A ESTRADA DA BEIRA E A BEIRA DA ESTRADA
Lê-se, ouve-se, e não se acredita.
Então não é que agora há quem queira comparar o caso Isabel
dos Santos com os mails do Benfica?
Ouvi um idiota qualquer dizer isto na TV, e agora vejo
reproduzido por aí. E mesmo que o assunto nem mereça estas linhas, não posso
deixar de observar duas diferenças fundamentais entre os casos, uma de menor
relevo, outra que faz toda a diferença:
1 1 Não será muito relevante, mas a correspondência do Benfica foi roubada por um pirata
informático e vendida a um clube rival, que a truncou e enfeitou para obter o
maior efeito possível, enquanto a documentação relativa às transferências da
angolana foi obtida, ao que parece, na sequência de investigações jornalísticas,
e já com processos judiciais a decorrer na justiça angolana. Aliás, quem achava
que o dinheiro da filha do presidente era absolutamente limpo, ou era
completamente infantil, ou estava a gozar connosco. Nem percebo o escândalo, como se isto (alguns
documentos incriminadores que agora vieram a público) fosse uma surpresa para alguém.
Como se não fosse óbvio, ainda que tacitamente aceite em nome dos interesses
económicos portugueses (o que, com alguma boa vontade, até se percebia). Mas
esta não é a maior das diferenças;
2 2 Sobretudo, o que está em causa com Isabel dos
Santos são desvios de milhares de milhões de dólares do estado angolano (então governado a bel-prazer pelo seu pai), lavados
um pouco por todo o mundo, e também em Portugal, onde, entre outras coisas,
comprou bancos, indústrias, empresas de telecomunicações e comunicação social perante a
passividade dos reguladores e dos poderes políticos. O que está em causa com o
Benfica são apenas conversas estéreis de Pedro Guerra com Adão Mendes, uns comentários
sobre arbitragens, e coisas afins. O mais grave, nos e-mails do Benfica, é
mesmo o seu roubo.
De uma vez por todas, há que deixar de se fingir que os
mails do Benfica demonstram algum crime cometido a partir da Luz. Não mostram nada, a não ser matéria para
especulação mediática, e para desviar atenções de fracassos de FC Porto e
Sporting (os timings em que o tema regressa à agenda, de resto, são admiráveis).
Na verdade, já poucos se lembram do verdadeiro conteúdo dos mails, o que importa é falar repetidamente em “escândalo”
em “vergonha” e outras palavras fortes e feias que sirvam para atacar o clube. E lembrar o caso quando mais convém.
A tónica não é, nem nunca foi, se os mails são verdadeiros
ou não. Percebe-se a intenção, mas não cola. A tónica é que o seu conteúdo é
irrisório face à polémica que se gerou - só possível fruto das rivalidades e
ódios que o maior clube português desperta em muita gente.
Comparar isto com Isabel dos Santos demonstra total má-fé, e
uma mal disfarçada tentativa de desviar atenções daquilo que se passa em campo. Já agora, se a família Dos Santos tem relação com algum clube em Portugal, esse é o FC Porto.
3 comentários:
Basta questionar o seguinte : Se tudo é verdadeiro, nos "mails" ROUBADOS ao Benfica, o que é que impediu os receptadores ( compradores de material roubado…) de apresentar o caso na FPF , na Liga, e também , (sobretudo…) na Polícia ?
Os fanáticos do clube das «acompanhantes» de árbitros são fervorosos adeptos da máxima de Goebels e Hitler «Uma mentira muita vezes repetida, acaba por ser tida como verdade», máxima que passou a ser usada por todos os inimigos do Benfica. Os nossos êxitos acirram-nos e tudo lhes serve para os ataques mais torpes ao nosso clube.
O melhor que temos a fazer é continuar a somar vitórias, títulos e demais êxitos, e comprazer-nos com a decadência deles.
É deixá-los marrar no vermelho e continuar a encher o museu de conquistas!
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