RESISTIR A TUDO, MENOS A SI PRÓPRIO

Perder dois pontos nos últimos segundos de jogo é sempre cruel. Se isso acontece depois de acertar duas vezes no poste, e numa altura em que os maiores obstáculos da partida pareciam ter sido ultrapassados, torna-se um golpe muito difícil de encaixar.
O Benfica não jogou mal – houve mesmo unidades em registo muito elevado – mas incorreu num erro estratégico que acabou por se tornar extraordinariamente penalizador. Uma equipa que vence e, a partir do momento em que a igualdade numérica foi reposta, apresenta todas as condições para controlar a partida, não pode jogar com a sofreguidão ofensiva que o Benfica apresentou nos últimos dez minutos. Não será politicamente correcto afirmá-lo mas desses dez minutos, com uma abordagem mais calculista, o Benfica podia ter reduzido o tempo útil de jogo para metade. Não o quis ou não o soube fazer. Pagou bem caro.
A equipa encarnada resistiu à chuva intensa, à lesão de Nuno Assis, à paupérrima arbitragem de Lucílio Baptista – que num jogo correctíssimo conseguiu mostrar uma dúzia de amarelos e dois vermelhos – acabando por ”morrer na praia” na sequência de uma reacção final pacense à qual não deu, no meu ponto de vista, a abordagem adequada, que passaria naturalmente por tentar trocar a bola, provocar contacto físico e consequentes faltas e fazer com que o tempo passasse tranquilamente. Ao invés, os jogadores do Benfica mal recebiam a bola de Quim lançavam-se num ataque desenfreado ou em passes longos votados ao fracasso, praticando assim um jogo directo que só se justificaria caso o resultado fosse nessa altura negativo.
Antes dessa ponta final o Benfica havia sido melhor, pelo menos enquanto esteve em igualdade numérica. Foi mais lutador, mais pressionante, com Katsouranis a realizar o seu melhor jogo de águia ao peito e Paulo Jorge muito irrequieto e, desta vez, mais consequente. No início da segunda parte Lucílio Baptista decidiu estragar o jogo com a patética expulsão de Léo, que para além de o desorientar a si próprio - não mais se encontrou, errando para ambos os lados mas sempre em abundância, como aliás lhe é comum acontecer -, teve também o condão de empurrar o Benfica para trás, alterando o rumo de um jogo que até aí, mesmo sem grandes oportunidades de golo, tinha um dono e senhor bem evidente. O Paços partiu então para o seu melhor período (apesar das duas expulsões serem verdadeiramente grotescas, foi o Benfica a jogar em inferioridade durante mais de vinte minutos), onde a espaços quase asfixiou o Benfica no seu meio-campo. Com a expulsão de Luiz Carlos, os equilíbrios foram repostos voltando o Benfica a mostrar sinal mais. Conforme disse acima, o jogo podia ter morrido aí, mas uma falha de Anderson (em muito má forma neste início de época) ditou o desfecho final que o Paços de Ferreira, por aquilo que fez na segunda parte, acabou por não desmerecer.
Há muito campeonato pela frente, pelo que não há por que fazer dramas. A Mata Real é um terreno extremamente difícil, estamos em vésperas dum importantíssimo jogo internacional, e o Benfica tem melhorado de jogo para jogo, mau grado alguns ajustes que Fernando Santos ainda terá que fazer. Mais do que aspectos técnico tácticos, há que incrementar uma mentalidade ganhadora que ainda não parece devidamente assimilada.
Em termos individuais as pontuações são as seguintes: Quim 4, Alcides 3, Luisão 4, Anderson 1, Léo 2, Katsouranis 4, Karagounis 3, Nuno Assis 2, Paulo Jorge 4, Miccoli 2, Simão 3, Miguelito 1, Manu 1 e Mantorras 1. O melhor benfiquista foi Katsouranis.

8 comentários:

Anónimo disse...

Grotesca é a vossa falta de visão e imparcialidade, não as expulsões.

Não jogam nada e pensavam que o jogo tinha acabado... agora a culpa é do Lucílio eehehhe

Anónimo disse...

Mas Sr LF... o seu presidente disse ontem que a culpa da expulsão só pode ser atribuída ao próprio leo...

e... vc viu unidaddes com bom rendimento ??? do benfica??? ontem???

Playstation?

Anónimo disse...

O Benfica não empatou por causa do árbitro. Mas que a arbitragem foi péssima (para os dois lados), lá isso foi. Ou não ?

Independentemente de Léo não dever dar argumentos, continuo a achar (não sou obrigado a concordar com o presidente do Benfica) que a expulsão é absurda.
Deve haver bom senso da parte dos árbitros, caso contrário os espectáculos é que ficam penalizados.
Lucílio Baptista iniciou nesse lance uma sequência de momentos de desnorte absoluto, estragando um jogo correctíssimo da parte dos jogadores.
Como é possível um jogo daqueles acabar com 12 ou 13 cartões amarelos e 2 vermelhos ?
Fez-me lembrar o Portugal-Holanda do Mundial.
Terá sido o Deco bem expulso nesse jogo ? Evidentemente que não.
Uma coisa é a letra da lei, outra é o espírito, e aqui há que haver bom senso. Em nome do futebol.

Para mim o Katsouranis, o Paulo Jorge e o Quim estiveram muitíssimo bem.
Luisão e Simão também não estiveram mal.
O Benfica não jogou mal, simplesmente não teve a sorte do seu lado acabando por ser penalizado por um erro.
Para quem me acusa de resultadista, pergunto eu agora: se Katsouranis tivesse feito o segundo golo não se estaria a falar de uma boa exibição da equipa ?

Para mim pouco há a apontar aos jogadores e a Fernando Santos neste jogo.
É a minha opinião, e acho que a equipa merece casa cheia na terça-feira para um jogo muito mais importante que este.

Anónimo disse...

estão pouco exigentes, os benfiquistas.
também, com uma equipa destas, pudera...
então o leo não devia ter visto os amarelos?
devia ter feito o que fez?
tá bem...

Anónimo disse...

Sr LF.

Tem piada... Quando o (anormal admito) Presidente do SCP disse que o lance que vos deu o título sancionado pelo vosso Paraty era legal, ai já me respondeu com "ate o seu presidente concordou". Já hoje nao precisa concordar cmo o seu.

Mais uma vez, a falta de coerencia que os caracteriza.

Quanto ao seu "se o Katsouranis marca"... e "Se" o primeiro remate a baliza do Paços é golo? E "se" quando o Ricardo Rocha joga mal inscrito o slb vai parar a 2 liga? E "se" a ministra das financas não aceitasse papeis que nem cotados na bolsa estão como garantias fiscasis do seu clube? E "se" não houvessem telefonemas para os árbitros?

Quanto as expulsões, dou-lhe 50% de razao... realmente a do Paçense foi grotesca... pareceu uma tentativa (bem sucedida) de repor a igualdade numérica em campo...

Anónimo disse...

"Para mim o Katsouranis, o Paulo Jorge e o Quim estiveram muitíssimo bem. "

O quim ter estado muitissimo bem quer dizer algo... Quanto ao ordinario do paulo jorge.... Quando é que alguem lhe responde com violencia as entradas assassinas que faz??? Ve-se logo de que escola vem...

Anónimo disse...

Pedro,
Já agora, "Se" o Jardel não tivesse beneficiado de 22 penaltis num só ano (record mundial absoluto, suponho), há quantos anos o seu clube não era campeão ?

Anónimo disse...

Cj,
Não disse que Leo devia ter feito o que fez.
Disse que um cartão amarelo por bater palmas me parece despropositado.