PARA A HISTÓRIA

Uhff… Que vitória, que jogo, que emoções!
Daqui a décadas, este dérbi ainda vai ser lembrado.
O dos descontos? O do Tengstedt? O do João Neves? O futuro escolherá o epíteto, mas que a história o vai manter na galeria dos inesquecíveis, disso não tenho dúvidas.
É preciso dizer que houve um jogo de futebol até aos 94 minutos, que estava a correr mal ao Benfica, e que toda a gente já esqueceu (eu também, e ainda bem). E depois, a partir daí, houve algo inexplicável, que só se poderá remeter para o domínio do sobrenatural, para o domínio dos deuses. Coisas que acontecem no futebol, e fazem deste um desporto extraordinário.
Dizer que a vitória é justa ou injusta não faz agora muito sentido. Se se pode dizer, por um lado, que o Sporting talvez não merecesse perder, também é verdade que não soube segurar a vantagem no momento em que, porventura, tal seria mais fácil de conseguir. Se alguém disser que o Benfica não merecia ganhar, há que contrapor com a forma determinada, empolgada e vibrante com que disputou o resultado até ao apito final. E naqueles minutos, sobretudo naqueles minutos, correu muito, lutou até não ter mais forças e mesmo para além disso, e esse esforço – que tira quaisquer dúvidas sobre o grau de compromisso dos jogadores com o treinador e com o clube -, acabou por ser premiado com a vitória, com os três pontos e com a liderança.
Para outra altura ficará a discussão sobre as diferenças entre as versões 1.1 e a 2.1 da equipa de Schmidt, que passam, a meu ver, em larga medida, pela ausência de laterais, e da consequente menor profundidade nas alas. Mas quando se ganha um dérbi de reviravolta com golos aos 94 e 98 minutos, isso não interessa para nada.
No plano individual, não há como não destacar João Neves. Ele corre, ele luta, ele defende, ele ataca, ele marca. Um jovem prodígio que o Benfica terá muita dificuldade em segurar por muito mais tempo. De longe, o melhor jogador da equipa neste momento.
Segue-se a pausa da FIFA. Quero acreditar que este jogo, este resultado e a forma como foi obtido, possam estabelecer uma barreira entre o antes e o depois, e que daqui em diante o Benfica ganhe confiança, ganhe entusiasmo, e arranque para um resto de temporada ao nível daquilo que dele se espera. Se na frente europeia o futuro está já comprometido, nas competições domésticas tem tudo para triunfar, e fazer de 2023-24 uma temporada de sucesso.
Para os adeptos, há que respirar fundo, e saborear uma das vitórias mais empolgantes dos vinte anos deste estádio.

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com o carácter épico da reviravolta, especialmente para nós benfiquistas que estamos habituados é ao contrário, ou seja, perder ou empatar jogos nos descontos. É raríssimo acontecer à nossa equipa o que vimos ontem.

Em todo o caso, chamo a atenção para a constante subversão da máxima "contra factos não há argumentos", especialmente quando se quer passar a imagem que o nosso clube está mal. O Benfica dominou o jogo em toda a linha e não sou eu que o digo por dizer, baseio-me nas estatísticas da partida. Tivemos 14 remates contra 8; 4 remates à baliza contra 3; 54% de posse de bola contra 46%; 421 passes contra 382; 81% de eficácia de passe contra 78%; 6 cantos contra 4; 1 bola no ferro contra 0. Tivemos também menos faltas e menos cartões. Foi um domínio em toda a linha. No entanto, alguns órgãos de comunicação afirmaram que o "Sporting dominou" ou o "Sporting foi superior". A base para dizer isto é pura maldade e vontade de criar "crises" no campeão nacional. Se o Roger Schmidt é mau, é preciso lembrar que o Sporting tem o mesmo treinador que o ano passado ficou em 4º lugar e também não convence na Europa, num grupo com equipas fracas. Se a argumentação diz que o Benfica está "muito mal" e o Sporting "muito bem", os factos não mostram isso de todo. É importante que nós, benfiquistas, não nos deixemos levar por estas conversas de vigarístas.

Mark Trencher disse...

Foram três bolas nos ferros, no lance mal invalidado ao Di María a bola também vai à trave. Faltam ainda aí dois (ou três, para alguns foram mesmo quatro) penalties por assinalar a favor do Benfica, e o segundo amarelo (ou vermelho) ao Humlland (ou lá como se escreve). Conclusão, sim dominámos e a Deusa Fortuna que nos acompanhou a partir dos 90+3 minutos foi a que não nos acompanhou no falhanço do Rafa e na bola que ele manda à trave, no chapéu/passe mal medido no lance do João Mário e do Tino, na bola a rasar o poste do mesmo João Mário, ou nas duas bolas aos ferros do Di María. Do lado deles temos a três intervenções decisivas do Trubin. Portanto contas feitas temos 6 lances muito perigosos para além dos 2 golos, e eles tiveram 3 lances muito perigosos para além do golo, parece-me que o resultado final é proporcional aos números das duas equipas. E não estou a contar com os penalties. Obviamente sabe a pouco não os termos encostado às cordas e massacrado quando ficaram 11 contra 10, mas no meio da miséria que têm sido as nossas exibições nesta época, não estamos em condições de desdenhar vitórias.

joão carlos disse...

mas o joão neves só marca quando joga a oito e não quando joga mais recuado, que convém dizer que quando joga mais recuado joga metade daquilo que pode, e joga, quando atua como desta vez a oito.

a diferença entre o bom jogo na primeira parte e o mau na segunda foi o péssimo que o treinador esteve, como sempre, nas substituições nas que não fez, nas que fez mal e nas que fez tardiamente.

@mark trencher
não exagerem, qualquer dia estamos mais calimeros do que eles, só existiu um lace que deveria ter sido assinalado penalty é o sobre o otamendi o resto são lances que se fossem assinalados contra nós estaríamos todos a dizer, e bem, que era uma escandaleira terem sido assinalados.
já sobre o dinamarquês deles o que podemos dizer é que ele devia de ter levado um amarelo por ter pisado tengsted mas depois nunca saberemos se ele tivesse um amarelo fazia a falta para levar o segundo.