OS CASOS DO BENFICA DE UM A DEZ
Gosto de futebol e gosto do Benfica. Gosto de falar de futebol e de
escrever sobre futebol. Sobre jogadores, treinadores, tácticas, e, quando se
exige, sobre arbitragens. Preferia evitar falar sobre temas paralelos, que
cansam, desgastam, incomodam e fazem com que me vá habituando a desligar a
televisão logo que o árbitro dá o ultimo apito de cada jogo.
Deixei de ver programas televisivos de debate “desportivo”. A maioria
já não via. Desde a temporada passada cortei todos, assim como os jornais
desportivos. O futebol que me interessa não é aquele de que se fala
constantemente. Nem quero dar dinheiro a ganhar àqueles que se servem dele.
O Benfica é a minha paixão. O amor de uma vida. E continuo a ir ao
estádio com o mesmo, ou ainda mais, fervor.
Sinto que o Benfica está a ser injustiçado. Digo-o com toda a
honestidade. Está a ser vítima de uma campanha mediática que começou num roubo
criminoso e continuou no sensacionalismo da comunicação social, no ódio dos
rivais e num certo excesso de zelo (digamos assim) deste Ministério Público. Estou
seguro de que terminará em nada, mas até lá haverá muito para sofrer, e muito
para resistir. Acredito no fundo da alma que há clubes e instituições com
práticas muito piores do que aquelas de que o Benfica é acusado, mas
simplesmente…ninguém exibiu a sua correspondência na praça pública.
É esse sentimento de injustiça que mais me revolta. Mas há aspectos
positivos a considerar, e um deles é certamente a UNIÃO que a generalidade dos
benfiquistas tem demonstrado face ao bombardeamento mediático a que têm sido
sujeitos. Se esperavam enfraquecer o Benfica com este ataque sem precedentes,
pois talvez se enganem. O Benfica é demasiado grande e demasiado forte.
Este texto procura expor a minha opinião sobre cada um dos “casos” em
que o Benfica se tem visto envolvido (dez no total), procurando um olhar o mais
equilibrado possível sobre cada um deles. Pretende apenas ser um texto honesto,
de alguém que já viu e já conhece alguma coisa da vida e do mundo.
1) VOUCHERS
É um não caso. Foi analisado por várias instâncias desportivas, e em
todas elas foi arquivado. Não fossem os casos que se lhe seguiram, e hoje já
ninguém falaria de Vouchers – prática bastante razoável de cortesia na recepção
a agentes desportivos que visitam qualquer clube. Serviu apenas como sound byte
mediático, e como mecanismo de afirmação de um pouco saudoso dirigente
desportivo de um clube rival.
2) PORTA 18
E um caso de alegado tráfico de droga envolvendo um ex-funcionário do
Benfica, que já nada tem a ver com o clube. Não sei se foi condenado ou não.
Nem me interessa.
Nenhuma instituição está a salvo de se equivocar na escolha de um
profissional para os seus quadros.
3) E-MAILS
Um pirata informático, já conhecido das autoridades judiciais e do
grande público, roubou correspondência privada do SL Benfica e fê-la chegar ao
FC Porto (restando ainda saber como, e por que quantia ou contrapartida). Esse
é o primeiro dos crimes. Outro crime foi a sua reiterada divulgação pelo director
de comunicação dos dragões nos programas do Porto Canal.
Independentemente de tudo o resto, dada a sua origem criminosa, não
creio que alguma vez o conteúdo desses e-mails possa ser utilizado como prova
do que quer que seja em tribunal.
Mas vamos então ao conteúdo. Afinal, o que lá está? No meu ponto de
vista, e com toda a honestidade, apenas o modus
operandi expectável e natural numa grande instituição, que, obviamente, tenta
conseguir a máxima influência nos bastidores do seu métier. Estou plenamente convencido de que qualquer empresa multinacional
actua do mesmo modo face, por exemplo, às entidades reguladoras do respectivo
sector de actividade. E tenho a certeza de que o FC Porto tenta obter o mesmo
tipo de influência nos meandros do futebol, e o Sporting só não o faz se não o
conseguir. Não sejamos, pois, anjinhos.
Não se falasse aqui de futebol, e de ferozes rivalidades, e o caso
resumir-se-ia a uma mão cheia de quase nada. A uma instituição que faz
contactos mais ou menos oficiosos para conseguir alguma influência. Apenas isso.
Basta imaginar o que aconteceria no caso de toda a correspondência privada
de um dos principais partidos políticos (fosse ele qual fosse) cair na
Internet. Ou de um membro deste ou de outro qualquer Governo. Ou da Presidência
da República, com este ou outro qualquer presidente. Ou de um banco. Ou das
Finanças. Ou de um grande Hospital. Enfim,
se formos por esta linha de raciocínio percebemos mais facilmente o que está em
causa.
Além de que, a maioria das conversas conhecidas neste caso decorrem
entre figuras absolutamente menores como Pedro Guerra, Adão Mendes e outros. E,
vamos ser sérios, a maior parte delas totalmente inócua. Algumas mesmo
ridículas (como, por exemplo, o misterioso aparecimento do bruxo Nhaga).
Aliás, ultimamente pouca gente se tem focado, de facto, no conteúdo
dos e-mails. Fala-se em escândalo, em corrupção, e em palavras fortes e feias,
mas os mails em si têm sido postos a um canto, pois todos sabem (e à cabeça, os
que os deram a conhecer) que o seu conteúdo é bastante frágil – sobretudo para
uma instituição com a dimensão e a importância do Benfica, num mundo como é o
do futebol profissional.
É caso para dizer: se, após bytes e bytes de informação privada revelada
na praça pública apenas existe “aquilo”, então há que confiar na hombridade dos
dirigentes do Benfica.
É preciso também dizer que, durante anos, e na sequência do processo Apito
Dourado, muitos adeptos e sócios do Benfica exigiam que Luís Filipe Vieira alterasse
a correlação de forças nos bastidores do futebol português. Eu próprio o exigia
e terei escrito sobre isso. O que os mails também demonstram em última análise,
digo-o sem ironia, é que foi feito algum trabalho nesse plano. Não se pode
querer sol na eira e chuva no nabal. Há práticas menos éticas no meio de tudo
isto? Talvez, como, diria mesmo, se exige num mundo do futebol recheado de
gente pouco recomendável, onde abundam off-shores, empresários sul-americanos
de má fama, máfias de leste, jogadores gananciosos, entre muitos outros
agentes, havendo que sobreviver-lhes. Crimes graves? Não, e muito menos com
influência nos resultados desportivos. Eu vi os jogos. Vi as arbitragens.
4) OPERAÇÃO LEX
Aqui existe o primeiro caso verdadeiramente grave de toda esta
temática. Porém, não só o mesmo não tem nada a ver com desporto, como não tem
nada a ver com o Benfica em si – a não ser o facto de os protagonistas lhe estarem
directa ou indirectamente ligados.
A serem verdadeiras as suspeitas conhecidas, o juiz Rui Rangel parece ficar
em maus lençóis. É um juiz, de quem se espera isenção e escrupuloso cumprimento
das leis. Há suspeitas de tal não ter acontecido. Veremos.
Quanto a Luís Filipe Vieira, diria que, a ser verdade o que se lê, também
tem razões para temer uma eventual condenação, ainda que substancialmente menor.
Mas digo mais, e isto para mim é importante: se um filho meu estivesse com
problemas judiciais, e um juiz amigo me viesse oferecer a sua disponibilidade
para ajudar, eu não recusaria. Se me quiserem prender por isso, aqui estou.
Se foi isso que efectivamente “passou-se” (perdoem-me a ironia), então,
independentemente do que os tribunais vierem a decidir, eu absolvo desde já o
presidente do Benfica. E nem os imperativos categóricos da ética Kantiana me
vergariam a outra conclusão.
5) CASO CENTENO
Um caso ridículo, que só serviu para desmascarar a ligeireza com que o
Ministério Público tem vindo a actuar nos últimos anos. Buscas completamente
infundadas, a partir de notícias de jornal, quase custaram ao país um
importante cargo internacional – aprecie-se mais ou menos o desempenho do ministro
em causa.
Este caso fez-me luz: este Ministério Público procura sistematicamente
o Show- Off, e não é de confiança. Perdeu a credibilidade. E quando se prede a
credibilidade jamais se recupera. A menos que se mude de figuras.
6) ALICIAMENTO DE JOGADORES
Aqui sim, haveria algo de muito grave. Digo haveria, pois não acredito
que tenha acontecido, e muito menos que se venha a provar em sede de julgamento.
Se é tão fácil corromper um jogador para facilitar num jogo, mais fácil será
pagar-lhe para ir à televisão afirmar que o fez, ou que foi assediado para o
fazer. Assim, não atribuo qualquer credibilidade à entrevista da SIC com uma
figura desfocada que era, ou dizia ser, jogador do Marítimo.
Também as denúncias anónimas em torno de um Rio Ave-Benfica estão
muito longe de merecer qualquer credibilidade. Recordo que dois dos nomes
visados nem estavam já na equipa vila-condense, e outro até foi considerado
pelos jornais como o melhor em campo na partida em causa.
E se formos pelas aparências, eu desconfiaria bem mais do
Portimonense-FC Porto e da segunda parte do Estoril-FC Porto, ambos da
temporada passada (para não ir a tempos mais remotos, e a prestações dúbias de
atletas que acabariam contratados pelo clube azul e branco poucos anos mais
tarde), do que de partidas que o Benfica venceu com elevadíssimo grau de
dificuldade. Lembro-me bem do que sofri com aquela vitória em Vila do Conde,
obtida a poucos minutos do fim, com um cabeceamento do Jimenez.
Mas, voltando à primeira linha, reafirmo que, se um dia se provar que
o Benfica esteve envolvido em algo do género, então sim, sentir-me-ei profundamente
envergonhado, e retirarei imediatamente o apoio a quem tenha promovido esse
tipo de prática.
Porém…faltam os factos.
7) MALA CIAO
Pagar a alguém para ganhar a equipas concorrentes já é outra questão.
Não sei se aconteceu, mas até acredito que tenha acontecido (não só com o Benfica,
mas com todos os outros). Em Portugal é crime, mas em Espanha, por exemplo, não
é.
Se aconteceu, e o clube for multado por isso, pois paciência. Preferia
que não acontecesse, mas eticamente não me parece nada de muito grave.
Uma nota para o nome dado à operação de investigação, retirado de um
slogan portista alusivo à perda do campeonato pelo Benfica. Se queriam ser
isentos, poderiam escolher melhor o nome das operações.
8) E-TOUPEIRA
Tem sido o caso mais falado, pois foi o único a merecer uma acusação
formal por parte do Ministério Público, na pessoa do procurador Valter Alves –
ao que se diz, portista confesso, aspecto que não deveria sequer ser tido em
conta, mas infelizmente tem de ser mencionado.
Obviamente que, em termos globais, o caso tem contornos bastante
graves. Desde logo o comportamento de funcionários judiciais que, alegadamente,
violaram o seu dever profissional de forma reiterada, e que, a comprovar-se o
que está no despacho de acusação, dificilmente evitarão uma condenação final.
Em todo o caso, não fica mal uma palavra de aceno benfiquista para quem tanto
se prejudicou pelo clube do coração – partindo do princípio de que em troca
apenas recebeu camisolas e selfies com os jogadores. Sei que é politicamente
incorrecto, mas envio-lhes daqui um abraço solidário, sobretudo ao José Augusto
Silva, que se mantém detido. Errar é humano, e errar por paixão mais humano é.
Se foi o caso, um abraço!
Partindo sempre do princípio de que aquilo que consta da acusação é
verdade, também Paulo Gonçalves estará em maus lençóis. Terá tentado agir em
benefício do Benfica, é certo, mas ultrapassou as suas competências, e os
limites da lei. Eticamente pergunta-se? O que faria cada um de nós no seu
lugar, sendo jurista numa instituição alvo de investigações, e tendo
possibilidade de aceder a elas por via de funcionários judiciais cúmplices?
Responda cada um de nós, se puder.
Paulo Gonçalves está na porta de saída do Benfica. Dado o desenrolar
do caso, dado o mediatismo do mesmo, penso que todos ficam a ganhar com esta
saída. Se um dia provar a sua inocência, poderá voltar, e seguramente será bem
recebido.
Quanto à acusação à SAD, o caso é diferente. Primeiro porque nenhum
dos seus administradores chegou a ser constituído arguido. Depois porque não se
vislumbra, no despacho, qualquer facto concreto que nos indique, nem que a SAD
tinha conhecimento do crime, muito menos que o crime tenha partido dela, nem
mesmo que benefício prático possa ela ter retirado dele. Luís Filipe Vieira
assina diariamente centenas de papéis, com origem nas mais variadas áreas do
clube. Até pode ter assinado os convites aos corrompidos, ou constado do c/c
dos mails (que provavelmente nem chegou a ler). Mas, como saberia ele (ou como
se poderá provar que sabia) o que era facultado em troca? Será extremamente complicado
provar em tribunal qualquer envolvimento da SAD. Será totalmente impossível
transportar o assunto para o plano desportivo, como parece pretender, à viva
força, o Procurador Valter Alves.
De qualquer modo, ninguém matou ninguém. Estaria o sistema penal (e
nós todos) na paz dos anjos, se todos os crimes do país fossem estes. O
mediatismo é totalmente desproporcionado àquilo que está em causa. Um jurista
em nome de uma entidade, ou trabalhando nela, terá tentado saber pela porta do
cavalo algumas informações sobre processos judiciais, servindo-se de
funcionários pouco profissionais. É disto, e apenas disto, que falamos no
E-Toupeira.
A pergunta que também se impõe é: então e os outros casos de violação
do segredo de justiça? Quase diariamente lemos nos jornais notícias que partem
de violações de segredo de justiça, e certamente essa documentação não entra a
voar pela janela das redacções. Haverá alguém que paga por ela, e alguém que é
pago para a facultar. Mas nunca vi tamanho zelo dos investigadores nessas
situações como neste E-Toupeira.
9) IPDJ / NN
Já noutro âmbito, o castigo de um jogo à porta fechada imposto pelo
IPDJ é totalmente absurdo. Primeiro porque a própria lei é absurda e ambígua,
não caracterizando suficientemente o que são grupos organizados ou grupos não
organizados de adeptos. Depois porque a aplicação da mesma tem sérias
limitações – qual o rácio de membros registados das principais claques de
Sporting e FC Porto face ao número total de membros? E ainda porque o castigo
surgiu a reboque da pressão dos clubes rivais, designadamente dos seus
directores de comunicação.
O (ainda?) presidente do IPDJ e ex-atleta do Sporting já tinha pouca
credibilidade. As entrevistas que tem dado, na sequência da sua substituição no
cargo, têm reforçado a ideia de um homem faccioso, rancoroso, incompetente e
irresponsável. O ódio anti-benfiquista nota-se a léguas.
Espero que o recurso interposto pelo Benfica seja analisado com maior
isenção, e que este castigo não passe do papel.
10) CD LIGA / ESTORIL
Noutro sentido, e mesmo contrariando o que diz o clube, entendo e aceito
o castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Liga. A atitude de alguns
adeptos do Benfica no Estoril, na temporada passada, foi absolutamente estúpida
– até porque, se bem me lembro, as tochas surgiram após o golo do empate, e a
equipa não podia perder tempo.
O problema que se põe é a igualdade de tratamento face a situações
idênticas protagonizadas por outros adeptos, noutros estádios.
De qualquer modo, mandasse eu no Benfica e teria aproveitado a partida
da Taça da Liga com o Rio Ave para resolver este problema, não deixando de
clamar por idêntico tratamento para com situações semelhantes ocorridas com
outros protagonistas.
CONCLUSÃO: No meio de tudo
o que ficou dito, há coisas graves e coisas de âmbito desportivo. Acontece que
as graves não são de âmbito desportivo, e as de âmbito desportivo não são
graves.
Dificilmente o Benfica sofrerá qualquer condenação desportiva, pelo
menos daquelas que os adversários esperam (descida de divisão (!?!), inibição
de competir, perda de pontos, etc). No único caso em que está formalmente acusado,
não creio existir qualquer prova de culpabilidade, nem possibilidade de a obter.
Para além disso, mesmo na hipótese académica de todas as acusações, e
suspeitas, serem fundamentadas, nenhum, mas mesmo nenhum dos casos pressupõe,
da parte dos dirigentes do Benfica, e/ou do seu presidente, qualquer acção que
visasse prejudicar o clube – como, lembremos, já aconteceu no passado com
outras figuras do Benfica. É importante que os adeptos reflictam também sobre
isto.
Os títulos conquistados pelos encarnados, nomeadamente os do “Tetra”,
deveram-se a grandes equipas, recheadas de jogadores que hoje actuam nos
principais clubes do mundo. Em nenhum desses anos houve em Portugal equipas
melhores que as do Benfica. E quando as houve –na época passada – o campeonato
escapou-lhe. Vimos neste período arbitragens más, boas e assim-assim. O Benfica
foi beneficiado e foi prejudicado indiscriminadamente, tal como FC Porto e
Sporting. Eu vi os jogos todos do Benfica, e a acção dos árbitros está à vista
de quem a quiser ver com isenção.
Como disse, há um aspecto que me poderia preocupar: o aliciamento de
jogadores adversários para facilitarem resultados (isso sim, seria difícil de perceber
em campo). Não acredito que tenha sucedido. Se alguma vez sucedesse, então sim,
haveria matéria para reequacionar tudo no que diz respeito ao Benfica e aos
seus dirigentes.
Até lá, não contem comigo para alimentar o folclore que se criou em
torno de tudo isto, com intenções claras (por um lado os rivais, por outro uma
comunicação social sensacionalista e ávida de sangue), e partindo de bases
criminosos. O número inusitado de casos, ao contrário do que alguns
pretenderão, reforça a ideia de uma sanha persecutória. Aproveitou-se uma
formiga para, com muito fumo, fazê-la parecer um elefante. A reunião que
pretendiam secreta entre os directores de comunicação de FC Porto e Sporting
(este, felizmente, cada vez mais longe do futebol) antecedeu a divulgação dos primeiros
e-mails. Essa história está por contar. Talvez nunca venhamos a saber o que foi
tratado naquele dia no Altis. Mas podemos desconfiar. “Eu faço fogo daqui, tu
fazes dali, o meu amigo A no jornal X ajuda-me, o teu amigo B na televisão Y
ajuda-te a ti, e tudo isto tem de ser feito de forma incessante e impiedosa
para descredibilizar, desestabilizar e, sobretudo, desunir” (esta última não
conseguiram). Um Ministério Público demasiado interessado em mostrar serviço
encarregou-se do resto.
A principal preocupação que tenho com estes casos é o efeito nefasto
que possam ter em termos de imagem externa, designadamente junto de
patrocinadores ou entidades oficiais do futebol europeu. A proverbial lentidão
da justiça em Portugal fará com que tudo se arraste durante anos, situação que
será aproveitada pelos Jota Marques deste mundo, e pela comunicação social,
para escarafunchar na ferida sempre que lhes for oportuno. Se o Benfica ganhar cinco
jogos seguidos, lá teremos mais uma notícia a pingar (o Paulo Gonçalves jantou
com A, o presidente passou na mesma rua que B, ou outra picuinhisse qualquer
para encher ecrãs e primeiras páginas). Não fosse isto, e dormiria
absolutamente descansado com toda a nuvem de fumo que criaram em redor do
Benfica.
Espero, e exijo, que os principais responsáveis do Benfica deixem o
assunto com os advogados, e se dediquem aquilo que mais nos interessa, ou seja,
voltar a ganhar o campeonato, e voltar a fazer boa figura na Liga dos Campeões.
Quanto aos adeptos, devo regozijar-me com a atitude de grande coragem
manifestada pela esmagadora maioria (e que, de algum modo, até me tem surpreendido).
O estádio continua a encher, foi batido o recorde de venda de cativos, e toda a
gente com quem falo é unânime na defesa do clube e dos seus responsáveis face a
tudo aquilo que é público.
Lamento, em sentido contrário, que o meu estimado amigo Ricardo Araújo
Pereira e seus companheiros no programa “Governo Sombra”, todos confessos adeptos
do clube da Luz, sejam a excepção a esta regra, tenham outro entendimento, e
tenham adoptado uma atitude porventura politicamente mais correcta junto de
algumas franjas de telespectadores, mas menos rigorosa, e certamente menos
benfiquista. Num momento em que o Benfica luta, sobretudo, por manter a sua
imagem impoluta, tudo o que não precisa é que sejam os seus próprios adeptos
(mormente os de maior visibilidade) a colocar-se do outro lado, do lado dos que
julgam na praça pública e condenam sem provas nem critérios.
Mas isso é um pormenor. O Benfica está unido, forte e no caminho do
37.
Viva o Benfica!
8 comentários:
Sou um português que sempre cumpriu com as suas obrigações de cidadão, na obediência às leis do país e no respeito pelos meus semelhantes.
É nessa qualidade de cidadão cumpridor, e porque se me figura que o meu clube, O Sport Lisboa e Benfica, anda a ser perseguido pelas instâncias que regulam o futebol e o desporto em Portugal, e atendendo a que vivo numa República Livre e num Estado de Direito (ao que me dizem, e eu não quero duvidar), organização político-social onde a transparência e a equidade não poderão resumir-se a figuras de retórica, gostaria que fossem tornadas públicas as preferências clubísticas das seguintes personalidades da área do desporto:
(FPF) Federação Portuguesa de Futebol:
Direção - Presidente: Fernando Soares Gomes da Silva; Vice-presidentes: Hermínio Loureiro, Humberto Coelho, e Pedro Proença (por inerência); Diretor Geral (CEO): Tiago Craveiro; 8 diretores;
Conselho de Justiça - Presidente: Manuel dos Santos Serra; Vice-presidente: José Joaquim Sampaio Nora; 5 vogais;
Conselho de Disciplina - Presidente: José Manuel Meirim; Vice-presidentes: Maria José Carvalho, Álvaro Batista; 10 vogais;
Conselho de Arbitragem - Presidente: Fontelas Gomes; Vice-presidentes: João Ferreira, Paulo Costa, Lucílio Batista; 7 vogais;
(LPFP) Liga Portuguesa de Futebol Profissional:
Direção - Presidente: Pedro Proença de Oliveira Alves Garcia; Conselho Jurisdicional -Presidente: Américo Joaquim Pires Esteves; 9 vogais efetivos e 2 suplentes; Comissão de Instrução e Inquéritos - ???;
(IPDJ) Instituto Português do Desporto e Juventude:
Secretário de Estado: João Paulo de Loureiro Rebelo; membros do Conselho Diretivo.
Sobre a Porta 18 temos aqui a explicação dada pelo Benfica:
A Porta 18
"A investigação teve início por denúncia do Benfica e a operação teve o sucesso que teve porque o Benfica colaborou naquilo que lhe foi pedido pela PJ. Felizmente e ao que se sabe Benfica não só denunciou como colaborou no que pôde para que a PJ tivesse sucesso na operação. A própria PJ já informou que o Benfica não está envolvido.
Não foi encontrada nenhuma droga no estádio da Luz mas sim com o arguido e fora do estádio da Luz.
A pessoa em questão já não trabalhava na Luz nem era motorista, o actual motorista de Vieira é o Ricardo já há 7 anos.
O carro foi comprado em leasing, o ex-funcionário ficou com o automóvel e era ele que pagava o leasing porque já estava em seu nome."
Em relação ao Caso Lex, convém ler o que disse o dr. João Correia sobre o caso, que não tem nada a ver com divida do filho de Vieira. O que Vieira tinha era um crédito de 1,6M ao estado, não era nenhuma dívida. Por isso as alegadas escutas do Vieira que falavam em dívida são falsas!!
Dr. João Correia:
"O objeto [Caso Lex] tem pouco que ver com o Benfica. Tem a ver com outras personalidades que tiveram alguma relação com o Benfica e com alguns dirigentes - não tem a ver com atividade do Benfica, nem com a da SAD. Procuram-se elementos que tenham a ver com essas personalidades.
Rui Rangel? É sócio... se quer que divulgue quais são as personalidades, não o vou fazer. Estão lá variadíssimas personalidades, relacionadas até com outros clubes que não o Benfica", começou por dizer João Correia, em declarações à CMTV, sublinhando: "LFV ainda não é arguido."
"A dimensão do Benfica é tal que isto não afecta. Agora há alguma mão por detrás destes ataques... presumo que sim, pois nem tudo o que está a ser feito tem justificação, nem para a discriminação do Benfica em realção aos outros intervenientes no mundo do desporto", prosseguiu o advogado dos encarnados, reforçando:
"As autoridades judiciais e jurisdicionais portuguesas não têm mão nas invectivas, na origem destes ataque contra o Benfica, mas era bom que tivessem. Já as participámos criminalmente, todas as semanas são participados crimes... A causa é que eu desconheço, pois não tem a ver com práticas ilegais do Benfica, tem a ver com uma perseguição ostensiva. O tiro ao alvo para alguns setores do Ministério Público é muito fácil."
Referindo-se aos fundamentos da Operação Lex, João Correia rematou: "O mandados indiciavam muito mal o que leva a estas buscas. Coisas muito vagas, genéricas, pouco concretizadas (Déjà Vu?). Por aquela via qualquer pessoa pode ser investigada em qualquer circunstância."
“Há uma opção parcial e parcelar de alguns setores do Ministério Público em relação ao Benfica. Há uma mão por detrás destes ataques ao Benfica, há uma perseguição ostensiva ao Benfica”.
Todos nós sabemos que é essa mão e tem um nome, Pedro Fonseca, inspector da PJ!! Que já foi denunciado em blogues e nos jornais.
O Caso Centeno:
1. A comunicação dos dragartos planta num órgão da CS uma noticia falsa que o ministro Centeno tinha recebido vantagens na forma de 2 bilhetes para a tribuna VIP como agradecimento pelo desbloqueamento de um processo de isenção de IMI do filho de LFV.
2. Num comunicado enviado às redações, o MP assumia que “ordenou a instauração do processo-crime na sequência da publicação nos órgãos de comunicação social de notícias sobre a solicitação de bilhetes para assistência a jogo de futebol (…) em tribuna presidencial”. As notícias, recordava a mesma nota, apontavam que “no mesmo período temporal, veio a ser concedida uma isenção de IMI a um familiar do presidente do clube que tinha oferecido os bilhetes ao ministro das Finanças”.
3. Isto é, o MP abria processos de investigação por notícias falsas plantadas na CS.
4. "O Ministério Público estaria a investigar suspeitas de favorecimento a uma empresa do filho do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. O MP quererá saber se LFV "apenas meteu uma cunha para apressar um processo de isenção de IMI relativo a uma empresa do filho ou se o caso pode envolver crimes".
A 8 de janeiro foi noticiado que Centeno teria facilitado o processo fiscal do filho do presidente benfiquista.
5. No fundo o que se passava com a notícia plantada era tentar castigar um ministro por ser adepto do Benfica e ter tido o desplante de querer ver um jogo do clube da sua simpatia, e ao mesmo tempo castigar o Benfica por existir.
6. Verificou-se que o processo já tinha sido arquivado. Para além disso não era um processo que se resolvesse através do Ministério das Finanças, mas da autarquia.
"Aquelas isenções são atribuídas mediante deliberação do município" e que é "com base nesta deliberação - que é genérica - [que] os serviços camarários comunicam as situações concretas aos serviços de Finanças do local de situação dos imóveis que, por sua vez, procedem ao averbamento das isenções em execução da referida comunicação. Neste, como noutros processos da mesma natureza, não houve - como não teria de haver - qualquer intervenção do governo".
Para além disso, um ministro só podia ir para a tribunal VIP por uma questão de segurança e cujos bilhetes não custam dinheiro porque são exclusivamente por convite.
Naturalmente que a cabala, que não tem outro nome, foi arquivada. Não sem antes arrastar o nome do país e do ministro para a lama.
Mas o que importa isso quando o mais importante é sujar o nome do Benfica?
O Caso dos Vouchers.
Este caso já foi investigado pelos órgãos correspondentes da FPF e da UEFA e já foi arquivado em todas as 6 instâncias.
Os vouchers nunca foram negados mas estão inseridos naquilo que se considera "prendas de cortesia", permitidas por lei em todos os países e pela UEFA, que são dadas por TODOS os clubes, especialmente na Europa e com ênfase nas competições europeias.
O resultado disto tudo será que a UEFA arquivou o caso, como fez a FPF, e o Benfica irá continuar com o processo crime de indemnização de 40M contra Sporting, por calúnia já com as provas das decisões não só da FPF como da UEFA.
A imputação ao Benfica de "condutas ilegais que tinham por objeto e finalidade corromper, ainda que sob a forma tentada, árbitros, delegados e observadores aquando dos jogos disputados ora no Estádio da Luz, ora no Caixa Futebol Campus" deu origem a que o Benfica instaurasse diversos processos tanto na esfera disciplinar como na esfera criminal, visando quer o apuramento dos factos denunciados, quer a responsabilidade de quem de forma insidiosa tentou, e tenta, denegrir o bom nome e imagem do Sport Lisboa e Benfica.
Como se irão defender da acusação de calúnia e do levantamento de acusações falsas é que iremos ver.
No acórdão do Comité Disciplinar da UEFA a que o Maisfutebol teve acesso, um longo acórdão de nove páginas, pode ler-se que «após uma avaliação cuidadosa da queixa, os relatores nomeados chegaram à conclusão que não deve ser aberto um processo disciplinar e que a queixa deve ser devolvida ao queixoso», neste caso ao Sporting.
Entre outros argumentos, o Comité Disciplinar refere que o «Kit Eusébio» era oferecido não apenas a árbitros mas também aos clubes adversários e até em jogos fora de casa.
Acrescenta-se que o Benfica não pedia qualquer favorecimento quando entregava os kits e que a maior parte dos árbitros e delegados nem usufruía das refeições por falta de tempo.
De resto, pode ler-se no acórdão, a oferta de kits com uma refeição, uma visita ao museu e uma camisola do clube pode ser entendida como «hospitalidade», não havendo na legislação portuguesa qualquer limite para o que é bem receber ou para o que passa disso.
Para além disso, o Comité Disciplinar diz que é prática comum os clubes oferecerem pequenas recordações aos árbitros e delegados, sabendo-se que o limite são prendas até 300 euros para os primeiros e até 200 euros para os segundos.
Ora, continua o acordão, não há qualquer prova de que o Kit Eusébio ultrapassava esse limite, sendo genericamente atribuídos os valores de 71,43 euros à refeição, 59,90 euros à camisola e 10 euros à visita ao museu, o que perfaz 141,33 euros no total.
A UEFA lembra que este caso ainda corre na justiça desportiva portuguesa, particularmente no Tribunal Arbitral do Desporto, para o qual o Sporting recorreu, pelo que «não existe matéria para abrir qualquer procedimento disciplinar», mas que também ARQUIVOU o caso.
Isto é, os lagartos perderam em todas as instâncias e terão ainda de se haver com um processo crime de 40M!!
Em relação ao caso dos emails, Meirim ontem na entrevista afirmou o seguinte:
“Em relação aos emails, pelo que tenho visto, e daquilo que é do domínio público, não há, até ver, ali nada de teor desportivo”.
Se lermos o que escreveu a ERC sobre o assunto em 142 páginas.
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Deliberação:
De todo o exposto se conclui que o modelo folhetinesco semanalmente levado a cabo pelos programa do Porto Canal sob a aparência de um trabalho de investigação jornalística e que, a pretexto de um interesse público associado a uma denominada "verdade desportiva", denunciando exuberantemente prática social e juridicamente reprováveis protagonizadas por pessoas ligadas ao SLB e por terceiros a esta instituição alheios, traduz-se afinal num exercício inconsequenteeem cujo âmbito são ignorados elementares exigências aplicáveis à actividade jornalística.
Em conformidade, delibera:
1. Considerar procedente a queixa apresentada pela Queixosa (SLB) contra o operador televisivo (FCP).
3. Reprovar veementemente o operador televisivo identificado pela sua conduta, da qual esteve ausente qualquer propósito de informar, e sendo a mesma susceptível de acarretar evidente e porventura irreparável afectação do bom nome da Queixosa e de terceiros.
5. Sublinhar que pertence ao foro judicial o apuramento de eventuais ilícitos de natureza cível ou criminal que possam resultar do presente caso.
7. Dar conhecimento da deliberação resultante deste procedimento à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista para os fins por esta tidos por convenientes.
A ligação do MP e do FCP por causa do nome mala ciao é excessiva. É piada antes com música que esteve muita em voga este ano, por ser banda sonora de série da netflix. O que não faltou aí nas redes sociais foram as mais diversas apropriações do tema Bella Ciao por todos os motivos e mais alguns sem terem nada a ver com futebol.
Muito obrigado por todas essas achegas, bastante enriquecedoras
Falta de seriedade e isenção nesta análise! Tenha vergonha! Não sei como se sujeita a fazer destas figuras.
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