ONZE PARA AROUCA

Com a Champions arrumada, com a Liga Europa comprometida, com o Campeonato a correr mal, o Benfica pode, e deve, apostar forte nas taças. Este não é um onze alternativo. É, provavelmente, o melhor onze que o Roger Schmidt pode, neste momento, apresentar. 
Recordemos que em caso de derrota os encarnados dizem de imediato adeus à competição. Em caso de empate, terão de vencer por dois golos o AVS em casa para conseguir o apuramento. Em caso de vitória , bastará um empate na última partida. Uma vitória por mais do que um golo em Arouca, obrigará o AVS a ganhar na Luz pela mesma diferença menos um.

E EM JANEIRO...


OTAMENDI: Salário demasiado elevado, Morato tapado, crescente falta de pernas. Uma rescisão amigável, com cerimónia de despedida, gratidão e amor eterno.
JOÃO VICTOR: Não parece ter perfil para o Benfica. Vender ao melhor preço para o Brasil.
BERNAT: Sem condição física para as exigências do Benfica e com salário elevado. Libertar.
JURASEK: Absoluto erro de casting. Não tem qualidade. Vender rapidamente por 5, 4 ou 3 milhões, conforme as propostas (duvido que alguém dê mais).
KOKÇU: Tem qualidade, mas não encaixa na equipa, além de ter também um salário elevado. Talvez fosse possível vender por 18/20 milhões e recuperar algum do investimento.
DI MARIA: Salário demasiado elevado, crescente falta de pernas e de condição física. Também merece uma rescisão amigável, com cerimónia de despedida, gratidão e amor eterno.
ARTHUR CABRAL: Absoluto erro de casting. Não tem qualidade. Vender rapidamente pela melhor proposta - que, duvido, ultrapasse os 6 ou 7 milhões.
TENGSTEDT: Absoluto erro de casting. Não tem qualidade. Vender, ou mesmo dar.
Quanto a guarda-redes, já não há nada a fazer: é aguentar Trubin.
Com estas saídas, podiam-se recuperar talvez 30 dos 80 milhões (mal) investidos. Do mal o menos...
Além dos salários que se poupavam (provavelmente cinco deles entre os mais elevados do plantel).
Contratar apenas dois bons laterais (que saibam defender), e sobretudo um grande ponta-de-lança (como teriam sido Santiago Gimenez, ou Gyokeres, por exemplo, que agora estão totalmente inacessíveis).
Talvez assim fosse possível salvar a época e a tesouraria. Como as coisas estão, um segundo lugar no campeonato e uma taçita, e eu já ficava satisfeito.

QUE DIZER MAIS?

Na verdade, tenho a sensação de ter dito tudo no post relativo ao último jogo. Não vale a pena repetir-me.
Restam-me ainda as dúvidas sobre quem pediu, indicou ou avalizou contratações como as de Jurasek e Arthur Cabral (bem que gostava de saber..., até para não ser injusto com ninguém) . E a razão para Tiago Gouveia não ter tido qualquer minuto depois de uma boa entrada na terça feira. E para se meter em campo Chiquinho aos 87 minutos, com a equipa a precisar urgentemente de marcar. Quero também ver se vai acontecer a Trubin o mesmo que a Odysseas. Otamendi? Esse já sei que irá continuar no mural. 
Enfim, Roger Schmidt diz que o Benfica jogou bem. Serão certamente 5999999 pessoas a ver as coisas ao contrário. 

UM ONZE DE CAMPEÕES

Reforços? Só Trubin, e porque tem de ser. Os outros, para o banco, para a bancada e para o...mercado. Como não chegaram melhores, aproveitem-se os que cá estavam. Uma equipa de campeões, para tentar resgatar o espírito de 2022-23. É esta a minha proposta para este jogo, e para a época.

AGENDA


O MEU MURAL

Nos 20 anos do novo Estádio da Luz, é de saudar a ideia de um mural com os 20 nomes que, na opinião dos adeptos, ali mais se destacaram.
É claro que uma escolha desta natureza jamais seria consensual. Tratando-se de uma votação aberta, não há como questionar os nomes.
Cada um de nós é livre, porém, de exprimir as suas opções, e no meu caso custa-me não ver ali Darwin Nuñez - que, a seguir a Jonas, foi talvez o melhor jogador do Benfica nesta última década. Não ganhou títulos, e isso pesa. Além de que a escolha era segmentada por posições, o que a condiciona.
Também David Luiz merecia lá estar. Pelo contrário, é algo discutível que se considerem jogadores do plantel atual. 
Quanto a Petit e Pizzi, percebo que seria embaraçoso, neste momento, colocar lá um jogador do Braga e um treinador do Boavista, adversários do Benfica no campeonato.
Entre outros que ficaram de fora, destacam-se ainda os nomes de Enzo Perez, Fejsa, Javi Garcia, Renato Sanches, Júlio César e Saviola. 
Enfim. quando votei escolhi apenas onze, e não me lembro bem de quais. Contas feitas, olhando para estes vinte nomes, trocava André Almeida e Otamendi, por David Luiz e Darwin Nuñez.

PENOSO

Quem queira perceber o que se passa com o Benfica 2023-24, não precisa de se interrogar muito. Basta pesquisar aquilo que escrevi no início da temporada, e mesmo antes de ela se iniciar. Não por ser um visionário, não por pretender perceber mais de futebol do que qualquer outro adepto, mas apenas por estar atento, e ter já quase meio século de benfiquismo. Talvez também por saber algumas coisas sobre dinâmicas de grupo e liderança, aspetos que não se esgotam no mundo do desporto, mas também fazem parte dele.
É claro que há problemas com Roger Schmidt, com a sua gestão do plantel, com a sua leitura de jogo (que nem os jogadores parecem entender), e com algumas teimosias a roçar a obstinação. Apesar de tudo, no outro lado da balança, o técnico alemão ganhou um campeonato, uma supertaça, realizou uma excelente campanha europeia na época passada, e ganhou três dos quatro jogos que disputou com o FC Porto. Tem por isso ainda algum crédito (enfim, não será para sempre, nem para muito mais tempo...), o que nos obriga a olhar também para outras questões. Dito de outra forma, Schmidt poderá fazer parte do problema, poderá ter potenciado o problema (e tanto uma, como a outra afirmação são, quanto a mim, verdadeiras), mas não esgota o problema.
Decorreu já tempo suficiente para podermos dizer que o mercado de verão foi uma catástrofe. Escrevi-o aqui várias vezes. Disse-o também noutros contextos, frequentemente perante quem insistia "estás louco, a equipa manteve-se e ainda foi bastante reforçada!". Ora o problema reside precisamente aí: em ter sido bastante "reforçada".
Há uma velha máxima que importa lembrar, e que nos diz que "em equipa que ganha, não se mexe". Não é só no futebol, é válida para qualquer empresa ou organização. E a verdade é que o Benfica mexeu, e mexeu demasiado.
Entre contratações desnecessárias (Trubin é bom, mas Odysseas chegava; Kokçu não complementa, antes se sobrepõe a João Neves; Di Maria tem 35 anos e demasiado estatuto para o que corre e ganha mais dinheiro do que outros que corriam e agora deixaram de o fazer) e contratações completamente falhadas (Jurasek e Arthur Cabral, vamos ver Bernat...), a SAD encarnada introduziu peças que não encaixam no grupo, criando uma caldeirada de talentos, equívocos, desequilíbrios salariais e insatisfações num plantel campeão que, de um momento para o outro, se viu descaracterizado. Tudo absolutamente desnecessário, quando bastava, à equipa do ano passado, substituir Gonçalo Ramos e Grimaldo (que, com o que se pagou por Jurasek, até talvez tivesse sido possível convencer a ficar).
As equipas de futebol são, antes de mais, grupos de homens. Com os seus ânimos e desânimos, com as suas ambições, insatisfações e inquietações. O que se vê nos jogadores do Benfica é um grupo de homens inquietos, descrentes, a duvidar uns dos outros, de si próprios e do seu líder. Quem já lá estava parece olhar com desconfiança para quem chegou. Quem chegou não consegue, não pode, ou não sabe, integrar-se. O resultado vê-se em campo, e não passa de zero.
Talvez Pep Guardiola resolvesse isto. Roger Schmidt, que a pouco e pouco tem colecionado conflitos (Odysseas terá certamente amigos no plantel, a mulher de Morato deu-lhe voz nas redes socias, Neres mostra o que sente quando é injustamente preterido, João Victor foi publica e desnecessariamente exposto, Florentino anda decerto infeliz), não parece conseguir fazê-lo.
A Champions está morta e enterrada. Mesmo a Liga Europa é difícil. E até o fantasma dos zero pontos começa a pairar. Talvez duas vitórias internas (Casa Pia e Chaves) permitam alguma estabilidade emocional para enfrentar o Sporting, naquele que continua a ser o principal objetivo da época: o Campeonato. E não vai ser fácil sequer empatar com a bem organizada equipa de Ruben Amorim.
Depois, há que aguentar até janeiro, e aí tentar minimizar os estragos de verão (vender Jurasek, Kokçu, João Victor, Arthur Cabral, Tengstedt, devolver Bernat e deixar Di Maria partir para a sua terra, contratando um lateral e um ponta-de-lança). Talvez desse modo ainda fosse possível salvar a época. 
Numa equipa em que apenas dois jogadores correram (João Neves e Tiago Gouveia), onde João Mário e Rafa são sombras de um passado recente, onde não há um ponta-de-lança (nem um lateral-esquerdo) de qualidade, vai ser preciso muita ginástica e imaginação para resgatar um pouco de ânimo do fundo do poço. 
Neste momento, a minha expetativa para o resto da época está em linha com a classificação da Champions: zero!

ONZE PARA A DECISÃO

É mesmo o tudo ou nada. Se o Benfica não ganhar à Real Sociedad, não vai passar aos oitavos. Não se trata de matemática. Trata-se de futebol.

NOTA: Fiz o onze sem contar com os lesionados. Gostava que, pelo menos, Bah recuperasse. Nesse caso, saía João Mário e avançava Aursnes para a ala esquerda.
 

OS JOGOS COM O FC PORTO? SIM!

Há muito tempo que digo e escrevo que um dos crónicos problemas do Benfica nos "clássicos" com  o FC Porto reside na forma inocente como os aborda. É "só mais um jogo", é #pelobenfica, enfim, tudo conceitos que por vezes retiram agressividade competitiva à equipa, e causam uma situação objetiva de desvantagem nos confrontos diretos perante alguém que chega cá com a faca nos dentes e sangue nos olhos.
O que Roger Schmidt disse hoje (e também, lembremos, os últimos resultados) indicia que o assunto foi encarado na Luz, e que doravante o "clássico" passará a ser disputado como "o" jogo - e bem. 
Estou, pois, totalmente de acordo com a filosofia subjacente à declaração do técnico alemão. Saúdo-o.
É discutível, isso sim, o timing da mesma. Antes de uma partida da Champions (importantíssima para a passagem do grupo), e a duas semanas do "dérbi" lisboeta, digamos que havia melhores momentos para dizer aquilo.
Os bascos não sei. Mas Ruben Amorim terá anotado a frase, e provavelmente já a colou nas paredes do balneários de Alcochete. 
Se o objetivo era apenas puxar dos galões e afirmar "lembrem-se que, mesmo perdendo amanhã, eu ganhei duas vezes ao FC Porto", então não aceito. Não é a boa ou má imagem do treinador que interessa aos benfiquistas.
Vou ficar pelo conteúdo: no Benfica, queremos fazer o FC Porto perder.

SEM HISTÓRIA

Vitória fácil contra uma equipa de escalões inferiores  (nem sempre acontece), num jogo de sentido único.
Um bom treino para a Champions, que serviu para dar ritmo a alguns jogadores, e tirar dúvidas sobre outros.
De melhor, os golos de Arthur Cabral e Tiago Gouveia, pela confiança que lhes podem dar. De pior, a evidência de que, mesmo com o golo, nem Cabral, nem Tengstedt são soluções, estando o eixo do ataque do Benfica dependente de Musa - que também não é propriamente fenomenal. 
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ONZE PARA OS AÇORES


 

MEIO FESTIVAL

Se à partida a contratação de Roberto Martinez não me entusiasmou, e a insistência em Cristiano Ronaldo me pareceu (e parece) contraproducente, é preciso dizer, em nome da justiça, que a Seleção Nacional está a surpreender pela positiva.
É verdade que os adversários deste grupo não permitem tirar conclusões definitivas, mas, mesmo diante deste tipo de equipas, vê-se (muito) mais futebol do que se via com Fernando Santos.
Na Bósnia, perante uma equipa que, no passado, havia criado dificuldades, e ainda lutava pelo apuramento, Portugal passeou classe e tranquilidade.
Numa fase final, contra Franças, Espanhas ou Alemanhas, se verá enfim o que vale esta equipa e este selecionador. Para já, tenho de admitir que as coisas não estão mal de todo. E começo a inclinar-me para dar a mão à palmatória. Oxalá tenha de o fazer.

DOMINGOS SOARES OLIVEIRA

Por falta de oportunidade e tempo, não pude escrever na altura própria sobre a saída de Domingos Soares de Oliveira da SAD benfiquista. Faço-o agora.
Antes de mais, há que dizer que os casos que colocaram o gestor na alçada da Justiça, independentemente daquilo que vierem a determinar no futuro, tornaram inviável a sua permanência no Benfica. Para bem do clube, e também do próprio, era preciso virar a página, e colocar um ponto final numa relação que durou décadas. Aceito que tal não tivesse ocorrido mais cedo (quando Rui Costa assumiu a presidência), pois percebo que nessa altura era preciso assegurar uma transição tão tranquila quanto possível, e o próprio "Maestro" necessitava de apoio na gestão de setores que não dominava.
Dito isto, há que lembrar que DSO fez um trabalho notável na Luz, o qual nem sempre foi devidamente valorizado pela frequente confusão que se fez com áreas (nomeadamente a desportiva) que não eram da sua responsabilidade. Ganhando ou perdendo dentro do campo, é de reconhecer que o universo comercial, financeiro e estrutural do Benfica cresceu e solidificou-se, mudando para (muito) melhor, com DSO (obviamente não só mérito dele, mas também mérito dele). E quando a equipa perdeu, a SAD manteve-se forte, dinâmica, e com pujança comercial e financeira. Não concordei com tudo, queixei-me de muita coisa (bilhética, por exemplo), mas globalmente tenho de valorizar o que foi feito.
Como disse, muitos atribuem a DSO responsabilidades que, na verdade, não eram dele (construção de plantéis, política de contratações e mesmo vendas de atletas). E confundem o personagem com todo o contexto do futebol moderno, onde é preciso garantir receitas para fazer face a custos galopantes. A SAD é uma empresa, e DSO geriu-a bem. Eu também não gosto de olhar para o Benfica como uma empresa, nem sou fã do futebol moderno (ou do que o termo genericamente significa), mas disso DSO não tem culpa.
DSO pagou também, junto dos adeptos, o preço de um dia se ter confessado sportinguista. Seria preferível ver sempre adeptos do clube nos cargos de decisão. Devo dizer, porém, que jamais esse "sportinguismo" do gestor se fez notar. Foi acima de tudo um profissional da gestão, que fez bem o seu trabalho. Segundo se dizia, até gostava mais de golfe do que de futebol (gostos não se discutem).
Não tenho, nem alguma vez tive, qualquer relação pessoal com Domingos Soares de Oliveira - com quem me cruzei e a quem cumprimentei circunstancialmente não mais do que duas ou três vezes. Estou, por isso, à vontade para falar dele apenas enquanto benfiquista observador.
Acabou a sua história no Benfica. Que tenha saúde e sorte pela vida fora. 
Se os próximos vinte anos forem comercial e financeiramente tão estáveis e sólidos como os anteriores, estarão criadas as condições para, com uma boa gestão desportiva, fazer do Benfica um clube ainda mais ganhador.


O COPO CHEIO

Se a equipa principal de futebol não convence, embora leve sete vitórias consecutivas no campeonato, esteja a um ponto da liderança, já tenha conquistado a Supertaça diante do FC Porto, e tenha vencido novamente o rival nortenho na Luz, já o restante universo Benfica parece bastante dinâmico e ganhador.
No total desta temporada, já cantam na Luz nove Supertaças (!!!), o que é record absoluto de qualquer clube português.
Recordemos:
FUTEBOL MASCULINO: 2-0 ao FC Porto
FUTEBOL FEMININO: 1-1 (vgp) com o Sporting
HÓQUEI EM PATINS MASCULINO: 4-1 ao SC Tomar
BASQUETEBOL MASCULINO: 93-75 ao Imortal
FUTSAL MASCULINO: 5-4 ao Sporting
FUTSAL FEMININO: 4-2 ao Nun'Alvares
ANDEBOL FEMININO: 36-33 ao Madeira
VOLEIBOL MASCULINO: 3-0 ao Fonte Bastardo
POLO AQUÁTICO FEMININO: 29-7 ao Cascais
Faltam ainda disputar as de Hóquei em Patins Feminino (no domingo frente ao Feira) e a de Andebol Masculino (em dezembro)
Para além das Supertaças, o Benfica já venceu também a Elite Cup (uma espécie de Taça da Liga) de Hóquei em Patins, tanto em Masculinos como em Femininos, bem como a Taça João Campelo de Hóquei Feminino, e a Taça Vítor Hugo de Basquetebol Feminino, tudo competições oficiais. Não perdeu qualquer prova disputada até agora.
De notar também a qualificação para a fase de grupos da Champions de Basquetebol (apenas uma das doze!!! competições europeias em que o Benfica está inserido).


 

GOLPE DE SORTE

Não se trata do novo filme do Woody Allen. E também não foi uma comédia. Podia, isso sim, ter sido uma tragédia. Mas desta vez a sorte bafejou o Benfica.
Depois de noventa minutos miseráveis, ao longo dos quais ninguém percebeu qual era a estratégia para ganhar, duas cabeçadas de António Silva, uma em cada baliza, decidiram o resultado frente ao último classificado da Liga. Uma vitória magra, sofrida e porventura até imerecida, mas que vale três pontos como as outras.
Não deixa, porém, de ser inquietante como o Benfica partiu do título de campeão nacional, colocou 70 milhões de euros de investimento em cima, e tem hoje uma equipa pior que a da época passada. Entre contratações medianas (Jurasek 14), medíocres (Arthur Cabral 20) e inúteis (Kokçu 25), o Benfica gastou o dinheiro que podia, e devia, ter sido investido nas renovações de Grimaldo e Rafa, e na contratação de um grande ponta-de-lança (Gimenez?). Em vez disso, mudou, mudou muito, mudou demais, e Roger Schmidt deixou-se enlear numa nuvem de equívocos que tarda a dissipar-se.
Sem Kokçu, esperava ver, enfim, a dupla Florentino-Neves no eixo do meio-campo. Sem que se saiba porquê, o melhor jogador deste Benfica ficou de fora. Na frente surgiu Tengstedt, que é esforçado, mas não dá mais do que aquilo - e "aquilo" é apenas uma espécie de Martin Pringle...Aursnes continua a ser desperdiçado a tapar buracos nas laterais. João Mário, sem jogar, não tem ritmo. As substituições foram tardias, e no caso de Jurasek sucedeu precisamente no melhor momento do checo no jogo. Mas eu não sou treinador. Apenas vejo que este Benfica joga pouco ou nada.
Segue-se uma longa pausa. Espero que dê para recuperar os lesionados, para refletir e trabalhar a equipa de forma a resgatar o futebol da temporada passada. Os jogadores, na sua maioria, ainda estão lá. Basta talvez deixar de inventar.

30 MINUTOS DE TERROR

Facto 1: O Inter é vice-campeão europeu, é melhor do que o Benfica, e jogava em sua casa. A equipa italiana está ainda mais forte do que na época anterior. Era este, à partida, o jogo mais difícil do grupo.
Facto 2: O Benfica perdeu 1-0, com um golo irregular, não se percebendo para que serve o VAR quando deixa passar em claro uma falta óbvia no lance capital do jogo. E até dou de barato o penálti sobre Neres, ainda com 0-0 no marcador.
Facto 3: Bah lesionou-se na primeira parte, o Benfica não tem mais nenhum lateral direito no plantel, e Tomás Araújo teve muitas dificuldades para parar as investidas do Inter pelo seu flanco. O jovem central fez o que pôde, mas não está rotinado na posição, e também não teve o apoio de que necessitava. O corredor direito da defesa do Benfica foi uma verdadeira autoestrada durante largos períodos da segunda parte.
Facto 4: Os primeiros 45 minutos foram equilibrados, e nada fazia prever o que se seguiria. 
Dito isto, é preciso reflectir sobre uma segunda parte em que o Benfica foi absolutamente vulgarizado, mormente entre os 45 e os 75 minutos, Não fossem Trubin e os postes, o resultado poderia ter sido humilhante.
Há problemas de base nesta equipa, como sejam a ausência de um grande ponta-de-lança, a debilidade atlética do meio campo, disfarçada no campeonato por um super João Neves, e o facto de Di Maria ser invariavelmente menos um a defender, e ter de jogar sempre. Com Neres em campo, são menos dois. Rafa também não é de grandes marcações, e com toda esta gente a equipa fica partida - a menos que jogue contra dez...
E se Trubin começa a justificar o investimento, em sentido contrário Kokcu ainda não mostrou nada (a equipa até melhorou com... Chiquinho), Arthur Cabral nada mostrou e desconfio que nada venha a mostrar, Jurasek permanece um mistério, e Di Maria, como disse, é por vezes, e em demasiados momentos, mais um problema do que uma solução.
Florentino e João Mário estão no banco, eram jogadores nucleares na época passada, Aursnes anda a saltitar entre posições, mas Schmidt parece encurralado numa lógica circular, onde algumas aquisições têm lugar cativo, nem que para tal seja necessário torturar tacticamente toda a equipa.
A verdade é esta: sem Kokcu e Di Maria, o Benfica seria mais compacto, mais equilibrado e, logo, mais forte. Custa escrever isto sobre dois talentosos jogadores, mas o futebol é um desporto colectivo, e não uma soma de individualidades. Para construir uma máquina eficaz não são necessárias peças de ouro, mas sim as peças adequadas à sua função no todo. Kokçu e Di Maria podem ser de ouro, mas não encaixam num Benfica que tinha uma equipa construída e bem sucedida, não precisando de grandes mexidas. E com esse dinheiro podia, e devia, ter-se investido num ponta-de-lança que substituísse Gonçalo Ramos.
Este jogo já passou, também deixou coisas boas (Trubin, mas também Morato) e está tudo em aberto. Em termos de classificação, o maior problema foi na primeira jornada. Aí é que o Benfica não podia ter perdido. Agora tudo poderá decidir-se no duplo confronto com a Real Sociedad - exige-se, pelo menos, uma vitória e um empate, sob pena de dizer adeus a esta competição.
Segue-se o Estoril, e tempo para Schmidt perceber, enfim, o seu plantel. 

VIVA A CANDONGA

No ano passado trouxe aqui o tema. Outros também falaram dele. Aparentemente está tudo na mesma.
Tentei comprar bilhetes para o Estoril-Benfica através da app oficial. Às 10.00h em ponto, hora do início da venda, já eu estava a clicar, e via uma mensagem a indicar-me 52 minutos de espera. 19 minutos depois a mensagem passou a ser outra: "temporariamente esgotado". Sei bem o que isso significa.
Sou sócio desde 1986, sempre com as quotas em dia, pequeno accionista da SAD, e detentor de Red Pass ininterruptamente desde 2004. Entre quotas, lugares no estádio (também de familiares), bilhetes, deslocações, refeições e diversos, gasto com o clube, direta e indiretamente, valores na ordem dos milhares de euros por ano - e o facto de ser colaborador gratuito do jornal desde 2008 nem sequer é para aqui chamado. 
Mas na época passada não consegui ir a Portimão, nem a Alvalade, mau grado todas as tentativas - não me atrasando sequer um segundo nos acessos, dedicando pelos menos duas manhãs inteiras (perdidas) à compra online (não sucedida) de bilhete para cada um desses jogos. 
As questões que desde logo se colocam são: quem consegue estes bilhetes? E, como faz para os conseguir? O que é certo é que as bancadas enchem, sempre com as mesmas caras. E também que, em sites de candonga, rapidamente aparecem bilhetes a preços exorbitantes.  
Aquando do jogo de Alvalade, cheguei a pensar ir à entrada do estádio questionar: "caro amigo, importa-se de me dizer como conseguiu o seu bilhete?". Confesso que mantenho a curiosidade. Seria uma sondagem interessante.
Outras questões que eu gostava de ver respondidas: quantos bilhetes são de facto disponibilizados ao Benfica neste tipo de jogos, quantos são destinados às claques (?) e porquê, e quantos chegam a esta bilheteira virtual, que infelizmente é apenas isso mesmo, virtual. Será preciso dispor de um telemóvel igual ao do Domingos Soares Oliveira para ter sucesso na compra online? Ou é preferível ser amigo do OLA e nem perder um minuto com apps ou sites?
Chego a ter saudades dos tempos em que ia para as filas do estádio às 5.00h da manhã. Era desagradável mas, ou saía de lá com bilhetes, ou pelo menos via quem os comprava. Se lá não fosse, se não quisesse esperar, só podia culpar-me a mim mesmo. Neste método, com esta app, há algo de turvo que me escapa. E uma sensação de gritante injustiça que permanece.
Já sugeri que, para este tipo de jogos, havendo um número reduzido de bilhetes e muita procura, fosse feito um rateio mediante inscrição (como no Euro 2004). Seria azar ou fortuna, mas institucionalizada, e não selvagem como é, ou manipulada como desconfio ser.
Acredito que quem toma as grandes decisões, e vê o jogo tranquilamente na tribuna, nem sonhe com o que se está a passar no inferno da App. Mas a área comercial tem obrigação de saber.
É muito triste quando vemos o clube que amamos tornar-se uma parede burocrática, fria, opaca e inacessível. Na bilhética do Benfica, é isso que está a acontecer.

ONZE PARA MILÃO


 

APENAS RIDÍCULO


A isenção de Jorge Coroado fica patente neste quadro. Num lance óbvio, o antigo arbitro (!!??!!) opina com o critério de sempre: contra o Benfica.
O caso do jogo não foi este. Foram sim, as expulsões perdoadas aos outros centrais do FC Porto, David Carmo e Zé Pedro.