DESCANSA EM PAZ, PACHECO
Se há momentos que definem a vida de uma pessoa, o momento mais simbólico da carreira de António Pacheco não foi o mais nobre - pelo menos, aos olhos de grande parte dos benfiquistas.
Mas reduzir Pacheco àquele malfadado "verão quente" não é justo para a memória que nos deixa. Pelo menos é isso que quero pensar.
Pacheco totalizou seis temporadas de águia ao peito (duas no Sporting). Realizou 220 jogos oficiais pelo Benfica (apenas 35 pelo rival). Marcou 48 golos pelos encarnados (somente três ao serviço dos leões). Conquistou dois campeonatos, uma taça e uma supertaça no Benfica (nada em Alvalade). Ou seja, Pacheco foi, sobretudo, um jogador do Benfica, e chegou mesmo, ainda que circunstancialmente, a capitanear a equipa. Era também, sabe-se, um benfiquista, que, numa decisão fundamentada em aspectos pessoais, traiu por uma vez o seu benfiquismo - como antes dele Rui Águas o fizera, e hoje comenta jogos na BTV.
É de recordar acima de tudo a sua presença, como titular, em duas finais da Taça dos Campeões Europeus pelos encarnados, algo que, depois da década de sessenta, apenas é partilhado com Silvino e Mats Magnusson.
Mas reduzir Pacheco àquele malfadado "verão quente" não é justo para a memória que nos deixa. Pelo menos é isso que quero pensar.
Pacheco totalizou seis temporadas de águia ao peito (duas no Sporting). Realizou 220 jogos oficiais pelo Benfica (apenas 35 pelo rival). Marcou 48 golos pelos encarnados (somente três ao serviço dos leões). Conquistou dois campeonatos, uma taça e uma supertaça no Benfica (nada em Alvalade). Ou seja, Pacheco foi, sobretudo, um jogador do Benfica, e chegou mesmo, ainda que circunstancialmente, a capitanear a equipa. Era também, sabe-se, um benfiquista, que, numa decisão fundamentada em aspectos pessoais, traiu por uma vez o seu benfiquismo - como antes dele Rui Águas o fizera, e hoje comenta jogos na BTV.
É de recordar acima de tudo a sua presença, como titular, em duas finais da Taça dos Campeões Europeus pelos encarnados, algo que, depois da década de sessenta, apenas é partilhado com Silvino e Mats Magnusson.
Para mim, Pacheco foi também o jovem que vi estrear ao vivo, curiosamente na sua terra, em Portimão, numa tarde de verão de 1987 (e para mim de férias algarvias), com muito calor e casa a abarrotar - mais curiosamente, ainda, num jogo que o Benfica venceu por 1-2 com dois golos de...Rui Águas. Nessa temporada ia sentar o regressado Chalana muitas vezes no banco de suplentes, afirmando-se como um extremo-esquerdo de grande qualidade e velocidade, sendo considerado o melhor em campo em vários jogos consecutivos - que culminaram com a final de Estugarda (em que converteu um dos penáltis - algo em que era especialista).
Dois anos depois, foi ele que conquistou o pontapé de canto que iria valer a célebre mão de Vata, e a final de Viena. E na temporada seguinte, foi ele a dar lugar a César Brito, para uma também célebre vitória no Estádio das Antas por 0-2. Mais tarde, já do outro lado da Segunda Circular, protagonizou a igualmente célebre substituição de Carlos Queiroz (com quem nunca se entendeu), que o colocou para a segunda parte no lugar do lateral Paulo Torres, deixando o flanco esquerdo do Sporting à mercê do vendaval benfiquista na tarde dos 3-6 - que ao intervalo era ainda só 2-3.
Foi internacional A por seis vezes, mas quem o viu jogar e acompanhou a sua carreira fica com a sensação que talvez pudesse ter chegado um pouco mais longe. Diz-se que uma vez Eriksson mandou filmá-lo num treino, e depois lhe entregou a cassete para que ele, em casa, pudesse perceber porque motivo não ia ser titular. A verdade é que, ainda assim, ficou ligado a grandes equipas do Benfica, e a grandes momentos do clube.
É tudo isso que quero recordar neste momento. É com isso que vou ficar de Pacheco, que agora parte, demasiado cedo, com apenas 57 anos.
Paz à sua alma!
6 comentários:
Concordo com tudo Luis.
Sempre gostei do Pacheco um extremo á antiga e curiosamente veio como apêndiçe do grande objectico do Benfica o Augusto seu colega do Portimonense. Pacheco foi grande o Augusto jogou meia duzia de jogos.
Fiquei realmente a gostar dele no jogo com os Corruptos na Luz (1-1) onde pela 1.ª vez vi um extremo sem ser o Chalana a dar cabo da cabeça ao João Pinto. Nesse jogo leva a equipa ás costas. O golo do seu grande amigo Diamantino é uma jogada sua que rompe pela esquerda vai á linha centra atrasado a apaerece o Diamante a marcar, uma tipica jogada sua.
Perdoei o Verão Quente pois a sua carreira praticamente acabou aí. Ano e meaio depois (janeiro de 95) estava em Italia a lutar para não descer na Regianna (indicado pelo Futre).
Paz á sua alma
P.S - O episódio que falas do Erikson foi em 90 quando era suplente (jogava normalmente o Schwarz) e dá uma entrevista a dizer que o Benfica jogava para o lado e para trás. No treino seguinte Erikson dá-lhe uma cassete para ver como ele treinava. Percebeu a mensagem e a partir daí é sempre titular faz das suas melhores epocas
Caro Consócio:
Como diria o narrador Gabriel Alves (em meio ao vendaval Benfiquista por aquele corredor, já na segunda parte):
- "Erro táctico de Carlos Queiroz" !
Saudações Gloriosas,
Que descanse em paz RIP, Pacheco me enchia as medidas nao lhe fiquei com raiva quando se mudou para alvalade fiquei com raiva sim ao (seja) Cintra que queria dizimar a equipa do Benfica toda e quase o ia conseguindo, mais tarde Pacheco acho que na Inglaterra confessou-se arrependido de ter deixado o Benfica chegou mesmo a dizer um jogador saindo do Benfica nunca mais e o mesmo, agora os tempos sao outros tudo e diferente e os milhoes que vao la ganhar para fora ainda os faz crescer mais, me recvordo perfeitamente quando Pacheco chegou a Luz mais o Augusto este sim vinha rotulado de craque mas foi Pacheco a quem surpreendeu tudo e todos que jogador era um dos nossos choro tambem a sua partida que descanse em paz.
Se a memória não me atraiçoa, Pacheco quando foi para o Sporting disse que o seu clube do coração era o Sporting, depois mais tarde parece que se arrependeu de ter dito tal coisa. Aconteceu exactamente o mesmo com Carlos Manuel.
Jantei uma vez na mesma mesa que ele num aniversário, fiquei com a ideia de ser um tipo simples, um pouco introvertido, mas sem mania de vedeta.
Creio qie em criança era sportinguista. Mas tornou-se benfiquistas, e afirmou-o já depois de ter jpgado no Sporting.
que descanse em paz.
as memorias daquilo que fez enquanto foi nosso jogador ficam para sempre que a traição não apaga mas a traição para mim não é perdoável mas agora também já nada conta infelizmente.
mas só duas coisas o caso do rui aguas e do pacheco são bem distintos, o pacheco forçou a saída quebrando um contrato que tinha o rui aguas apenas optou livremente por outra coisa, e com isto não estou a dizer que o rui aguas devia ou não ter sido reintegrado, alias foi ainda enquanto jogador.
o carlos manuel enquanto foi nosso jogador sempre disse que era de outro clube nunca o escondeu não foi quando foi contratado pelos outros da segunda circular que disse que era adepto deles pela primeira vez nem por conveniência.
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