar de treinador, embora não me pareça que existam muitas alternativas a Schmidt. Lembremo-nos da segunda época de Jesus, que foi péssima, e como colhemos frutos da estabilidade e insistência mais à frente.

leunam-atab disse...

Olá Luís, Boa tarde:
Peço desculpa pela informalidade.
Sou leitor assíduo deste blogue. Une-nos o amor ao Benfica.
Concordo quase na íntegra com o conteúdo, com todos os pontos focados.
Sou radicalmente contra a substituição do treinador, nesta altura.
E digo que mais tarde talvez, sobretudo devido à sua teimosia (?).
Não tem o exclusivo das responsabilidades da atual situação.
O plantel que tem à sua disposição está muito desequilibrado.
As equipas constroem-se a partir se trás. E…
E, o novo guarda-redes é somente bonzinho.
Não há laterais, não há extremos flanqueadores, só há um seis, Florentino, que não joga.
Por que carga de água tem Mário de ser titular, em todos os jogos, seja contra que adversário for, seja em que condições físicas, de forma se encontre ?
Sei que gosta, e muito, de Rafa. É sem dúvida um bom atleta. Mas será mesmo assim tão Bom?
Para mim não é. É demasiado amorfo, peca por falta de entusiasmo, de ímpeto, de furor.
E é lento a decidir, tal como Mário. São facilmente neutralizados.
Na frente que se pode dizer. A bola nunca lá chega em aceitáveis condições. Ou o passe foi mal feito, ou o avançado está marcado em cima. Ruturas, passes em profundidade são raros,
mesmo havendo desmarcações com possibilidades de sucesso.
Faltam automatismos. Faltou pré-época.
Culpas do treinador. (?)
Também de terceiros. Eventualmente de “segundos e até de primeiros”.
Já agora, talvez a despropósito, mas meu caro Luís, será possível que um dia possa escrever
Sobre a BTV ter de ser um canal Premium, até para conteúdos que passam em canais abertos.
Há muitos sócios e simpatizantes, que conheço, que vivem longe do Seixal que o não entendem.
Quão dispendioso já é ir à LUZ.
Abraço, amigo glorioso.

Undiano Malimanco disse...

Bom comentário. No entanto, tudo aquilo que é impulsionado pelo EGO individual é, na minha opinião, um vício mortal.
As pessoas inteligentes não usam o EGO para exprimir as suas opiniões. Abtêm-se. Em geral fá-lo quem é ignorante, imaturo, profissionalmente frustrado ou incompetente ou socialmente inepto ou inútil, porque pensa que ao fazer chegar ao público a sua opinião está a valorizar-se, a “mostrar que também sabe da poda”, quando está apenas a revelar a sua ignorância e incapacidade mental.

Não está de modo nenhum a valorizar o objecto da crítica ou da observação, pior ainda quando se diz sócio de muitos anos, tentando fazer valer-se desse facto como se isso lhe desse algum direito. Não dá nenhum direito! Pelo contrário! Dá apenas o direito de revelar que é um perfeito idiota, não há outra forma de o dizer. Porque se não está a valorizar o objecto da critica, está a devalorizá-lol Então porque o faz?

Eu nunca dou opinião sobre jogadores nem treinadores, a não ser pequenos reparos “en passant”, nem sequer a forma como o clube é dirigido. Há locais onde isso pode ser feito!! Amo demasiado o clube para o fazer em publico, não sinto necessidade de apregoar que percebo de futebol, apesar de ter jogado futebol entre os 8 e os 35 anos. Valorizo-me com outras coisas.
É minha opinião que os adeptos não têm nada de dar opiniões extensas sobre como a equipa joga, quem devia jogar, quem devia ter sido contratado, etc. Ignoram os factos subjacentes! Isso é da conta de quem trabalha no clube, de quem é profissional, está dentro da profissão e por dentro dos factos.

Sabem se o jogador esteve lesionado, se treinou bem, se tem tudo bem no ambiente familiar, se os números do treino justificam a escolha, de como os concorrentes ao mesmo lugar treinaram, do estado físico e mental após o último jogo, etc, etc.?? Não possuem os números!! Ignoram os factos! Por isso não podem nem devem dar palpites. Assim me guio na vida. Só falo do que tenho a certeza de saber.
Quanto às escolhas de jogadores, podemos sempre dar palpites de jogadores que gostávamos de contratar para a equipa, apesar de não termos um cêntimo para mandar cantar um cego.

Não sou de opinião que o Schmidt seja mau tactimente, pelo contrário. É muito bom, um excelente estratega. Há 7 meses que não perdia. Agora perdeu com uma equipa "vitaminada". Como pessoa organizada e de ideias claras, prepara o jogo ANTES e deixa os jogadores expressarem-se dentro do campo. Qualquer gestor competente faz o mesmo.
Não se deixa é envolver nas vontades alheias – manipuladores de media em vias de extinção - e não emprenha pelos ouvidos. O que eu acho muito bom. Admiro pessoas com carácter e personalidade. Odeio cobardes.

Também não acho que o Ruben seja melhor tacticamente. Pelo contrário, tem uns 4ºs lugares. Acham que é competente? Ganhou uma vez a liga ajudado pela pandemia e pelos árbitros. Agora vive do cavalo de corrida que comprou. Pelo amor de Deus!
Pôs a equipa a jogar benzinho, o que qualquer treinador sabe fazer, como fazem ou fizeram nos últimos anos muitos treinadores portugueses que sabem aplicar os princípios de jogo que aprenderam. Podia mencionar uma dúzia.
Não caiam na propaganda dos manipuladores.

LF disse...

Caro leunam-atab,

Concordo sobre a BTV. Mas, ao que sei, essa questão foi negociada no pacote com a NOS - a quem naturalmente interessa cobrar mais 10 euros.
Em relação aos canais de outros clubes, há a diferença substancial de passar jogos de futebol em directo e exclusivo. Nem Porto Canal nem Sporting TV o fazem.

LF disse...

Undiano,

O Benfica para mim é uma enorme paixão. Mas escrever sobre futebol é um mero passatempo.
Não tenho pretensões nenhumas de perceber mais ou menos do que qualquer leitor, e sei que percebo muitíssimo menos do que Rui Costa ou Schmidt ou qualquer treinador.
Simplesmente gosto de falar e escrever sobre esta minha paixão que é o Benfica. Ora como desabafo, ora como exaltação. E como vejo os jogos, acho que tenho direito a uma opinião.
Obviamente não preciso disto para nada. E do Benfica, só preciso que ganhe...
Quem gosta de ler o que escrevo é bem-vindo. Quem não gosta...

Pedro Vardasca disse...

Parece que há aqui uma certa falta de entendimento: o Rui Costa assinou com o treinador uma cláusula de indemnização de vinte e picos milhões de euros, isto num país com uma economia pobre!
Esta decisão revela uma imprudência tremenda, basta pensar na estatística extremamente negativa de treinadores que não terminam os contratos, três nos últimos dez anos! Ora o Benfica não pertence a nenhum potentado do petróleo e o dinheiro deve ser gasto com uma grande ponderação.
O mesmo pode ser dito em relação ao mercado de inverno, sem colocar em causa a qualidade e o empenho dos jogadores entretanto chegados. Nenhum é titular ou perto disso, sabendo nós que esta janela serve, essencialmente, para suprir lacunas. Cá está, o dinheiro é curto e deve ser gasto com critério.
Não vou estar a comentar a inteligência ou a capacidade do presidente, mas ele foi eleito de acordo com uma premissa essencial: é um homem do futebol e esse lastro seria posto ao serviço do Benfica, carente de uma certa sabedoria e intuição na construção das equipas. Até à data, e lamento afirmá-lo, essa premissa está por confirmar. Aliás, o presidente construiu a armadilha em que se encontra encerrado e a saída nunca será boa para os interesses do clube...

Pedro Vardasca disse...

Hh

Anónimo disse...

Que tal o treinador dos sub23? A ganhar 3-0 ao intervalo....... resultado final 3-5 !!!!!! Ah grande treinador o Sr Paulo Lopes. Mais uma vergonha!

Pedro Vardasca disse...

Não sei se os interessados na vida do Benfica estão cientes de que o presidente e o treinador assinaram uma cláusula de indemnização de vinte e tal milhões de euros, isto num país com uma economia pobre no que respeita ao futebol (e não só, claro).

Não sei se os mesmos interessados têm consciência da terrível estatística do incumprimento contratual dos treinadores: desde há dez anos, apenas um chegou ao término, com três interrupções precoces. Nas últimas décadas os casos são múltiplos.

É sabida a grandeza do clube, mas o país é curto de recursos e, ao contrário de outros, não há poços de petróleo a alimentar a nossa história.

Sobre o mesmo tema - o dinheiro é muito limitado - podemos referir os jogadores chegados no mercado de inverno, cuja qualidade e empenho não belisco. No entanto, esta abertura serve, essencialmente, para suprir carências emergentes, o que não se vislumbra: nenhum deles é titular ou perto disso.

Não vou perorar sobre a inteligência ou a capacidade do Rui Costa, mas sei que foi eleito com a premissa de ser um homem do futebol, virtude que ajudaria o Benfica a corrigir erros estruturais na composição das equipas. Ora o que se observa é exatamente o contrário e agora construiu uma armadilha na qual se encerrou: está preso de movimentos em relação ao alemão, agora ou no final da época. Pagar os tais vinte e tal milhões seria uma tragédia, julgo que é fácil de perceber.

Posto isto, resta dizer que a premissa que elegeu o presidente está, lamento dizê-lo, por confirmar.

Anónimo disse...

Já se esqueceram da meia final da taça da liga?!?! Eliminados pelo Estoril!!! Estoril?!?!?! Tenham juízo......

Pedro Vardasca disse...

Marcar um golo contra o Sporting na eliminatória da Taça não chega. Vai para prolongamento, pois os golos fora deixaram de contar.

Brytto disse...

Um artigo de antologia. Parabéns. Assim, sim, é defender o Benfica.
As contratações foram um desastre quase total, e quanto a isso já não há nada a fazer até ao fim da época, resta-nos enquanto verdadeiros benfiquistas apoiar a equipa e não contribuir ainda mais para o afundamento da equipa.
Só uma palavra para Trubin. Comentei aqui que Trubin tendo coisas interessantes tem debilidades técnicas evidentes que com o tempo pode vir a debelar, mas neste momento considero que tb aqui a troca não foi positiva para o clube em termos desportivos, o que não significa que mais tarde se revele um grande guarda-redes que ainda não o é.
Por fim, um conselho. Não vejam programas chamados “desportivos”, é uma paz de espírito que não fazem ideia 🙂

Jorge Leitão disse...

1.º) Undiano, o que aconteceu no domingo poderia ter acontecido com o Inter, o Tolouse, a Real, o Sporting... Em qualquer destes jogos, só não fomos goleados, por inépcia dos adversários. Há sete meses que não perdia, deduzo que para o campeonato? E então? Os jogos miseráveis que fez, ganhos muitas vezes por golpes de individualidades, as exibições miseráveis, os erros sucessivos que comete (e que tenta emendar ao intervalo), nada disso lhe faz comichão?

2.º) Caro LF, qual é a sua questão com o Amorim? Já o li várias vezes a «malhar» no sujeito. Ao contrário de muito benfiquista, eu também não gosto dele, isto é, da personalidade futebolística, mas gostaria, se lhe apetecer ou tiver pachorra para tal, que desenvolvesse esse desagrado com o nosso ex-jogador.

joão carlos disse...

sim esses erros nas contratações existem, mas a culpa também é do treinador ou porque deixou que lhe impusessem desequilíbrios no plantel ou porque ele próprio tomou a decisão dos desequilíbrios.
de qualquer maneira a culpa aqui não é exclusiva do treinado a estrutura pelas mesmas razões também é culpada.

mas existem um problema para alem das má contratações que ninguém fala e que é dos mais decisivos a falta de meio campo e ai a culpa é inteiramente do treinador porque foi ele que decidiu abdicar do florentino, alias mais do que abdicar do jogador em si foi abdicar dum trinco e isso tem sido decisivo para aquilo que não jogamos.

desculpa lá comparar o fora de jogo posicional atrás do guarda redes com um à frente mesmo que o à frente pouco ou nada tenha altera o desfecho da jogada é uma desculpa completamente esfarrapada.

o que começa torto tarde ou nunca se endireita e esta época sempre cheirou desde o inicio a 10/11, mudança de guarda redes, necessária, mas sem respeito por quem cá estava plantel desequilibrado contratações falhadas teimosia do treinador, sou faltou a bazofia.
e com o passar da época cada vez tresanda mais.

o mais grave disto tudo independentemente das opiniões de cada um estamos numa situação como os brasileiro dizem que sr corrermos o bicho pega se ficarmos o bicho come e isso é que é mesmo o pior de tudo.

Anónimo disse...

Sai daqui corrupto

LF disse...

Pedro,

Creio que os 20 milhões (acho até que são 27), prendem-se fundamentalmente com os salários até ao fim do contrato, e não com qualquer cláusula.

Já na altura o disse: foi precipitado renovar com Schmidt antes de, sequer, ter ganho o campeonato.
Tivesse sido no final da época, e até teria compreendido. Na altura foi uma precipitação.

Enfim, agora tanto faz o momento em que foi...
Neste momento tínhamos um treinador em fim de contrato, e liberdade de acção para a próxima época. Além de lhe pagar bastante menos.

LF disse...

Brytto,

Quanto a programas televisivos sobre futebol, deixei de os ver em 2018, quando começaram a falar de casos judiciais. Ficava mal disposto. A maioria nunca mais vi.

Só ainda ressalvo, de vez em quando, o Trio de Ataque (e apenas quando o Benfica ganha e os rivais têm maus resultados).
Ouço sim, sempre que posso, o "visão de jogo" da TSF, onde, embora com demasiado pendor portista, se fala apenas de futebol.

LF disse...

Jorge,

Conheci pessoalmente o Ruben Amorim num almoço do Benfica. E era alguém que respeitava e admirava.
Até chegou a assinar uma dedicatória para este blogue:

https://vedetadabola.blogspot.com/2010/12/festas-felizes.html


Acontece que, embora em declarações à comunicação social pareça sempre minimamente cortês - salvo uma ou outra bicada que era dispensável, mas que tolero -, colocou em campo uma equipa cheia de truques de anti-futebol, que, sobretudo os jogos no Estádio da Luz documentam. Simulações, quebras de ritmo, agressões, provocações, protestos.. Olhem bem para Matheus Reis, para Pote, para Nuno Santos, para Paulinho, para Morita etc. Vejam o seu comportamento nos jogos com o Benfica. Digam-me o que pensam. E como qualificam um treinador que faz isso a uma equipa.
É disso que o acuso. E talvez por ter outra expectativa , não esperava que fosse ele a "inventar" um Sporting tão ordinário e, digamos, tão "à Porto".

Dir-me-ão que Sérgio Conceição é pior. As diferenças são duas: 1- nunca passou por esta casa 2- apenas seguiu o modelo do clube, não foi ele que o implementou.

Jorge Jesus saiu a mal do Benfica, teve comportamentos deploráveis para com o treinador que lhe sucedeu na Luz, mas não só manteve sempre (e num clima muito mais difícil) o respeito pelo Benfica, como não vi o "seu" Sporting jogar tão baixo.

Enfim. É a minha opinião.

Pedro Vardasca disse...

Seja de uma ou outra forma, é uma tragédia. Cumprimentos.