PRÉ-ÉPOCA? QUAL PRÉ-ÉPOCA?
É natural que alguns leitores estranhem a indolência que este espaço tem evidenciado nos últimos dias. Afinal de contas o Benfica voltou à acção, e por aqui…nada.
Na verdade não gosto de escrever sobre aquilo que não sei, e neste momento pouco ou nada sei sobre o apuro de forma dos encarnados, pois não vi nenhum dos seis jogos já realizados. Ou por outra, vi alguns minutos do jogo contra a fome (mais pela curiosidade de ver Figo, Rui Costa, e, sobretudo, Ricardo Araújo Pereira, Pedro Ribeiro e Fernando Mendes, do que por qualquer outra coisa), e com esta excepção, limitei-me a ver curtíssimos resumos, sendo que nalguns casos (como, por exemplo, nestes da Polónia), nem um golinho vi.
O futebol, para mim, começa dia 19 de Agosto – embora pense assistir ao Benfica-Real Madrid, pois perder um clássico desta natureza, na Luz, também seria demais. Até lá, é tempo para outras coisas, pois a vida de adepto (vivida com intensidade) também necessita de férias. Para além disso, outros motivos me afastam dos jogos de pré-época, a saber:
1) Não me entusiasmo mesmo nada com jogos amigáveis. Futebol sem competição não é futebol. É outra coisa qualquer, que me diz muito pouco. Há excepções, como esta Eusébio Cup, pois não é todos os dias que se vê um Real Madrid ao vivo.
2) O Europeu consumiu-me o mês de Junho, com overdoses diárias de Futebol, de comentários sobre Futebol, e de emoções fortes á volta a campanha portuguesa. Após o mesmo, uma sensação de descompressão, e uma necessidade de respirar, colocaram-me num planeta distante do mundo da bola. Ainda por lá estou.
3) Mal acabou o Euro, teve início o Tour de France, prova desportiva que vivo sempre com grande entusiasmo e carinho. Como também tenho de trabalhar, o tempo livre para ver televisão tem sido diariamente destinado às etapas diárias, em directo ou gravadas, conforme a disponibilidade. Agora seguem-se os Jogos Olímpicos, cuja carga horária ainda é maior. Em qualquer dos casos, privilegio, sem hesitar, este tipo de competições de importância global, e de intensidade extrema, a joguinhos de Futebol em relvados suíços, sem qualquer interesse, jogados a ritmo de férias, e com quinze substituições pelo meio.
4) Tudo o que acabo de escrever podia ser um pouco diferente, caso estivéssemos perante a nova e definitiva equipa do Benfica. Era assim no passado (na minha infância e juventude), quando os primeiros jogos particulares já mostravam o plantel fechado, quando o que estava em causa era definir o onze-base, e onde podíamos, a partir deles, perceber desde logo a correlação de forças face aos rivais. Acontece que não tenho certeza que Garay, Witsel, Javi Garcia, Gaitán ou Cardozo permaneçam na Luz, não sei quem será o lateral-esquerdo, nem o lateral-direito suplente, nem os substitutos daqueles que eventualmente saiam. Também não sei se Hulk, Moutinho, Fernando, Álvaro Pereira, Rolando ou James vão continuar no FC Porto. Entre estes nomes, de um e outro lado, as combinações possíveis são demasiado numerosas para qualquer avaliação prévia. Ou seja, em termos de ilações a tirar, isto ainda é muito pouco, para não dizer que não é quase nada.
5) Nos anos anteriores, as pré-eliminatórias europeias obrigaram a um antecipar de atenções. Nesta época, felizmente, elas não serão obstáculo. Em rigor estamos a 27 longos dias do primeiro jogo oficial. É tempo demasiado para abraçar desde já qualquer tipo de entusiasmo semelhante ao esperado para os principais momentos da temporada.
6) Elas não matam mas moem. Os últimos dois anos dos futebol benfiquista foram férteis em desilusões. Desde a mal fadada meia-final da Liga Europa, em Braga – ocasião que, pela angústia em que me deixou, marcou fortemente a minha devoção ao Futebol -, confesso que não mais recuperei na plenitude. Para o conseguir, precisava de um título, e ele não apareceu. A pedra continua no meu sapato, e quando olho para a equipa, para o seu desempenho, para os seus problemas, para as soluções que não aparecem (a questão do lateral-esquerdo é já um clássico, não só de pré-temporada, mas de…temporada), vejo mais semelhanças do que queria face aos momentos das duas maiores tristezas futebolísticas que vivi em mais de vinte anos: a de Braga, e a Taça com o FC Porto na Luz, derrotas que não consigo esquecer.
7) Não é que, em contexto de crise, defenda esse tipo de política. Mas o que é certo é que os anos em que chegavam à Luz Di Maria e Cardozo, depois Aimar e Reyes, depois Saviola e Ramires, traziam um colorido à pré-temporada que agora parece impossível de reviver. Desde o título de 2010, os principais movimentos têm sido de saída e de desinvestimento (Di Maria, Ramires, David Luíz, Coentrão, e o mais que brevemente se verá). E nenhuma das contratações efectuadas tem nome e força mediática para despertar a curiosidade do adepto mais adormecido.
8) Se nos jogos a doer entendo que a equipa merece e precisa do apoio dos adeptos (e nunca de cenas lamentáveis como as que ocorreram após a Taça da Liga), nesta fase quer-me parecer que talvez precise mais de tranquilidade em seu redor. Por mim, vou deixá-los trabalhar totalmente em paz.
Assim, vou permanecer a meio-gás, embora a minha atenção provavelmente vá caminhar em sentido ascendente, à medida que o dia 19 de Agosto se for aproximando.
Na verdade não gosto de escrever sobre aquilo que não sei, e neste momento pouco ou nada sei sobre o apuro de forma dos encarnados, pois não vi nenhum dos seis jogos já realizados. Ou por outra, vi alguns minutos do jogo contra a fome (mais pela curiosidade de ver Figo, Rui Costa, e, sobretudo, Ricardo Araújo Pereira, Pedro Ribeiro e Fernando Mendes, do que por qualquer outra coisa), e com esta excepção, limitei-me a ver curtíssimos resumos, sendo que nalguns casos (como, por exemplo, nestes da Polónia), nem um golinho vi.
O futebol, para mim, começa dia 19 de Agosto – embora pense assistir ao Benfica-Real Madrid, pois perder um clássico desta natureza, na Luz, também seria demais. Até lá, é tempo para outras coisas, pois a vida de adepto (vivida com intensidade) também necessita de férias. Para além disso, outros motivos me afastam dos jogos de pré-época, a saber:
1) Não me entusiasmo mesmo nada com jogos amigáveis. Futebol sem competição não é futebol. É outra coisa qualquer, que me diz muito pouco. Há excepções, como esta Eusébio Cup, pois não é todos os dias que se vê um Real Madrid ao vivo.
2) O Europeu consumiu-me o mês de Junho, com overdoses diárias de Futebol, de comentários sobre Futebol, e de emoções fortes á volta a campanha portuguesa. Após o mesmo, uma sensação de descompressão, e uma necessidade de respirar, colocaram-me num planeta distante do mundo da bola. Ainda por lá estou.
3) Mal acabou o Euro, teve início o Tour de France, prova desportiva que vivo sempre com grande entusiasmo e carinho. Como também tenho de trabalhar, o tempo livre para ver televisão tem sido diariamente destinado às etapas diárias, em directo ou gravadas, conforme a disponibilidade. Agora seguem-se os Jogos Olímpicos, cuja carga horária ainda é maior. Em qualquer dos casos, privilegio, sem hesitar, este tipo de competições de importância global, e de intensidade extrema, a joguinhos de Futebol em relvados suíços, sem qualquer interesse, jogados a ritmo de férias, e com quinze substituições pelo meio.
4) Tudo o que acabo de escrever podia ser um pouco diferente, caso estivéssemos perante a nova e definitiva equipa do Benfica. Era assim no passado (na minha infância e juventude), quando os primeiros jogos particulares já mostravam o plantel fechado, quando o que estava em causa era definir o onze-base, e onde podíamos, a partir deles, perceber desde logo a correlação de forças face aos rivais. Acontece que não tenho certeza que Garay, Witsel, Javi Garcia, Gaitán ou Cardozo permaneçam na Luz, não sei quem será o lateral-esquerdo, nem o lateral-direito suplente, nem os substitutos daqueles que eventualmente saiam. Também não sei se Hulk, Moutinho, Fernando, Álvaro Pereira, Rolando ou James vão continuar no FC Porto. Entre estes nomes, de um e outro lado, as combinações possíveis são demasiado numerosas para qualquer avaliação prévia. Ou seja, em termos de ilações a tirar, isto ainda é muito pouco, para não dizer que não é quase nada.
5) Nos anos anteriores, as pré-eliminatórias europeias obrigaram a um antecipar de atenções. Nesta época, felizmente, elas não serão obstáculo. Em rigor estamos a 27 longos dias do primeiro jogo oficial. É tempo demasiado para abraçar desde já qualquer tipo de entusiasmo semelhante ao esperado para os principais momentos da temporada.
6) Elas não matam mas moem. Os últimos dois anos dos futebol benfiquista foram férteis em desilusões. Desde a mal fadada meia-final da Liga Europa, em Braga – ocasião que, pela angústia em que me deixou, marcou fortemente a minha devoção ao Futebol -, confesso que não mais recuperei na plenitude. Para o conseguir, precisava de um título, e ele não apareceu. A pedra continua no meu sapato, e quando olho para a equipa, para o seu desempenho, para os seus problemas, para as soluções que não aparecem (a questão do lateral-esquerdo é já um clássico, não só de pré-temporada, mas de…temporada), vejo mais semelhanças do que queria face aos momentos das duas maiores tristezas futebolísticas que vivi em mais de vinte anos: a de Braga, e a Taça com o FC Porto na Luz, derrotas que não consigo esquecer.
7) Não é que, em contexto de crise, defenda esse tipo de política. Mas o que é certo é que os anos em que chegavam à Luz Di Maria e Cardozo, depois Aimar e Reyes, depois Saviola e Ramires, traziam um colorido à pré-temporada que agora parece impossível de reviver. Desde o título de 2010, os principais movimentos têm sido de saída e de desinvestimento (Di Maria, Ramires, David Luíz, Coentrão, e o mais que brevemente se verá). E nenhuma das contratações efectuadas tem nome e força mediática para despertar a curiosidade do adepto mais adormecido.
8) Se nos jogos a doer entendo que a equipa merece e precisa do apoio dos adeptos (e nunca de cenas lamentáveis como as que ocorreram após a Taça da Liga), nesta fase quer-me parecer que talvez precise mais de tranquilidade em seu redor. Por mim, vou deixá-los trabalhar totalmente em paz.
Assim, vou permanecer a meio-gás, embora a minha atenção provavelmente vá caminhar em sentido ascendente, à medida que o dia 19 de Agosto se for aproximando.
2 comentários:
"E nenhuma das contratações efectuadas tem nome e força mediática para despertar a curiosidade do adepto mais adormecido."
Peço licença para discordar. Penso que o Ola John nos vai dar grande alegrias, mas não é ainda este ano. É muito novo, está ainda muito verde, como estavam o Di Maria e o D.Luis.
Para além disso é interessante começar a ver o desenvolvimento do Melgarejo como o nosso futuro defesa esquerdo que eu prevejo ser um verdadeiro achado.
Ainda não vimos em acção o Michel que tem estado lesionado. Estou com uma grande fezada nele.
E para não falar em 2 ou 3 jogadores muito promissores da equipa B que têm todo o potencial para entrar nos A nos 2-3 próximos anos. Assim continuem a crescer com os pés bem assentes na terra. E que os adeptos os deixem em paz.
Concordo com o seu desalento. Não só concordo como partilhp. Não se percebe como é que não se planeou a vinda de um lateral esquerdo de forma atempada. Não se percebe como é que se continua a dar tudo ao FC Porto. O jogo no Domingo contra o PSV foi muito triste não percebo nada e só sei que o próximo campeonato vai voltar a ser mais do mesmo. Por culpa nossa.
Agora até demos o torneiro do Guadiana ao inimigo
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