INEVITÁVEL


Olhando friamente para o que foi sendo noticiado na imprensa relativamente a cada um dos casos, e deixando de lado os estados de alma originados por uma pré-época desoladora, é de concluir o seguinte:
Oblak saiu pela cláusula de rescisão, contra a vontade do clube, e com uma atitude pouco digna das qualidades que revela na baliza. Nada a fazer.
Siqueira terá sido convidado a ficar, colocando exigências salariais incompatíveis com o mercado português. É natural que preferisse actuar no vice-campeão europeu, numa liga com muito maior visibilidade. Pouco ou nada a fazer.
Garay tinha apenas mais um ano de contrato. Terá sido convidado a renovar, e não aceitou a proposta, pelo que, em breve, poderia sair a custo zero. Tinha um dos mais elevados salários do plantel. O Benfica detinha apenas metade do passe. Pouco ou nada havia a fazer.
André Gomes e Rodrigo haviam sido vendidos em Janeiro, num acto de gestão que então suscitou os mais rasgados elogios, e que permitiu ao Benfica encaixar uma verba considerável, contando ainda com os préstimos dos atletas na conquista dos títulos. A decisão havia sido tomada, e bem tomada.
Markovic saiu pela cláusula de rescisão. Apenas metade do passe pertencia ao Benfica, e a escolha não estaria na mão dos responsáveis encarnados. Nada a fazer.
Cardozo não chegou a recuperar do problema físico que o afectou há uns meses. Tinha um dos mais elevados salários do plantel. Com uma percentagem do passe alocada ao Fundo, a SAD estaria obrigada a desembolsar cerca de quatro milhões de euros para o manter. Decisão bem tomada.
Contas por alto, e juntando aqui Matic, o Benfica terá arrecadado nos últimos meses mais de cem milhões de euros, verba importantíssima para fazer face aos constrangimentos decorrentes de uma crescente dificuldade na obtenção de crédito – à qual não serão alheios os conhecidos acontecimentos num dos pilares do sistema bancário português.
Nada disto foram boas notícias. Mas todas foram notícias que o Benfica dificilmente poderia ter evitado.

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