CINCO ANOS DE PRESIDÊNCIA

Luís Filipe Vieira cumpre hoje cinco anos à frente dos destinos do Sport Lisboa e Benfica, embora desde 2001 integrasse já a estrutura benfiquista, então apenas como director desportivo.
Ao fazer o balanço do seu trabalho devem, quanto a mim, ser considerados três períodos distintos. Um desde a sua entrada no clube até ao fim do primeiro mandato (2006), outro desde o início do segundo mandato até Julho passado, e um terceiro – assim espero – iniciado nestes últimos meses.
O primeiro mandato de Luís Filipe Vieira foi notável, colocando-o ao nível dos melhores presidentes da história do clube. Herdando uma situação extremamente complicada sob todos os pontos de vista, Vieira e a sua equipa credibilizaram institucionalmente o clube, encetaram uma recuperação económica e financeira que quase se assemelhou a um verdadeiro milagre, conseguiram dar sequência a projectos como a construção das instalações desportivas – estádio, pavilhões e centro de estágio -, descobriram novas formas de criação de receitas, das quais o naming das bancadas ou os kits de sócio foram apenas os mais elucidativos exemplos, apostaram fortemente no tradicional ecletismo e, qual cereja no topo do bolo, ainda viram a equipa de futebol regressar aos títulos após longo jejum, o que também só foi possível graças a uma gestão desportiva criteriosa e afirmativa, capaz de trazer para a Luz nomes como Simão Sabrosa, Petit, Nuno Gomes, Geovanni, Luisão, Tiago, Ricardo Rocha ou Quim.
Quando tudo parecia caminhar para a perfeição, e o Benfica parecia imparável rumo ao seu destino ganhador, eis que a partir de 2006, à medida que outros projectos avançavam (ex: canal tv), a gestão desportiva foi sendo estranhamente negligenciada.
Custa a entender como se cometeram tantos e tão repetidos erros. Fundamentalmente, parece não ter havido capacidade de perceber que na equipa campeã de 2005 estava uma base com condições para - com mais um ou outro reforço - chegar longe até em termos internacionais, como de resto a evolução da carreira dos seus jogadores o veio a demonstrar.
Tudo começou com a saída de Miguel para Espanha, em condições pouco edificantes para o jogador, é certo, mas também pouco proveitosas para o Benfica. No ano seguinte foi a vez de Geovanni ser cedido a custo zero, não se sabe ainda bem porquê. Depois seguiu-se Ricardo Rocha, vendido na mesma semana em que saíra Alcides (dois polivalentes nunca devidamente substituídos), desfazendo-se assim, de uma penada, um dos melhores blocos defensivos do futebol português nos últimos anos. O golpe de misericórdia na equipa foi dado com a venda de Simão Sabrosa (por um valor abaixo do seu real peso no plantel encarnado) e Manuel Fernandes há pouco mais de um ano (semanas depois de perder Miccoli e Karagounis).
Neste período, compreendido entre 2006 e 2008, desmantelou-se a equipa, desprezou-se a dinâmica de vitória que o título de Trappatoni trouxera, destruiu-se um balneário coeso e unido, carregado de mística e profissionalismo. Sobre esses destroços, lançou-se um grupo de jovens sul-americanos contratados avulso, sem conhecimento do clube nem experiência do futebol europeu. Criaram-se, enfim, todas as condições para uma das piores épocas de sempre do Benfica, até porque o despedimento do técnico Fernando Santos (que ficara a dois pontos do título) se revelou precipitado e injusto, e, mais tarde, a decisão de promover Chalana uma inexplicável aventura de custos bastante elevados e nunca devidamente contabilizados.
Quero acreditar que com as escolhas de Rui Costa e Quique Flores o Benfica tenha, neste último defeso (apesar do mal explicado caso Petit), entrado numa nova fase. Numa fase em que a competência – então aparentemente exclusiva de outras áreas de actividade do clube – tenha chegado enfim à gestão do futebol. Numa fase que possa levar o Benfica de novo aos títulos (já vão tardando…), e que possa redimir esta administração dos erros cometidos a nível desportivo, dando ao final deste segundo mandato de Vieira um impulso capaz de lhe permitir a reeleição em Outubro de 2009.
Se for dada autonomia de decisão a quem percebe de futebol – sem serem os directores financeiros a decidir as contratações em função de avaliações meramente mercantis -, se houver preocupação com a estabilidade do grupo, evitando as constantes entradas e saídas de jogadores, se se interiorizar que só com resultados desportivos o clube estará em condições de aproveitar devidamente todo o seu potencial de criação de receitas, respirando o ar saído de toda a retaguarda institucional e empresarial que o Benfica conseguiu sedimentar nestes anos, estou certo que o futuro será pintado de vermelho, e que a história de Luís Filipe Vieira no Benfica poderá acabar bem melhor do que, em certas alturas, se chegou a supor.

POR MIM PODE VIR




" Jogar no Benfica ?
É daquelas perguntas que não sei bem responder ... nunca se sabe ! "


João Moutinho à revista GQ

CONTAS FEITAS

Num momento em que ainda não tomei conhecimento do relatório e contas do F.C.Porto SAD relativo à temporada 2007-08, já se podem adiantar algumas considerações acerca dos relatórios das SAD’s de Benfica e Sporting, publicados nos respectivos sites.
O elemento que chama mais a atenção é o capital próprio negativo que o balanço do Sporting apresenta. Segundo aprendi na universidade, tal situação representa, nem mais nem menos, do que a falência técnica, pelo que Soares Franco não brinca quando fala das grandes dificuldades que vive o clube da Alvalade. Dos três grandes, mesmo não conhecendo o relatório portista, o Sporting é seguramente o único nesta situação, à qual uma boa prestação na Liga dos Campeões poderá dar ajuda, mas que a médio prazo exige um olhar atento e aprofundado.
O passivo dos leões é o maior de entre os grandes, tendo crescido quase 15 % no último ano, enquanto o do rival da Luz baixou significativamente (mais de 25 %). O do F.C.Porto era em 2006-07 o mais baixo de entre os três, ficando alguma curiosidade para se saber como evoluiu na última época.

Outro aspecto que impressiona é o valor de direitos televisivos que o Sporting recebeu, estranha e paradoxalmente, superior aos de Benfica (com muito maiores audiências) e F.C.Porto (com muito melhores resultados desportivos). Não sei se tal se prende com uma melhor estratégia negocial ou com outra qualquer razão, mas que é difícil de entender, lá isso é. Em termos percentuais, nas contas verde e brancas os direitos televisivos representam 26% do total de receitas, enquanto no Benfica apenas somam 13% - refira-se por curiosidade, que há clubes italianos e ingleses de topo, em que este tipo de receita chega a representar 70/80%. Com o novo Canal Benfica, e com o aproximar do fim dos contratos vigentes, creio que esta iniquidade tem os seus dias contados.
Se a diferença nas receitas televisivas não se entende muito bem, já em termos de bilheteira os preços praticados pelos leões – substancialmente mais elevados –, paralelamente às vicissitudes da temporada desportiva, acabaram por permitir superar os rivais. Estou convencido de que se tratou de uma situação pontual, fruto de uma época desportiva desastrada para os lados da Luz.
Já nos patrocínios, o Benfica é, naturalmente e sem surpresa, aquele que recolhe maiores montantes. Refira-se ainda, a título de curiosidade, que as remunerações dos órgãos sociais do Sporting ascendem a mais do dobro dos valores que se praticam no Benfica. Contrariamente, diga-se, aos respectivos plantéis, pois o do Benfica tem salários bem mais altos. Em termos gerais, diga-se que, embora os lucros apresentados pelo Sporting sejam neste exercício superiores, a situação económico-financeira do Benfica está bastante melhor que a do rival. Em termos estruturais o futuro do Sporting oferece de facto algumas interrogações, até porque, como é sabido, o seu mercado é substancialmente menor, e logo a capacidade de gerar receitas bem mais exígua.

ADENDA: Entretanto foram publicadas as contas do F.C.Porto, pelo que, para quem esteja interessado, repetem-se os quadros aqui apresentados com a devida actualização dos números portistas:

A TUA CRISE É MAIOR QUE A MINHA...

Enquanto no Benfica, aparentemente, tudo são rosas, entre leões e dragões os problemas sucedem-se e a instabilidade parece ser a nota dominante.
No Sporting, depois dos casos Liedson, Moutinho, Stojkovic e Vukcevic, agora é a vez de Yannick Djaló e Miguel Veloso protagonizarem um episódio de contornos ainda mal explicados.
Deixando de lado o excessivo protagonismo de alguns empresários, pondo de parte a falta de credibilidade, em concreto, de Paulo Barbosa – que por acaso chegou a ser meu vizinho -, creio que o Sporting, e Paulo Bento, estão com francas dificuldades em lidar com um plantel no qual a concorrência aumentou fortemente.
Enquanto o banco de suplentes de Alvalade foi constituído por Pereirinhas e Adriens Silvas, tudo correu bem. Com a contratação de alguns potenciais titulares, de pesos pesados (no sentido literal do termo) como Rochemback, as coisas alteraram-se substancialmente.
O médio brasileiro ganha o dobro de Miguel Veloso, mas o seu rendimento em campo deixa muito a desejar. Não sei se trabalha pouco nos treinos, mas nos jogos está à vista de todos que se custa a movimentar. A sua utilização – em que Paulo Bento insiste -, implica a saída de Miguel Veloso e o deslocamento de João Moutinho. Dois jogadores da casa resultam assim directamente prejudicados pela presença do opulento brasileiro.
Para o ataque chegou Hélder Postiga. Ao ataque regressou também Liedson, que ganha cinco vezes mais do que Yannick Djaló, que iniciou a época muito bem e se viu agora relegado para o banco de suplentes. Ficou naturalmente insatisfeito, como insatisfeito ficara Vukcevic, ao não ver reconhecido pelo técnico o seu estatuto de melhor jogador do Sporting da época passada, numa altura em que Liedson, Derlei e o próprio Djaló padeceram de lesões graves.
Paulo Bento, que sempre deu mostras de saber muito bem como lidar com jovens promessas, que sempre conseguiu impor metodicamente a disciplina a um grupo relativamente coeso, demonstra agora alguma desorientação ao ter de impô-la a um conjunto de jogadores de nome, onde nem todos podem jogar, e no qual, consequentemente, a insatisfação se vai fazendo sentir.
Com uma SAD alérgica ao cheiro a suor dos balneários, restaria ao Sporting e a Paulo Bento contar com um director desportivo presente e eficaz. Ora Pedro Barbosa praticamente não existe, não se sabendo o que faz nem para que serve.
Em Dezembro o Sporting poderá resolver, pelo menos em parte, o seu problema, vendo-se livre de alguns elementos potencialmente desestabilizadores. Até lá os casos vão provavelmente suceder-se, veremos com que consequências dentro do campo.

No F.C.Porto os problemas são de matriz bem diferente.
Embora admita que possa haver alguma divisão de balneário, nomeadamente da legião argentina face ao “resto do mundo”, creio que a crise portista assenta em dois outros vectores. Por um lado a drástica diminuição da qualidade do seu plantel – que em dois defesos viu partir “apenas” Bosingwa, Pepe, Paulo Assunção, Anderson e Quaresma. Por outro lado a incapacidade de um treinador, cuja competência me pareceu sempre excessivamente empolada.
No primeiro dos aspectos, só por ingenuidade se poderia pensar que nomes como Sapunaru, Benitez, Guarin, Tomas Costa e Hulk seriam capazes de suprir as ausências de jogadores que são hoje titulares de clubes como Chelsea, Real Madrid ou Inter de Milão. A própria contratação milionária de Cristian Rodriguez, feita exclusivamente para ferir o Benfica, não se está a revelar benéfica, nem dentro (vê-se um jogador pesado e aburguesado a um contrato principesco), nem, ao que parece, fora do campo. O fantástico plantel dos tempos de Co Adriaanse foi sendo paulatinamente delapidado, à medida que os tiros no pé de Benfica e Sporting disfarçavam a quebra de competitividade dos dragões, bem patente nas suas últimas prestações europeias.
Neste momento a SAD portista já percebeu que assim não vai alcançar os seus objectivos de uma boa performance na Champions League, e terá grandes dificuldades em revalidar o título, coisa que todavia, perante um Benfica em construção, e um Sporting atulhado em problemas internos, não está desde já descartada.
Mas o aspecto central da crise portista reside quanto a mim no próprio Jesualdo Ferreira.
Não sei se o técnico avalizou ou não os “reforços” desta e da temporada anterior. O que é claro é que foi ele a prescindir de nomes que hoje poderiam, no mínimo, disfarçar as ausências dos principais desertores. Alan, Luís Aguiar, Vieirinha, Pitbull, Paulo Machado, Hélder Barbosa, Ibson, Marek Cech e Adriano (para não falar no próprio Postiga) são jogadores que poderiam dar outra dimensão competitiva ao plantel portista, e que Jesualdo Ferreira desprezou, colocando-os, sabe-se lá porquê, numa espécie de caixote do lixo das traseiras.
Mas mesmo dos que lá se mantêm, o professor tem mostrado enorme dificuldade em extrair o melhor rendimento. Helton, Pedro Emanuel, Fucile e Tarik, titulares indiscutíveis na época anterior, jogadores campeões e com dinâmica de vitória, têm sido menorizados face a recém-chegados de qualidade e méritos duvidosos. As alterações tácticas são constantes e incompreensíveis, a desorientação dá sinais de aumentar a cada mau resultado, parecendo ser o próprio técnico o primeiro a não encontrar respostas para a crise.
Jesualdo Ferreira nunca foi um grande treinador. Como ele há vários no nosso campeonato, embora sem a mesma influência de bastidores que o professor sempre deu sinais de possuir.
Recordo o seu trabalho como técnico principal do Benfica, quando tinha à disposição uma equipa recheada de talentos como Moreira, Miguel, Ricardo Rocha, Petit, Tiago, Mantorras, Simão, Nuno Gomes, Zahovic entre outros, equipa que aliás, na sua base, se tornaria campeão com Trappatoni, e da qual Jesualdo mais não conseguiu que um modesto quarto lugar, semelhante ao conseguido por Chalana nesta última temporada. Recordo por exemplo como a chegada de José António Camacho – que não é, como depois de viu, nenhum Fábio Cappelo –, na sua primeira passagem, deu de imediato outra qualidade ao futebol do Benfica, fazendo-o recuperar uma beleza e uma eficácia que andaram sempre alheadas dos tempos de Jesualdo. O professor acabou justamente despedido, já depois de a sua presença (pasme-se) inviabilizar a contratação de José Mourinho, que o recusou como adjunto.
A sua carreira em Braga foi interessante, como foi a de Jesus no Belenenses, a de Cajuda no Guimarães, ou a de Manuel Machado no Nacional, técnicos que considero, pelo menos, ao seu nível.
Nas primeiras duas épocas de F.C.Porto, dispôs de um plantel fabuloso, e beneficiou – para além dos erros crassos dos rivais - de um excelente trabalho físico, técnico e táctico de Co Adriaanse, que lhe deixou um conjunto organizado, maduro e ganhador. Com a mutilação dessa equipa, Jesualdo Ferreira mostrou total incapacidade de dar a volta ao texto, o que se reflecte no momento actual dos dragões.
Desejando, enquanto benfiquista, que Jesualdo se mantenha muito tempo por lá, não creio que, a continuar esta senda de maus resultados – uma derrota em Kiev, por exemplo – Pinto da Costa lhe continue a aparar as costas. Depois disso acontecer, o professor irá decerto lamentar algumas atitudes que tomou neste período, onde sem necessidade, se armou em voz do dono, num registo de servilismo e lambebotismo rasteiro que devastou irremediavelmente a sua imagem perante o país desportivo.

VALE O QUE VALE...

Um breve olhar sobre a história recente do futebol português, permite concluir que o F.C.Porto e o Sporting estão a fazer o pior arranque de época dos últimos quatro anos, enquanto que, ao invés, o Benfica está a fazer o seu melhor.
Vejamos a classificação à sexta jornada nas últimas quatro temporadas.

CLASSIFICAÇÃO DOS GRANDES À 6ª JORNADA:

2005-06
F.C.PORTO 14
Sporting 12
Benfica 10

2006-07
F.C.PORTO 15
Sporting 15
Benfica 10 (-1 jogo)

2007-08
F.C.PORTO 18
Sporting 11
Benfica 10

2008-09
BENFICA 12
F.C.Porto 11
Sporting 10
Na época 2004-05 o Benfica tinha nesta altura 13 pontos e comandava a tabela. Nessa época foi, como sabemos, campeão.
Aliás, desde 2001-02, quem lidera à sexta jornada tem sempre conquistado o título. Os lideres são agora Nacional e Leixões, mas de entre os três candidatos ao título, o primeiro é o Benfica.
Além destes números, refira-se ainda que os encarnados são a única equipa invicta no campeonato, e não perdem qualquer jogo oficial em Portugal há mais de seis meses.
Boas indicações para a equipa de Quique Flores, em vésperas de uma difícil deslocação a Guimarães.

LUZ ACESA

Atente-se nas assistências verificadas no Estádio da Luz desde que se iniciou a nova época:

EIS O GOLO DE CARDOZO

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Quer-me parecer que a longa pausa nos campeonatos se reflectiu negativamente na lucidez dos árbitros. Pelo menos a avaliar por aquilo que se passou na Luz e no Dragão.
Como já aqui disse, apenas vi os resumos do F.C.Porto e do Sporting, pelo que admito me possa ter falhado algum lance que, a justificar-se, poderá mais tarde merecer referência neste espaço.

F.C.PORTO-LEIXÕES:
É inacreditável como o árbitro assistente (José Braga ou Carlos Pereira ?) conseguiu ver um fora-de-jogo de Zé Manuel no golo anulado aos leixonenses.
As indicações são claras, e em caso de dúvida deve-se beneficiar quem ataca, como aliás tem ficado demonstrado na Liga dos Campeões, tal a quantidade de golos em off-side validados. Neste caso particular nem dúvidas há, sendo lances como este que levam a suspeição aos campos de futebol.
Felizmente não afectou o resultado, mas no momento em que o lance se desenrolou, poderia ter marcado o jogo, e até o próprio campeonato.
A grande penalidade foi bem assinalada. Curiosamente o jogador que a cometeu foi o mesmo que na segunda parte foi facilmente ultrapassado por Lisandro no golo do empate. Coincidências…
Resultado Real: 2-4

BENFICA-NAVAL:
Os irmãos Costa, do Porto, são, desde há muito, verdadeiros verdugos do Benfica. Quando vejo um deles nomeado para jogos dos encarnados, sei de antemão que o Benfica terá de jogar, pelo menos, contra doze. Assim foi uma vez mais.
Para além da dualidade de critérios seguida ao longo dos noventa minutos, o lance do penálti sobre Ruben Amorim é de uma clareza cristalina. Não sei como não se assinala uma falta daquelas, mais a mais estando Rui Costa em excelente posição de visibilidade.
Terá existido um fora-de-jogo mal assinalado ao ataque da Naval, sendo todavia essa uma responsabilidade do árbitro assistente. Tal lance só é visível na televisão, ao contrário do penálti, que todo o estádio viu de imediato.
No resumo televisivo não foi mostrado o golo anulado a Suazo, embora logo no momento tenha ficado com a sensação de se tratar de uma decisão correcta.
Resultado Real: 3-1

PAÇOS DE FERREIRA-SPORTING:
Pelo resumo que vi da partida, não me pareceu haver erros susceptíveis de figurar nesta rubrica. Talvez apenas uma queda de Abel na área pacense, mas sem motivo para penálti.
Resultado Real: 0-0

CLASSIFICAÇÃO REAL
F.C.PORTO 13
Benfica 11
Sporting 8

À CABEÇADA

Façamos o seguinte exercício especulativo: imaginemos que o cabeceamento de Cardozo havia saído ao lado, e o jogo entre Benfica e Naval tinha terminado empatado.
Que se diria agora ?
Seguindo este raciocínio, e alheando-nos um pouco da vitória, dos três pontos, e da vantagem classificativa sobre os rivais, chegamos ao ponto mais preocupante que este Benfica tem apresentado: a incapacidade total para segurar resultados, que é como quem diz, controlar jogos.
Perante uma equipa fechadíssima, cujo guarda-redes começou a queimar tempo aos dois minutos de jogo – porquê Ulisses Morais ? -, e com apenas dois dias de repouso sobre um importante jogo europeu, até se entenderiam as dificuldades dos encarnados para chegar ao golo. Mais difícil de aceitar é a forma como, em vantagem, com apenas 19 minutos por jogar, o Benfica se deixou dominar pelo adversário, revelando fragilidades incríveis e mostrando, por momentos, não saber o que fazer com a bola e com o jogo. Fragilidades essas que, diga-se, se voltaram a evidenciar após o 2-1, embora o tempo já não permitisse maiores veleidades aos figueirenses.
A sensação que ficou do jogo, é que sempre que a Naval se viu na necessidade de atacar colocou o Benfica em apuros. Ulisses Morais deve estar a esta hora arrependido da estratégia que utilizou para o jogo, pois com uma atitude mais audaz teria criado muito maiores problemas aos encarnados, e talvez tivesse saído da Luz com pontos na bagagem.
Esta incapacidade do Benfica para fechar as portas quando está a ganhar é um aspecto que Quique tem de trabalhar urgentemente, até porque espera-se e deseja-se que, ao longo da época, os encarnados se vejam muitas vezes em situações de vantagem, com os adversários em busca do golo.
Creio que a melhoria da segurança de jogo do Benfica passa, em parte, por uma nova atitude mental. A equipa, quando em vantagem, parece hesitar entre continuar a atacar – mantendo o adversário recolhido – ou recuar para segurar o jogo junto da sua área. O resultado desta hesitação é uma fractura entre os que atacam (ou querem atacar) e os que defendem, o que deixa grande parte do terreno de jogo livre para o adversário desenvolver o seu jogo, e se torna um convite à busca do empate.
É notória também alguma confusão entre a redução do ritmo de jogo - que se faz fundamentalmente com posse de bola - e a diminuição da intensidade competitiva a que os jogadores do Benfica parecem não saber resistir sempre que se vêm a ganhar.
Quique tem trabalhado exclusivamente um sistema de 4-4-2, que em termos ofensivos tem mostrado algumas virtualidades. De futuro terá talvez que encontrar novas soluções para este tipo de situação, quer recorrendo a um sistema alternativo, quer encontrando novas dinâmicas no 4-4-2, dotando-o de uma maior capacidade de posse e circulação de bola, paralelamente a uma melhor ocupação de espaços em processo defensivo.
A utilização simultânea de Yebda e Katsouranis parece-me imprescindível nesses momentos. mas há que dizer também que, por mais que observe, não consigo ver que Jorge Ribeiro defenda melhor que Léo, parecendo-me que a utilização simultânea de ambos – com o ex boavisteiro mais adiantado – poderia ser uma alternativa de jogo em situações de vantagem.

Em Guimarães o Benfica terá mais um importante teste ao seu estado evolutivo. As perdas de pontos dos rivais deixam o clube da Luz com uma ligeira vantagem, que talvez não fosse de esperar face a um calendário inicial muito pouco propício a um conjunto ainda imberbe. Uma vitória na cidade berço pode catapultar, mais jornada, menos jornada, o Benfica para uma eventual liderança, o que levando em conta o mediatismo do clube se pode tornar bastante importante para o desenrolar da época.
Veremos até que ponto Quique Flores e a equipa serão rápidos na avaliação e correcção dos erros cometidos.
A arbitragem fica para a classificação “real”. Mas, tal como comecei, sugiro também um exercício de imaginação ao que seria do jogo se Rui Costa tem assinalado o penálti sobre Ruben Amorim ainda na primeira parte.

PS: Não cheguei a casa a tempo de ver um minuto sequer do Paços de Ferreira-Sporting. Ouvi alguns momentos do relato, e vi mais tarde um breve resumo. Não foi suficiente para formar opinião sobre o jogo.

DRAGÃO ENGRIPADO

Sou talvez um adepto peculiar, mas prefiro um jogo da III divisão ao vivo, que um da Liga dos Campeões na TV.
Futebol para mim é coisa de estádio, de relva, de ar livre, e não tanto de sofá. Gosto de ver o palco todo, as movimentações dos jogadores e não apenas a bola, que é aquilo que, juntamente com os casos de arbitragem, a televisão oferece.
Isto para dizer que no sábado ao fim da tarde estava no Restelo a assistir ao Belenenses-V.Guimarães, pouco me importando com os jogos que a televisão transmitia ou iria transmitir. Jantar para aqui, regresso a casa para ali, apenas soube do resultado do F.C.Porto-Leixões já ao fim da noite e pelo teletexto, o que não deixou de ser uma experiência bastante interessante.
Uma segunda derrota caseira consecutiva é coisa que não me lembro de ocorrer no Porto faz muito tempo. A crise está instalada, e duvido que Jesualdo Ferreira seja homem para dar a volta à situação, perante um plantel enfraquecido e – quem sabe – desunido.Que continuem assim é o meu firme desejo. Mas não posso deixar de manifestar a minha estranheza pela saída da equipa de jogadores como Helton, Pedro Emanuel, Fucile e Tarik, que no ano passado eram titulares indiscutíveis, e cuja experiência, dinâmica ganhadora e presença em campo o técnico portista parece agora desaproveitar. Com tanta alteração, Jesualdo transformou uma pequena sangria – Bosingwa, Assunção e Quaresma - numa autêntica revolução, lançando vários elementos que não me parecem ter categoria para as aspirações do F.C.Porto.
Entretanto Cristian Rodriguez continua a “deslumbrar”, justificando cêntimo por cêntimo a sua milionária contratação. Deus não dorme !

No Restelo assisti a um jogo pobre. Se o Belenenses, agora com Jaime Pacheco, está à procura de uma identidade perdida, já do V.Guimarães esperava bastante mais.
Os minhotos adiantaram-se com um auto-golo quando ninguém justificava a vantagem, e depois deixaram de jogar. Mais uns minutos e o Belenenses conseguiria a sua primeira vitória da temporada.
Vicissitudes várias atiraram-me para o meio da claque vimaranense. Boa gente, grande clube. À excepção do próximo fim-de-semana, desejo-lhes toda a sorte do mundo.

CINCO ANOS DE CATEDRAL : Os meus melhores momentos

REVEJA O GOLO DO BENFICA EM BERLIM

O PECADO DE QUIQUE

COMO O BENFICA TERMINOU O JOGO

COMO O DEVERIA TER FEITO

UM JOGO; DOIS BENFICAS

Numa competição com as características desta Taça Uefa, começar a fase de grupos alcançando um empate na casa de um dos concorrentes directos terá forçosamente de ser considerado um bom resultado.
Depois do jogo, olhando a todo o seu decurso, e não questionando minimamente a justiça do seu desfecho, fica todavia no ar um ligeiro travo a desilusão. Talvez o facto de o Benfica ter chegado ao último quarto-de-hora em vantagem no marcador contribua para esse estado de espírito, mas creio que a principal razão se prende com a forma como a equipa se desuniu nessa ponta final, designadamente a partir do momento em que saiu Katsouranis. Na verdade, fica a sensação de que o Benfica dos primeiros setenta minutos teria ganho este jogo com alguma tranquilidade, e isso deixa alguma amargura.
Estou a escrever em cima do final do jogo, não sabendo ainda porque motivo foi substituído o grego. O que é certo é que a sua saída se revelou dramática para uma equipa que já entrara em campo sem Yebda, ficando a partir daquele momento com todo o meio-campo defensivo entregue ao generoso, mas claramente insuficiente, Binya. Pouco depois saiu também Reyes, e os encarnados perderam ainda mais a capacidade de segurar a bola, aspecto que, aliado à pressão bastante subida que fizeram desde o primeiro minuto da partida, lhes foi permitindo controlar o jogo. Sem bola e sem capacidade de pressão, o Benfica entregou ao adversário todas as hipóteses de criar perigo, de marcar e de ganhar. O Hertha criou perigo, marcou, mas o desperdício dos seus avançados possibilitou ao Benfica sair de Berlim com um empate. Do mal o menos.
Até aos setenta minutos o Benfica foi pois a equipa confiante e disponível que se havia mostrado diante de Sporting e Nápoles, ainda que naturalmente sem a mesma propensão ofensiva. Penso dever ser esse o verdadeiro Benfica com que devemos contar, e ao qual teremos ainda de acrescentar Yebda e Aimar, entre outros.
Os minutos finais mostraram a outra face desta equipa. A insegurança, os passes errados, os espaços concedidos. Tudo o que, por exemplo, permitiu ao Leixões o empate na última jornada do campeonato.
Ficou provado que um meio-campo com três unidades criativas – e duas delas bastante inexperientes – não funciona. Di Maria e Urreta têm muitas dificuldades no processo defensivo, Carlos Martins está longe do seu melhor, mas também é fundamentalmente um jogador de bola no pé. Um sector intermediário com esta configuração torna-se um convite às incursões dos adversários, expondo a linha defensiva a um esforço que manifestamente não consegue suportar. Que fique a lição.
Destaque na equipa benfiquista para as exibições de Sidnei (mau grado um ou outro erro), Luisão, Nuno Gomes e Quim, que parece de volta à sua forma habitual. Reyes e Katsouranis, mesmo sem dar muito nas vistas, estavam também a fazer um trabalho precioso até serem substituídos. Suazo entrou bem, e Di Maria foi intermitente.
Duas vitórias nos jogos em casa garantem matematicamente o apuramento, mas talvez um empate e uma vitória possam ser suficientes. O Benfica tem pois todas as condições para chegar à fase seguinte. Venha o Galatasaray.
PS: Grande vitória do Braga. Bela jornada europeia para as cores lusas.

HOJE É DIA B

Estádio Olímpico de Berlim, 19.30h, Sport Tv 1Equipas Prováveis:
FORÇA BENFICA !!!!!

EFICÁCIA VALE OITAVOS

O Sporting deu este noite um importantíssimo passo rumo à segunda fase da Liga dos Campeões, ao vencer na Ucrânia o seu mais directo adversário do grupo. Liedson voltou a resolver, marcando o golo solitário da partida, num dos três remates que a equipa de Paulo Bento fez em todo o jogo.
Foi pois uma vitória feliz, o que não lhe retira necessariamente sentido de justiça - apesar de ter atacado pouco, o Sporting foi de uma generosidade competitiva tremenda, manietando com a sua asfixiante pressão a meio-campo o futebol rentilhado dos brasileiros do Shakhtar. Os jogadores do Sporting lutaram muitíssimo, lutaram bravamente, e estão de parabéns por isso.
Foi precisamente esse o mérito dos leões, num jogo em que o seu técnico arriscou muito pouco, e pôs-se a jeito de uma crítica que lhe tem sido recorrente: a de alguma falta de ambição. Desta vez a coisa acabou por correr muito bem ao Sporting, que jogou para o 0-0 e viu sair-lhe o “Jackpot”. Fica uma vez mais evidente como as análises futebolísticas se ajoelham perante os resultados, e como estes frequentemente dependem de pequenos detalhes.
Detalhes é com Liedson, que em dois jogos como titular consegue dois decisivos golos, mostrando porque motivo merece auferir um ordenado que quase duplica o de qualquer um dos seus colegas. O brasileiro voltou fortíssimo, e bem a tempo de se tornar numa das estrelas da temporada.
Quanto à Liga dos Campeões, pode-se dizer que o Sporting tem já pé e meio nos oitavos-de-final, algo que consegue pela primeira vez nos últimos 25 anos. O passaporte até pode ficar já carimbado na próxima jornada, pois vencendo o Shakhtar em Alvalade os leões, com 9 pontos, ficam matematicamente apurados.
A equipa ucraniana tem jogadores habilidosos e rápidos a partir para o ataque, mas parece um tanto desorganizada tacticamente, cometendo erros primários que lhe comprometem os resultados. Foi assim com o Benfica no ano passado, voltou a acontecer agora. O Sporting é uma equipa mais adulta, e merece claramente o segundo lugar do grupo.
Da jornada europeia de ontem, destaque ainda para os golos portugueses de Hugo Almeida e Simão Sabrosa, e para a quantidade inusitada de erros dos árbitros auxiliares, que só no Atlético de Madrid-Liverpool anularam um golo limpo a cada equipa, e validaram mal o golo do Liverpool. Se fosse cá…

E A SORTE DITOU...

O GRANDE FUTEBOL ESTÁ DE VOLTA

Depois de uma semana de Albânias e Penafieis, com o regresso das competições europeias voltaram os grande jogos aos ecrãs das nossas televisões.
Numa noite apenas, pude ver um fabuloso Juventus-Real Madrid, metade de um Bayern de Munique-Fiorentina, e um resumo alargado de um Manchester United-Celtic, tudo já depois de, ao fim da tarde, ter assistido a um não tão brilhante Zenit-Bate Borisov.
No jogo grande da jornada viu-se um Real Madrid de grande nível ser bastante infeliz em Turim, onde um fantástico golo de Del Piero a abrir a primeira parte, e um de Amauri a abrir a segunda,

construíram uma vantagem que se tornou depois impossível de ultrapassar, mau grado a intensidade da pressão espanhola. Em Munique o Bayern fez uma extraordinária exibição de poder ofensivo, o que não é de estranhar numa equipa que juntou no seu ataque Schweinsteigger, Luca Toni, Miroslav Klose e Ribery, e ainda deixou Podolski no banco (!) – este Bayern pode ser, juntamente com o Arsenal (outra grande exibição), uma das surpresas desta edição. Em Old Trafford foi Berbatov a brilhar, a meias com os fiscais de linha que lhe validaram os seus dois golos, ambos em fora-de-jogo.
Da noite de ontem destaque ainda para os impressionantes 6-3 no Villarreal-Aalborg, e para os 3-5 do Lyon em Bucareste, numa ronda com golos para todos os gostos e paladares.

Hoje joga o Sporting, que em Donetsk tem um jogo bastante importante para definir as suas possibilidades de classificação. Um empate pode ser um bom resultado tendo em conta que os leões terão ainda que receber a equipa ucraniana em Alvalade. Aconteça o que acontecer, nada ficará porém decidido nesta partida.
Destaque ainda para o Chelsea-Roma, no qual a equipa de Scolari poderá dar um passo decisivo rumo aos oitavos-de-final.

O DIREITO À INDIGNAÇÃO

Muito se tem falado na reacção de Cristiano Ronaldo aos assobios do público aquando do triste jogo de Braga com a Albânia. Há umas semanas atrás foi Miguel Veloso a criticar os adeptos do seu clube, aconselhando-os a ficar em casa em vez de irem para o estádio vaiar os jogadores. Num e noutro caso, a generalidade dos críticos quase pediu a cabeça dos jogadores, responsabilizando-os por uma suposta falta de respeito para com o público pagante.
Sem esquecer os principescos salários que as estrelas do futebol auferem, sem esquecer – como fazê-lo – as quantias generosamente dispendidas por todos os que amam o jogo e os seus clubes, sacrificando muitas outras coisas para poder estar nos estádios, não creio que Ronaldo e Veloso devam ser condenados pela sua atitude. Pelo contrário, acho mesmo que estão cheios de razão.
Já aqui o disse noutras ocasiões. Não entendo a estupidez das pessoas que vão aos estádios para assobiar a sua própria equipa, algo tão paradoxal como uma espécie de auto-flagelação gratuita. Se no caso do Sporting, não só não recordo como não me interessa muito a origem dos apupos, no jogo da Selecção Nacional eles vieram completamente a destempo, numa fase em que a equipa portuguesa procurava desesperadamente o golo e denotava já uma enorme ansiedade face ao resultado e ao decorrer dos minutos.
Quem é português, quem quer que Portugal ganhe e vai a um estádio supostamente para apoiar, não tem o direito moral de contribuir para a intranquilidade da equipa quando ela mais precisa de ajuda. Se as coisas não estão a correr bem, não é certamente por vontade dos jogadores. É precisamente nesses momentos que eles precisam que o apoio das bancadas lhes dê força para reverter os acontecimentos, e não de quem lhes complique ainda mais a sua tarefa. No final do jogo, então sim, o adepto é livre de manifestar o seu desagrado com o que se passou. Até lá, ou apoia, ou, no mínimo, está calado.
Os “adeptos” – e as aspas não são aqui inocentes – que em Braga assobiaram Cristiano Ronaldo e a selecção contribuíram também para o comprometedor empate. São também responsáveis por ele. Como disse Veloso a propósito do Sporting, ajudavam bem mais a selecção se tivessem ficado em casa.
Entendo perfeitamente a reacção de indignação dos jogadores, acho que é, ao contrário do que se disse, um sinal de maturidade, e vou mesmo mais longe: no meu entender, estádio que assobiasse a selecção, tão depressa não recebia jogos internacionais.
Felizmente que no último domingo os benfiquistas deram uma fantástica demonstração daquilo que defendo. Nem sempre foi assim no passado, e certamente não o será no futuro. A estupidez não tem clube e ataca em todos os estádios.

UMAS VEZES CORRE BEM, OUTRAS NÃO TANTO...

SEM PERDÃO

Ao olhar para o que se passou na Luz há que dar, desde logo, os parabéns à equipa do Penafiel e aos adeptos do Benfica.
No primeiro caso, devo dizer que nunca tinha vista uma equipa da II divisão B jogar tão bem como o Penafiel o fez nestes 120 minutos. Defendeu-se bem – como seria natural fazer -, mas nunca perdeu de vista a hipótese de contra-atacar, chegando mesmo a dominar certos períodos da partida. Acima de tudo, nunca necessitou de colocar o autocarro à frente da sua baliza nem de fazer qualquer espécie de anti-jogo para causar problemas ao Benfica, algo que deveria servir de exemplo a muitas equipas do escalão maior. O Penafiel luta pela subida à Liga de Honra, e pelo que demonstrou, pela humildade do seu treinador, pela lealdade com que enfrentou esta partida, só lhe posso desejar a melhor sorte nessa luta, pois são equipas com esta mentalidade que fazem falta ao futebol português.
No segundo caso, achei notável que num domingo à noite, com o céu a ameaçar novas chuvadas, perante uma equipa dos escalões secundários, e a ter de pagar bilhete, estivessem na Luz mais de 20 mil espectadores. Além do número, há que destacar também o incondicional apoio que deram à equipa, mesmo quando o teimoso 0-0 ameaçava um escândalo. Quase não se ouviram assobios, e notou-se a todo o tempo a preocupação de ajudar a equipa e de a empurrar para a frente. Assim fosse sempre.
Posto isto, falemos então do Benfica, acerca do qual, diga-se, pouco há para elogiar.
A equipa encarnada correu sérios riscos de passar por uma humilhação tremenda, e fê-lo por culpa própria, pois independentemente do muito brilho que tenha tido a exibição penafidelense, nada justificava que o Benfica, em sua casa, deixasse para a lotaria dos penáltis a decisão de uma eliminatória como esta.
A história - em particular a desta competição - está cheia de situações em que uma equipa teoricamente mais cotada prescinde de utilizar os seus melhores elementos, os que entram mostram falta de ritmo e de rotinas colectivas, a equipa menor vai ganhando confiança, a mais forte vai-se enervando, e a surpresa acontece. Quique Flores deveria estar preparado para isso, mas sinceramente não me pareceu que estivesse.
Teci rasgados elogios ao técnico benfiquista, inclusivamente no próprio Jornal do Clube. Desta vez contudo, terei de lhe apontar o dedo como principal responsável por uma situação que só Moreira evitou transformar-se num dos maiores escândalos do ano. É certo que alguns jogadores não aproveitaram a oportunidade que lhes foi dada - lembro-me principalmente de Balboa, Urreta e Binya. Mas a verdade é que o futebol é um jogo colectivo, sendo totalmente impossível que um grupo de jogadores sem ritmo e que nunca havia actuado junto, se apresente como uma verdadeira equipa de futebol.
Em fase mais adiantada da época, quando o cansaço começasse a ditar leis, até se entenderia que, perante semelhante desafio, se optasse por lançar um onze assim. Nesta altura, numa equipa em construção na qual os próprios titulares necessitam de trabalhar rotinas, nada justificaria que o treinador encarnado apresentasse uma equipa tão desfalcada, onde praticamente só os dois centrais se podem considerar titulares.

O próprio técnico espanhol admitiu não conhecer bem o Penafiel. Ficou à vista de todos que também não fazia ideia do que é a II divisão, nem de que dela pudesse sair uma equipa como esta. Quique terá pensado que as individualidades chegavam para vencer facilmente o jogo, e ficou claramente demonstrado que isso dificilmente seria possível. Até porque, à excepção de Reyes (e, claro, Moreira), a desinspiração foi sempre a nota dominante.
Normalmente estas situações têm apenas o condão de queimar alternativas, minar a confiança dos jogadores e originar derrotas inesperadas. Está provado que são de evitar. Quique não o evitou, pondo-se a jeito de uma escandalosa e dramática eliminação.
Espero que esta noite sirva de lição para o Benfica, de forma a que passe a enfrentar este tipo de jogos com outra filosofia. Fazer descansar dois ou três jogadores é uma coisa, revolucionar todo o onze é outra bem diferente. A menos que a Taça de Portugal seja vista pelo grupo de trabalho como uma prova a prescindir, o que me parece bem mais grave, sobretudo num clube que há vários anos não sabe o que é conquistar um troféu.

À SPORTING

Berlim é uma cidade que, por diversos motivos, há muito pretendo conhecer, mas que, lamentavelmente, nunca cheguei a visitar.
Assim que o sorteio da UEFA colocou o Benfica na rota da histórica capital alemã, pensei de imediato numa boa oportunidade de juntar o útil ao agradável, que é como quem diz, apoiar o clube e conhecer uma das cidades que mais curiosidade me desperta.
A “Benfica-Viagens” deveria servir para isto. Dar aos sócios a possibilidade de acompanhar a equipa, oferecendo opções para vários tipos de carteira. Mas é precisamente neste último aspecto que falha redondamente.
Acabei de receber um prospecto com o programa daquela “empresa”, e o preço pedido pelo voo e uma noite num hotel cifra-se na módica quantia de 775 euros (!!), a que terá que acrescer o bilhete para o jogo (suspeito que não seja barato) e naturalmente a alimentação.
Gostava de saber quem são, e quantos são, os clientes da “Benfica-Viagens”.
Por mim, terei obviamente que ver o jogo na televisão, e guardar Berlim para outra altura. Mas custa-me a aceitar que um clube de matriz popular como o Benfica vire as costas à sua natureza desta forma quase obscena, dando o nome a uma "empresa" que - perdoem-me a expressão - tem algo de...Sporting.

TEMPO DE TAÇA

Humor em torno da selecção. Aqui e ali. Duas pérolas.

PONTO DE SITUAÇÃO


QUATRO JOGOS, QUATRO ONZES

MALTA: Quim, Bosingwa, Pepe, R.Carvalho, Antunes, R.Meireles, C.Martins, Deco, Nani, H.Almeida e Simão
DINAMARCA: Quim, Bosingwa, Pepe, R.Carvalho, P.Ferreira, R.Meireles, Maniche, Deco, Nani, H.Almeida e Simão
SUÉCIA: Quim, Bosingwa, Pepe, B.Alves, P.Ferreira, R.Meireles, F.Meira, Moutinho, Nani, H.Almeida e Ronaldo
ALBÂNIA: Quim, Miguel, Pepe, B.Alves, P.Ferreira, R.Meireles, M.Fernandes, Moutinho, Danny, H.Almeida e Ronaldo

OS ROSTOS DE UM FRACASSO

UMA PORCARIA

Por mais panos quentes que se coloquem sobre a situação, a verdade é só uma: Portugal, depois deste empate, está praticamente afastado do primeiro lugar do grupo – o único que dá acesso directo ao Mundial – e fica inclusivamente em sérias dificuldades para alcançar o segundo, e assim chegar ao play-off de repescagem.
Parece impossível, mas esta é a situação em que a selecção nacional se colocou depois de, em quatro jornadas, somente ter conseguido vencer Malta, e de, em dois jogos em casa, apenas ter alcançado um mísero ponto.
Já aqui disse muita coisa a propósito desta equipa e deste treinador aquando da inacreditável derrota com a Dinamarca em Alvalade. Na altura falei daquilo que Portugal perdera com a saída de Scolari, numa fase em que muitos ainda desconfiavam do que para outros – entre os quais eu próprio - era uma absoluta evidência. Não vale a pena perder muito tempo a repeti-lo, até porque a simples comparação entre os dois técnicos se afigura um exercício cada vez mais absurdo, para além, claro, da sua total inutilidade.
No entanto, ao encetar uma análise a este jogo e à situação classificativa por ele deixada, é impossível ignorar os erros primários cometidos por Queirós em quase todos os parâmetros daquilo que são as suas atribuições enquanto técnico nacional.
Não sei o que quer dizer Carlos Queirós quando afirma estar a construir uma grande equipa. Para quando ? Pelos vistos alguém terá de lhe dizer que estamos quase a meio da fase de apuramento para um Mundial, e que há mais de dez anos não falhamos qualquer grande competição.
As suas declarações antes e depois dos jogos são, ou despropositadas, ou totalmente inócuas, revelando-se incapaz de mobilizar jogadores e público. As suas opções técnicas são extremamente voláteis e quase sempre incompreensíveis, parecendo por vezes fazer tudo ao contrário daquilo que deve ser feito. Em campo, a equipa surge sem alma, sem coesão, sem organização, sem nada.
Como será possível vencer com um treinador assim ?
Não tenho qualquer embirração particular contra Queirós, com quem nunca falei, e a quem respeito pelo seu brilhante passado enquanto técnico de formação. Desejo-lhe naturalmente, e enquanto responsável pela selecção nacional, o maior sucesso. Mas não consigo passar ao lado daquilo que me parece ser uma dramática realidade, que começa a estar bem à vista de todos: a sua escolha foi um logro, e começa a cair, em cima de todos nós, a máscara que lhe foi sendo desenhada ao longo de muitos anos passados debaixo do guarda chuva de Alex Ferguson.
No jogo com a Albânia tudo foi demasiado mau. Desde a exótica constituição inicial da equipa, passando pelas prestações individuais de quase todos os jogadores – Ronaldo assim dificilmente ganhará a eleição da FIFA -, pela absoluta inexistência de qualquer ideia de futebol colectivo, pelas substituições e respectivo timing, pelos assobios do público, pela reacção de Ronaldo aos mesmos, pelo abandono de Madail, até à conferência de imprensa final. Tudo foi triste. Tudo foi fado. O triste fado português que, depois de um curto interregno, nos volta a atormentar de novo.
Este frustrante empate ter-se-á começado a desenhar ainda antes do próprio dia do jogo, designadamente com as declarações proferidas pelo seleccionador na véspera. Lembrar que Portugal nunca ganhou nenhuma grande competição, não revela qualquer tipo de sentido de oportunidade quando se está em dificuldades numa fase de apuramento. Aliás Queirós, enquanto seleccionador principal, já falhou, ele próprio, duas qualificações, parecendo caminhar a passos largos para a terceira, o que se não é um record anda certamente lá perto. Falar, neste contexto, de um título mundial – foi isso objectivamente que ele disse - parece tão anedótico como irresponsável.
No que diz respeito ao onze escolhido, não consigo entender como, perante tantas ausências de jogadores influentes, Queirós prescinde daquele que é claramente o mais experiente de todos (Nuno Gomes), justamente num tipo de jogo bastante adequado às suas características. Não entendo também como, jogando em casa e tendo de abrir o ataque, não dispondo de Simão, o seleccionador deixou Nani e Quaresma simultaneamente no banco para dar a titularidade a um Danny completamente deslocado da sua habitual posição, que é a de médio de construção.
Olhando globalmente para a prestação da selecção nacional, a imagem que fica é de uma incapacidade colectiva gritante. O meio campo não funcionou, o ataque foi, durante a maior parte do tempo de jogo, quase inexistente, as individualidades nunca emergiram.
Perante tudo isto, quase não surpreende que Portugal não tenha ido além de um empate contra dez empenhados albaneses, que, pasme-se, até tiveram oportunidades para chegar à vitória.
E pronto. À boa maneira das décadas de setenta e oitenta, aí estamos nós de calculadora em punho. Aí estamos nós à beira de, após vários anos, voltarmos a falhar o apuramento para uma grande competição. Matematicamente tudo é possível, mas, pelo que se viu até agora, “este” Portugal dificilmente terá condições para ganhar todos os jogos até final, condição agora necessária para estar na África do Sul em 2010.
Oxalá seja eu a estar enganado.

O ONZE PARA VENCER A ALBÂNIA

VOTO SIM !

O Secretário de Estado do Desporto foi ontem bem claro ao dizer que não será pelo governo português que uma eventual candidatura de Portugal e Espanha à organização do Mundial 2018 não avançará. Mais do que isso, Laurentino Dias deu a entender que a sua posição é semelhante à do governo espanhol, pelo que a decisão ficará inteiramente nas mãos das respectivas federações. Esta candidatura conjunta tem assim pernas para andar, o que é uma excelente notícia para os portugueses.
Os profetas da desgraça e os arautos do miserabilismo irão agora naturalmente aparecer a defender que o país tem outras prioridades. É verdade que tem, mas o Mundial é em…2018. Ninguém neste momento tem a mais pequena ideia do que será o país e o mundo nessa altura, e as duas únicas coisas que se sabem é que a maior fatia do investimento será da responsabilidade da Espanha, e a parte correspondente a Portugal já está em larga medida assegurada, dado que existem dez estádios em boas condições de – com um ou outro reparo – poder albergar a competição.

A concretizar-se o evento – é preciso que a candidatura vença, o que não é nada fácil pois são sempre muitos os interessados -, teremos oportunidade de reviver no nosso país as inesquecíveis jornadas festa que foram vividas no Euro 2004. Este que também foi – e continua ainda a ser – objecto da crítica de quem não compreende que a vida das pessoas e dos povos nem sempre se resume a dinheiro gasto ou por gastar, como se de uma simples mercearia se tratasse.
Por mim, enquanto cidadão e contribuinte, não choro nem um cêntimo gasto no Euro 2004. Julgo mesmo que terá sido um dos momentos de maior exaltação nacional que Portugal viveu desde o 25 de Abril. E isso não tem preço.

UM PONTO, DE INTERROGAÇÃO

Se antes do início desta fase de qualificação nos fosse proposto um empate na Suécia, decerto o mesmo seria aceite com satisfação. Afinal de contas, tratando-se do adversário teoricamente mais forte do nosso grupo, conquistar um ponto (roubando dois) no seu próprio terreno, poderia constituir um importante passo na rota para a África do Sul.
Depois de perder em casa com a Dinamarca as coisas mudaram um pouco de figura. Portugal viu-se na necessidade imperiosa de conquistar pontos fora, e nessa medida, só as contas finais farão este empate mostrar a sua verdadeira cara - um sorridente ponto ganho ou, pelo contrário, mais dois pontos cinzentamente perdidos.
Para já, e até ver, vou mais pela primeira hipótese.
Pior do que empatar, diria La Palisse, seria perder. E na análise ao que se passou nos noventa minutos de Solna, há que dizer que Portugal esteve bem mais perto da derrota do que de uma vitória que, a acontecer, seria no mínimo tão feliz como a que a Dinamarca alcançou em Alvalade no mês passado.
A primeira parte foi, a espaços, sufocante para a selecção nacional. A colocação de Fernando Meira no meio-campo deslocou o epicentro do jogo para as imediações da área lusa, onde o poder físico de Ibrahimovic e Elmander ia fazendo estragos perante uma linha defensiva algo baralhada. Creio que Meira é um óptimo defesa-central, mas um centrocampista mediano. A sua tendência genética para recuar retirou, nesse período, capacidade ao meio-campo, e não ajudou – muito pelo contrário - a dupla de centrais a funcionar com harmonia e coesão.
A agravar a situação, quer João Moutinho, quer sobretudo Raul Meireles, raramente conseguiam empreender transições ofensivas de qualidade, perdendo rapidamente a posse de bola e não conseguindo fechar nem o corredor central nem as alas, onde Bosingwa e, sobretudo, Paulo Ferreira, se viam em dificuldades perante o tradicional 4-4-2 bem aberto interpretado pelos nórdicos. Na frente Hugo Almeida era de uma inoperância total – Nuno Gomes parece-me, inquestionavelmente, em melhor forma, e é, na minha opinião, muitíssimo melhor jogador -, e nem os extremos conseguiam as acções de desequilíbrio que lhes são características.
O empate ao intervalo era lisonjeiro para Portugal.
Na segunda parte a equipa portuguesa conseguiu estender mais o jogo, fazendo-o sair da zona mais perigosa. Cristiano Ronaldo subiu muito de produção, e Nani deu, finalmente, um ar de sua graça (até ser substituído). Portugal equilibrou o jogo, conseguindo criar alguns lances de perigo junto da baliza sueca, ainda que fosse sempre Quim o guarda-redes com mais trabalho.
Já perto do final, Paulo Ferreira foi verdadeiramente pontapeado dentro da área adversária, mas Roberto Rosetti decidiu nada assinalar. Poderia ter sido o momento de fortuna para as nossas cores, mas manda a honestidade dizer que os três pontos seriam excessivos para o que Portugal produziu e, principalmente, bastante penalizadores para a boa exibição da equipa nórdica.
Na quarta-feira, diante da Albânia em Braga, qualquer resultado que não seja a vitória poderá tornar o apuramento numa miragem. E atenção ! Há que referir que os albaneses têm evoluído muito nos últimos anos, e não são, de todo, um Liechtenstein ou um Luxemburgo.

CHOQUE DE TITÃS

O JORNAL DO BENFIQUISTA

Benfiquista que se preze, compra o jornal "O Benfica". Custa apenas 75 cêntimos, é o mais antigo jornal desportivo do país, e permite um acompanhamento profundo da actividade do Clube, nomeadamente no que diz respeito às outras modalidades, aos escalões de formação, para além, naturalmente, do futebol maior, com entrevistas e artigos diversos, histórias e palmarés, reportagens e opiniões.
Amanhã nas bancas, uma nova edição, com vários motivos de interesse, entre os quais a coluna de opinião semanal deste vosso amigo.

JUSTIÇA

Notícias recentes dão conta da intenção da SAD benfiquista proceder à renovação dos contratos com Nuno Gomes e Cardozo. No caso do primeiro, o vínculo terminaria no final desta época, no que respeita ao segundo, trata-se fundamentalmente de uma revisão salarial.
Já em diferentes ocasiões aqui fui crítico do desempenho destes dois avançados, que muitas vezes me pareceram capazes de fazer mais do que fizeram e do que a sua qualidade permitiria - um e outro têm, aqui e ali, dado mostras de alguma falta de ambição, ainda que expressa de diferentes modos, algo que ainda espero ver rectificado. Ao tomar conhecimento desta iniciativa dos dirigentes do Benfica, não posso, no entanto, estar mais de acordo com ela.
Um dos fundamentos necessários para desenvolver um trabalho em equipa é, sem dúvida, o equilíbrio salarial. Não é viável esperar empenho num grupo de trabalho onde uns são filhos e outros enteados, onde uns ganham milhões e outros tostões.
Nuno Gomes e Cardozo não ganham tostões, mas estão longe de pertencer ao lote dos jogadores mais bem pagos do plantel, tendo uns nove ou dez colegas de trabalho a ganhar mais que eles - nalguns casos até bastante mais. Ora um é capitão de equipa, capitão da selecção nacional e leva dez anos de clube, o outro é o seu melhor goleador. Um aumento significativo dos seus salários será de toda a justiça, e acrescentará equilíbrio e critério à folha de vencimentos do clube da Luz. Se a massa salarial do plantel está inflacionada – e essa é uma das minhas preocupações enquanto sócio do clube -, a “culpa” não é seguramente destes dois avançados, que são dois dos mais importantes jogadores do Benfica da actualidade.
Mas atenção. Ao assumir aqui a defesa de uma melhoria salarial para estes dois jogadores, reforçarei, consequentemente, o meu grau de exigência quanto ao seu desempenho em campo. E quer um, quer outro, sabem bem o quanto podem melhorar.