NO MEIO ESTÁ A VIRTUDE


Não é possível retirar 4 titulares da equipa. Mas também não parece boa ideia, perante o que se tem visto, e sob a arbitragem de um estreante, arriscar a ficar sem todos eles para o jogo do Dragão.

Assim, proponho a poupança de Luisão e Carlos Martins (este podendo eventualmente entrar depois se necessário), arriscando Maxi Pareira e Javi Garcia, pois Airton poderá fazer o lugar de ambos sem grande quebra. Se um deles for admoestado durante o jogo, talvez seja então boa ideia substituir o outro.

Se nos lembrarmos de muitos dos cartões que foram mostrados a estes jogadores, percebemos o quanto este campeonato está, efectivamente, prevertido.

...E A FINGIR QUE SÃO GRANDES

Com uma equipa medíocre a fingir que é candidata, com as bancadas pintadas para fingir que estão cheias, só faltava um relvado artificial a fingir que é verdadeiro.

OS BOBOS E A CORTE

"Os “Bobos da Corte” foram pitorescas figuras da História, que nasceram na época do Império Bizantino, e terão subsistido até perto do Iluminismo. De aspecto normalmente excêntrico, a sua missão era divertir os reis e os seus próximos. Para além dessa, não tinham qualquer outra utilidade.
Em pleno século XXI, no Portugal contemporâneo, deles subsistem ainda algumas amostras, muito embora tenham já perdido toda a sua graça e todo o seu encanto. Arrastando-se penosamente pelos salões da actualidade, já não fazem rir ninguém. São caricaturas decadentes e cinzentas, sem alma própria, e penduradas nas saias da inveja e do ciúme.
Vem isto a propósito do Sporting, clube com um passado respeitável, mas com um presente bastante menos vigoroso, não só dentro dos relvados (coisa que pouco nos aflige), como, sobretudo, na estratégia política e institucional que, de há uns anos para cá, tem vindo a seguir – a qual o tem posto frequentemente no papel de “Bobo” de uma corte pouco recomendável.
Quando, em 2005, Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira assinaram um manifesto com vista à regeneração do futebol português, abriu-se uma janela de esperança num novo tempo, num tempo a partir do qual os jogos pudessem passar a ser decididos no relvado, exclusivamente pelo talento dos jogadores e pela argúcia dos técnicos. Mais do que o texto em causa, o entendimento entre os dois grandes clubes do arco da respeitabilidade era, por si só, um passo de gigante no derrube de uma ordem já na altura decrépita. O então presidente do clube de Alvalade – talvez o melhor da sua história recente, atendendo até às prestações desportivas de uma equipa que chegou à final da Taça UEFA, e não foi campeã por um triz – denunciara corajosamente os rostos do “sistema”, atribuindo a menção a Valentim Loureiro e Pinto da Costa, antes mesmo do processo “Apito Dourado” ter vindo a público. Sabia bem do que falava, como mais tarde se veio a verificar, e ouvir.
Com o presidente portista detido para interrogatórios (depois de uma mal explicada fuga para Espanha), com os rivais lisboetas sentados á mesa, o chamado “sistema” vivia os seus piores dias. O futebol português esperava, enfim, poder respirar o ar puro da verdade, da justiça e do desportivismo. Os seus mais malignos cancros pareciam estar prestes a ser extraídos. Era a oportunidade histórica para uma enérgica e radical limpeza, para uma varridela que afastasse para longe a corrupção, o tráfico de influências e os resultados adulterados.
Como sabemos, nada disto viria a acontecer. Em larga medida por culpa de um sistema de justiça assustadoramente incapaz, mas também devido aos caminhos que o Sporting (potencial aliado nessa importante batalha) escolheu encetar daí em diante.
Envolvido por um denso manto de contestação, Dias da Cunha viu-se obrigado a desistir. Mais do que nos resultados desportivos, não duvido que a origem da animosidade dos sócios tenha residido no tal manifesto. A maioria deles não se revia numa política que pusesse o Sporting de braço dado com o seu histórico rival. Interessava-lhes no fundo, acima de tudo, ver o Benfica perder, e desse ponto de vista afundar do barco de Pinto da Costa não parecia uma boa ideia. Se as escutas do “Apito Dourado” envolvessem o Benfica, a atitude de mundo sportinguista teria sido seguramente bem diferente. Mas era o FC Porto e Pinto da Costa que estavam em tribunal. Eram aqueles que – não interessava como – tinham impedido o Benfica de festejar vários campeonatos. Era o seguro de vida do anti-benfiquismo que estava em equação.
Quatro títulos do FC Porto, dois títulos do Benfica, e zero títulos do Sporting depois, percebem-se, com clareza, os resultados concretos dessa postura tão pouco leonina.
Quando vemos ilustres sportinguistas fazer coro com a estratégia de silenciamento das escutas e de tudo o que elas nos mostram, percebemos que jamais será possível contar com aquela gente para qualquer combate sério. Nem as boas intenções de alguns dos seus responsáveis (como foi o caso de Dias da Cunha) chegam para derrubar uma ideia por lá cristalizada, segundo a qual o Benfica foi, é, e sempre será, o único alvo a abater – transformando, por consequência, o FC Porto, mais num privilegiado parceiro do que num antagonista ou rival.
Quando, depois de tudo o que se passou, e de tudo o que se ouviu, vemos José Eduardo Bettencourt receber, de braços abertos, Pinto da Costa na tribuna de honra de Alvalade, perdemos de vez o respeito por um clube que, em bicos de pés, tantas vezes se afirma como baluarte da honorabilidade.
Quando assistimos à transferência de Moutinho para o Dragão, e sobretudo observamos a complacência com que a mesma foi acolhida entre os adeptos, entendemos por fim o grau de subserviência de um Sporting decadente face a um FC Porto revitalizado nas águas da impunidade e da mistificação.
Este Sporting até pode ser divertido para muita gente. A nós não nos serve para nada, e esperar dali algum apoio para a suprema luta pela verdade no desporto português será como esperar que cresçam dentes a uma galinha.
Muitos séculos depois, os Bobos da Corte continuam aqui a cumprir o seu papel: divertir o sistema, sem qualquer outra utilidade."

LF no Jornal "O Benfica" de 22/10/2010

A FAMÍLIA

A estranhíssima convocatória do União de Leiria, e a sua própria exibição em campo (aquele primeiro golo…), não deixam de levantar, uma vez mais, um manto de suspeita sobre o campeonato português, e sobre as parcerias e contra-parcerias que no mesmo se estabelecem.
Na verdade, U.Leiria, Académica, Portimonense ou V.Setúbal, por exemplo, são clubes contra os quais o FC Porto praticamente não tem de jogar, limitando-se a passear (com maior ou menor nota artística) pelo relvado, aguardando que a bola entre tranquilamente na baliza. Há muitos anos que isto se sente (com estes e com outros emblemas), sem que ninguém investigue a sério as teias de bastidores que levam a este tipo de suspeição.
Toda a gente sabia que este ia ser um jogo fácil para os dragões (tal como, pelo contrário, se sabia que Guimarães seria uma etapa difícil, como se veio de resto a confirmar), e essa sensação não deveria poder subsistir num campeonato sério.
Infelizmente, Pinto da Costa deu-nos amplas provas (Quinhentinhos, Guímaro, Calheiros, Apito Dourado, etc) de que, para ele, todos os meios servem para vencer. Está no futebol há mais de trinta anos, e mantém uma tutela económica, institucional e desportiva sobre muitos dos clubes – por exemplo, João Bartolomeu, eterno presidente do União de Leiria, foi um dos arguidos do Apito Dourado. Dele tudo se espera, com ele tudo é possível, desde compra de favores a árbitros, a espancamentos de autarcas.
A juntar a uma grande equipa que o FC Porto também tem (como teve frequentemente, é preciso dizê-lo, nas últimas décadas); a juntar a uma força física, por vezes, também ela, supra-normal; a juntar às arbitragens protectoras; eis como adversários dóceis e amestrados podem ajudar, também eles, a garantir títulos.
Afinal de contas não se ganham 17 campeonatos em 25 anos por mero acaso. E quando as dificuldades apertam, há que afinar todas as peças da máquina, para garantir que ela continue a carburar devidamente. Se esta época era uma época de dificuldade, ora aí está a máquina!

PS: No âmbito deste problema, temo que a atitude do Benfica (de boicote dos jogos fora), contribua para acentuar a hostilidade de todos dos restantes clubes, empurrando-os ainda mais para os braços de um FC Porto protector – com quem, afinal de contas, perder dois joguitos por época, pouco pesa numa qualquer luta pela manutenção ou por acesso às provas europeias.

PECADO ORIGINAL

O FC Porto está, neste momento, em grande forma? Sim
É, actualmente, a equipa que melhor joga em Portugal? Sim
É a equipa mais confiante? Sim

Que teria sucedido ao FC Porto de Villas-Boas se não tivesse ganho quatro dos primeiros cinco jogos, nos quais a arbitragem teve interferência directa (Figueira da Foz, Vila do Conde, em casa com o Braga, e Choupana)? Ter-se-ia atrasado na classificação, teria perdido confiança, a contestação ao técnico recrudesceria, e os seus adversários directos teriam outro estímulo.
Que teria sucedido ao Benfica se não tivesse sido dramaticamente prejudicado pelas arbitragens em três das quatro primeiras jornadas (Académica, Nacional e Guimarães)? Comandava a classificação, os seus jogadores tinham outra confiança, tinha uma esmagadora onda de apoio em seu redor (como na época anterior), estaria a iniciar o caminho de novo título, causando, com isso, danos anímicos, porventura definitivos, no FC Porto, no seu treinador, e no seu presidente.

CLASSIFICAÇÃO REAL

SP.BRAGA-OLHANENSE
Não aconteceram situações dignas de reparo.
Resultado Real:3-1

SPORTING-RIO AVE
O único caso do jogo foi o golo bem anulado a Postiga. O avançado pontapeia as pernas do guarda-redes antes de rematar para a baliza.
Resultado Real: 1-0

PORTIMONENSE-BENFICA
Já falei sobre o excessivo número de faltas assinaladas. Uma queda de Aimar na área não justificava penálti, pelo que Hugo Miguel decidiu bem. De resto não houve casos.
Resultado Real: 0-1

FC PORTO-U.LEIRIA
Ao fim de oito jornadas lá houve um lance em que o árbitro decidiu contra o FC Porto. Parece-me haver efectivamente penálti num derrube a Varela.
Curiosamente, ou talvez não, este pequeno dano surgiu num momento em que o FC Porto estava já a ganhar 2-0. Mais tarde, já com 4-0, até seria assinalado (e bem) um penálti – pasme-se – contra o FC Porto, em pleno Estádio do Dragão.
E aposto desde já que o Benfica, como é da tradição, vai ser beneficiado na Taça da Liga. Para que certos comentadores tenham argumentos para falar durante meses.
Resultado Real: 6-1

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 22
FC Porto 16
Sp.Braga 13
Sporting 9
TOP-ERRO
1º RIO-AVE-FC PORTO (3ª jornada) Rasteira clara de Á.Pereira a um avançado do Rio Ave dentro da área, a que Jorge Sousa fez vista grossa. Resultado na altura: 0-1 Resultado final: 0-2
2º NACIONAL-FC PORTO (5ª jornada) Murro de Rolando na bola dentro da área, que Bruno Paixão não quis ver. Resultado na altura: 0-1 Resultado final: 0-2
3º V.GUIMARÃES-FC PORTO (7ª jornada) Agarrão de camisola de Fucile a Edgar, na área portista, com Carlos Xistra a assinalar falta atacante. Resultado na altura: 1-1 Resultado final: 1-1

AS SORTES DA TAÇA

Eu, pessoalmente, tinha dois diferentes motivos de interesse para este sorteio. Num deles a coisa não correu mal (o Juventude de Évora apanhou, em casa, uma das poucas equipas da 3ª divisão ainda em prova, e tem todas as condições para manter o seu sonho de pé). No outro caso (Benfica), podia ter sido muito melhor. Enfim, do mal o menos: os encarnados jogarão em casa.
O tal Juventude-Benfica? Fica adiado para os oitavos-de-final onde espero francamente que ambos estejam.
QUADRO DE JOGOS:
Merelinense – Carregado
Portimonense – V. Guimarães
Varzim/Cova da Piedade/Gondomar – Ribeirão
Rio Ave – Feirense
Espinho – Leixões
Moreirense – FC Porto
Sporting – P. Ferreira
Atlético – Tourizense
Pinhalnovense – Tirsense
Mondinense – Torreense
Bombarrelense/Louletano – U. Madeira
Beira-Mar – Académica
Marítimo – V. Setúbal
Benfica – Sp. Braga
Olhanense – Nacional
Juventude Évora – St. Maria

POUCO FUTEBOL, DEMASIADO SOFRIMENTO

Quis o destino que fosse justamente Javi Garcia - o homem que eu tinha “tirado” da equipa – a dar os três pontos ao Benfica no Estádio do Algarve.
Antes assim. O meu desejo é que, enganando-me ou não, os jogadores encarnados joguem sempre mais do que aquilo que eu espero deles, e me surpreendam pela positiva. O espanhol não fez uma exibição de encher o olho, mas foi decisivo ao apontar o golo solitário do jogo. Que este golo seja um estímulo para, daqui em diante, fazer um pouco mais do que havia feito nos jogos anteriores, e voltar a mostrar o nível que lhe vimos na temporada passada.
Mas se Javi me surpreendeu, já o colectivo benfiquista voltou a mostrar muitos problemas, dando uma pálida imagem da sua força enquanto equipa campeã nacional.
O jogo foi globalmente fraco, e o Benfica correu alguns riscos de não o vencer, sobretudo pela passividade com que o abordou, expondo-se a que um lance menos feliz pudesse, a qualquer momento, trair a sua superioridade.
A equipa está manifestamente descrente, continua a chorar pelas ausências (dos que partiram e dos lesionados), e tarda em encontrar um plano de equilíbrio onde sustentar o seu futebol. Não vou falar outra vez das saídas Ramires e Di Maria, mas poderei lembrar as ausências de Fábio Coentrão e Cardozo.
O esquerdino a dar profundidade, e o paraguaio a garantir presença na área, são elementos que Jorge Jesus tem muita dificuldade em substituir, como esta noite ficou bem patente. Depois há ainda o caso-Saviola, outro dos jogadores que está a léguas da produção do ano passado. Ou seja, além das saídas, o Benfica debate-se ainda com problemas de lesões (que praticamente não teve em 2009-10), e com uma estranha e acentuada quebra de forma de vários dos seus jogadores nucleares. Tudo isto faz com que a equipa pouco ou nada tenha a ver com a que se sagrou campeã, ainda que Jesus continue a insistir no mesmo modelo de jogo, e no mesmo desenho táctico, à procura que o tempo faça o seu trabalho.
O Portimonense acabou por ser um adversário à medida das dificuldades do Benfica, permitindo-lhe ainda assim controlar minimamente o jogo, e conquistar a sua quarta vitória consecutiva sem sofrer golos. Foi Portimonense de menos, e não Benfica de mais, o factor que determinou o desfecho da partida. Um adversário mais acutilante, mais incisivo e com outra presença nos últimos metros, teria, muito provavelmente, feito encostar este titubeante Benfica.
Era muito importante manter este ciclo. Qualquer perda de pontos antes do jogo do Dragão seria o adeus ao título. Como aqui disse há umas semanas atrás, o estreito caminho para o Benfica de 2010-11 ainda chegar ao Bi-Campeonato passa por ganhar todos os jogos até ao dia 7 de Novembro, e ganhar, também, no dia 7 de Novembro. Se isso acontecer, o conjunto encarnado ficará, no máximo, a 4 pontos do primeiro lugar, com vantagem no confronto directo. Ou seja, ficará tudo em aberto. Será como começar de novo.
Infelizmente, a equipa de Jorge Jesus não está a dar mostras de um poderio suficiente para se impor no terreno do seu principal adversário. A jogar como jogou em Lyon, a jogar como jogou hoje, a jogar como tem jogado na maioria das partidas desta temporada, será inapelavemente derrotada no Porto, e verá as suas esperanças voarem para longe. Faltam duas semanas. Muito pouco tempo.
O árbitro Hugo Miguel não teve qualquer influência no resultado, mas ao apitar constantemente retirou beleza ao espectáculo. É um estilo bem enraizado na arbitragem portuguesa, e que deveria merecer reparo por parte de Vítor Pereira. Não é possível encher bancadas de estádios para assistir a 50 faltas em 90 minutos. Talvez esta prática proteja os árbitros. Mas certamente não protege o futebol.
Por falar em bancadas, creio que o apelo dos dirigentes do Benfica teve, ainda assim, algum eco entre os adeptos. Pelo que se via na televisão, não terá estado mais de meia-casa para assistir ao jogo, sendo a primeira vez que o Benfica não esgotou aquele recinto. Estimo em seis ou sete mil os espectadores que a partida teve a menos, em face daqueles que teria sem boicote. É alguma coisa. Não será legítimo que os dirigentes do Benfica cantem vitória, mas também ninguém os poderá acusar de derrota, se é que estamos efectivamente a tratar de vitórias e derrotas num caso como este.
Nunca seria de esperar um boicote completo. Supor que a força dos seis milhões, na sua amplitude, na sua multiplicidade, pode ser de algum modo aglutinável para propósitos institucionais, é um erro de análise muito comum ao mundo benfiquista. Daí as dúvidas que muitos exprimiram quanto à eficácia deste ponto do comunicado. Em todo o caso, para já as coisas nem saíram mal.

ONZE PARA O ALGARVE

"(...) o Estádio do Algarve traz-nos gratas recordações. Foi precisamente lá que os encarnados conquistaram metade (três: duas Taças da Liga e uma Supertaça) de todas as competições ganhas nos últimos 15 anos (seis), sendo que uma das restantes – o campeonato de 2004-2005 – também teve a marca de um importante triunfo naquele local. Esperemos pois que a noite de domingo traga mais uma vitória, sedimentando esta simpática tradição.
Do outro lado irá estar uma equipa recentemente promovida ao escalão principal, e cuja política de alianças há muito tomou o caminho errado. Assim sendo, é sabido que teremos por diante um conjunto de jogadores de faca nos dentes, plenos de agressividade, e extraordinariamente motivados para nos roubar pontos, de modo a deitar por terra o nosso esforço de aproximação ao topo da tabela. Todas as equipas querem ganhar os seus jogos, mas experiências recentes ensinam-nos que algumas têm maior vontade de derrotar certos adversários do que outros, e não adianta termos ilusões quanto a essa realidade.
Será assim necessária uma atenção redobrada, quer aos aspectos técnicos e à valia da equipa contrária, quer às provocações que muito provavelmente irão surgir, e às quais teremos de estar preparados para resistir. No ano passado tivemos, em Olhão, um bom exemplo daquilo que agora nos espera"

LF, no Jornal "O Benfica" de hoje (22/10/2010)

AS VOZES DO CRIME

"Quando a mensagem não agrada, ataca-se o mensageiro. Foi assim em tempos antigos, e no futebol português, muitos séculos depois, a máxima continua a aplicar-se.
Perante a publicação de conversas que expõem, de forma pornográfica, o clima de podridão em que muitos campeonatos nacionais de futebol decorreram, perante a revelação de obscuras manobras de influência e viciação de resultados, o que interessa a alguns puristas deste país é salientar (e castigar) a atitude de quem – decerto indignado com a impunidade que brotou dos tribunais - as trouxe aos nossos incrédulos ouvidos. Perante graves crimes de corrupção, estas virgens ofendidas preocupam-se com pequenos ilícitos processuais, pretendendo, sob as asas do acessório, abafar o essencial.
Aos Ruis Moreiras deste país, pouco importa o conteúdo das escutas. Nada interessa que elas demonstrem, passo por passo, os métodos seguidos, durante anos, pelo seu clube, e que deixem a nu o aspecto central de toda esta questão: a justiça civil portuguesa, mergulhada num mar de insuficiências e equívocos, falhou neste processo. A eles apenas interessa o silêncio. Ou antes, uma cortina de fumo que transforme culpados em vítimas, e crimes graves em coisa nenhuma. Interessa, sobretudo, manter a capa de legitimidade que muitos dos títulos conquistados pelo FC Porto se percebe não merecerem.
As escutas telefónicas não são uma prática simpática, e ninguém gostaria de viver num país em que qualquer conversa pudesse ser escutada sob qualquer pretexto. Mas muito pior do que isso é viver num país em que os crimes ficam invariavelmente impunes, e os seus autores são objectivamente convidados a reincidir, em nome de um sistema ultra-garantístico, de operacionalidade labiríntica, de isenção questionável, e de eficácia nula, que é capaz de absolver mesmo dispondo de provas óbvias diante do seu nariz, virando cinicamente as costas às evidências. Neste caso concreto, nenhum cidadão de boa fé entende como puderam ser desprezadas escutas que já existiam, e provavam claramente os actos em apreço. E quando um sistema de justiça deixa de ser entendido pelo cidadão comum, deixa de cumprir a sua missão. Deixa de ter utilidade. Não serve para nada.
É ilegal a publicação das escutas? Pois que seja. Em face de uma “justiça” entorpecida, decadente e moribunda, quase se torna moralmente legítimo que o cidadão ignore algumas das obtusas normas com que o pretendem afastar da verdade. Há muito que não acredito na justiça em Portugal. Logo, não acredito no equilíbrio ou pertinência das suas vielas processuais, que na maioria das vezes - e suspeito que seja precisamente essa a sua razão de ser – apenas conduzem a becos de impunidade. Mais do que um “Estado de Direito” de fachada, interessa ao país um “Estado de Justiça”, em que a verdade seja devidamente apurada, e o crime seja devidamente punido. O Apito Dourado, e todos os seus contornos, mostram que, lamentavelmente, vivemos muito longe dessa realidade.
De resto, não estamos aqui perante qualquer violação gratuita da privacidade de ninguém. Nenhuma das escutas publicadas revela conversas de teor familiar, ou remete para qualquer circunstância privada da vida dos indivíduos em causa. Todas as escutas tratam de esquemas de favorecimento. Todas tratam de jogos de bastidores. Todas tratam de corrupção desportiva. Todas tratam de crimes. Por isso tanto nos interessam. Por isso tanto interessam ao futebol português, e deviam interessar também aos tribunais.
É em nome da justiça, e, sobretudo, em nome da verdade, que elas devem ser ouvidas, divulgadas, debatidas e comentadas. Há quem as tente desesperadamente silenciar, mas se ainda existem alguns aspectos positivos nesta globalizada sociedade da informação, um deles é precisamente o facto de permitir aos cidadãos fazer ouvir democraticamente a sua indignação, sem que os bloqueios das forças do situacionismo, do medo, ou da subserviência, o possam impedir.
Ninguém nos vai devolver os campeonatos perdidos. Ninguém nos vai ressarcir dos danos directos e indirectos que décadas de vício nos impuseram. Se a justiça não fez o seu papel, se os prevaricadores continuam a rir-se dela, do futebol, do país e de todos nós, pouco mais nos resta do que a revolta. E perante ela, pedirem-nos para tomar em conta aspectos de ilicitude lateral não é mais do que um desprezível insulto à nossa inteligência."

LF no Jornal "O Benfica" de 15/10/2010

LIGAR A CALCULADORA

Contas e mais contas. É o que espera o Benfica, que, com duas derrotas consecutivas, se pôs a jeito de uma eliminação evitável.
É cedo para uma análise mais consistente, pois a amplitude de possibilidades é enorme. Repare-se como os encarnados tanto podem ser apurados com apenas seis pontos, como ser eliminados alcançando exactamente o dobro, doze (o máximo que lhes é agora permitido).

APURADO COM 6 PONTOS
4ª Jornada: Benfica-Lyon, 0-1 e Hapoel-Schalke, 1-0
5ª Jornada: Hapoel-Benfica, 1-0 e Schalke-Lyon, 0-1
6ª Jornada: Benfica-Schalke, 3-0 e Lyon-Hapoel, 1-0
Classificação Final: Lyon 18 pts, Benfica 6, Schalke 6 e Hapoel 6

ELIMINADO COM 12 PONTOS
4ª Jornada: Benfica-Lyon, 1-0 e Hapoel-Schalke, 0-1
5ª Jornada: Hapoel-Benfica, 0-1 e Schalke-Lyon, 1-0
6ª Jornada: Benfica-Schalke, 2-0 e Lyon-Hapoel, 1-0
Classificação Final: Lyon 12 pts, Schalke 12, Benfica, 12 e Hapoel 0

Significa isto que o Benfica não depende de si próprio? Errado! Se ganhar ao Lyon e em Israel, o pior que poderá então acontecer à equipa de Jesus é ver-se na necessidade de marcar três golos ao Schalke na última jornada. Não seria fácil mas…dependeria sempre de si.
Aliás, esse jogo diante do Schalke, já em Dezembro, é o único que o Benfica não pode, de forma alguma, perder, quaisquer que sejam todos os outros resultados.
Para já, e tomando apenas em conta a próxima ronda, para se manter dependente dos desfechos dos seus próprios jogos o Benfica terá de fazer, na Luz com o Lyon, pelo menos o mesmo resultado do Schalke em Israel.
Recordemos, por fim, que em 2005-06, a equipa então orientada por Ronald Koeman chegou à fase seguinte depois de uma sequência pouco prometedora: VDEDE...e V(sobre o Manchester, num jogo épico).

NORMAL FOI A DERROTA

Os erros individuais foram, de facto, determinantes, mas o Benfica revelou nesta partida gravíssimos problemas de organização global, e, no meu ponto de vista, também de estratégica de jogo.
Comecemos justamente pelos aspectos estratégicos. Os encarnados entraram no campo do adversário, num jogo importante da Liga dos Campeões, como se estivessem a jogar na Luz com o Paços de Ferreira. Procuraram fixar-se no meio campo contrário sem acautelarem minimamente as transições defensivas. Deixaram partir o jogo, quando – sendo o empate um excelente resultado – o deveriam ter tentado fechar. Eu também gosto de futebol de ataque, e compreendo que uma grande equipa não pode alicerçar o seu jogo no medo. Mas creio, por outro lado, que todas as grandes equipas começam a sê-lo precisamente na segurança com que vestem o seu futebol. O Benfica - que, a quem não soubesse, parecia precisar de recuperar de uma larga desvantagem - nunca, nesta partida, se mostrou uma equipa segura. Nunca soube perder a bola, deixando que cada transição ofensiva adversária causasse o pânico perto da baliza de Roberto. Nunca conseguiu controlar os ritmos do jogo, deixando-o transformar-se numa roleta que dificilmente o poderia favorecer. Assim, torna-se relativamente natural que os erros aconteçam, e, pior que isso, que sejam fatais. O primeiro passo para se ser forte é ter-se noção das próprias fraquezas. O Benfica, esta noite, não conseguiu conviver com as suas debilidades, nem pareceu entender as virtudes de um adversário que talvez tenha subestimado.
Há também aspectos organizativos que não estão bem nesta equipa. Se na direita o fantasma de Ramires continua a conviver com a incapacidade de todos os possíveis substitutos darem, por um lado, o apoio de que Javi Garcia necessita, e por outro, conferirem a acutilância ofensiva que o "queniano" ainda assim garantia, na esquerda, Fábio Coentrão, sendo (desafortunadamente) apenas um, não é suficiente para fechar o corredor, sobretudo quando não tem nas costas um defesa seguro e consistente, como, no plantel, só ele próprio poderia ser. Ruben Amorim talvez representasse, no primeiro caso, uma solução interessante para esta partida. Infelizmente, estava em Lisboa.”

Podia ser esta a crónica do jogo de Lyon.
Na verdade, foram palavras que eu próprio escrevi há umas semanas atrás, após a derrota na Alemanha. E, como se vê, nem Jorge Jesus, nem a equipa, parecem ter aprendido muito com aquele desaire.
As infelizes declarações do técnico encarnado na conferência de imprensa antes do jogo já faziam antever o pior. Aquilo a que uns chamam audácia, eu chamo fanfarronice, pois ganhar em Lyon não é normal para nenhuma equipa do mundo, muito menos para um Benficazinho a léguas da equipa que, na época passada, encantou o país e também a Europa.
Este era provavelmente o jogo mais complicado do grupo, e só com muita humildade (e sorte) os encarnados poderiam evitar uma anunciada derrota. Era um jogo no qual um empate seria um óptimo resultado, e como tal uma ocasião merecedora das maiores cautelas, do máximo rigor, e de muita frieza competitiva.
O que se viu? Um Benfica a subir no terreno de forma suicida com seis, sete, oito unidades, expondo-se ao terrível contra-ataque francês; um Benfica sobranceiro, displicente e desastrado, mesmo em zonas recuadas do campo; um Benfica, em bicos de pés, a querer exibir o que não tem; um Benfica sem estofo nem forças para superar, ou pelo menos disfarçar, as suas (não poucas) debilidades. Tudo isto perante um adversário fortíssimo, coeso e muito experiente, que acabou por passar ao lado de uma goleada histórica, tais as facilidades que encontrava sempre que se aproximava da baliza benfiquista – onde Roberto foi evitando aquilo que pôde.

O grande erro do Benfica na noite de Lyon consistiu pois, uma vez mais, numa estratégia de jogo totalmente desadequada às circunstâncias. Na Liga dos Campeões não se vê ninguém jogar daquela forma. Nem gigantes como Real Madrid, Inter ou Chelsea, cuja maturidade os torna fortes precisamente por saberem adaptar-se a diferentes contextos – mesmo àqueles em que o melhor ataque é a…defesa. Aliás, a grande carreira do Benfica na Liga dos Campões de 2005-06 foi justamente alicerçada em estratégias de contenção face a adversários mais poderosos, procurando surpreendê-los pelas costas, e nunca enchendo o peito alarvemente nas suas barbas. Assim se joga na Champions, assim venceu Koeman o Liverpool e o Manchester United, e Jorge Jesus faria bem em rever os videos dessas históricas partidas.
Não falo necessariamente na constituição do onze inicial (embora partir para um jogo destes em 4-4-2, com Aimar e Gaitán como alas, seja o primeiro passo para o abismo). Falo sobretudo na forma errática, romântica, e sempre incipiente, como a equipa quis atacar (quer com onze, quer com dez, não fez um único remate à baliza), e na forma imprudente como pensou ser possível travar as transições do Lyon. Falo numa atitude despida de humildade, e de qualquer noção dos próprios limites. Não quero um Benfica a jogar sempre fechado na defesa. Quero um Benfica capaz de responder, a cada momento, às exigências do jogo, como uma grande equipa europeia, que, na verdade, pelo que se vê, está longe de ser. Infelizmente, mais longe do que estava há apenas uns meses atrás.
A diferença entre este Benfica e o da época passada é gritante. As razões para essa diferença davam para várias páginas de texto, e vão desde as saídas de jogadores absolutamente fundamentais (e ou me engano muito ou em todos os jogos da Champions, sobretudo nestes, iremos lembrar-nos aflitivamente de Ramires e Di Maria, cada um deles um enorme buraco por preencher na equipa), às lesões (Cardozo e Amorim seriam claramente titulares), ou ao estado de forma de alguns jogadores nucleares. Neste último aspecto há dois que sobressaem pela negativa, e nem sequer estiveram no Mundial: David Luíz e Javi Garcia. Duvido que para o caso do primeiro exista uma alternativa credível no plantel (Sidnei estancou o seu crescimento). Já o médio espanhol tem em Airton um substituto à altura, pelo que, dadas as reiteradas más exibições, justificava plenamente uma cura de banco. Em Lyon foi um verdadeiro fantasma, e quase parecia jogar de olhos vendados, tal o desacerto posicional que, a cada lance, ia revelando.
Olhando para a classificação, e para o calendário, nada está perdido. O Benfica depende apenas de si próprio, e duas vitórias e um empate até talvez possam chegar para a qualificação. O problema está mais nas fragilidades futebolísticas evidenciadas, não só nesta partida como na de Gelsenkirchen, e que deixam pouca margem de esperança em alcançar os imprescindíveis pontos. Ou seja, e para começar, duvido muitíssimo que este Benfica seja capaz de ganhar a este mesmo Lyon já no próximo dia 2 de Novembro. E não ganhando esse jogo, a continuidade na prova será uma miragem.
Muito honestamente, creio até que a Liga Europa talvez seja a melhor porta de saída para uma equipa que na época passada ameaçava vir a tornar-se muito forte (mesmo na cena internacional), coisa que esta Liga dos Campeões - pondo a nu as carências provocadas pelas saídas dos seus dois melhores jogadores - tem desmentido de forma eloquente. Na Liga Europa, contra Gents e Rapids, talvez ainda seja possível mostrar alguma garganta, e jogar um futebol abertamente ofensivo. Na milionária Champions, manifestamente, não é.

HISTÓRICO EM TERRAS GAULESAS

De realçar que os encarnados ultrapassaram sete destas nove eliminatórias disputadas.

PONTUAR

Não é possível olhar para o jogo de amanhã, no Stade Gerland, sem partir de uma premissa basilar: o Olympique de Lyon é superior ao Benfica.
A equipa francesa tem um orçamento substancialmente maior; dispõe, consequentemente, de melhores executantes; tem muito mais experiência na competição (se considerarmos fundamentalmente os últimos anos); e é francamente favorita a ganhar, não só o jogo, como também o grupo.
Dir-me-ão que não se trata do Real Madrid, nem do Chelsea, nem do Inter. É verdade, mas na hierarquia de valores da UEFA, este Lyon anda lá perto, e ainda surge num patamar claramente superior ao do Benfica, pelo que, para o conjunto português, qualquer resultado que não seja a derrota será de saudar. Não há que ter medo de ninguém, e há que jogar com confiança, mas o primeiro passo para tal consiste precisamente em manter uma clara noção das circunstâncias.
Não é este o jogo em que o Benfica joga a sua qualificação. Quando muito, poderá ter de fazê-lo quando, no dia 2 de Novembro, receber os franceses em sua casa - isto se amanhã perder, e os alemães do Schalke se superiorizarem ao Hapoel.
A derrota de Gelsenkirchen – num jogo em que, até pela forma como decorreu, se exigia, ao menos, o empate - complicou a vida do Benfica. Mas a situação do grupo não obriga ainda a cuidados intensivos, pelo que os encarnados devem encarar o jogo de Lyon sem qualquer tipo de ansiedade acrescida. Tentar ganhar, sim, mas se o andamento da partida apontar para uma possível igualdade, então ela não deverá ser desprezada.
Um empate (se possível acompanhado de igual resultado no outro jogo) seria magnífico, permitindo ao Benfica encarar os três jogos finais (dois deles em casa, e uma deslocação a Israel) com amplificado optimismo, e manter de pé a esperança de poder discutir o apuramento na última jornada, no Estádio da Luz, diante do Schalke 04.

Árbitro: Undiano Malenco (Espanha)
Equipas prováveis:
LYON – Lloris, Reveillere, Cris, Diakhite, Cissokho, Gonalons, Kallstrom, Gourcuff, Briand, Lisandro Lopez e Michel Bastos.
BENFICA – Roberto, Maxi Pereira, Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão (ou César Peixoto), Javi Garcia, Carlos Martins, Aimar, Gaitán, Saviola e Alan Kardec.

SIGA PARA BINGO

Por imperativos pessoais não pude ver mais do que meia-hora do Benfica-Arouca. Por felicidade, a meia-hora final da primeira parte, na qual os encarnados marcaram três golos, e resolveram de vez o jogo e a eliminatória.
Nesse período, vi uma equipa do Benfica sem facilitar, e a dar mostras de respeitar a ocasião e o adversário. Vi também uma excelente prestação de Alan Kardec, que, mau grado a fragilidade dos opositores, mostrou faro pelo golo e vontade de fazer esquecer Cardozo. Rezam as crónicas que, a partir de então, pouco mais houve que contar.
Permitam-me que, nesta eliminatória, destaque aqui também o meu outro emblema. O Juventude de Évora, líder da Zona Sul da II divisão, eliminou o Santa Clara da Liga de Honra, já leva três eliminatórias ultrapassadas, e mantém o sonho de defrontar um clube grande. Um Juventude-Benfica seria um jackpot para o clube eborense, e seria também, provavelmente, o jogo da minha vida. Que o sorteio me faça a vontade.

TEMPO DE TAÇA


Infelizmente, o Arouca e o seu presidente não têm estado á altura do clima de festa que esta partida lhes poderia - sobretudo a eles - proporcionar. Declarações de amor eterno ao FC Porto, e ao seu criminoso presidente, justamente na semana do jogo; preparação da equipa junto dos dragões; acusações ao Benfica acerca da hora do jogo e da transmissão televisiva. Enfim, uma postura de bicos de pés que era perfeitamente dispensável.

A propósito da hora, diga-se que é absolutamente incompreensível que uma partida sem qualquer interesse mediático (e, como tal, a dispensar a transmissão televisiva), se jogue às 21.00 horas. À tarde, no estádio, podia ter alguma graça. À noite terá certamente bancadas vazias, obrigando também os adeptos do Arouca a chegar a casa de madrugada. Não havia necessidade.

Mas seja assim ou de qualquer outra forma, seja de dia ou pela calada da noite, seja com amizade ou com indiferença, os jogadores do Benfica terão de cumprir as suas obrigações. E neste caso, estão obviamente obrigados a passar a eliminatória, ainda que tenham pela frente uma equipa profissional (apesar do nome menos sonante poder indiciar outra coisa), do escalão de um Belenenses ou de um Leixões, e, ao que parece, excepcionalmente bem preparada para enfrentar o gigante da Luz.

O onze que vai alinhar terá de dar descanso aos jogadores das selecções, devendo contudo manter um sopro de experiência, de modo a evitar complicações desagradáveis. Gondomar, Varzim e Penafiel devem estar presentes na memória daqueles que entrarem em campo.

O CÃO E O DONO

"Numa das várias, e inquietantes, obras-primas de Luís Buñuel (neste caso, “Viridiana”), há uma sequência em que um cão, mal-tratado pelo dono, insiste ainda assim em seguí-lo com a fidelidade que só a sua espécie consegue expressar.
Entre os humanos assistimos, no entanto, a exemplos que conseguem, por vezes, aproximar-se desse registo. A postura do Sporting perante o FC Porto lembra-me frequentemente aquelas imagens, sendo aqui bastante fácil de distinguir o dono cruel e o animal amestrado.
Voa Paulo Assunção, voa Adriano, e o Sporting zanga-se com o Nacional da Madeira. Escapa João Moutinho, e o Sporting atira-se ao comportamento do jogador. Foge Ruben Micael, e o Sporting queixa-se do empresário. Perde Villas-Boas, e o Sporting lamenta a sua pouca sorte. Ouvimos Pinto da Costa a ridicularizar José Eduardo Bettencourt (sem falar do roupeiro Paulinho), e vemos o presidente portista no camarote presidencial de Alvalade. O FC Porto ganha 17 campeonatos em 25 anos, recorrendo às fórmulas mais obscuras (expostas nos casos Apito Dourado, Calheiros, Guímaro, “quinhentinhos”, e por aí fora), e o Sporting escuda-se no silêncio, permitindo que a ira dos seus adeptos se volte para o…Benfica.

Se não estivermos a falar de cães, sobrará apenas uma hipótese para entender isto: o Sporting e os sportinguistas olham para o FC Porto, não como um rival, mas como um parceiro útil no combate ao odiado vizinho, e regozijam-se com as suas vitórias, vendo-as como uma forma eficaz de evitar triunfos do Benfica. Aliás, na noite da comemoração de um dos últimos títulos portistas, foram vistas bandeiras verde e brancas nalgumas ruas de Lisboa, que não pareciam propriamente festejar o 2º lugar.
Esta peculiar atitude tem custado muito caro ao clube de Alvalade, que caiu, em apenas duas décadas, de segundo maior emblema português para um periclitante terceiro lugar na hierarquia do desporto luso. Isso, tal como os pontapés ao cão de Buñuel, pouco parece preocupar as suas gentes.
Mais do que um fenómeno desportivo, estamos aqui perante um verdadeiro “case-study” na psicologia de massas portuguesa."

LF no Jornal "O Benfica" em 30/07/2010

GENTE GRANDE

"Estávamos no Verão de 2007 quando, num Mundial de sub-20 disputado no Canadá, vi jogar Fábio Coentrão pela primeira vez. Tinha sido contratado pelo Benfica umas semanas antes, e, como tal, mereceu a minha particular atenção ao longo de toda a prova.
Esse torneio (em que a Argentina de Di Maria e Aguero se sagrou campeã) não correu bem à selecção portuguesa, mas o toque de bola do jovem vilacondense mostrou desde logo que podíamos estar perante um craque fadado para os mais altos voos.
Permaneceu meia-temporada na Luz, onde não teve muitas oportunidades para se evidenciar. Não terá feito tudo o que podia para isso, e foi emprestado, temendo-se então que, à semelhança de tantos outros, não mais voltasse à casa mãe. Porém, um ano e meio depois Jorge Jesus decidiu trazê-lo de volta ao plantel encarnado. Não tardou muito tempo até que se percebesse porquê.
Apareceu-nos então um Fábio Coentrão muito mais maduro, muito mais profissional, felizmente (para ele, para o Benfica, e para o futebol português) ainda a tempo de resgatar todo o potencial que o seu enorme talento anunciava, e que a dada altura chegou a parecer perdido. Lembro-me de pensar, no início da época passada, que Fábio Coentrão tinha um ou dois anos para mostrar se era jogador para um Rio Ave, ou para um Manchester United, e que essa escolha só dependia da sua própria vontade. Passado um ano está claro que fez a opção certa, cabendo hoje em qualquer grande equipa do mundo.
O debate acerca da sua melhor posição em campo é deveras interessante, e daria para várias horas de discussão. Mas o que se deve extrair do seu trabalho, da sua atitude, e do seu talento, é que se trata já de um dos melhores jogadores portugueses da actualidade - talvez mesmo (juntamente com Nani) o segundo melhor, logo atrás de Cristiano Ronaldo.
Sabemos como o futebol actual é mercantilizado, e sabemos que um destes dias teremos provavelmente de o ver partir. Enquanto se mantiver de águia ao peito, regalemo-nos pois com o seu futebol, com a sua velocidade, e com a fantasia que se solta, em torrentes, do seu iluminado pé esquerdo."

LF no Jornal "O Benfica" em 8/10/2010

SEM COMPLICAR

Sem empolgar, mas com um poderoso sentido colectivo, e com um Cristiano Ronaldo mais próximo do estatuto de que goza, a Selecção Nacional conseguiu os objectivos que tinha para esta dupla jornada.
Trata-se, no fundo, de um regresso à normalidade. Podemos não ter a equipa que – com Figo, Pauleta, Rui Costa, Deco e Simão – há uns anos se aproximou da glória, mas continuamos a ser superiores a qualquer dos adversários deste grupo, e em condições normais deveríamos ter, pelo menos, mais três pontos do que aqueles que a classificação nos mostra. Esperamos que, como estes, também os próximos resultados ajudem a dissipar os efeitos da irresponsabilidade que nos conduziu a esta situação.
Tal como antes foi inevitável comparar Carlos Queiroz com Scolari, também agora será pertinente estabelecer um paralelo entre o novo seleccionador e o professor, que, diga-se, poucas saudades deixou.
No meu ponto de vista, Paulo Bento limitou-se a descomplicar aquilo que Queiroz complicara. Convocou os melhores jogadores, pô-los a jogar nas suas posições, e procurou manter a estrutura de um jogo para outro (suspeito que o fará também nos próximos compromissos) - pois só assim se conseguem os automatismos que, num clube, com muito mais tempo de treino, aparecem com facilidade, mas que numa selecção só com os jogos são possíveis de atingir.
Terá também conseguido aglutinar os principais jogadores da equipa em torno das suas ideias (muito mais fáceis de compreender, e como tal, de levar à prática), o que deu força e unidade ao grupo, e assim permitiu à principal estrela soltar o seu brilho. Isso viu-se em campo com toda a nitidez.O que mais aprecio em Paulo Bento é justamente a sua linearidade – por contraponto com o experimentalismo suicida de Queiroz. Mas aprecio também a diplomacia, a verdadeira diplomacia (não prosaica, mas genuína), que o impede, por exemplo, de lançar críticas ao trabalho de quem o antecedeu no cargo, bem ao contrário daquilo a que assistíramos em 2008.
Temos pois selecção, temos jogadores, e temos também treinador. Resta saber se ainda vamos a tempo.

NÃO ESTARÃO ELES A MAIS?

O futebol português está totalmente bipolarizado, tanto nos relvados, como nas guerras de bastidores. Existem apenas dois verdadeiros candidatos ao título. Existem dois clubes claramente superiores aos restantes sob todos os pontos de vista (palmarés, dimensão internacional, representatividade, orçamento, poder mediático e institucional, eclectismo, audiências, número de associados etc). Perante esta realidade e nestas circunstâncias, ainda fará algum sentido manter elementos de um terceiro clube nos debates televisivos?
Creio que não.
Compreendo que isto não seja consensual, que a medida seja difícil de aplicar, e dê azo a alguma polémica. As figuras em causa são bons personagens televisivos (polémicos, castiços, por vezes ridículos), e isso também contribui para os manter em antena. Mas a relevância que estes espaços tomam hoje no futebol português, e a importância dos temas que, perante o país, ali se discutem, já não se compadece com outras presenças que não as representantes das suas duas principais forças.
É verdade que todos os clubes têm direito ao seu espaço. Mas se o Sp.Braga, o V.Guimarães e o Marítimo (por exemplo) não estão representados neste tipo de debates, porque motivo há de estar o Sporting? Alguém imagina o Atlético de Madrid ou o Espanyol intrometido num espaço de discussão entre Real Madrid e Barcelona?
É que a presença leonina, além de fazer desperdiçar tempo de emissão, traz também um total enviesamento ao equilíbrio que se pretende. Tomando sistematicamente as dores e as posições do FC Porto, torna o debate numa espécie de “dois” contra “um”, sendo que o “um” é, paradoxalmente, representativo da esmagadora maioria dos adeptos do futebol.

UMA NOVA ALMA, UMA NOVA VIDA

Não foi necessária uma exibição de luxo. Bastou ganhar...com tranquilidade.
Apesar do panorama ainda se encontrar bastante carregado, os sinais de que temos equipa (e treinador) podem, e devem, alimentar-nos a esperança.

FORÇA PORTUGAL !

BOATO OU CENSURA?

Recuso-me a acreditar que a RTP equacione, sequer, ceder ao tipo de pressões que são aqui mencionadas. Tal cedência, a ocorrer, seria o fim do programa, e o fim de um conceito de serviço público independente, do qual a RTP (em particular a sua versão N) por vezes se esquece, mas que no essencial ainda vai subsistindo no nosso país.
A censura acabou em 1974. E quem tencione abafar as verdades terá de ter paciência, pois há muitos (entre os quais, modestamente, me incluo) que nunca as irão calar.

AOS 55 MINUTOS E 33 SEGUNDOS...

Terá sido isto que confundiu Rui Cerqueira?

OIÇAM TODOS, OIÇAM

Depois da encenação a que assistimos no programa "Trio de Ataque", fiquei com uma vontade irresistível de, também eu, publicar as escutas.
Sei que é um post redundante (já toda a gente as ouviu), mas simboliza o meu respeito pela verdade e pela justiça, e o meu total desprezo por questiúnculas forenses que, na maioria dos casos, apenas servem para proteger criminosos.
O que me interessa nas escutas é a sua substância. O que delas releva é a total impunidade que os actos praticados encontraram num sistema judicial caduco, incompetente e irresponsável - que se perde quase sempre no acessório, negligenciando o essencial.

TEATRO NACIONAL

Pirandello não faria melhor. Um mais velho e um mais jovem. Dois personagens à procura de uma fuga. Um sem querer ouvir, o outro recusando-se a ver. Ou como a farsa está, de vez, a tomar conta do universo do FCP.
Será para rir?

CLASSIFICAÇÃO REAL

V.GUIMARÃES-FC PORTO
A estratégia já vem dos tempos de Pedroto: mesmo quando se é reiteradamente beneficiado pelas arbitragens, mesmo quando se acaba de o ser mais uma vez, convém protestar um pouco para lançar uma nuvem de fumo que permita manter o status quo. A altura ideal para o fazer é após uma derrota, ou um empate, e quanto mais veemência se utilizar, melhor.
Tudo isto bateria certo se o penálti que só Rui Cerqueira viu, existisse mesmo. Podia acontecer: depois de vários penáltis por assinalar contra o FC Porto (Álvaro Pereira em Vila do Conde, Belluschi com o Braga, Rolando na Choupana, e, minutos antes, Fucile), era perfeitamente natural que, um dia, houvesse um por marcar a favor, permanecendo ainda assim um largo crédito nas contas azuis-e-brancas. Seria normal, num campeonato normal, e com um clube normal. Em Portugal (e estão aí mais escutas a demonstrá-lo), nem os campeonatos são normais, nem o clube que Pinto da Costa dirige o é - para se marcar um penálti contra a sua equipa seria preciso arrancar uma cabeça dentro da área, e qualquer espirro na área dos adversários é, quase sempre, sancionado (como aconteceu, por exemplo, na Figueira da Foz). Ainda assim há que manter os espíritos confusos, e não deixar que as efectivas razões de queixa de outros possam fazer-se ouvir a solo no palco mediático. Havia pois que aproveitar o insólito momento, e montar uma feira de indignação postiça a propósito do único lance, em todo o campeonato, em que o FC Porto teria sido supostamente penalizado.
Villas Boas cumpriu o papel que lhe cabia nesta peça (e até mostrou ter jeito), só não calculou que pudesse ter sido enganado pela própria estrutura do clube, fazendo a figura mais ridícula (usando a sua própria palavra) que me recordo de ver a um treinador português nos últimos anos. Gosto de ver as pessoas reconhecerem os seus erros, e o jovem treinador portista fê-lo, recuperando um pouco da seriedade que, após o jogo, parecia totalmente posta em causa. Mas o grotesco episódio não deixa de evidenciar a forma como naquela casa se procura, a todo o instante, adulterar a verdade, misturando-a com a mentira.
O que sobra da arbitragem de Carlos Xistra? Um penálti claro por assinalar, cometido por Fucile, e um segundo cartão amarelo ao mesmo jogador em lance que justificava a expulsão directa. Contra o FC Porto? Só um fora-de-jogo mal assinalado, num lance que não deu golo (Nilson defendeu com a cabeça).
Resultado real: 2-1 para o Vitória. Apesar da ingratidão demonstrada, Villas Boas deve pois um pontinho a Carlos Xistra.

BENFICA-SP.BRAGA
Como disse na altura, não gostei da arbitragem de Duarte Gomes. Teve critérios disformes, equivocou-se em muitas das faltas assinaladas e por assinalar, e não entendo – pelo menos à luz dos critérios que têm sido seguidos na Liga – os seis minutos de descontos dados no final.
Houve ainda dois foras-de-jogo mal assinalados, um para cada lado, mas em lances difíceis de avaliar (um porque é tirado "à pele", outro porque a movimentação dos jogadores do Braga – um, em jogo, a correr para a frente, outro, deslocado mas sem influência, a fazer-se também à bola, e depois a retrair-se - induz em erro o assistente).
No cômputo geral não houve influência no resultado.
Resultado real: 1-0

BEIRA-MAR-SPORTING
Um fora-de-jogo mal assinalado a um jogador aveirense, e um penálti reclamado, mas inexistente, sobre Hélder Postiga, são os únicos casos que me recordo do jogo.
Este texto serve para comentar a arbitragem, mas não deixo de notar a forma impressionante como o Sporting abordou os últimos minutos, perdendo bolas infantilmente, e deixando que o Beira Mar criasse lances de perigo sucessivos. Problemas físicos?
Resultado real: 1-1

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 19
FC Porto 13
Sp.Braga 10
Sporting 6

TOP-ERRO
Nesta rubrica assinale-se a entrada do penálti de Fucile para o 3º lugar, por troca com o penálti sobre Carlos Martins em Guimarães.
1º RIO-AVE-FC PORTO (3ª jornada) Rasteira clara de Á.Pereira a um avançado do Rio Ave dentro da área, a que Jorge Sousa fez vista grossa. Resultado na altura: 0-1 Resultado final: 0-2
2º NACIONAL-FC PORTO (5ª jornada) Murro de Rolando na bola dentro da área, que Bruno Paixão não quis ver. Resultado na altura: 0-1 Resultado final: 0-2
3º V.GUIMARÃES-FC PORTO (7ª jornada) Agarrão de camisola de Fucile a Edgar, na área portista, com Carlos Xistra a assinalar falta atacante. Resultado na altura: 1-1 Resultado final: 1-1

PONTAPÉ NA FATALIDADE

Uma bomba de Carlos Martins permitiu ao Benfica somar a terceira vitória consecutiva no campeonato, e ascender provisoriamente ao 2º lugar da classificação.
O jogo era difícil, e cheirava a clássico. A vitória foi justa, foi saborosa, e era imprescindível. Mas há que dizer, sem subterfúgios, nem resultadismos, que a exibição encarnada não encheu o olho a ninguém.
Sinceramente não gostei do jogo. Ambas as equipas estão a anos luz do espectacular campeonato que protagonizaram na época passada. O Sp.Braga vive uma indisfarçável crise, somando quatro derrotas e um empate nos últimos seis jogos que disputou, demonstrando que o seu plantel dificilmente aguentará sem danos o exigente desafio da Champions. O Benfica ainda luta para recuperar a identidade perdida, e embora esteja francamente melhor do que há umas jornadas atrás, mantém-se longe, muito longe, do registo que, há poucos meses, encantava o país.
Deste modo, quando Carlos Martins decidiu o jogo a pouco mais de um quarto de hora do fim, as coisas pareciam encaminhar-se para um deprimente zero a zero - que não servindo a ninguém, seria bem mais penalizador para o Benfica.
Se assim acontecesse, toda a nação benfiquista teria agora bastos motivos para lamentar a ausência de Óscar Cardozo. Sem o paraguaio, o ataque encarnado torna-se praticamente inofensivo, pois se Saviola não é propriamente um jogador de área (e está muito longe da sua melhor forma), Alan Kardec, sendo generoso na atitude, não tem o killer instinct que caracteriza os grandes matadores, raramente aparecendo isolado na cara do guarda-redes. Deste mal se sentiu a equipa de Jorge Jesus ao longo de quase toda a partida.
O Sp.Braga sofreu mais golos nas últimas quatro jornadas do que nas primeiras 17 da temporada passada. Nos últimos seis jogos oficiais leva 16 golos sofridos, e a razão é simples de explicar: a equipa minhota só tem um lateral (Sílvio), pois do outro lado está uma verdadeira caricatura. O nigeriano é um “bom-bom” para os ataques contrários, e depois de múltiplos erros, acabaria, naturalmente, por ficar ligado ao golo do Benfica. Um Benfica com maior peso nas alas (com Di Maria, com Ramires…) teria provavelmente goleado, tais as facilidades que foram sendo concedidas por aquele corredor. De resto, o conjunto de Domingos pareceu cansado e sem confiança, quase se limitando a esperar que o tempo passasse, e que o Benfica não conseguisse superar as suas próprias insuficiências.
O destaque individual vai inteirinho para Carlos Martins, autor do golo solitário, e de uma exibição pontuada por apontamentos de grande classe. Aimar também esteve em plano razoável, e Luisão continua a exibir a segurança a que já nos habituou. Em sentido contrário, como já ficou dito, Kardec não fez esquecer Cardozo, e Fábio Coentrão terá realizado uma das exibições mais descoloridas dos últimos meses.
Não vi quaisquer imagens televisivas, pelo que me é difícil falar do árbitro. Pareceu-me equivocar-se vezes demais, e utilizar critérios diferentes, quer no sancionamento da faltas, quer na exibição de cartões. Mas, como disse, o equívoco pode até ser meu.
Com três vitórias consecutivas o Benfica chegou ao segundo lugar. É pouco para as ambições do clube, mas é alguma coisa depois do fantasmagórico início de época que, por razões próprias e, sobretudo, alheias, a equipa viveu. Até seria bom ficar-se pela terceira posição, sendo isso sinal de que o FC Porto teria perdido pontos em Guimarães.

ONZE PARA DOMINGO(S)

DE ACORDO!

Com Ruben Amorim e Quaresma lesionados, Paulo Bento apenas acrescentou alguns nomes àqueles que já aqui tinham sido "convocados".