CHEGA!
Não alinho em preconceitos quando se fala de claques. Se por um lado lhes
imputo um histórico recheado de problemas de mau comportamento, e não ignoro
que por elas circula hoje muito dinheiro, tornando-as num centro abusivo de
poder, à margem da lei, dos clubes e até do futebol, por outro reconheço que os
jogos sem banda sonora não seriam iguais. E os cânticos das nossas claques são
particularmente arrebatadores.
Acresce que, nos maus momentos, perante assobios ou silêncio
generalizado, só eles apoiam a equipa. E fazem-no sempre. Em casa e fora. Ao
sol ou à chuva.
Dito isto, e com o devido cuidado de não tomar o todo pela parte, acho
que é chegada a hora de identificar e pôr na ordem o bando de imbecis que, reiteradamente,
no nosso estádio e fora dele, inclusive no estrangeiro, nos envergonha enquanto
benfiquistas.
Aquilo a que assistimos, no passado sábado, no seio de uma das claques,
e que já sucedera noutras ocasiões, é inqualificável, imperdoável, e só pode
ser resolvido com mão muito dura. Terá de ser o próprio clube a fazê-lo, antes
que alguém o faça por nós, com consequências bem piores.
Não me interessa se as claques são legais ou ilegais. De uma forma ou
de outra, não deixarão de ter as mesmas virtudes e defeitos. Mas a minoria que,
em nome delas, se comporta daquela forma selvagem, não tem lugar no estádio,
nem no clube, nem no futebol.
Não adianta apelar-lhes. Não lêem jornais, e se lessem, não percebiam.
O meu apelo é aos nossos dirigentes, e aos responsáveis pela segurança do
estádio. É altura de acabar com isto de vez. Se não puder ser a bem, terá de
ser a mal.