ESCRETE, PARA QUE TE QUERO

Para os mais atentos, não é novidade: as selecções, todas elas, estão hoje sujeitas a influências diversas, que por vezes nada têm a ver com a qualidade dos jogadores chamados. São clubes, são empresários, são multinacionais de artigos desportivos ou outros patrocinadores.

No Brasil, pela dimensão, pela história do "Escrete Canarinho", e pela enorme universo de convocáveis, esta realidade assume particular relevo, especialmente fora do âmbito das fases finais. Sendo que, por exemplo a Premier League só aceita estrangeiros internacionais pelos seus países, pelo que uma simples chamada valoriza os passes de uns em detrimento de outros. Há muito tempo que assim é, e tem vindo naturalmente a agravar-se - como quase tudo o que de mau afecta o futebol.

As convocatórias de Galeno, e, sobretudo de Wendell, enquadram-se naturalmente neste propósito. E o FC Porto parece trabalhar bem a matéria - como, de resto, todas as outras que se disputam fora dos relvados.

Ainda nos recordamos da convocatória do avançado Kléber - que depois acabou no Estoril, que, enfim, também joga de amarelo... Não me recordo quem era o seleccionador, mas também não é muito importante: certamente não foi dele a decisão.

Ironia das ironias: Wendell e Galeno falharam os penáltis que impediram o FC Porto de seguir para os quartos-de-final da Champions, e porventura valorizá-los ainda mais no mercado europeu.

Deus escreve direito por linhas tortas. E encarregou-se de colocar estes dois jogadores no seu devido lugar. Apenas bons jogadores.