MEMÓRIA CURTA

Ainda não há dois anos.
Pimenta e refresco...
 

LAMENTÁVEL


Não há muito a acrescentar ao que o presidente Rui Costa disse após esta espécie de jogo de futebol.
Enquanto benfiquista sinto-me constrangido pelo que se passou, mas as culpas devem ser procuradas noutros lados.
Deixo um aplauso aos jovens jogadores do BSAD que entraram em campo, e espero, com alguma ansiedade, que esta situação não tenha trazido mais contágios, nomeadamente a jogadores do Benfica.
Fica também a necessidade urgente de rever os regulamentos, dado que, infelizmente, tudo indica que situações semelhantes possam vir a ter de ser consideradas.

 

CONTAS DA CHAMPIONS - guia para a última jornada

(clique para aumentar)

71 GOLOS PELO BENFICA!

Mais do que Lima, Filipovic, Saviola, Mitroglou, Vata, César Brito, Yuran, Mantorras, Raul Jimenez, Carlos Manuel, Chalana, Rodrigo, Gaitán, Vítor Baptista, Vítor Paneira, Valdo, Rui Costa, Miccoli, Aimar, Poborsky, Di Maria, etc...

PARA QUEM NÃO SE LEMBRA


Golos falhados é o que não falta. Apenas em Camp Nou, ficam três exemplos de falhanços de jogadores do Benfica.

2006, Simão:



2012, Rodrigo: 


2012, Lima:


SABE A POUCO

Não tivesse acontecido aquele lance, ao minuto 93, e a saga do Benfica em Barcelona teria sido um êxito: rigor defensivo, empate a zero, qualificação pendente.
Aquela perdida, no momento em que foi, deixa um sabor amargo. Afinal, podia ter-se escrito história. Afinal, a vitória até tinha sido possível, e agora os encarnados dependiam apenas de si próprios, e de uma vitória, na Luz, diante do Dínamo de Kiev.
Lances daqueles acontecem frequentemente. Até o próprio Seferovic já os desperdiçou. Lembro-me de, em Barcelona (e eu até estava lá), ver Lima desperdiçar uma ocasião semelhante, na outra baliza, num jogo que também terminou zero a zero, empate que na altura eliminou o Benfica.
A diferença é que agora foi praticamente na última jogada. É isso que faz Jesus ajoelhar-se, e muitos benfiquistas baterem com a cabeça nas paredes.
Não vou contribuir para a fogueira do internacional suíço. E acho que Jorge Jesus não o deveria ter feito. Mas sabemos como é o orgulho do treinador do Benfica: ele ganhou o jogo, e só Seferovic o impediu.
Já aqui escrevi, e volto a dizê-lo: Seferovic é o melhor ponta-de-lança do Benfica, e se juntasse a frieza na finalização ao sentido posicional e capacidade de desmarcação que tem, não estaria certamente em Portugal.
O que ficou para trás desse lance foi um jogo de nervos, com o Barcelona a atacar, e o Benfica a defender bem. Mas se na linha defensiva os encarnados estiveram intransponíveis, comandados por um super-Otamendi, no meio campo e no ataque já vi esta equipa fazer mais e melhor. João Mário estava claramente limitado, Rafa não esteve nos seus dias, Everton foi inconsequente e Yaremchuk devia ter ficado no banco. Tudo isto impediu o Benfica de colocar os catalães em sentido, e fez com que a partida se inclinasse progressivamente para o lado da baliza de Vlachodimos (outra grande exibição).
O empate é um bom resultado, e deixa bastantes esperanças para a última jornada. Confio no Bayern e na sua sede de ganhar. Este Barcelona não me parece capaz de, em condições normais, se superiorizar no Allianz Arena. Em condições normais, repito.
O Benfica não pode jogar esse jogo. Joga, sim, na Luz, e tem forçosamente de ganhar.

CENÁRIOS PARA CAMP NOU

DERROTA: Benfica eliminado matematicamente da Champions, discutiria com o Dínamo de Kiev o acesso à Liga Europa.

EMPATE: Tudo em aberto para a última jornada, com o Benfica a depender de terceiros, mas esse terceiro seria o...Bayern. Ganhando ao Dínamo na Luz, os encarnados obrigavam o Barça a vencer em Munique para seguir para os Oitavos da Champions. Ou seja, um empate em Camp Nou pode não ser nada mau.

VITÓRIA: Naturalmente o melhor cenário, com o Benfica a ultrapassar o Barcelona na classificação do grupo, ficando a depender apenas de si para passar à fase seguinte da prova. Se o Bayern cumprisse a sua parte e vencesse os dois jogos que faltam, o Benfica até poderia perder em casa com o Dínamo que estaria apurado para os Oitavos-de-Final. 

ONZE PARA BARCELONA


 

A TEMPO E HORAS


Um grande golo de Grimaldo empurrou o Benfica para uma justa remontada, depois de se ver a perder numa das poucas ocasiões de perigo criadas pelo seu opositor.
Na verdade, com maior ou menor brilhantismo, os encarnados dominaram todo o jogo, e mesmo na primeira parte já haviam criado um par de oportunidades flagrantes para marcar. O último quarto de hora, os célebres e antigos 15 minutos à Benfica, acabaram por dar cor e justiça ao marcador.
Não gostei nada do Paços de Ferreira. Dois autocarros em frente da baliza, constante anti-jogo, e pouca ou nenhuma criatividade do meio-campo para diante. Uma daquelas equipas típicas do futebolzinho português, que enchem o calendário e deprimem os adeptos. 
Destaque positivo para o regresso triunfal de Seferovic (para mim, claramente o melhor avançado do Benfica) e para a boa entrada em campo de Taarabt. Aliás, Jorge Jesus esteve certeiro nas substituições, sobretudo quando prescindiu do terceiro central (finalmente!!) - que se justifica, por exemplo, na Champions, mas parece-me inadequado neste tipo de jogos.
Agora...Camp Nou.

COFINAR




Estranhamente, ou talvez não, de há uns meses para cá (desde que Octávio Ribeiro foi substituído por Carlos Rodrigues, desde que Vieira foi substituído por Rui Costa), o grupo Cofina decidiu embirrar com o Benfica. Vai daí, lançam um conjunto de mentiras (como todas as boas mentiras, talvez partam de 10% de verdade), visando apenas desestabilizar o clube da Luz.
Primeiro foi Otamendi. Agora Jorge Jesus. E até Rafa - que nem sequer jogou na selecção, é apontado como um problema, e, pasme-se, como tendo personalidade complicada..
Talvez alguém da FPF possa ter soltado um lamento pela lesão do extremo benfiquista, daí a Cofina avança para um "falta de compromisso de Rafa gera desconforto". Talvez alguém da SAD benfiquista tenha dito que apreciava o trabalho de Pepa, daí a Cofina "despede" Jorge Jesus e avança com Pepa como "reservado" para o Benfica. Talvez Otamendi se tenha queixado a amigos de que Jorge Jesus era demasiado duro, daí a Cofina cria um desentendimento fatal entre capitão e treinador.
Com Ignacio Ramonet aprendi, em tempos, como se fazem estas coisas. A Cofina demonstra-o na prática, quase diariamente.
Espero que a estrutura do Benfica tenha força suficiente para aguentar, e responder aos ataques despudorados de um grupo de media que faz mal ao jornalismo, faz mal ao desporto, e faz mal ao país.
E espero, sobretudo, que os adeptos não embarquem nesta estratégia. Quando se ganha é fácil. Quando se perde é preciso sangue frio para lidar com estes terroristas da comunicação.
Entre as redes sociais (e os insultos anónimos), os fóruns de opinião (intoxicados pela multiplicação de perfis falsos) e este tipo de jornalismo (feito por bandidos), venha o Diabo e escolha.

IGUAL A PERDER POR 10-0

Fernando Santos é um homem sério e estimável. Não é, e provavelmente nunca foi, um grande treinador de futebol. E uma grande equipa merece um grande treinador.
Portugal tem talvez o melhor e mais completo plantel que alguma vez se viu. Beneficiou de um sorteio relativamente simpático para esta fase de qualificação. Tinha total obrigação de seguir em frente.
Neste jogo decisivo, perante um estádio cheio e vibrante, ainda teve o condão de marcar logo no primeiro minuto, aproveitando uma falha individual de um adversário.
Estive na Luz. O problema não é Ronaldo. O problema é mesmo uma total inoperância colectiva, própria de quem não sabe muito bem o que quer. O engenheiro amarra os jogadores, amarra e condiciona a equipa, com um conservadorismo totalmente inapropriado, sobretudo para quem dispõe de tanto talento.
A Sérvia foi uma equipa. Portugal, um amontoado de jogadores temerosos, à espera de um destino. Uma vez pode correr bem, na maioria das vezes correrá mal.
A sorte não aparece sempre. E este Portugal de Fernando Santos terá esgotado todo o seu plafond em 2016, quando foi campeão europeu com apenas uma vitória nos noventa minutos regulamentares.
Compreendi a gratidão até ao último Euro. A partir de agora é inexplicável insistir nisto.
Temo o pior para o play-off.

RIP CARTÃO DO ADEPTO

Que dizer de uma iniciativa capaz de colocar contra si, tanto Benfica como FC Porto, tanto PCP como Chega, para além de todos os clubes, de todos os adeptos, e de todos os partidos, incluindo uma parte do partido do governo, e até o próprio primeiro-ministo?
Apenas que foi um disparte sem qualquer sentido.
O que me chocou não foi o erro (quem não os comete?). O que me chocou foi a insistência quando o fracasso era mais do que óbvio.
Fica para a história como um triste momento de um triste secretário-de-estado.

ENFIM, EVERTON

 

Vindo de uma sequência de resultados e exibições bastante abaixo do que já mostrara, o Benfica precisava mesmo de uma noite assim.
Vitória expressiva, face a um adversário forte, com momentos vibrantes e nota artística elevada.
É verdade que, até ao segundo golo (37 minutos), o jogo foi muito diferente do que viria a ser a partir daí. O Braga respondera à boa entrada dos encarnados, a a partida parecia atar-se a meio-campo, sem oportunidades de um lado ou de outro. Acresce que as lesões de João Mário, e sobretudo de Lucas Veríssimo, deixavam as bancadas ainda mais ansiosas.
Apareceu então a dupla Everton-Rafa para partir tudo. E se do extremo português já temos amplas demonstrações daquilo que é capaz, o brasileiro teve aqui o seu primeiro grande momento desde que chegou à Luz. Em pouco mais de vinte minutos, entre o final da primeira parte e a primeira metade da segunda, a equipa de Jorge Jesus, comandada em campo por essa dupla maravilha, marcou cinco golos e resolveu a contenda, esmagando um adversário totalmente impotente face à inspiração encarnada.
Daí em diante tudo foi mais tranquilo, que o Braga a desejar que tudo acabasse, e o Benfica a rodar a equipa, sempre à espreita de mais um ou outro golo - que acabou por não surgir.
Agora vem mais uma pausa (até quando irá durar este anacronismo da FIFA). Tudo está em aberto, e a cabeça ficou limpa. Espera-se a recuperação da maioria dos lesionados, e um Benfica a reentrar forte. Tão forte como aquele que cilindrou o Braga, e havia goleado o Barcelona.

CONTRASTES

Dois meses no Céu



...e um no Inferno

CRÓNICA DE UMA DERROTA ANUNCIADA

Quem olhar para o onze que propus antes da partida de Munique, verificará que estavam lá os principais titulares do Benfica.
Confesso que na altura não ponderei a questão dos cartões amarelos. Se o tivesse feito, e pensado melhor (não tenho essa obrigação), talvez seguisse a opção de Jorge Jesus – que, além do mais, tem dados sobre os atletas e a sua condição física de que mais ninguém dispõe.
O que me parece, acima de tudo, é que responsabilizar o treinador do Benfica por uma derrota mais ou menos anunciada, contra a melhor equipa do mundo, não faz qualquer sentido. Aliás, se jogassem todos, perdessem à mesma (como, estou certo, aconteceria), e se apresentassem de rastos diante do Sp.Braga, Jesus seria crucificado duplamente. Assim, pode ser que no domingo se salve.
O Benfica fez em Munique aquilo que podia. E quem entrou na equipa não esteve melhor nem pior do que os que já lá estavam. Durante a primeira parte o principal problema até foi no lado esquerdo da defesa, onde actuava o titularíssimo Grimaldo – que deve ter ficado com tonturas depois das repetidas chicuelinas de Kingsley Coman.
Ao intervalo ainda havia alguma esperança de uma noite épica. O golo de Morato e a defesa de Odysseas ao penálti de Lewandowski (e, já agora, o empate que se registava em Kiev) acrescentavam ânimo à jornada europeia. Não esquecendo que o Benfica até marcara primeiro, num lance cuja alegada irregularidade não me convence.
O 3-1 e o 4-1, alcançados em poucos minutos, deitaram abaixo qualquer veleidade do Benfica. Quando Darwin reduziu ainda se pensou numa derrota honrosa (4-2 ou até 4-3), mas a goleada era mesmo inevitável.
Pior do que o resultado do Alianz Arena foi a vitória do Barcelona em Kiev. Sem ela, o Benfica poderia perder em Camp Nou e manter fortes hipóteses de se qualificar (bastaria vencer depois o Dínamo, e esperar que o Bayern cumprisse, em casa, diante do Barça). Assim as coisas ficaram bastante difíceis, mas não mais difíceis do que se supunha aquando do sorteio.
Em termos individuais terei de destacar obviamente Vlachodimos (que mesmo sofrendo 5 golos foi o melhor do Benfica), mas também João Mário (se descontarmos aquela perda de bola a meio-campo). Os entrados Morato (que até marcou), Meité (naturalmente sem ritmo, mas longe de ser aquilo que pintam dele), Everton (excelente entrada, depois apagou-se) e Pizzi (também sem ritmo, mas com uma boa primeira parte) não comprometeram.
Sei que é mais fácil criticar quem vem de fora, mas acho curioso que toda a gente massacre Meité (que, não sendo um craque, até tem algumas qualidades) e poupe Gonçalo Ramos (que na equipa A tem sido uma nulidade completa). Sobre Pizzi nem vale a pena falar (marcou 61 golos nos últimos três anos, e continua a ser patinho feio). Enfim, mais vale cair em graça do que ser engraçado.

RESISTIR


FALTA DE EFICÁCIA

O golo sofrido aos 90 minutos na Amoreira, o empate e a perda do primeiro lugar que originou, têm tido as mais diversas interpretações.
No meu ponto de vista, o que se passa no Benfica é uma tremenda falta de eficácia concretizadora. Foi esse o problema com o Portimonense, e agora no Estoril.
Nas últimas temporadas, tinha sido o mal amado Seferovic (62 golos nos últimos três anos) a desbloquear muitas situações. Pizzi (61 golos no mesmo período), com a sua forte presença em frente da baliza, também ia marcando. Ainda assim foi, como sabemos, insuficiente.
Para esta temporada o Benfica contratou Rodrigo Pinho e Yaremchuk. O primeiro lesionou-se gravemente. O segundo tarda em mostrar serviço, sendo, quanto a mim, um dos problemas, se não "o" problema, desta equipa. Seferovic tem estado igualmente lesionado. Pizzi não tem sido opção. E o jovem Gonçalo Ramos não tem trazido absolutamente nada à equipa, mostrando estar ainda demasiado verde para estas andanças.
Resta Rafa, que não pode fazer tudo, e que também nunca primou pela frieza de decisão na hora do remate. Resta também Darwin, que rende muito mais a partir dum flanco, está longe de ser um ponta-de-lança, e muito menos um matador.
Assim, o Benfica até joga, até cria, mas não resolve jogos aparentemente fáceis de resolver. Expõe-se depois a situações imponderáveis, como uma bola parada ou um contra-ataque. Assim perdeu com o Portimonense, assim empatou no Estoril. Ambos, jogos com várias oportunidades para matar e assegurar os três pontos.
Há muito campeonato. Mas este problema tem de ser resolvido. Da época passada para esta o Benfica melhorou na defesa, melhorou (muito) no meio-campo, mas parece pior na frente.
Segue o Bayern, numa partida em que se teme um desastre (uma goleada), não deixando de ter uma esperançazinha, lá bem no fundo, de uma noite milagrosa (um empate). A boa notícia é que a qualificação não será decidida neste jogo, sendo até, a esse respeito, mais importante um empate do Barcelona em Kiev do que do Benfica em Munique.