CHAMA IMENSA

Até ao momento da expulsão, a partida foi equilibrada, com o golo de Javi Garcia a determinar uma diferença tangencial que se aceitava. O Sporting podia ter marcado, o Benfica também dispusera de oportunidades flagrantes (uma das quais nos pés do próprio Cardozo), e tudo se encaminhava para, daí em diante, assistirmos a um natural ascendente territorial leonino em busca do empate, e a uma tentativa do Benfica em explorar os espaços que o adversário iria necessariamente libertar nas suas costas, à imagem e semelhança daquilo que acontece em tantos e tantos jogos de futebol.
Cabe aqui também uma palavra para o público, que soube interpretar o seu papel de décimo segundo (depois décimo primeiro) jogador, dispensando, em momentos cruciais, o apoio de que a equipa necessitava. O sofrimento que se vivia nas bancadas não dava para ondas ou entusiasmos festivos, mas o facto da equipa sentir que os adeptos estavam com ela terá sido crucial, designadamente na fase final do jogo.
No plano individual destacaria naturalmente Javi Garcia (pelo golo, e não só), mas também Witsel, Aimar (enquanto esteve em campo), Artur (pese embora aquela distracção…) e…Jardel. Falo de Jardel porque era, à partida, o elo mais fraco da equipa, mas o certo é que ao longo do jogo não me recordo de nenhuma falha comprometedora. O melhor elogio que se lhe poderá fazer (e até é um jogador de quem não sou propriamente fã) é que ninguém se lembrou de Luisão. Pelo contrário, Emerson deixou uma vez mais a sensação de que precisa, pelo menos, de uma alternativa forte à sua utilização.
Falta falar do árbitro. Se no plano técnico esteve - com um ou outro erro pontual - globalmente bem, nos critérios disciplinares espalhou-se ao comprido. Carriço ficou em campo tempo demais, e Cardozo acabou expulso depois de um primeiro cartão amarelo completamente absurdo, e um segundo que ninguém poderá garantir ter sido bem mostrado. Já o cartão a Aimar é anedótico. Não houve influência no resultado, mas fiquei curioso em saber o que se teria passado caso as expulsões tivessem sido trocadas (como se justificava), e fosse o Sporting a terminar com menos um.
PS: As responsabilidades do incêndio causado pelas claques sportinguistas nas bancadas do Estádio da Luz não podem deixar de ser endereçadas a quem, com atitudes mesquinhas, com declarações inoportunas, e com insinuações ligeiras, lançou a confusão e a polémica sobre medidas de segurança absolutamente normais, cuja necessidade, diga-se, estes mesmos comportamentos agora evidenciaram.
A presença ostensiva de dirigentes do Sporting no local apenas contribuiu para sancionar tais atitudes criminosas, não sendo os comunicados posteriores mais do que uma mera fuga para a frente, num assunto onde sabem ter perdido, uma por uma, todas as razões. Este foi, aliás, um exemplo perfeito de como podem polémicas inúteis induzir actos de violência extremamente graves.
Creio que o Benfica - que nem precisa de denunciar o que se passou, pois toda a gente viu – faz bem em adoptar uma postura de silêncio e distanciamento, deixando a falar sozinhos aqueles que, em bicos de pés, insistem em procurar conflitos, e em atear fogos que, mais do que cadeiras, mais do que o futebol, queimam sobretudo os próprios.
7 comentários:
Totalmente de acordo. E está tudo dito.
Completamente de acordo. Vitória justa que se aceita perfeitamente, embora o mesmo teria que se afirmar se o resultado tivesse sido outro.
Não há dúvida que os lagartos este ano têm uma boa equipa e estão muito bem orientados. Paradoxalmente, diria que o Sporting apresentou sábado a sua candidatura ao título, apesar da derrota!...Infelizmente, os seus dirigentes parecem não estar à altura do plantel que construiram. As afirmações de vitimização são tão ridiculas que eu tamém os deixava a falar sozinhos... mas afinal, para emu desgosto, isso não está a acontecer!!!!!!!!!
Eu gostava de saber quantos jogos o Sporting acabou a jogar contra 11 esta época, penso que não serão muitos.
Isso das declarações e picardias da direcção do Sporting, não é mais do que uma manobra populista para ter os adeptos do seu lado. Não nos esqueçamos do que se passou nas eleições do Sporting e o que é que tantos sportinguistas pensavam desta nova direcção. Assim, incentivando polémicas e ódio contra o Benfica, os adeptos já os apoiam. Como vêm é muito fácil governar para aqueles lados.
Alinhado com o que afirma sobre os incidentes, partilho a minha visão do assunto.
http://slbenfica-news.blogspot.com/2011/11/imbecilidades.html
Convém lembrar que os jogadores do benfica disputaram este jogo depois de um outro intenso em manchester, pelo que os jogadores do sporting entavam bem mais frescos.
Não me esqueço que, apesar de o sporting ter tido oportunidades para marcar, não teve qualque rascendente no jogo até à expulsão de cardozo.
O benfica fez o que lhe competia depois da expulsão, o jogo correu bem, e o resto é história e distrações para quem quer... e precisa.
Boa análise, caro LF.
Acrescentaria um destaque individual que, na realidade, garantiu a tal coesão tática que o Benfica revelou no final do jogo: Ruben Amorim.
Ruben Amorim pode não ser o jogador mais vistoso do Benfica, nem o mais rápido, nem o mais decisivo. Até penso que a sua relação com Jorge Jesus tem sido, nos últimos tempos, bastante tensa. Mas Ruben É e sempre foi um extraordinário profissional.
Para mim, lançar Ruben em campo é... ter Jorge Jesus em campo.
É para mim, pois, natural que Ruben Amorim não seja habitual titular. O valor acrescentado de Ruben Amorim, vem do banco e da forma como consegue espelhar as ideias do treinador do Benfica no relvado.
Sei que é difícil medir o valor de Ruben. O número de minutos jogados não é muito significativo, raramente marca golos ou faz assistências. Mas, para mim, é dos jogadores mais influentes do atual Benfica.
Além disso... é cá dos nossos! :)
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