GUIADOS PELA JUSTIÇA
Seria difícil estabelecer um nexo de causalidade entre a liderança
isolada do Benfica na classificação do Campeonato, e a maravilhosa atitude dos benfiquistas
nos últimos minutos do jogo com o Zenit para a Liga dos Campeões. Mas uma coisa
sucedeu à outra, como que premiando o trabalho, o esforço, a fé e o sentido de
comunhão que haviam sido demonstrados dias antes, e constituem parte integrante
da nossa matriz identitária.
O que se viu na partida internacional foi belo, e incomum em estádios
portugueses. Algumas mentes mais empedernidas desdenharam daqueles aplausos,
confundindo a satisfação por um resultado (e nenhum de nós saiu satisfeito da
Luz nessa noite), com o reconhecimento do trabalho de profissionais que,
perante múltiplas contrariedades, lutaram até à última gota de suor por um
desfecho mais feliz. Participar naquele momento foi algo que me orgulhou
enquanto benfiquista, enquanto apaixonado do futebol, e até enquanto português.
Como tantas vezes acontece, no futebol e na vida, justiça seguiu os
seus próprios caminhos: no domingo, uma conjugação de resultados favoráveis
guindou o Benfica à liderança da tabela classificativa, algo que afaga a moral
da equipa e dos adeptos, e constitui precioso estímulo para os compromissos
vindouros.
Vencer o Moreirense não foi tarefa fácil. Em primeiro lugar devido à
organização colectiva que o conjunto minhoto apresentou, em segundo lugar
devido ao anti-jogo que cedo começou a praticar, e em terceiro a um certo
adormecimento do Benfica ao longo da primeira parte – o qual poderá ter a ver
com o desgaste físico e anímico da partida anterior, mas que deverá servir de
aviso para uma equipa que tem na conquista do Bi-Campeonato a sua grande
prioridade.
Nos próximos dias, mais um duplo compromisso. E mais um desafio à
concentração competitiva da nossa equipa. Todo o grupo de trabalho estará
certamente desperto para a importância do jogo de Leverkusen. É muito importante
que se mantenha ainda mais desperto para o jogo com o Estoril.
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