VELHOS MÉTODOS

O FC Porto não sabe ganhar, nem sabe perder. Não há ali desportivismo, apenas ódio, rancor e intimidação. É assim há 40 anos, mas toda a gente assobia para o lado, e frequentemente canta loas aos seus triunfos - também eles, assumidamente, "contra todos".
Quantas vezes Sérgio Conceição já foi expulso? Quantas mais será, até ser castigado a sério?
Quantos penáltis o FC Porto já teve a favor neste campeonato? Quantos mais terá devido ao barulho que agora voltou a fazer?
No futebol português o crime compensa e, ou me engano muito ou na próxima jornada teremos pagamento.


DEMASIADO DIFÍCIL

Com três pontos somados, com a derrota do SC Braga e o empate do FC Porto, a jornada acabou por correr menos mal.
Mas a exibição confrangedora dos encarnados diante do Santa Clara deixa muitas interrogações no ar.
A primeira parte foi, uma vez mais, escandalosamente fraca. E a segunda não foi suficientemente melhor para apagar a impressão deixada. O Benfica acabou por ter a sorte de um jogo que, sejamos justos, talvez nem merecesse vencer.
Não sei se o esquema de três centrais é o mais adequado para este tipo de jogos. Talvez o seja para jogar com FC Porto ou Sporting, mas para defrontar adversários mais modestos, que fazem do rigor defensivo a sua principal arma, fica a faltar gente na frente para causar os necessários desequilíbrios.
Acresce que há unidades deste Benfica em claro sub-rendimento. Everton tarda em mostrar-se. Pizzi parece desmotivado. E até Rafa evidencia sinais de cansaço. Seferovic tem dias. Waldschmidt é extremamente irregular. E neste jogo acabou por ser Chiquinho a fazer a diferença. A boa notícia é um certo crescimento de forma de Darwin.
O Benfica ainda não depende de si para chegar ao segundo lugar. E, ao que tudo indica, viajará para Tondela sem Otamendi, Weigl, Gabriel e Taarabt, além de Jardel e, claro, Samaris e André Almeida. Demasiadas baixas num plantel não tão brilhante como isso. 
Este campeonato tem trazido algumas surpresas. Pode ser que a sorte acompanhe a equipa encarnada nesta ponta final, e ainda venha ser possível o apuramento directo para a Champions. Será preciso vencer todos os jogos (onde se incluem os clássicos com FC Porto e Sporting), e ainda que os portistas encostem mais uma vez (e além da Luz só vão a Vila do Conde).

DUAS CARAS

Olhando para o que se passou em Portimão, mais nos custa a digerir a derrocada da jornada anterior diante do Gil Vicente.
Embora a primeira parte deste jogo não fosse exemplar, o golo perto do intervalo catapultou o Benfica para uma reviravolta, uma goleada, e uma excelente exibição - ao nível do que havia feito em Braga e em Paços. Seria uma bela sequência, não fosse, lá está, o malfadado jogo anterior, que hipotecou o segundo lugar, bem como qualquer réstia de esperança na conquista do título (num momento em que o Sporting ameaça colapsar).
Faltam seis jogos. Há que os vencer, assegurar, no mínimo, o terceiro lugar, e depois ganhar a Taça. E reflectir sobre o que foi esta temporada, na qual, vírus à parte, o Benfica de Jesus mostrou demasiada irregularidade.

QUE PENA...


Como se vê pela declaração acima destacada, Florentino Perez ainda não percebeu o que é o futebol. Lamenta-se de que ninguém terá 200 ou 300 milhões de euros para contratar um jogador. Ignora que o facto de haver transferências de 200 ou 300 milhões de euros é, isso mesmo, um problema em si, E que a esmagadora maioria de clubes do mundo nem por 30 milhões pode contratar alguém. E que nenhum futebolista, quase arriscaria dizer nenhum profissional de qualquer área, vale tamanha barbaridade.
Sem a Superliga, Haaland e Mbappé não irão certamente abandonar a carreira. Se o Real Madrid não tiver dinheiro para os contratar...que contrate o Rodrigo Pinho, como faz o Benfica.

ADEUS!


MANCHESTER UNITED.....out
MANCHESTER CITY...... out
LIVERPOOL..... out
ARSENAL.......out
TOTTENHAM.....out
CHELSEA.......out
INTER........prestes a sair
ATLETICO MADRID....prestes a sair
BARCELONA......prestes a sair
MILAN....... a ponderar

Sobram dois gananciosos. Irão jogar um contra o outro dezoito vezes, certamente com enorme audiência. Adeus, e sejam felizes!

A MINHA NOVA CHAMPIONS

Em resposta à tal superliga, a UEFA poderia aproveitar para apostar num modelo competitivo mais democrático, em que mais países participassem, deixando porventura de lado a actual Liga Europa. Ou seja, uma competição única, com 64 participantes, apurados pelos campeonatos nacionais, divididos em 16 grupos apurando-se os dois primeiros, e com a fase a eliminar acrescida de uma eliminatória (dezasseis-avos de final). Algo como isto:
 

SUPERLIGA? NÃO!

O futebol é identidade. Não me diz nada ver uma série de multinacionais a jogar entre si sem sequer serem desafiadas.
É verdade que existe a NBA, mas num país diferente, com uma tradição que remonta há mais de 70 anos, e num modelo em que não há mais qualquer competição nacional para aqueles jogadores.
O futebol vive de rivalidades locais, regionais e nacionais, de um conjunto de competições, da identificação que as pessoas sentem pelos seus clubes, e do sonho que alimentam de os verem chegar longe. A Superliga é cortar esse sonho e essa identificação para a maioria dos emblemas e, logo, para a maioria doS adeptos.
Eu vejo a Liga dos Campeões porque o Benfica normalmente participa nela, já a venceu, e foi várias vezes a fases adiantadas (assim como o FC Porto). É esse o fascínio, que depois me arrasta para outros jogos. Se não puder participar, não me interessa nada ver um Real Madrid-Liverpool só pelos nomes, ou por ser disputado por jogadores ricos, numa prova fechada e sem alma. O futebol não é só boas jogadas e bons golos. Nem é principalmente isso. É toda uma cultura para além de um mero show de entretenimento, e que os CEO's destas multinacionais não compreendem - provavelmente porque nunca conheceram essa paixão.
Se quiserem avançar com a Superliga, avancem. Eu não pagarei um cêntimo para ver qualquer jogo. Os chineses que a vejam e que a paguem.
Haverá muito futebol para além deste monstro.


PONTAPÉ NO ESTÔMAGO

Vejo futebol há mais de quarenta anos, e não consigo perceber como uma equipa que mostrara dias antes, em Paços de Ferreira, grande frescura física, confiança e fulgor, entra em campo, na sua casa, perante um candidato à descida, sem alma e sem norte, realizando uma das piores primeiras partes de toda a temporada.
Rafa, Seferovic e Waldschmidt pura e simplesmente não existiram durante os primeiros 45 minutos. E foi aí que a derrota começou a desenhar-se. O Gil, sem pressão, com espaço para sair a jogar, ganhou confiança e ganhou vantagem - que foi conseguindo gerir tranquilamente na segunda parte,  com algum sofrimento apenas nos instantes finais. Um filme já visto, em que a equipa pequena chega à vantagem, ganha confiança, a grande facilita, e depois, deparando-se com queimas de tempo sucessivas, enerva-se ao ver que é tarde para dar a volta, e tem de arriscar abrindo espaços para o contra-ataque.
Quando tudo parecia enfim entrar nos eixos, quando o Benfica de Jesus começava a mostrar os dentes, e quase sonhava novamente com o título, eis que vai tudo por água abaixo, em casa, num jogo onde nem o mais pessimista se atreveria a antecipar uma derrota.
O sonho do título esfumou-se por completo. E até o segundo lugar parece agora uma miragem. Resta manter o terceiro, que também está longe de ser um dado adquirido.
Até há uns dias atrás, a narrativa da Covid, enquanto responsável pelos maus resultados, parecia fazer sentido. E agora? Que justificação encontrar? Sinceramente não sei. Espero que se garanta pelo menos o terceiro lugar, se vença a Taça, e, sobretudo, que a temporada termine depressa.

ONZE PARA SÁBADO


 

SÉTIMA VITÓRIA

E de mão cheia, com uma exibição notável, repleta de velocidade, garra e fluidez. 
Mais uma vez sem sofrer golos, e a confirmar que este Benfica, com este plantel e com este treinador, poderia ter feito uma temporada muito diferente.
Afinal o problema não era o presidente, nem o balneário. Foi o covid, foram os vários penaltis por assinalar, e ainda alguma falta de sorte, que, conjuntamente também retiraram confiança e adensaram a instabilidade.
Com tudo no sítio, está a ver-se, enfim, quão forte é, ou poderia ter sido, este Benfica.
Seferovic foi o homem em destaque. É provavelmente o melhor avançado a jogar em Portugal, e está a encontrar o seu destino com Jorge Jesus. Em condições normais será Bola de Prata pela segunda vez em três anos.
Uma palavra final para Darwin: confiança.


SEXTA VITÓRIA

Não era preciso sofrer tanto para consumar a sexta vitória consecutiva, desta vez diante do último classificado. A exibição foi fraca (estes jogos pós-selecção raramente são brilhantes), mas suficiente para um triunfo tranquilo. As várias oportunidades desperdiçadas, algumas delas de forma quase ridícula, inviabilizaram a construção de um resultado que deixasse o Benfica a salvo de sobressaltos. E a parte final do jogo foi aflitiva.
O que conta são os pontos: e os encarnados continuam a depender apenas de si próprios para chegar ao segundo lugar, e ao apuramento directo para a Champions. Ficaram também mais perto do Sporting, mas ainda demasiado longe para sonhar com o título. Só um colapso total dos leões poderia permitir uma surpresa, mas não me parece que ainda seja plausível esperar por tal.
De realçar mais uma partida com a ficha limpa, a sexta consecutiva, sendo que no campeonato, desde Alvalade, o Benfica apenas sofreu um golo, de penálti, em Moreira de Cónegos. Aquele que era o principal problema da equipa na fase inicial da temporada parece debelado.

Helton Leite, Diogo Gonçalves e Lucas Veríssimo são os rostos da mudança, embora seja redutor colocar a questão em termos individuais. Do meio-campo para a frente, os elementos em perda são Darwin Nuñez e Pizzi, cuja saída da equipa tem coincidido com os melhores resultados. No caso de Darwin era evidente a má forma e a intranquilidade, já quanto a Pizzi será mais uma questão de enquadramento táctico - isto se afastarmos hipóteses extra-desportivas, que carecem de prova.
Segue-se Paços de Ferreira, um campo extremamente difícil, e certamente uma das deslocações mais duras até final. Teste de foro à recuperação da equipa de Jorge Jesus.

ONZE PARA O REGRESSO