OS NOSSOS UM A UM

RICARDO (3) Não teve muito trabalho, e sempre que chamado a intervir reagiu com segurança.
MIGUEL (4) À semelhança do que havia demonstrado frente a Angola, voltou a evidenciar um grande momento de forma. Foi mais uma vez dos melhores em campo, quer nas suas incisivas penetrações ofensivas, quer na rapidez com que efectua a transição defensiva. No seu máximo, que aliás sempre coincide com as grandes competições, é um dos melhores laterais direitos da Europa.
RICARDO CARVALHO (3) Os centrais portugueses ainda não tiveram uma verdadeira prova de fogo neste Mundial. Se frente a Angola o jogador do Chelsea havia revelado algumas falhas, neste jogo esteve absolutamente tranquilo e senhor do seu espaço. Quase que ia até marcando um golo, na sequência de um pontapé de canto.
FERNANDO MEIRA (3) Teve uma falha grave a meio da segunda parte, mas a sua entrega e o seu rigor no resto do jogo tornariam injusto penalizá-lo por esse momento. Todavia, tal como disse em relação ao seu parceiro, ainda não é conclusiva a eficiência desta dupla.
NUNO VALENTE (3) Esteve regular na cobertura do seu flanco, não se aventurando muito em acções ofensivas ao contrário – e talvez por isso mesmo – do seu colega do lado oposto. Não tem revelado problemas físicos, o que é um bom sinal.
COSTINHA (4) O “Ministro” tem uma inesgotável capacidade de cobrir espaços e interpretar as movimentações dos colegas de modo a compensar o seu desposicionamento. Neste modelo de jogo, com uma unidade de meio campo mais recuada, uma mais adiantada e outra capaz de garantir a inversão do triângulo à medida que a equipa defende ou ataca, Costinha é imprescindível, e se dúvidas alguma vez houve quanto à sua utilização, essas prenderam-se única e exclusivamente com a sua condição física. Infelizmente, um cartão amarelo não lhe deve permitir ganhar mais alguns minutos de competição frente ao México. Mas nos oitavos assumirá de novo a sua “pasta”, tratando das “burocracias” e libertando os artistas.
MANICHE (3) Começou muito bem o jogo, ao seu melhor estilo, com uma movimentação frenética na busca da criação de linhas de passe, e procurando zonas onde aplicar a sua temível meia distância. Efectuou alguns remates que chegaram a fazer lembrar o fantástico Euro-2004 que realizou. Pelo tempo fora foi-se ressentindo de alguma falta de ritmo, pelo que foi bem substituído. Mas deixou indicações de podermos contar com ele.
FIGO (4) Um senhor em campo. Com uma técnica prodigiosa, e uma leitura de jogo compatível com toda a sua enorme experiência, Figo é um dos maiores pontos de referência desta equipa. Mesmo sem a velocidade de outrora, o nosso capitão voltou a realizar um grande jogo, esteve nos dois golos, e a sua liderança inundou o relvado de Frankfurt. Parece apostado em realizar o grande Mundial que lhe escapou na Coreia há quatro anos atrás.
PAULETA (2) O mais apagado de todos os portugueses em campo. Pouca coisa lhe saiu bem, e mesmo quando dispôs de uma clara oportunidade para deixar a sua marca no jogo, optou por um despropositado passe para Simão. Deverá descansar contra o México, mas nos oitavos espera-se que volte em grande.
CRISTIANO RONALDO (3) Esteve uns furos acima do jogo com Angola, mas ainda não se libertou totalmente daquela irresistível sede que tem de brincar com a bola e aplicar todo o seu repertório de dribles e fantasias, quando em alta competição se pede um futebol bem mais prático, que ele também sabe, e muito bem, executar. Pode ser que o golo (numa enorme prova de confiança de Scolari) o tenha tranquilizado e de futuro seja capaz de exprimir todo o seu enorme potencial ao serviço do colectivo, com o que o seu brilho se tornaria muito mais luzidio.
PETIT (3) Entrou bem, numa fase em que era necessário morder os calcanhares dos iranianos, algo que Petit nunca deixa em mãos alheias. Acredito que neste modelo Petit seja mais concorrente de Maniche do que de Costinha, pelo que a sua luta pela titularidade ainda não está fechada, embora os automatismos entre os ex-portistas não o favoreçam.
SIMÃO (2) Faltou-lhe “um bocadinho assim” para marcar, naquele lance em que Pauleta lhe endossou a bola quando podia e devia ter rematado. De resto esteve discreto, mantendo a capacidade ofensiva da equipa, numa fase em que já havia mais espaço para jogar. É um suplente de luxo.
TIAGO (2) Outro suplente de luxo, e se Simão paga o preço da fortíssima concorrência directa na sua posição, Taigo paga, como Petit, o preço de um modelo de jogo menos adequado às suas características. Não comprometeu no tempo que esteve em campo.