OS NOSSOS UM A UM

RICARDO (4) Mostrou segurança quando chamado a intervir. Realizou uma excelente defesa a remate de André ainda na primeira parte, e no jogo aéreo não vacilou.
MIGUEL (4) Excelente exibição do lateral português, bastante seguro a defender (embora o adversário não lhe tenha criado grandes problemas) e exuberante a atacar, como gosta. Nos melhores períodos foi, a par de Figo, o elemento mais em destaque na equipa, com constantes penetrações e bons cruzamentos a aproveitarem a menos inspirada noite do lateral angolano Delgado. Parece ter ganho definitivamente o lugar.
RICARDO CARVALHO (2) Um jogo infeliz. Pese embora o pouco trabalho defensivo, no qual ainda assim se mostrou atabalhoado e nervoso, Ricardo Carvalho quase abdicou de sair para acções ofensivas como tão bem fazia nos seus melhores tempos. Maus passes, cortes mal medidos e muita intranquilidade foram a sua imagem neste jogo. Obviamente que irá melhorar nas próximas partidas.
FERNANDO MEIRA (3) Esteve ligeiramente melhor que o seu parceiro do lado. Teve o mérito de não arriscar um milímetro e não hesitou em enviar bolas para a bancada sempre que necessário, mostrando todavia com esse pormenor, estar também dominado por alguma ansiedade, o que não deixa de ser natural. Não foi um jogo propício a avaliar esta dupla de centrais.
NUNO VALENTE (3) Começou bem, mostrando-se muito activo naquele bom período inicial de Portugal. Pelo tempo fora foi esmorecendo, acompanhando a generalidade dos companheiros no sonolento arrastar de jogo que foi a segunda parte.
PETIT (3) Pagou o preço da ausência de um jogador nas suas costas (Costinha), o que lhe podia ter permitido um maior protagonismo. Procurou “imitar” Costinha, mas as suas características são ligeiramente diferentes (maior mobilidade, maior capacidade de remate e menos rigor posicional). Ainda assim logrou um trabalho bem positivo, dentro da sua disponibilidade habitual.
TIAGO (3) É um regalo para a vista apreciar o seu toque de bola, a sua técnica, a sua primorosa capacidade de passe, a sua movimentação de bailarino. Por tudo isso merece uma nota positiva. Contudo, e não se sabendo que instruções levava para dentro do relvado, Tiago mostrou-se sempre algo retraído nas acções ofensivas, revelando uma difícil integração no jogo dos seus colegas e por vezes uma irritante lentidão. Também a defender apareceu muito sobreposto a Petit, o que abriu alguns espaços na linha defensiva nacional. Na verdade mereceria um 2.5, mas...
CRISTIANO RONALDO (2) A nota dois deve-se apenas ao cabeceamento à barra, e ao remate que obrigou João Ricardo a uma das melhores defesas do jogo. De resto foi uma completa nulidade, parecendo jogar mais para a bancada (leia-se audiências) do que para a equipa. Muito bem substituído. Não me surpreendia nada que ficasse no banco no próximo jogo (para a entrada de Deco), algo que até talvez lhe fizesse bem.
PAULETA (4) Um golo pleno de oportunidade e três pontos conseguidos, é o que se pede a um ponta de lança. Já fez mais do que em todo o Euro-2004 (em que ficou em branco, como todos recordamos). Além do golo, esteve na maioria dos lances perigosos de Portugal (aos trinta segundos ia marcando o golo mais rápido da história dos mundiais), não hesitando em rematar sempre que lhe deram uma nesga de espaço.
SIMÃO (3) Começou em grande, com um sublime passe a desmarcar Pauleta para o lance acima referido. Depois foi-se apagando, não sendo ainda desta vez que conseguiu uma grande exibição com a camisola das quinas. Nota-se que disputa cada lance com uma ansiedade que não costuma revelar no Benfica, algo que só lhe passará quando a sorte o bafejar com um grande jogo numa competição desta natureza, o que, aos primeiros minutos de ontem, se suspeitava ir finalmente acontecer. Ainda assim nota positiva, que mais não seja porque participa muito mais no processo defensivo do que Ronaldo.
COSTINHA (2) Sentiu-se a sua falta ao longo de todo o jogo (a equipa está muito rotinada a jogar com ele e com Deco), mas nem por isso a sua entrada trouxe grandes melhorias à selecção nacional. Não está claramente no seu melhor, e assim não consegue executar as compensações com o rigor e a destreza que outrora revelava.
MANICHE (3) Este sim, trouxe uma vivacidade muito maior à equipa. Talvez não tenha o ritmo suficiente para noventa minutos ao mais alto nível, mas pelo que mostrou ontem, não perdeu capacidades, e estará na calha para reconquistar o lugar de titular (eventualmente no lugar de Tiago). Aquele remate nos últimos minutos teve um cheirinho a Euro-2004, competição em que, quanto a mim, foi o melhor jogador de entre todas as selecções.
HUGO VIANA (-) Não teve tempo para muito mais do que um mau passe.

4 comentários:

cj disse...

não concordo com a apreciação aos centrais, já que meira me pareceu muito precipitado a despachar a bola, quando aos centrais se pede calma. a contenção de carvalho foi devida, com certeza, a indicações técnicas.
tiago não esteve assim tão mal, mas fica no ar que o meio campo terá, nos próximos jogos, que ser entregue a costinha, maniche e deco, com petit a poder entrar consoante o desenrolar do jogo.
figo bem, embora sem acompanhantes, simão a confirmar que é apenas uma opção.
cristiano, embora não tenha jogado bem, atirou uma bola à trave e só não marcou um outro golo porque o guarda redes angolano esteve bem.
mas pode sempre ter um lance de génio.
quantas vezes já não assistimos a jogos de craques que não fazem nada de relevante durante todo o jogo, e num lance de génio resolvem?

Anónimo disse...

Eu gostava de ver Petit a jogar com Costinha nas costas (passe a "figura de estilo") e Deco à frente. Talvez fosse o trio ideal neste momento.
Petit foi obrigado a um trabalho ligeiramente diferente do que tem habitualmente no Benfica, onde goza de mais liberdade (muitas vezes era Beto quem lhe protegia as costas), e aparece muitas vezes em situação de remate, e a fazer pressão mais subida, tipo carraça, a morder as canelas dos construtores de jogo adversários.
Nesta partida teve de fazer de Costinha, que é um trinco mais posicional, mais de compensações (aos centrais e aos laterais), e que muitas vezes funciona quase como um quinto defesa.
Penso que cumpriu.

Os centrais, e neste caso, na minha opinião, principalmente Ricardo Carvalho, se estivessem perante uma Argentina ou um Brasil, a jogar assim teriam sido trucidados. Valeu-lhes a inoperância pofensiva de Angola.

Tiago esteve muito lento e empastou um pouco o jogo. Só lhe aponto isso. É um jogador de grande classe e foi, nos últimos dez anos, dos jogadores que mais pena me deixaram ao vê-lo sair do Benfica.

Anónimo disse...

Concordo em relação ao "grande" Petit

Anónimo disse...

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