ANTI-CLIMAX
Não sei porque existe,
nem a quem interessa. A paragem das competições futebolísticas de clubes nesta
altura do ano é uma aberração, que não serve a modalidade, nem os seus
intervenientes ou seguidores.
Tenho para mim que todo
o futebol de selecções deveria jogar-se em Junho. Além das fases finais, também
(nos anos precedentes) as respectivas qualificações. Protegiam-se os clubes e
os jogadores, estimulavam-se os adeptos, e lucravam as próprias federações – com
entusiamo redobrado em redor das equipas nacionais, logo maior relevo mediático
e desportivo, traduzido em audiências e patrocínios.
As paragens de Outono
já são nefastas. A de Março, é um completo absurdo.
Num dos momentos mais
quentes da temporada, eis que, de repente, se subtrai toda a emoção que o
futebol oferece, em troca de quase nada. Com competições europeias a decorrer,
com os campeonatos ao rubro, é torturante, e quase insultuoso, pedir a quem ama
o futebol que coloque o seu clube na algibeira, e rejubile com uma equipa onde
irão actuar alguns dos seus adversários directos. Para os atletas, desviar o
foco dos objectivos que os alimentam, e encontrar metodologias de treino
diversas (nalguns casos, até contraditórias), também não deve ser fácil, nem
produtivo. Os pobres treinadores dizem mal da vida, sem armas para preparar os
compromissos seguintes. Do risco de lesões até tenho medo de falar, sobretudo quando
me recordo de Bento, Humberto, Simão, e, mais recentemente, Nélson Semedo.
Que Portugal ganhe à
Hungria. Mas que este fim-de-semana estúpido e acinzentado passe depressa.
Queremos a nossa paixão de volta!
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