OS MAL-AMADOS
Se, num estádio com 60
mil pessoas, 200 assobiarem freneticamente, e 59800 permanecerem em silêncio, o
barulho da minoria ecoará no relvado com um nível de decibéis muito para além
da sua representatividade. É assim que se estabelecem equívocos, rapidamente usados
pelos rivais, e pela comunicação social, para derramar o sangue de que se
alimentam.
Alguns benfiquistas não
entendem que, ao vaiar um dos nossos, estão a dar armas ao adversário. Os
jogadores são seres humanos, têm sistema nervoso, sentem emoções, e no futebol,
como no desporto em geral, como na vida, a auto-confiança é determinante para
um bom desempenho. Ao ser apupado, o jogador executará pior, pois a pressão e o
medo de errar irão tolher a sua vontade. Perde ele, perde a equipa, e perdem os
adeptos, num ciclo que nem sempre é fácil inverter.
A exigência faz parte
do ADN encarnado, e é hoje, felizmente, marca de todo o universo do Clube. Só
os melhores podem estar no Benfica. Mas, no que toca aos atletas, cabe ao
treinador materializar essa exigência nos treinos e nos jogos, com base em informação
de que os adeptos nem sempre dispõem.
Quem entra em campo vestido
com o “Manto Sagrado”, é automaticamente credor da nossa vénia, e do nosso
apoio incessante. Só assim faz sentido enchermos as bancadas da Luz. Só assim
nos realizamos como verdadeiros benfiquistas.
No passado, nomes como Cavém,
Nené, Vítor Paneira, Nuno Gomes ou Óscar Cardozo, foram vítimas de facções de
assobio fácil. É quase revoltante lembrá-lo.
Agora, há também um ou
dois “eleitos” que padecem da mesma sorte. É tempo de acabar com esta triste
tradição.
2 comentários:
E é por esses nomes todos terem sido assobiados (e o Luisão também teve a sua quota parte de assobios) que é importante não vender ao desbarato tudo o que mexe. É preciso guardar alguém que conte a quem chega que ali é para ganhar tudo e a todos. Que o nível de exigência está lá bem em cima. Que a Luz não é só o Inferno dos adversários, é a Fornalha onde quem relaxa arde em lume brando.
São os chamados "benfiqueiros" ou "benfiquistos", como lhes chamava um conhecido ex-presidente do clube, uma raça de benfiquistas bastardos, não filhos legítimos do Benfica, não por serem filhos de pai incerto, mas por serem filhos da mãe estupidez e do pai doente mental.
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