CROMO DA BOLA
Para os lados de Alvalade, o Carnaval veio com uma semana de
antecedência. E é provável que continue muito para além da tradicional
quarta-feira de cinzas.
Logo que chegou à presidência do Sporting, a postura de Bruno Carvalho
perante certas figuras parecia a de alguém capaz de trazer algo de novo ao
futebol português. Rapidamente a máscara lhe caiu. Viu-se precipitação em vez de
sensatez, fanfarronice em vez de coragem, e conflitualidade barata em vez de
determinação.
Tratando o clube como um brinquedo, incompatibilizou-se com o FC
Porto, incompatibilizou-se com a Liga, incompatibilizou-se com a Federação,
incompatibilizou-se com os fundos, incompatibilizou-se com a UEFA,
incompatibilizou-se com os jogadores, incompatibilizou-se com o treinador,
incompatibilizou-se com figuras históricas do seu clube, incompatibilizou-se
com os anteriores dirigentes, incompatibilizou-se com grupos de adeptos,
incompatibilizou-se com a imprensa, e faltava, obviamente, incompatibilizar-se
com o Benfica. Não havia melhor ocasião do que o rescaldo de um resultado
frustrante. Uma tarja infeliz serviu de pretexto.
Fosse eu a decidir, e teria ficado sem resposta desde o primeiro
comunicado. Este tipo de personagem procura protagonismo, e nada melhor que uma
boa dose de polémica para o conseguir. Infelizmente, já por cá tivemos igual.
Conhecemos a espécie. Daqui ao descrédito total – mesmo entre os seus - é apenas
uma questão de tempo.
O corte de relações não nos tira o sono. Não me recordo do Benfica
ganhar alguma coisa por ter melhores ou piores relações institucionais com o
Sporting. Nos momentos-chave, em que o futebol português podia dar passos no
sentido da regeneração, o Sporting assobiou para o lado. Ao respeito que sempre
lhes dispensámos, responderam com o ressentimento próprio dos invejosos. Não
servem para nada. Não fazem falta. Não contam para o nosso campeonato. Podem
ficar a falar sozinhos. Daqui, não os ouvimos.
Vamos ganhar ao Moreirense, pois é isso que verdadeiramente interessa.
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