COM ALMA


Tivesse o Benfica concretizado um quarto das oportunidades flagrantes de golo que criou, e estaríamos agora a falar de uma partida fácil diante do último classificado da Liga.
Foi o desperdício que causou o equilíbrio no resultado, pois quem remata 34 vezes, consegue quase duas dezenas de cantos, e obriga o guarda-redes contrário a várias intervenções de monta, só tem de ganhar, e por muitos.
Esta foi também a prova de que não há jogos fáceis. E que há, e ainda pode haver, dias em que a bola, por caprichos insondáveis, se recusa a entrar.
Destaque para a estreia de Weigl (discreto), e para a preciosa participação de Carlos Vinicius, com uma assistência e um penálti – que acabaram por ditar a vitória. Acima de todos, André Almeida regressou a gritar bem alto que o lugar é seu.
Jota, pelo contrário, desperdiçou mais uma oportunidade para mostrar valor. É um caso a trabalhar, pois parece pouco confiante e sobretudo muito intranquilo – sentindo, a cada lance, necessidade de mostrar habilidades individuais que comprometem lances colectivos. Quer mostrar que também é Félix, sem ser Félix (o qual, diga-se, cedo aprendeu a jogar ao primeiro toque), e o contributo para a equipa acaba por ser negativo. O problema não está pois nos pés, mas sim na cabeça.
O que mais interessa é que o Benfica somou mais três pontos, e já leva 15 vitórias em 16 jogos. 33 em 35 se quisermos somar toda a era Bruno Lage.

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