CRÓNICA DE UMA DEMISSÃO ANUNCIADA
A actualidade manda, o tempo é pouco, pelo que a análise da jornada terá de ficar para trás. O tema do momento é mesmo a saída de Camacho do Benfica, e será esse decerto o centro do interesse dos leitores nesta altura.
Há que dizer que desde há algumas semanas que se esperava este desfecho. O técnico espanhol não é homem para tacticismos, nem para fingir que consegue algo que estava à vista de todos não estar mais ao seu alcance. A sua demissão é pois o corolário lógico de uma sequência de maus resultados, agravada por um nível exibicional de ainda maior mediocridade que o próprio valor de um plantel - como nos lembramos - construído à pressa e sem critério.
O problema do Benfica não era Camacho, como não foi Fernando Santos. O problema está na organização de todo o departamento de futebol, que está a anos-luz do rigor, eficácia e profissionalismo que se vê, por exemplo, no F.C.Porto, e que é comum às grandes equipas europeias. Isso percebe-se na política de contratações, de renovações, no timing das mesmas, e na falta de paciência para desenvolver um projecto sólido e de futuro, no qual o Benfica terá seriamente de pensar, se quer mesmo voltar a ser o que foi no passado.
Mas para lá de todas essas condicionantes, estava neste momento cada vez mais claro que Camacho não era capaz de encontrar soluções para, digamos, disfarçar as carências futebolísticas em que esta direcção deixou mergulhar o clube. O murciano transmitiu ao clube na sua primeira passagem – perante um grupo cheio de jovens talentos portugueses como Miguel, Ricardo Rocha, Tiago, Manuel Fernandes ou Simão - uma alma, uma entrega e um calor competitivo que pareciam ser os tónicos de que o Benfica necessitava quando, em Setembro, Fernando Santos foi injustamente despedido, e já depois de ter visto o plantel delapidado com as saídas de Simão, Miccoli, Karagounis e Anderson entre outros, com os quais ele contava. Com o decorrer dos últimos meses provou-se contudo que, por um lado Camacho não mostrava a mesma força anímica, revelando apatia e resignação diante dos muitos problemas encontrados (estaria ele à espera de tantos ?), e por outro, que o plantel – agora muito mais sul-americanizado - e a equipa não encaixavam no perfil táctico que o espanhol preconizava e que nunca pareceu interessado ou capaz de reajustar, ficando também a fundada suspeita de que a sua aceitação no seio grupo de trabalho estaria longe de ser consensual. O epilogo desta história era fácil de adivinhar, e após uma sequência de apenas três vitórias em onze jogos para o campeonato aí está ele.
Agora interessa ao Benfica preparar o futuro. Se Rui Costa vai mesmo ser o novo director desportivo é imprescindível que a contratação de um novo técnico passe desde já pelo seu aval. Não deve haver precipitações, e se for necessário permanecer Chalana no comando da equipa até final da temporada pois que assim seja, aguardando-se então que o mercado abra portas e permita apostas certas. Será também a altura para se definir desde já o plantel para 2008-09, o modelo de jogo que melhor se adapte ao mesmo, e a partir daí decidir então que técnico e que reforços mais se deverão contratar.
Manuel Cajuda, Malesani ou mesmo Luiz Felipe Scolari são os nomes que me vêm à cabeça no imediato. No caso do primeiro, para além de ser um técnico experiente e conhecedor do futebol português, haveria ainda a vantagem de desferir um irremediável golpe no agora mais sério competidor em termos de segundo lugar e acesso directo à Champions. Mas Rui Costa decerto saberá o que mais convém ao Benfica, e é sobretudo no seu critério, conhecimento e benfiquismo que confio face a mais esta crise em que o clube se vê mergulhado.
Por fim, importa sublinhar o carácter e o profissionalismo que Camacho sempre demonstrou no clube, acabando por, embora sem a glória dos títulos, sair pela porta da dignidade.
Há que dizer que desde há algumas semanas que se esperava este desfecho. O técnico espanhol não é homem para tacticismos, nem para fingir que consegue algo que estava à vista de todos não estar mais ao seu alcance. A sua demissão é pois o corolário lógico de uma sequência de maus resultados, agravada por um nível exibicional de ainda maior mediocridade que o próprio valor de um plantel - como nos lembramos - construído à pressa e sem critério.
O problema do Benfica não era Camacho, como não foi Fernando Santos. O problema está na organização de todo o departamento de futebol, que está a anos-luz do rigor, eficácia e profissionalismo que se vê, por exemplo, no F.C.Porto, e que é comum às grandes equipas europeias. Isso percebe-se na política de contratações, de renovações, no timing das mesmas, e na falta de paciência para desenvolver um projecto sólido e de futuro, no qual o Benfica terá seriamente de pensar, se quer mesmo voltar a ser o que foi no passado.
Mas para lá de todas essas condicionantes, estava neste momento cada vez mais claro que Camacho não era capaz de encontrar soluções para, digamos, disfarçar as carências futebolísticas em que esta direcção deixou mergulhar o clube. O murciano transmitiu ao clube na sua primeira passagem – perante um grupo cheio de jovens talentos portugueses como Miguel, Ricardo Rocha, Tiago, Manuel Fernandes ou Simão - uma alma, uma entrega e um calor competitivo que pareciam ser os tónicos de que o Benfica necessitava quando, em Setembro, Fernando Santos foi injustamente despedido, e já depois de ter visto o plantel delapidado com as saídas de Simão, Miccoli, Karagounis e Anderson entre outros, com os quais ele contava. Com o decorrer dos últimos meses provou-se contudo que, por um lado Camacho não mostrava a mesma força anímica, revelando apatia e resignação diante dos muitos problemas encontrados (estaria ele à espera de tantos ?), e por outro, que o plantel – agora muito mais sul-americanizado - e a equipa não encaixavam no perfil táctico que o espanhol preconizava e que nunca pareceu interessado ou capaz de reajustar, ficando também a fundada suspeita de que a sua aceitação no seio grupo de trabalho estaria longe de ser consensual. O epilogo desta história era fácil de adivinhar, e após uma sequência de apenas três vitórias em onze jogos para o campeonato aí está ele.
Agora interessa ao Benfica preparar o futuro. Se Rui Costa vai mesmo ser o novo director desportivo é imprescindível que a contratação de um novo técnico passe desde já pelo seu aval. Não deve haver precipitações, e se for necessário permanecer Chalana no comando da equipa até final da temporada pois que assim seja, aguardando-se então que o mercado abra portas e permita apostas certas. Será também a altura para se definir desde já o plantel para 2008-09, o modelo de jogo que melhor se adapte ao mesmo, e a partir daí decidir então que técnico e que reforços mais se deverão contratar.
Manuel Cajuda, Malesani ou mesmo Luiz Felipe Scolari são os nomes que me vêm à cabeça no imediato. No caso do primeiro, para além de ser um técnico experiente e conhecedor do futebol português, haveria ainda a vantagem de desferir um irremediável golpe no agora mais sério competidor em termos de segundo lugar e acesso directo à Champions. Mas Rui Costa decerto saberá o que mais convém ao Benfica, e é sobretudo no seu critério, conhecimento e benfiquismo que confio face a mais esta crise em que o clube se vê mergulhado.
Por fim, importa sublinhar o carácter e o profissionalismo que Camacho sempre demonstrou no clube, acabando por, embora sem a glória dos títulos, sair pela porta da dignidade.
6 comentários:
Onde é que eu já vi uma direcção semelhante a esta? Ahh!... já me lembro, a de Manuel Damásio: treinadores à época, quando conseguiam concretizá-la, e jogadores aos molhos.
Enfim, neste clube parece que ninguém aprende com os erros. Demagogia e populismo é o que interessa.
À espera de melhores, que tardam em aparecer, nós benfiquistas por cá vamos vivendo conformados.
FS
Onde é que eu já vi uma direcção semelhante a esta? Ahh!... já me lembro, a de Manuel Damásio: treinadores à época, quando conseguiam concretizá-la, e jogadores aos molhos.
Enfim, neste clube parece que ninguém aprende com os erros. Demagogia e populismo é o que interessa.
À espera de melhores, que tardam em aparecer, nós benfiquistas por cá vamos vivendo conformados.
FS
corrijo "Á espera de melhores,..." por "À espera de melhores dias,..."
FS
LF
O Camacho teve 8 meses para por este plantel a jogar á bola e não foi capaz
Planificação da época dificiente, aceito, mas não pode explicar tudo
A perda de Simão, Miccoli, Karagounis e até Anderson, tambem não pode explicar tudo, Simão pode ser insubstituivel, mas para o lugar de Miccoli entrou Cardozo, para o lugar de Anderson entrou David Luíz, para o lugar de Karagounis, entrou Rodriguez, o plantel ficou mais bem servido, a unica verdadeira baixa foi Simão
Este plantel é mais forte e está mais bem servido de banco, embora aceite que falta um médio/ala direito e um bom médio centro, que defenda e ataque muito bem, sei que há jogadores muito novos e que necessitam de entrar na equipa aos poucos, mas numa equipa formada com "fio" de jogo, com dinamica e com movimentações mecanizadas
Nesta equipa ninguem pode jogar bem, não há dinamica, movimentações e ninguem sabe o que fazer dentro do campo, isto não pode ser culpa de LFV, ou seja a culpa será sempre dele, porque contratou este treinador, mas este Camacho, nada tem haver com o outro que tinha estado no Benfica, este Camacho não tem "garra", não tem ideias, não consegue motivar os jogadores a lutar até ao fim, a deixar a pele em campo pela equipa
Camacho não pode estar tão diferente, o que me leva a pensar, que a motivação da outra vez, teve haver com a morte de Feher, o plantel queria dedicar-lhe uma vitória e venceu a Taça de Portugal
Concordo com ambos.
Esta direcção está a revelar-se um fracasso.
Por outro lado, esperava muito mais de Camacho, designadamente quanto a:
- motivação da equipa
- articulação de movimentações colectivas em campo
- crescimento de jovens jogadores como Di Maria, Adu, Nelson etc.
Grande miséria benfiquista.Onde chegaste Benfica.Agora contrata-se o Manuel Cajuda para desferir golpe numa equipa que ainda o ano passado estava na segunda divis-ao.Que pobreza ,e que falta de desportivismo.
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