ONZE PARA O FUNCHAL

Objectivo: poupar alguns elementos para o "Clássico", lançar dois jovens estreantes, e se possível proporcionar golos a Darwin.

PORTOMONENSE

O principal problema do Portimonense não é Paulo Sérgio. Também é, mas já lá vamos.
O principal problema é a máfia brasileira que tomou conta do clube algarvio, e que rapidamente foi assimilada pelo FC Porto e seus interesses obscuros.
Os resultados dos portistas com o Portimonense nem deviam contar para a classificação. Já cheguei a propor-me apostar a minha casa em vitórias do FC Porto, quer no Dragão, quer no Algarve, tais as facilidades que encontra sempre diante deste adversário (mais ainda do que com V.Setúbal ou Estoril). E que contrastam com as dificuldades de Benfica e Sporting.
Depois, há um tráfico de jogadores (e verbas) muito pouco claro, o qual merecia uma investigação bem mais apurada do que a que tem sido feita até agora.
Mas o problema também é Paulo Sérgio, que candidamente admite a legitimidade de poupar jogadores diante dum grande devido às menores chances de ganhar. Não é caso virgem: Luís Norton de Matos, em 2016, foi a Alvalade ao serviço do União da Madeira sem nove titulares para os poupar para as jornadas seguintes, acabando por descer de divisão por apenas um ponto, naquilo que foi mais um momento próprio da justiça divina. Nunca mais ouvimos falar do União da Madeira, e ainda bem.
Paulo Sérgio também já desceu o Portimonense, coisa que acabou por ser evitada na secretaria devido aos problemas do V.Setúbal. Desta vez não vai descer, mas merecia. E devia, pois clubes como este não fazem falta nenhuma ao futebol, nem deixariam saudades. Se todos os treinadores se lembrarem de fazer o mesmo será o fim dos campeonatos tal como os conhecemos.
Nesta Liga já vimos de tudo. E confesso que cada vez me apetece ver menos.
Nem me venham falar de centralização de direitos televisivos. Não será outra coisa que não transferir dinheiro dos milhões de adeptos do Benfica para os bolsos dos Rodineys Sampaios que por aí andam. E assim perpetuar um campeonato ridículo, onde há apenas um clube grande, dois médios, três ou quarto pequenos, e depois um desfile de sociedades-fantasma, sem adeptos, sem história, sem instalações dignas, cheios de jogadores estrangeiros de refugo, e que só servem para satisfazer vigaristas e/ou caciques locais endinheirados e gabarolas.
A limpeza no futebol português passa pela arbitragem, mas tinha de começar também por fazer descer clubes como o Portimonense - isso só se garante com uma redução drástica do número de equipa na primeira Liga. Se andam à procura de negociatas, vão roubar para outros lados!
Últimos 20 anos frente ao Portimonense:

 

PROPOSTA


10 jogadores por 10 jogadores. 170 milhões por 70 milhões. Plantel mais forte, mais português, com mais mística, com mais formação e encaixe líquido de 100 milhões.
Se houver pontaria certeira nas quatro aquisições, com o eventual aproveitamento de mais alguns jovens dos Sub-19, talvez não seja preciso mais nada.

HUGO MIGUEL: PAÇOS DE FERREIRA 2013

A memória dos dirigentes do FC Porto é curta. Mas a minha não.
Em 2013, após o "clássico" do golo de Kelvin no minuto 92, o FC Porto ficou a depender de si para a última jornada. Mas tinha de vencer, em Paços de Ferreira, a forte equipa de Paulo Fonseca, que terminou em terceiro lugar, apurando-se para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. Obviamente venceu, e o técnico viajou de seguida para o Dragão, levando consigo, por exemplo, o médio Josué (formado no FC Porto, tal como Manuel José, também dessa equipa). O guarda-redes era Cássio, a quem alguém mais tarde arranjou um contrato milionário para as arábias, depois de lançar por aí uns boatos sobre o Benfica.
Venceu como? Pois, como é costume. Do que não se viu, não posso falar. Mas do que se viu, venceu com um "penálti" por falta cometida pelo central cabo-verdiano Ricardo, claramente fora da área, aos 21 minutos, que ditou também a expulsão do jogador pacense. Ou seja, após esse lance o FC Porto ficou a ganhar 0-1 e a jogar contra dez, uma partida que teoricamente seria difícil - teoricamente, pois na prática do futebol português (à excepção de Portimão, que é certinho e nem disfarça) nunca se sabe onde estão as facilidades.
Quem era o árbitro dessa partida? Hugo Miguel, ele mesmo.
Ofereceu um campeonato ao FC Porto, como Pedro Proença oferecera dois.
Agora queixam-se dele. Ingratos.

SE É ROGER SCHMIDT, VENHA ELE.

Quando surgiram os primeiros rumores acerca de Roger Schmidt, manifestei aqui o meu desagrado.
"Futebol ofensivo" a mim não me diz nada, e olhando para o currículo do alemão não fico impressionado.
Acresce que para as especificidades do futebol português, parece-me que o ideal seria um treinador conhecedor dos meandros, dos bastidores, dos árbitros, da imprensa, dos adversários, dos estádios etc. E há vários com qualidade (Leonardo Jardim, Paulo Fonseca, Marco Silva, Abel Ferreira, para dar alguns exemplos).
Porém, se a escolha é mesmo Schmidt, pois que seja. E a partir de agora, sendo treinador do Benfica, é também o "meu" treinador.
Quem tinha o dever de decidir, decidiu. Não ficarei à espera de ter razão. Pelo contrário, o meu apoio será total e inequívoco. Pois entendo que só assim um verdadeiro benfiquista pode servir o clube. 
Willkommen Roger Schmidt!


E VÃO 61!!!

O quadro abaixo detalha a 61 (!!!) vitórias do Benfica em competições internacionais na presente temporada. Em Portugal é, por larga margem, recorde absoluto. Creio que na Europa também o será, ou pelo menos não andará longe.
Tudo começou no dia 4 de Agosto de 2021 em Moscovo. E vai acabar...não se sabe ainda quando. 
A equipa de Andebol deu hoje um importante passo rumo à Final Four da Liga Europa. No próximo fim-de-semana disputam-se as da Champions de Futsal e de Hóquei em Patins Feminino.
Por agora, dois títulos: Youth League e Golden Cup de Hóquei. Três ainda em disputa, sem esquecer a fantástica Liga dos Campeões realizada pela equipa principal de Futebol - e, diga-se, também pela de Voleibol.

ONDE ESTÃO ELES?

Esta foi a quarta Final da Youth League disputada pelo Benfica. É interessante ver onde estão aqueles que disputaram as anteriores. E à medida que recuamos no tempo, percebemos melhor que grande parte dos jogadores que brilham nos Sub-19 acabam por não chegar muito longe enquanto profissionais. Sempre foi assim, ou quem não se lembra de alguns dos titulares campeões do mundo de Riad (Bizarro, Valido, Morgado, Tozé, Filipe, Hélio, Amaral etc) e de Lisboa (Brassard, Nélson, Paulo Torres, Toni, Gil, etc), ou da grande estrela de um Europeu Sub-17 (Márcio Sousa), sem falar no caso Dani.
Desta equipa agora campeã da Europa, acredito que três ou quatro possam vingar. Mas não consigo dizer quais. Na verdade, depende do trabalho deles, da evolução física, da humildade e também da sorte. Com talento há vários, mas isso é apenas uma das componentes de uma carreira bem sucedida.

CAMPEÕES EUROPEUS!

À quarta foi de vez. 
O Benfica é campeão europeu de Sub-19, depois de cilindrar o Red Bull Salzburg, que muitos consideravam como favorito - sobretudo após dar 5-0 ao Atlético de Madrid, que por sua vez eliminara o Real, detentor do troféu.
O jogo foi um verdadeiro festival, do princípio ao fim. E merece ser revisto por quem ainda não o viu.
Muito talento, e também muito trabalho de equipa, salientando-se aqui o nome do técnico Luís Castro, que já havia levado o Benfica à sua anterior final.
Nestas alturas, a questão que sempre se coloca é: quem, daqueles talentosos jovens, poderá ser aposta no futuro para a equipa principal? A resposta certa é: os que mais e melhor trabalharem daqui em diante.
Se olharmos para as anteriores finais, vemos tanto João Félix, Ruben Dias ou Gonçalo Guedes, como também Estrela, Romário Baldé, Hildeberto, Gilson Costa, Ricardo Araújo ou outros que, com todo o respeito, nem sei por onde andam. Ou seja, isto é um princípio e não um fim. 
Ainda assim promete.
No Domingo de Páscoa o Benfica havia sido Campeão Europeu (oficioso, mas factual) de Hóquei em Patins. Agora foi Campeão Europeu de Sub-19. No próximo fim-de-semana joga a Final Four da Champions de Futsal, podendo entretanto apurar-se também para a Final Four da Liga Europa de Andebol, estando já na Final Four de Hóquei Feminino.
O balanço final da temporada do universo benfiquista está ainda por fazer. No "Deve", temos um pesado terceiro lugar no campeonato nacional de futebol, mas no "Haver" já vamos tendo o cesto bastante bem composto.

FRAUDE

O Benfica não fez um grande jogo, falhou em demasia, e tem problemas de plantel que deve resolver para a próxima época.

Dito isto, é preciso dizer também que todo este campeonato tem sido uma fraude em termos de arbitragem, e a partida com o Famalicão foi apenas mais um capítulo. 

O lance de penalti é inequívoco, e a culpa é sobretudo do VAR. 

Mas isto foi apenas mais do mesmo, e uma repetição do que aconteceu jornada sim jornada sim deste o início. 

Enquanto os benfiquistas se entreterem a criticar os seus, e alimentarem clivagens entre anti vieiristas e outros que já não fazem sentido, isto vai continuar. 

É preciso também que a BTV se chegue à frente, mostre é repita os lances, de todas as jornadas, e ponha nomes a árbitros e Vares. 

Nomes como Soares Dias, Fábio Veríssimo, Tiago Martins e Manuel Oliveira já conhecemos bem.

Este Luís Ferreira, que estava hoje no VAR é um caso de estudo, e também tem um histórico tenebroso.

Mas o que me inquieta mais é verificar como subiram ao primeiro escalão figuras como Fábio Melo, Hélder Malheiro, André Narciso, António Nobre e mais alguns "jovens promissores". É como todos eles têm, não só a vontade, mas quase a preocupação em agradar ao sistema. 

São no fundo a prova de que no futebol português o crime compensa. O FCP montou uma estratégia de terrorismo comunicacional com violação e truncagem de correspondência privada, que os seus pontas de lança nos media potenciaram e exploraram, e isso serviu para devolver o futebol aos anos noventa.

E todo o ruído de conversas inócuas entre Pedro Guerra e Adão Mendes, ou questões de segredo de justiça com Paulo Gonçalves serviram para redirecionar a arbitragem para o lado que convinha, e que justificou toda essa estratégia.

A agravar, no último mandato Vieira ficou refém dos seus próprios problemas e processos, deixando as coisas chegar a este ponto.

É Rui Costa, no seu law profile, não tem sido eficaz na denúncia desta situação, que me parece ter já contornos criminais.

Este pode até nem ser o momento. Mas o Benfica tem de assegurar que a próxima época decorra dentro da normalidade. Caso contrário escusa de gastar dinheiro em jogadores ou treinadores para servir de figurante nesta aldrabice. 

Cabe também aos verdadeiros benfiquistas perceber que, jogando melhor ou pior, os resultados a nível nacional teriam sido diferentes caso se tratasse de uma competição séria. É que se acentuar em as divisões e clivagens que deviam ter terminado nas últimas eleições (quando, goste-se mais ou menos de Rui Costa, não apareceu ninguém credível para disputar a presidência) isto vai ficar cada vez pior. 

A famosa exigência deve começar por obrigar quem tem voz a denunciar tudo o que se tem passado. 

Como disse o jovem Henrique Araújo, há de chegar o dia em que o Benfica voltará a ser respeitado..


É DESTA, MIÚDOS!

Na próxima segunda-feira, dia 25 de Abril, o Benfica vai disputar pela quarta vez a final da UEFA Youth League, a verdadeira Liga dos Campeões do futebol formação. Só o Chelsea tem tantas finais, sendo que o Benfica ainda não logrou vencer nenhuma. O adversário será, ou o Atlético de Madrid ou o Red Bull Salzburg - que, diga-se, já venceu o Glorioso na final de 2017.
A Meia-Final foi com a Juventus, e a vitória apenas sorriu no desempate por grandes penalidades. Aos dez minutos o Benfica ganhava por 2-0, mas depois um árbitro holandês decidiu estragar o jogo com uma expulsão inacreditável do guarda-redes encarnado ainda na primeira parte. A equipa encarnada sofreu o empate, resistiu, e como Deus existe, repôs justiça na marca dos onze metros. Recordemos que nos Quartos-de-Final o Benfica vencera categoricamente o Sporting, em Alcochete, por 0-4. O FC Porto foi eliminado na fase de grupos.
Recuando no tempo, na primeira final que disputou, logo na primeira edição da prova, em 2014, uma equipa onde pontificavam Renato Sanches e Gonçalo Guedes, entre outros, perdeu 0-3 para o Barcelona de Adama Traoré e Munir El Haddadi.
A segunda final foi já mencionada de 2017, e aí jogaram Ruben Dias, Florentino, Gedson, Jota, Diogo Gonçalves e João Félix. O Benfica, que havia eliminado o Real Madrid (com um golo de João Félix de calcanhar) e era favorito, esteve a vencer até aos 70 minutos, sofrendo então uma dura reviravolta que deu o troféu à equipa austríaca.
A terceira final foi em 2020, a última antes da interrupção da competição devido à pandemia. Já orientada por Luís Castro, a equipa da Luz cedeu perante o Real Madrid por 2-3, com Tiago Dantas a falhar um penálti que daria o empate já não muito longe do fim. Dessa equipa faziam ainda parte Gonçalo Ramos, que marcou os dois golos, bem como Nuno Tavares, Paulo Bernardo, Morato e Henrique Araújo.
Agora o Benfica tem mais uma oportunidade, numa equipa com alguns valores interessantes (Diego Moreira, por exemplo), mas que me parece valer francamente mais pelo colectivo. O futuro dirá.
O FC Porto, disputando apenas uma final, conseguiu vencê-la, em 2019, numa equipa com Diogo Costa, Fábio Vieira, Vitinha, João Mário, Romário Baró e Fábio Silva.
Fica aqui o registo histórico do Benfica nesta competição, onde se tem salientado como uma das melhores escolas da Europa, infelizmente ainda sem tradução em títulos. Será desta?

DUAS NOTAS SOBRE ALVALADE

A primeira é que o conceito de futebol ofensivo não faz hoje qualquer sentido. Até Guardiola, com o plantel que tem, baixou as linhas em Madrid, bloqueando e eliminando o Atlético. Diga-se que Bayern e Ajax, duas máquinas de ataque, acabaram eliminadas pelo realismo táctico de Villarreal e Benfica, o que é sintomático, goste-se ou não, do que é afinal o futebol moderno.
Em Alvalade o Benfica chegou a jogar com seis defesas e dois trincos. Qual o problema? Nenhum. Ganhou e criou mais ocasiões de golo que o Sporting - esse sim, bloqueado tacticamente.
Nada interessa golear o Arouca por 6-1 e depois perder no Dragão por 3-2. O que interessa é ganhar todos os jogos (1-0 basta), seguindo a estratégia mais adequada para o fazer perante cada adversário. Para mim, espectáculo é ver o Benfica a ganhar.

A segunda nota é sobre a arbitragem. Se no campo se percebe que o árbitro não tenha visto algumas coisas, já o VAR tinha obrigação de as ver. É inacreditável como Nuno Santos não é expulso. E também Sarabia e Paulinho o deveriam ter sido.
Sei que o protocolo não o permite, mas também Coates e Esgaio ficaram por amarelar, numa autêntica tragédia disciplinar que ficou a marcar a prestação desta equipa de arbitragem. Nada que não se estivesse à espera.

E PORQUE NÃO MANTER VERÍSSIMO?

A equipa tem crescido a olhos vistos, tornou-se sólida e confiante, o balneário foi dominado, e já lá vão várias exibições de elevada qualidade.

Nelson Veríssimo é treinador. Disso já não me restam dúvidas. 

Não sei se era possível tirar mais desta equipa em apenas três meses e meio. 

Começo a ter grandes dúvidas sobre se o Benfica fará bem em deitar este trabalho abaixo. Sobretudo para vir um treinador que não conhece o futebol português, nem o Benfica, e vai ter de começar do zero. 

ORGULHO

Sejamos sérios: o Benfica tinha ínfimas possibilidades de ultrapassar o Liverpool, e por mais que puxássemos lustro à confiança, era difícil encontrar argumentos que fossem além da fé, ou, melhor dizendo, da fezada. 
Assim sendo, era também difícil esperar mais do que aquilo que os encarnados fizeram na eliminatória, ou seja, discutir os dois jogos, manter as expectativas até ao fim, realizar duas excelentes exibições, entusiasmar os adeptos, conseguir um ponto no ranking e no cofre, reforçar o prestígio do clube e valorizar os seus jogadores. 
Tudo isso aconteceu, e só pode merecer uma palavra: orgulho!
Podemos agora lamentar os erros defensivos (três golos de bola parada em seis sofridos nos dois jogos, e um momento de Odysseas e Vertonghen para os desenhos animados). Ou aquele fantástico remate de Darwin não ter entrado logo após o golo do empate. Ou o uruguaio não estar uns centímetros atrás nas duas excelentes finalizações anuladas pelo VAR. Ou muitas outras situações, na primeira como na segunda mão.
A verdade é que todos os jogos são compostos de episódios mais ou menos como esses. O Liverpool também cometeu erros. E se, por milagre (isto é, todas essas situações nos terem sido favoráveis) o Benfica chegasse a colocar-se em vantagem, também daí em diante a partida seria diferente, os ingleses iriam reagir em força, e, creio, acabariam por passar a eliminatória na mesma, porque são melhores, muito melhores.
Fica pois uma extraordinária campanha europeia do Benfica, cujos jogadores levaram aos limites o seu potencial. Algo que, infelizmente, não se verificou nas provas domésticas, por motivos que mais tarde, a frio, terão de ser analisados.
Não poderei finalizar sem destacar um nome: Darwin Nuñez, jogador extraordinário, que neste século XXI benfiquista só encontrará paralelo em Jonas. Foi ele que empurrou a equipa, muitas vezes sozinho, Europa fora, para uma campanha com momentos memoráveis. A má notícia é que este foi, seguramente, o seu último jogo internacional pelo Benfica.

QUE DEUS QUEIRA

Em futebol, há milagres.
Já vi muitos, e ainda esta noite o Chelsea mostrou em Madrid como se vira uma derrota caseira de 1-3 (acabou eliminado, mas chegou a estar à frente da eliminatória), e o Villarreal mostrou em Munique como se ultrapassa um tubarão na sua própria casa.
É verdade que o Benfica não é o Chelsea, e que o Villarreal vinha de Espanha em vantagem. Mas o futebol é um jogo, são onze contra onze, a bola é redonda, e tudo pode sempre acontecer. É esse, de resto, o seu encanto. 
Neste caso, será preciso ocorrer muita coisa em simultâneo para o Benfica poder sonhar com as Meias-Finais. Primeiro que tudo, há que fazer o melhor jogo da época, e acompanhá-lo de total eficácia diante da baliza. Depois, é preciso que o Liverpool esteja particularmente desinspirado e ineficaz. Finalmente, há que contar com a sorte. E se formos crentes, com a vontade de Deus. Mesmo não tendo Fernando Santos no banco, nada disto é totalmente impossível.
Se, como infelizmente é mais provável, a equipa de Nélson Veríssimo não conseguir ultrapassar esta montanha, espero, ao menos, uma grande exibição, um resultado nivelado (se possível evitando a derrota), e uma saída digna de uma prova que, nesta temporada, aconteça o que acontecer, já me proporcionou grandes alegrias (Eindhoven, Barcelona na Luz, Amesterdão...), e já devolveu o Benfica ao lugar de destaque europeu onde sempre deveria estar.
A ausência de Rafa é preocupante. Para além de Darwin, é o jogador mais determinante da equipa, e num jogo de contra-ataque (como se deseja em Anfield) estaria na sua praia. Porém, para que as coisas corram bem, o Benfica deverá privilegiar o rigor defensivo. Só defendendo muito bem os encarnados poderão esperar pacientemente a oportunidade para ferir o Liverpool. A receita, no fundo, é a mesma de Amesterdão, ainda que com uma dose suplementar de felicidade lá na frente.
Neste momento só há seis equipas em prova: Real, Villarreal, Atlético, City, Liverpool e ... Benfica. Um destes vai ser campeão europeu. Se o milagre de Anfield acontecesse, teríamos um Benfica-Villarreal na Meia-Final, e...,bem, já estou a divagar.
Fica o onze para Anfield, e, se me permitem: sonhar é grátis.


DAR WIN

Num jogo para cumprir calendário, diante do último classificado, Nélson Veríssimo aproveitou, e bem, para poupar alguns jogadores.
Não poupou o melhor de todos eles, que de facto parece nunca se cansar. Darwin jogou cerca de 70 minutos, os suficientes para fazer mais um hat-trick e dar mais uma vitória aos encarnados.
É impressionante ver jogar o jovem uruguaio, que nesta fase, com apenas 22 anos, está já a um nível demasiado alto para a Liga Portuguesa. Desde Jonas e Félix que o Benfica não tinha um jogador tão decisivo e tão brilhante, que corre, corre, corre, assiste, assiste, marca e marca e marca, seja ao B-SAD seja ao Barcelona, ao Bayern, ao Ajax ou ao Liverpool. Joga e faz jogar, e por vezes luta sozinho contra o mundo, parecendo capaz de vencer o mundo.
A má notícia é que não vejo qualquer hipótese de o manter em Portugal para além do Verão. E aposto desde já numa transferência de três dígitos.
Além de falar de Darwin, não há mais nada para dizer. Apenas desejar-lhe inspiração para Anfield Road. Só ele pode conseguir o milagre. 

PRIORIDADE TOTAL À CHAMPIONS

Dar ritmo a homens como Lazaro, Morato, Meité, João Mário, Seferovic e Yaremchuk (que podem de alguma forma vir a ser úteis, ou necessários, em Anfield Road). Poupar os titulares. Foco total na Champions.
O campeonato está perdido. O segundo lugar também. O terceiro está garantido. O que resta? A Champions.
É mais do que provável que o Benfica não ultrapasse o Liverpool (embora, lá no fundo, todos tenhamos uma réstia de esperança no milagre). Mas é também muito importante que faça um bom jogo, se possível pontuando, e que deixe o seu prestígio internacional reforçado. Só isso vale muito, mas muito mais do que um eventual tropeção com a B-SAD, para um campeonato completamente hipotecado.
Em Alvalade é outra história. Aí haverá uma questão de honra em cima da mesa. Mas isso é só depois de Anfield.

...E POR ENQUANTO, NÉLSON VERÍSSIMO

Independentemente do que vier a suceder no final da época, os benfiquistas devem estar gratos a Nélson Veríssimo. Pela forma como assumiu a equipa, num momento delicadíssimo para o clube, e também para ele próprio a nível pessoal. Pela forma como aguentou o barco, e como geriu um balneário a arder. E pela forma como conseguiu, pelo menos, um extraordinário apuramento para os quartos-de-final da Champions.
Se olharmos para os resultados em Portugal, a carreira de Veríssimo não tem sido impressionante. Mas confesso que gostei bastante de como montou a equipa nos jogos com o Ajax e com o Liverpool, e que foi de...Treinador.
Se Anfield Road mostrar uma vez mais um Benfica afirmativo e capaz de discutir o jogo, se vencer em Alvalade, e se ganhar ao FC Porto na Luz, ficarei com sérias dúvidas se não deveria ser ele mesmo a continuar no banco.
Percebo os timings de mercado, e talvez em Maio fosse tarde demais para tomar decisões. O futuro dirá, sendo que fazer o totobola à segunda-feira é fácil, e aí todos acertam.


AO QUE PARECE, É ROGER SCHMIDT


CARREIRA

JOGOS NA UEFA
Salzburg, Leverkusen e PSV

Já aqui escrevi que a minha escolha não seria Roger Schmidt. Preferia um treinador português, conhecedor das manigâncias do nosso campeonato (ambientes, jogadores, estádios, arbitragens, submundo, imprensa etc), e que, mais do que a dar espectáculo, ensinasse finalmente o Benfica a defender, a ser tacticamente rigoroso e combativo. Nada me interessa dar 6-1 ao Arouca e depois perder 2-3 no Dragão. Prefiro ganhar 2-0 ao Arouca e 1-0 no Dragão, mesmo se a jogar feio. Com Schmidt tenho a sensação de que, uma vez mais, vai suceder a primeira hipótese: talvez alguns espectáculos empolgantes, mas...títulos para o FC Porto. 
Agora que o facto parece consumado, resta-me apoiar a decisão, e esperar que o enganado seja eu. Rui Costa sabe muito, muitíssimo, mais de futebol do que nós. Lá terá encontrado as suas razões. Se Schmidt for o treinador do Benfica, será, com certeza, o meu treinador, com total benefício de dúvida. E espero que seja também o da maioria dos benfiquistas.

MAIS DUAS OU TRÊS COISAS SOBRE O JOGO

Quando seguia para casa, e ouvia os comentários da TSF no rádio do carro, pensava que, ou eu, ou eles, alguém tinha estado noutro estádio a assistir a outro jogo.
Andavam pelo estreito caminho entre o alívio por ver o Benfica praticamente eliminado, e a azia por não ter sido goleado, como esperavam, e como foram Porto e Sporting, por este mesmo Liverpool, e pelo City respectivamente. Então vinham as justificações:
1- O Liverpool não esteve ao seu nível. 2 - Klopp fez rotação na equipa. 3- Falhou na concretização. 4- O golo do Benfica resultou num erro do defesa. 5- Darwin não tem nível para um clube de topo da Premier League. 6- O Benfica foi goleado pelo Bayern. 7- etc, 8- etc.
Não fixei o nome dos artistas, mas isto acontece com cada vez maior frequência, quer na rádio, quer na TV, quer nos jornais. Longe vão os tempos em que os comentadores, mesmo simpatizando com o clube A ou B, tentavam ser isentos, e diziam  que realmente pensavam, sem agendas escondidas.
Hoje, cada um traz a sua encomenda, e tudo o que dizem ou escrevem parece ter um propósito de empolar uma coisa, relativizar outra, à medida de objectivos previamente definidos.
Pois bem: 1- Uma equipa está sempre ao nível daquilo que a outra deixa, e também o Benfica não esteve ao seu nível nos jogos de Dezembro contra os rivais domésticos. 2 -Não vi tal coisa, e só por má fé se pode dizê-lo e assim enganar alguns distraídos. Não jogou Diogo Jota e jogou Luís Diaz, antes assim não fosse. De resto, o onze titularíssimo. Aliás, o próprio Klopp desmentiu categoricamente que tivesse pensado em algum momento no jogo seguinte. 3- Se ninguém falhasse na concretização o jogo tinha acabado 4-7 ou coisa parecida, como aliás quase todos os outros jogos. Se o Liverpool não falhasse oportunidades no Dragão tinha ganho 1-12, e se o City também não as falhasse em Alvalade o resultado poderia ter sido 0-8. Se o Bryan Ruiz... Se o Kelvin... enfim, dá para tudo. 4- Todos os golos resultam de erros dos defesas ou dos médios e por vezes até dos avançados, e também os golos do Liverpool foram originados por falhas do Benfica. 5- Darwin é o melhor jogador a actuar em Portugal, tem sido uma das revelações da Champions, foi o melhor do Benfica em campo (talvez co excepção de Odysseas) e infelizmente só vai ficar na Luz mais dois meses. 6 - Pois foi, como também goleou o Barcelona, que antes não prestava e agora é que é bom. 7- etc. 8- etc.
Já agora, o Benfica não foi goleado como o Sporting e o FC Porto porque tem individualmente melhores e mais experientes jogadores, que não têm apresentado uma intensidade constante no campeonato, mas nestes jogos, quando dão tudo, quando concentrados, conseguem superar-se e discutir com os grandes da Europa. Assim foi com Barcelona, com Ajax - e com este Liverpool, com uma pontinha de sorte, podiam ter empatado o jogo.

COM HONRA MAS SEM SORTE

O bom é inimigo do óptimo. E se sonhar com um categórico triunfo sobre o Liverpool era grátis, perder por 1-2 seria digno, até prestigiante, e deixaria alguma expectativa para uma segunda mão heroica.
Infelizmente, aquele golo aos 87 minutos deitou por terra as esperanças benfiquistas, deixando a eliminatória quase arrumada. Digo quase porque em futebol já vi muita coisa, e apesar de tudo, 1-3 não é 0-5, sendo que o Liverpool é…o Liverpool.
O Benfica fez os possíveis para enfrentar o touro.
Na primeira parte notou-se alguma intranquilidade, que originou perdas de bola comprometedoras. Os golos surgiram de falhas que poderiam, e deviam, ter sido evitadas. Lá na frente uns fogachos de Darwin eram insuficientes para perigar a baliza de Alisson. Ao intervalo, confesso que temia a anunciada goleada.
À semelhança do que acontecera com o Ajax, o Benfica entrou na segunda parte decidido a mostrar a sua coragem. E desde o regresso dos balneários, até ao minuto 87, pode dizer-se que dominou o jogo, evidenciando a sua melhor cara desta temporada. Marcou um, podia ter marcado outro, empolgando as bancadas com ataques acutilantes (quase sempre tendo Darwin como protagonista) que iam pondo a equipa de Klopp em sentido. Com uma pequena dose de sorte, o resultado poderia ter tomado outro rumo.
Como quase sempre acontece nestas fases da prova, as arbitragens ajudam os nomes mais sonantes e que comercialmente mais convêm à UEFA. Sempre que, neste século, chegou aos Quartos-de-Final, o Benfica foi prejudicado, vendo penáltis por assinalar a seu favor. Diga-se, porque é verdade, que o FC Porto também tem sido vítima dessa dualidade, bem como qualquer equipa que não faça parte do lote de tubarões que a UEFA e os seus patrocinadores querem ver nas fases decisivas.  Os “bons” árbitros para a UEFA, são precisamente aqueles que conseguem inclinar o tabuleiro sem dar muito nas vistas. Este espanhol parece ser um desses, pelo que tem futuro.
Com ou sem penalti, há que reconhecer que o mais certo era o Benfica perder na mesma. Evitar a eliminação por uma das duas melhores equipas do mundo da actualidade era, à partida, tarefa hercúlea. Mas independentemente do que vier a acontecer em Anfield, ninguém tira ao Benfica a excelente campanha europeia que realizou até agora, e que, recordemos, começou nas pré-eliminatórias, passou por um grupo onde estavam Bayern e Barcelona, e tudo indica terminará dignamente, nos oito melhores, frente ao poderosíssimo Liverpool.
A mim, ninguém me tira as alegrias que tive, sobretudo com os jogos de Eindhoven, na Luz com o Barcelona e de Amesterdão. E também o reviver do ambiente das grandes noites europeias como foi mais esta, com um espectáculo de gala no relvado e nas bancadas.
Agora é esperar um milagre, que seria estrondoso e absolutamente histórico. Como comecei por dizer, sonhar é grátis. Temos uma semana para o fazer.
Depois, depois sim, será o tempo de fazer o balanço da época, identificar pecados e apurar virtudes de forma a que, no futuro imediato (leia-se, próxima época), o Benfica possa jogar semanalmente, no campeonato, com a intensidade que tem colocado (apenas) nas partidas internacionais. Se o vier a fazer, como a temporada europeia também demonstrou, tem equipa e individualidades para se superiorizar aos principais rivais domésticos – sem falar em Portimonenses, Moreirenses ou Giles Vicentes desta vida.

PRESENÇAS EM QUARTOS DE FINAL

 

Eis o top-dez:




É AQUI QUE ESTAMOS!

O Benfica está entre os oito melhores do mundo, e disputará amanhã uma das partidas mais importantes dos últimos anos.
O adversário é fortíssimo. Mas em futebol, não há impossíveis. E mesmo que o resultado não seja o desejado, uma boa exibição será importante para reforçar o prestígio internacional do Benfica.
Não faz qualquer sentido andar a chorar uma derrota em Braga por causa do apuramento para a Champions do ano seguinte, quando estamos ainda na deste ano. E é até de algum provincianismo desvalorizar o que esta equipa tem feito na Europa.
É verdade que a época nacional não tem sido boa, por culpas próprias e não só. O Benfica está afastado do título, como aconteceu 51 vezes desde 1935. Neste momento o desafio é muito mais importante do que isso. O Benfica estará a jogar aos olhos de todo o mundo, do Alaska à Nova Zelândia. Ninguém conseguirá convencer um estrangeiro, qualquer que ele seja, de que este Benfica, depois de eliminar Spartak, PSV, D.Kiev, Barcelona e Ajax, não está a fazer uma boa temporada. Tal como o Villarreal (que nem sei em que lugar está na Liga Espanhola), para mencionar os dois mais surpreendentes emblemas nesta fase da prova. As coisas são o que são.
Choca-me, por isso, ouvir e ler certos comentários sobre o momento do Benfica, e particularmente neste momento do Benfica. A maior parte deles são de gente que quer o mal do clube, e que tantas vezes se vê pela net, a fazer-se passar por "benfiquista exigente", e a avançar com "opiniões" totalmente destrutivas e desestabilizadoras. Essas não me importam nada. Importam-me as de benfiquistas que, de boa fé, se deixam embarcar nesse canto de sereia.
Não se trata de iludir o que correu mal internamente. Chegará o tempo certo para tratar disso. Agora o momento é de gala, está iluminado pelo mundo, e faz-nos recordar o grande Benfica europeu de outras décadas.
Foco total. Apoio total. Grito a uma só voz. É disso que o Benfica precisa agora. É isso que os verdadeiros benfiquistas lhe devem dar.
Para amanhã, qualquer coisa como isto:
Retranca total, com Rafa e Darwin livres para os contra-ataques. E seja o que Deus quiser...

FOCO TOTAL NO LIVERPOOL

Perante uns quartos de final da Champions, e com o campeonato há muito perdido, este jogo de Braga valia muito pouco.

Foi pena, depois de chegar ao empate, sofrer rapidamente o terceiro golo. Mas houve coisas positivas como os regressos de João Mário e Seferovic, e algumas movimentações interessantes.

Enfim, disto estamos despachados.

Agora venha depressa a noite de gala. 

ONZE PARA BRAGA

Lamento, mas para mim, neste momento, a prioridade é o Liverpool. Ou seja, há que poupar aqueles que jogaram pelas selecções, e dar ritmo aos que não jogaram, tudo a pensar em terça-feira.