MILAN ESMAGADOR !
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Os ingleses pareceram entrar demasiado tranquilos, na expectativa que os circunstancialismos do jogo os favorecessem. Durante muito tempo, mesmo já a perder, deixaram a sensação de acreditar que tarde ou cedo o(s) golo(s) surgiria(m). Alex Ferguson apenas mexeu na equipa no último quarto de hora, fazendo de resto apenas uma única substituição. O jogo foi decorrendo e nunca o Milan deixou de o controlar em absoluto, ficando bem mais perto do 4-0 do que o United do 3-1. A equipa de Ancelotti também se mostrou sempre mais adaptada à intensa chuva que caiu sobre San Siro.
Cristiano Ronaldo, muito (e bem) marcado, exibiu-se muito longe do seu melhor, perdendo claramente no confronto com Kaká, que pode ter dado um passo importante para a conquista do título de melhor do mundo em 2007. Para já o brasileiro é destacadamente o melhor marcador da Champions, com 10 golos, o que é notável para um centrocampista.
Ficou patente neste jogo (e na véspera também) a quase inevitabilidade de qualquer equipa, mesmo se de topo, conseguir atingir bitolas de rendimento semelhantes nas longas e desgastantes ligas nacionais, e apresentar-se simultaneamente em condições de disputar e vencer duelos europeus desta natureza e intensidade. Milan e Liverpool, ambos há muito afastados da luta pelos títulos nacionais, venceram antes de mais pela dimensão física que souberam emprestar aos jogos, beneficiando então de uma muito maior frescura e consequentemente maior agressividade e capacidade de choque. Este aspecto, já noutras ocasiões aqui tratado, é também aplicável à liga portuguesa, onde
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Isto transporta-nos para outra questão, que se prende com a tristeza que causa ver equipas como este deslumbrante Manchester (não esqueço a sua exibição com o Roma, a segunda parte da primeira mão há uma semana atrás, e muitos dos seus jogos na Premier League) fora da discussão do ceptro europeu, deixando no ar a questão sobre se este título premeia de facto a melhor equipa do velho continente em cada ano. É um problema que afecta todas as competições por eliminatórias, e desde logo Mundiais e Europeus de selecções. A história do futebol não se escreve com tinta de justiça e apresenta um grau de aleatoriedade notável, fazendo com que muitas vezes o detalhe se sobreponha. Há por isso apenas vencedores e vencidos, campeões e derrotados, e neste particular deve dizer-se que Milan e Liverpool somam entre ambos onze títulos europeus (vem aí o décimo segundo), e presenças em mais seis finais perdidas, descontando Uefas, Taças das Taças, Supertaças e Intercontinentais – a propósito, Chelsea nunca chegou sequer à grande final, e Manchester apenas marcou presença em duas ocasiões, vencendo ambas por sinal. A história por vezes também parece empurrar certas equipas para o êxito.
Repete-se assim a final de há dois anos, quando duas equipas teoricamente defensivas proporcionaram um dos maiores espectáculos de futebol atacante da história das finais europeias. Que se repita.
3 comentários:
O Cristiano já vai com cerca de 50 jogos este ano, quantos terá o Kaká? É evidente que o brasileiro eclipsou o português e muito provavelmente vai ser considerado o melhor jogador do mundo devido a este confronto (então se for campeão, nem se discute), mas, mesmo assim, apesar do título ficar bem entregue, acho um pouco injusto, não esquecer que o Ronaldo andou com o MU às costas durante muito tempo, o titulo que se prestam para conquistar devem-no, em grande parte, ao Ronaldo!...........
Terá certamente muitos menos, quer pelo facto de a selecção brasileira apenas ter jogado alguns particulares, quer devido ao Milan já estar afastado do título italiano há vários meses, e ter aproveitado esse facto para poupar os seus jogadores nucleares em muitos dos jogos.
Mas francamente, deixando o patriotismo de lado, não me parece que Kaká seja pior que Ronaldo.
É um jogador diferente, mas igualmente goleador (destacadamente o melhor marcador da Champions), com uma técnica individual sublime, e extremamente veloz. Terá talvez menos capacidade muscular e jogo aéreo que o português, mas tem por outro lado maior visão de jogo e capacidade de passe.
Trata-se aliás de um jogador que aprecio bastante desde que veio para a Europa.Lembro-me de o colocar numa selecção do mundo que fiz já em 2004-2005.
Há outro jogador que, não fossem as lesões, estaria a discutir esta distinção com toda a certeza: Lionel Messi.
Nos próximos anos, se não aparecer mais ninguém ao mesmo nível, julgo serem estes três aqueles que discutirão o protagonismo do futebol internacional.
Ronaldinho Gaúcho parece-me demasiado entregue ao mundo publicitário, e longe do fulgor de outras temporadas.
Já agora, por mera curiosidade, aqui vai a minha tal escolha do melhor onze do mundo feita dia 30 de Novembro de 2004, no forum de debate que mantinhamos na altura e onde tu, brytto, também participavas:
Buffon, Miguel, Ricardo Carvalho, Nesta, Ashley Cole, Lampard, Deco, KAKÁ, Ronaldinho Gaúcho, Schevchenko e Robben.
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