DERROTADOS, MAS...
Não existem vitórias morais. O Benfica perdeu o clássico, e, como tal,
ninguém na família benfiquista pode estar minimamente satisfeito. Acresce que
esta foi a segunda derrota em outros tantos jogos fora de casa, o que, não
sendo dramático, não pode deixar de constituir matéria de reflexão.
Dito isto, é preciso dizer também que da partida de domingo ficaram
algumas notas positivas.
A primeira parte foi bastante bem conseguida. Não me recordo, nos anos
mais recentes, de entrada tão forte do Benfica no Estádio do Dragão. Ao
intervalo, o melhor em campo era claramente o guarda-redes do FC Porto, que já
evitara dois golos cantados.
A equipa encarnada apresentou-se personalizada, com os sectores muito
juntos, funcionando em harmónio, tanto a defender como a atacar. Os jovens não
tremiam (excelente exibição de Nélson Semedo), e, na frente, Mitroglou abria
espaços e criava perigo. O FC Porto não conseguia, sequer, aproximar-se da
nossa baliza.
No segundo período tudo mudou. Para sermos justos, há que dar mérito à
equipa da casa, que apareceu transfigurada. Terá faltado, então, alguma
inspiração aos artistas Jonas e Gaitán para que o Benfica conseguisse sacudir a
pressão a que foi submetido. O tempo ia passando e, a cinco minutos do fim da
partida, o resultado esperado era o empate. Aí, faltou a sorte do jogo. A sorte
que havíamos tido, por exemplo, na época anterior – quando alcançámos uma
vitória carregada de felicidade.
Nada está perdido. Se a nossa equipa jogar sempre como naqueles 45
minutos, certamente perderá poucos pontos no resto do campeonato. E no fim,
faremos as contas.