RENASCER PARA A GLÓRIA - Reflexões sobre o presente e o futuro do maior clube português
Mais do que encontrar culpados, será útil aos benfiquistas reflectir sobre os erros cometidos, e projectar o futuro de modo a que o clube possa um dia voltar aos seus tempos de maior glória. O texto que se segue procura identificar os principais problemas, apontando também algumas pistas para um novo rumo.
Não se trata de um programa de acção, para o qual manifestamente não me sinto preparado – só um conhecimento profundo do balneário encarnado e uma vivência efectiva do mundo do futebol profissional o permitiriam -, mas sim um conjunto de sugestões e ideias que devem estar presentes na cabeça de todos, a começar pelos próprios adeptos. É também uma modestíssima forma de contribuir, através do debate e do estímulo a um exercício de reflexão, para que um dia o Benfica possa ser para os nossos filhos aquilo que foi na nossa infância: o maior e o melhor clube do país, e um dos melhores da Europa e do mundo.
DIAGNÓSTICO DE CRISE
Terminou a época futebolística de 2007-08 e, uma vez mais, o Benfica não logrou conquistar qualquer troféu, acabando por nem conseguir sequer qualificar-se para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, algo que não sucedia havia cinco anos. Desde o verão de 2005, altura em que, recém sagrado campeão nacional o clube da Luz venceu a Supertaça no Algarve, a enorme falange benfiquista não voltou a festejar o que quer que fosse.
Além de se debater com um F.C.Porto bastante forte e organizado - 16 vezes campeão nos últimos 24 anos, com presença crónica nas fases mais adiantadas da Liga dos Campeões, e com uma massa adepta crescente, sobretudo entre os mais jovens - o Benfica tem-se visto também ultrapassado por um Sporting com grandes limitações orçamentais e sem a força mediática do rival e vizinho, mas que ainda assim se tem imposto claramente como segunda força do futebol nacional do presente, alcançando três segundos lugares consecutivos na Liga, uma Taça de Portugal, uma Supertaça, três apuramentos directos para a Liga dos Campeões, e preparando-se para disputar mais duas finais com o F.C.Porto, quer a fechar esta época, quer a abrir a próxima.
Particularmente para o F.C.Porto, a distância não tem cessado de aumentar em todos os aspectos, do organizativo ao orçamental, do disciplinar ao metodológico. A classificação desta liga reflecte bem o fosso que os dragões têm cavado face à concorrência, com o Benfica, aparentemente de forma passiva e resignada, a deixar-se ficar para trás.
Para estancar esse afastamento muito é necessário fazer, cabendo importante papel aos próprios benfiquistas. Os adeptos encarnados terão de perceber que o F.C.Porto é melhor, e que serão necessários alguns anos para que deixe de o ser, tantos, pelo menos, como aqueles que demoraram os dragões a alcançar e ultrapassar os níveis competitivos do outrora dominante Benfica. Só com um trabalho de base, alicerçado na humildade e no frio reconhecimento dos factos, o Benfica poderá voltar um dia, a médio prazo, a ser o que foi num passado cada vez mais longínquo. É preciso interiorizar que não será possível reconstruir esse passado em apenas um ou dois anos - ao contrário do que por vezes parece ser sugerido - sob pena de se voltar repetidamente ao grau zero de uma evolução eternamente adiada. É também importante perceber que o Benfica, naquilo que é a sua identidade actual – longe da de um grande clube europeu - dificilmente resistirá à extrema pressão negativista que, por vezes, os próprios adeptos criam em redor do clube e da sua equipa, exigindo-lhe resultados e exibições numa medida absolutamente desproporcional às suas reais capacidades e potencialidades.
Depois de uma década de equívocos, com as devastadoras presidências de Manuel Damásio e Vale e Azevedo, o Benfica até parecia, entre 2003 e 2005, em condições de caminhar rumo a uma nova e vitoriosa etapa da sua história. Construiu uma equipa, manteve-a coesa durante algum tempo, chegou ao título, conquistou uma Taça, regressou à Liga dos Campeões, ao mesmo tempo que criava as infra-estruturas necessárias a um clube de topo, com a construção de um esplendoroso estádio e de um moderno e funcional centro de estágio. Todas estas realizações coincidiram no tempo com a credibilização do clube junto de financiadores externos, com o crescimento do número de sócios, e com uma criativa política de marketing e criação de receitas, que o levou inclusivamente ao top-20 dos mais ricos do mundo.
Como foi então possível desperdiçar todo o capital de crescimento alcançado durante esses anos, e deixar o clube chegar a um momento de crise como o que está a viver, e que remete para as mais negras memórias de finais da década de noventa ?
As razões são múltiplas.
Terminou a época futebolística de 2007-08 e, uma vez mais, o Benfica não logrou conquistar qualquer troféu, acabando por nem conseguir sequer qualificar-se para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, algo que não sucedia havia cinco anos. Desde o verão de 2005, altura em que, recém sagrado campeão nacional o clube da Luz venceu a Supertaça no Algarve, a enorme falange benfiquista não voltou a festejar o que quer que fosse.
Além de se debater com um F.C.Porto bastante forte e organizado - 16 vezes campeão nos últimos 24 anos, com presença crónica nas fases mais adiantadas da Liga dos Campeões, e com uma massa adepta crescente, sobretudo entre os mais jovens - o Benfica tem-se visto também ultrapassado por um Sporting com grandes limitações orçamentais e sem a força mediática do rival e vizinho, mas que ainda assim se tem imposto claramente como segunda força do futebol nacional do presente, alcançando três segundos lugares consecutivos na Liga, uma Taça de Portugal, uma Supertaça, três apuramentos directos para a Liga dos Campeões, e preparando-se para disputar mais duas finais com o F.C.Porto, quer a fechar esta época, quer a abrir a próxima.
Particularmente para o F.C.Porto, a distância não tem cessado de aumentar em todos os aspectos, do organizativo ao orçamental, do disciplinar ao metodológico. A classificação desta liga reflecte bem o fosso que os dragões têm cavado face à concorrência, com o Benfica, aparentemente de forma passiva e resignada, a deixar-se ficar para trás.
Para estancar esse afastamento muito é necessário fazer, cabendo importante papel aos próprios benfiquistas. Os adeptos encarnados terão de perceber que o F.C.Porto é melhor, e que serão necessários alguns anos para que deixe de o ser, tantos, pelo menos, como aqueles que demoraram os dragões a alcançar e ultrapassar os níveis competitivos do outrora dominante Benfica. Só com um trabalho de base, alicerçado na humildade e no frio reconhecimento dos factos, o Benfica poderá voltar um dia, a médio prazo, a ser o que foi num passado cada vez mais longínquo. É preciso interiorizar que não será possível reconstruir esse passado em apenas um ou dois anos - ao contrário do que por vezes parece ser sugerido - sob pena de se voltar repetidamente ao grau zero de uma evolução eternamente adiada. É também importante perceber que o Benfica, naquilo que é a sua identidade actual – longe da de um grande clube europeu - dificilmente resistirá à extrema pressão negativista que, por vezes, os próprios adeptos criam em redor do clube e da sua equipa, exigindo-lhe resultados e exibições numa medida absolutamente desproporcional às suas reais capacidades e potencialidades.
Depois de uma década de equívocos, com as devastadoras presidências de Manuel Damásio e Vale e Azevedo, o Benfica até parecia, entre 2003 e 2005, em condições de caminhar rumo a uma nova e vitoriosa etapa da sua história. Construiu uma equipa, manteve-a coesa durante algum tempo, chegou ao título, conquistou uma Taça, regressou à Liga dos Campeões, ao mesmo tempo que criava as infra-estruturas necessárias a um clube de topo, com a construção de um esplendoroso estádio e de um moderno e funcional centro de estágio. Todas estas realizações coincidiram no tempo com a credibilização do clube junto de financiadores externos, com o crescimento do número de sócios, e com uma criativa política de marketing e criação de receitas, que o levou inclusivamente ao top-20 dos mais ricos do mundo.
Como foi então possível desperdiçar todo o capital de crescimento alcançado durante esses anos, e deixar o clube chegar a um momento de crise como o que está a viver, e que remete para as mais negras memórias de finais da década de noventa ?
As razões são múltiplas.
Com uma gestão desportiva pouco criteriosa, sem entender as necessidades da equipa, com contratações e, sobretudo, dispensas, assentes em critérios predominantemente economicistas, a direcção encarnada parece não ter percebido que a mola impulsionadora do clube em todos os aspectos da sua vida são a equipa de futebol e os respectivos resultados, entretendo-se muitas vezes com questões paralelas e irrelevantes.
Não se pode pretender gerir um clube, mais a mais com a dimensão e projecção do Benfica, como se de qualquer outra empresa de outro qualquer ramo se tratasse. Os mercados não são idênticos, os recursos humanos têm especificidades únicas, e os objectivos não são comparáveis. Quando se dispensa ou vende um jogador apenas porque aufere um salário alto, há que reflectir bem nas consequências desportivas desse acto de gestão, designadamente verificar se se encontra outro capaz de desempenhar o mesmo papel na equipa, pois caso contrário será sempre de o manter. Não se pode contratar alguém só porque é vendável no futuro, ignorando se a equipa precisa ou não desse elemento, correndo risco de com ele desequilibrar o plantel. Se não for esta a lógica, não se conquistam vitórias nem títulos, não se está presente ano após ano na Champions League, não se valorizam os jogadores, perde-se público no estádio, os sócios deixam de pagar quotas, e entra-se numa espiral de decadência difícil de inverter.
Opções como as vendas de Ricardo Rocha (na mesma semana em que saiu Alcides, e se desmantelou assim uma das mais seguras defesas da Liga dos Campeões), Simão (já com a época entrada, por um valor abaixo da clásula de rescisão, depois de ter sido garantido o contrário), Manuel Fernandes (um caso ainda por explicar, em vésperas de um jogo europeu), as incompreensíveis dispensas de Karagounis (jogador de classe internacional com mais um ano de contrato), Miccoli, Geovanni, o caso Miguel (extremamente mal gerido), as contratações e substituições precipitadas de treinador – por mim ainda lá estaria o Trapattoni -, sempre utilizadas como fugas para a frente, ou mera criação de bodes expiatórios capazes de calar críticas, foram a nota dominante desde que em 2005 o Benfica se sagrou campeão nacional.
Particularmente a venda de Simão foi uma das mais infelizes decisões da SAD benfiquista, e que demonstra bem a pouca noção que havia do peso relativo do jogador na equipa, da dificuldade em encontrar alguém com o mesmo perfil, e mesmo da correlação de forças do futebol português que tornava absolutamente proibitivo ao Benfica qualquer desinvestimento na sua equipa. No F.C.Porto Simão nunca teria sido vendido, assim como provavelmente Lucho e Lisandro não o serão agora, tal como Quaresma não o foi enquanto era imprescindível. Perante a vontade do jogador em sair, uma renovação de contrato e um salário mais compatível com o seu valor de mercado, poderiam ter sido suficientes para o dissuadir, o que de resto é válido para muitos dos restantes elementos referidos. No deve e haver final das finanças, o que se tinha poupado em contratações, e as receitas que poderiam ter sido proporcionadas de certo compensariam tais investimentos.
Não deve contudo haver lugar a precipitações. Essas são justamente o que mais tem prejudicado o clube na ânsia constante de andar mais depressa do que as suas próprias pernas aguentam. É necessário muita ponderação para evitar correr riscos, como de resto o passado já ensinou. O panorama que temos por diante exige reflexão, exige cabeça fria e exige aos benfiquistas, em particular aos sócios, responsabilidade e disponibilidade. Há um longo caminho a percorrer, e uma margem de erro desde há muito esgotada. Há toda uma cultura a recuperar, mas também a corrigir e a depurar. Uma solução de futuro terá de ser encontrada deixando a porta aberta para a hipótese de Luís Filipe Vieira rever a sua estratégia, ganhar novo fôlego, e dar mostras claras, agora que contestado, de que quer e pode fazer muito mais do que tem feito ultimamente.
O discurso do Benfica tem de ser o da humildade, o da seriedade e o do trabalho. Os benfiquistas terão de se preparar para ficar mais um ou dois anos sem ganhar o campeonato, caso queiram recuperar no médio prazo o estatuto com que se escreveu a história do clube. Esse processo não é fácil mas é a única via para o sucesso que todos certamente desejam. Não há outro caminho !
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - LÓGICA DESPORTIVA
O Benfica, como de resto também o Sporting, têm laborado insistentemente no erro de não compreender os verdadeiros fundamentos da indústria do futebol, parecendo bastas vezes entendê-la tão somente como uma qualquer actividade económica stricto sensu.
Não é assim, e temos no nosso pais, neste como em muitos outros aspectos, um exemplo de uma gestão de excelência que privilegia a vertente desportiva, e com isso, por via disso, consegue robustecer as finanças: o F.C.Porto, com os resultados que se conhecem.
Não é possível sem bem sucedido na indústria do futebol altamente profissional com uma estratégia economicista, mais ou menos miserabilista, orientada para poupanças e desinvestimentos sucessivos, pois nesta área o mercado é constituído pelos adeptos, e estes só se mobilizam com vitórias e com os títulos. Em clubes como Benfica, Sporting ou F.C.Porto, só uma lógica investimento-vitórias-retorno-investimento permite alcançar os objectivos, e crescer desportiva e economicamente. Só pode ganhar um de cada vez, é verdade, mas todos eles têm, como condição da sua sobrevivência, de manter sempre bem alta a expectativa de triunfo, que se consubstancia na conquista de títulos com regularidade – sendo três os candidatos, um título nacional por cada três anos é o mínimo a que cada um pode e deve aspirar.
Uma empresa de iogurtes tenta produzi-los com qualidade e colocá-los no mercado ao mais baixo custo, mas não ganha títulos nem troféus, não aglutina massas a gritarem freneticamente o nome da marca, nem as pessoas compram “Danone” ou “Nestlé” por terem bandeiras em casa, porque os pais compravam, ou qualquer outra questão emotiva. Fazem-no por critérios racionais. Ora a racionalidade é tudo o que a paixão pelo futebol, e logo o seu consumo enquanto indústria, não têm.
Um clube não se tem que preocupar obsessivamente com o custo de produção, pois não é ele (esse custo) que - ao contrário daquilo que sucede noutros sectores de actividade económica - vai definir a sua relação com o “consumidor”/adepto. Deve, isso sim, procurar dar-lhe aquilo que ele pretende – vitórias e títulos – para assim o cativar e através dele recolher as receitas que permitam manter o ciclo de pé.
No meu ponto de vista, um director financeiro de uma SAD deve participar na construção de um plantel apenas e só determinando o respectivo tecto orçamental, que deve ser obviamente encontrado de forma rigorosa e responsável, de acordo com as possibilidades do clube. A partir daí o assunto é com o director desportivo e com o treinador. Não faz sentido prescindir de um jogador porque tem 33 anos e não é vendável, ou contratar outro apenas porque é jovem e passível de proporcionar mais-valias. A gestão desportiva de um clube que se quer campeão deve ser, tanto quanto possível, cega face a estes aspectos. Deve dispor de uma dotação para gastar e a partir daí gastá-la criteriosamente de acordo com premissas exclusivamente desportivas, e com base em decisões técnicas especializadas.
Ao conseguir construir uma boa equipa, ao vencer títulos, encher estádios, estar na Champions League, irá decerto obter as receitas de que necessita para re-financiar o projecto. Só assim faz sentido, e só assim temos uma gestão global coerente daquilo que são as especificidades da indústria futebolistica. Uma gestão que negligencie os factores desportivos fundamentais, é meio caminho para, a médio prazo, se chegar à ruína. Primeiro desportiva, e consequentemente económica. É este fundamentalmente o paradoxo do futebol.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL -ASPECTOS PSICO-SOCIAIS
A construção do plantel é o alfa e o ómega de uma gestão desportiva cuidada e rigorosa. Para além daquilo que salta à vista de todos nos relvados ou na televisão, para além do talento, das fintas, da força ou mesmo da movimentação em campo, há um homem por detrás de cada jogador, e é o conjunto desses homens que tem de trabalhar todos os dias em comum e com o mesmo objectivo.
Quando se contrata um determinado jogador, há que atender a todos os aspectos da sua personalidade de forma a que a sua integração no plantel se possa fazer tranquilamente. Só interessam elementos com sentido colectivo, capazes de se diluir no seio do grupo e em nome da força desse mesmo grupo. Interessam profissionais de excelência, que não fumem, que não bebam, que tenham hábitos e horários compatíveis com uma profissão extraordinariamente bem paga, e no exercício da qual, as únicas contrariedades são precisamente algumas privações da vida privada, face às liberdades de que outros jovens usufruem.
Há também que clarificar desde logo se a motivação do atleta é mesmo a de representar o clube, ou se está mais interessado num trampolim para emblemas de outros campeonatos. Aquando da assinatura do contrato há que estabelecer desde logo um princípio de lealdade que deve presidir a toda a relação do profissional com o clube daí em diante, de modo a que as pressões futuras para eventual saída percam força, e seja resguardado para o clube o papel principal numa eventual decisão de alienação.
Por fim, é importante que exista o cuidado do contratar atletas com uma força mental de aço, capazes de resistir à pressão de vestir a camisola de um clube com o peso mediático do Benfica. Jogadores que não vacilem nos grandes momentos, que saibam manter a frieza (e o rendimento) nas alturas mais complicadas dos jogos e das temporadas. Que saibam resistir à pressão de uma imprensa inquisidora e de adeptos tremendamente cruéis.
É necessário fazer toda esta criteriosa avaliação antes de contratar um futebolista. Estes são aspectos muito mais importantes na construção de um plantel que a própria técnica individual, que por vezes, dentro de certos limites, até se aprende.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - VERTENTE TÉCNICO-TÁCTICA
Para além da personalidade e do temperamento do jogador, quando se avança para uma contratação há que avaliar a tipologia do desempenho desse futebolista em campo.
É imprescindível que exista um modelo de jogo desenhado previamente, que se mantenha preferencialmente ao longo de vários anos, e que qualquer contratação tenha por fim esse modelo e o seu enriquecimento.
Jogadores com uma postura libertina em campo, pouco dados a cumprir as instruções dos técnicos, sem noções precisas da sua correcta movimentação, apenas interessam se estivermos a falar de verdadeiros foras-de-série (Ronaldo, Quaresma, Simão), capazes de resolver sozinho vários jogos. Obviamente que um plantel não admite mais de um ou dois futebolistas com esse perfil, sob o risco de todos os conceitos colectivos se perderem em individualismos e egocentrismos estéreis.
Outro aspecto determinante, e por vezes descurado, prende-se com a resposta física dos atletas a contratar. Não interessam jogadores que se lesionem com frequência, ou que se esgotem antes do final de um ano de exigente competição. Há que contratar atletas robustos e capazes de manter um alto patamar de rendimento ao longo de toda uma época, em que terão de fazer possivelmente mais de cinquenta jogos.
Importa lembrar também a máxima segundo a qual, se os ataques vencem jogos, as defesas vencem campeonatos. É importante que se construa uma equipa de trás para a frente, com uma defesa sólida e intransponível, impermeável no jogo aéreo, capaz de recuperar facilmente a posição, um meio campo agressivo e capaz de deixar a pele e o sangue espalhados pela relva, e um ataque que entenda ter de se constituir na primeira muralha defensiva, e no primeiro obstáculo à construção de jogo do adversário. Só com esta filosofia competitiva de combate, agressividade e segurança, mesmo que à custa de menor brilhantismo plástico, um clube como o Benfica, nas circunstâncias actuais da sua história, poderá reconquistar o papel que no passado foi seu no futebol português e europeu.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - OPÇÕES DE ESTRATÉGIA DESPORTIVA
Quando se fala de futebol português e do seu futuro, fala-se imediatamente de formação. É um aspecto que tem sido descuidado no Benfica, o que faz com que, desde há muito, raros sejam os casos de integração de jovens formados nos escalões jovens do clube no plantel principal.
Creio que, existindo um centro de estágio e sendo a formação uma aposta não muito onerosa, não deve a mesma em caso algum ser abandonada, mas não se pode esperar ou exigir dela em demasia, pois vencer títulos com plantéis carregados de jovens de 19 anos não é comum na história do futebol. A formação terá que ser um vector importante mas não necessariamente central.
O objectivo central é conquistar títulos. Não de forma meramente episódica, mas de modo sustentado e regular, seja com jovens ou com veteranos. Será mais fácil alcançar esses títulos com atletas identificados com o futebol português e, se possível, carregando consigo alguma da mística do clube. Para isso o mercado alvo de futebolistas a contratar não deverá ser o mercado sul-americano, nem mesmo europeu, mas sim o campeonato nacional.
Recorde-se o que fez José Mourinho quando chegou ao F.C.Porto. Além de Nuno Valente e Derlei, que levou consigo de Leiria, foi buscar Paulo Ferreira a Setúbal, Pedro Emanuel ao Boavista, Maniche à equipa B do Benfica, Pedro Mendes ao V.Guimarães, entre outros jogadores da esfera dos clubes nacionais, construindo assim uma equipa campeã, inclusivamente à escala internacional.
Os jogadores do campeonato nacional (portugueses ou estrangeiros) não carecem de adaptação, já lhes são conhecidas as principais características evitando assim erros de casting, e olham frequentemente uma transferência para o Benfica (ou qualquer outro dos grandes) como o realizar de um sonho, percebendo a dimensão e importância do clube. Conhecem adversários, treinadores, em relação aos quais falam a mesma linguagem, quer futebolística, quer no sentido estrito da palavra. Lidam melhor com uma pressão que, de certo modo, já conhecem.
Partindo deste perfil preferencial de jogador, será seguramente mais fácil edificar um grupo coeso, homogéneo e lutador, do que com um plantel onde coexistem quinze nacionalidades, culturas e idiomas diferentes. Não esquecendo ainda que assim se pouparia dinheiro em comissões para empresários e olheiros espalhados pelo mundo.
Este aspecto não é fácil de concretizar sem construir uma teia de relações privilegiadas com os demais clubes do futebol profissional português. Este será um ponto a abordar mais à frente.
GESTÃO DO PLANTEL
GESTÃO DO PLANTEL -ESTABILIDADE DO PLANTEL
Não é possível construir uma equipa ganhadora, mudando de plantel, de treinador e de modelo de jogo todos os anos. Nem mesmo bastará ficar com uma ou duas referências, sendo necessário, isso sim, um conjunto alargado de jogadores em condições de permanecer no clube quatro, cinco, seis ou sete anos. Mesmo entre os que não são habitualmente titulares, é conveniente haver alguma estabilidade, pois não nos esqueçamos que se está a falar do equilíbrio de todo um grupo de trabalho e suas inter -relações ao nível de afectos, emoções, temperamentos e ambições.
Para que esta estabilidade seja alcançada e promovida, é necessário levar a cabo uma política salarial equilibrada e justa. Não é possível ter um guarda-redes suplente a ganhar o triplo do titular, nem é genericamente desejável uma grande amplitude do leque salarial, salvo casos que justifiquem, pelo seu reconhecido peso na equipa (Simão ?), um tratamento diferenciado.Não se pode pretender gerir um clube, mais a mais com a dimensão e projecção do Benfica, como se de qualquer outra empresa de outro qualquer ramo se tratasse. Os mercados não são idênticos, os recursos humanos têm especificidades únicas, e os objectivos não são comparáveis. Quando se dispensa ou vende um jogador apenas porque aufere um salário alto, há que reflectir bem nas consequências desportivas desse acto de gestão, designadamente verificar se se encontra outro capaz de desempenhar o mesmo papel na equipa, pois caso contrário será sempre de o manter. Não se pode contratar alguém só porque é vendável no futuro, ignorando se a equipa precisa ou não desse elemento, correndo risco de com ele desequilibrar o plantel. Se não for esta a lógica, não se conquistam vitórias nem títulos, não se está presente ano após ano na Champions League, não se valorizam os jogadores, perde-se público no estádio, os sócios deixam de pagar quotas, e entra-se numa espiral de decadência difícil de inverter.
Opções como as vendas de Ricardo Rocha (na mesma semana em que saiu Alcides, e se desmantelou assim uma das mais seguras defesas da Liga dos Campeões), Simão (já com a época entrada, por um valor abaixo da clásula de rescisão, depois de ter sido garantido o contrário), Manuel Fernandes (um caso ainda por explicar, em vésperas de um jogo europeu), as incompreensíveis dispensas de Karagounis (jogador de classe internacional com mais um ano de contrato), Miccoli, Geovanni, o caso Miguel (extremamente mal gerido), as contratações e substituições precipitadas de treinador – por mim ainda lá estaria o Trapattoni -, sempre utilizadas como fugas para a frente, ou mera criação de bodes expiatórios capazes de calar críticas, foram a nota dominante desde que em 2005 o Benfica se sagrou campeão nacional.
Particularmente a venda de Simão foi uma das mais infelizes decisões da SAD benfiquista, e que demonstra bem a pouca noção que havia do peso relativo do jogador na equipa, da dificuldade em encontrar alguém com o mesmo perfil, e mesmo da correlação de forças do futebol português que tornava absolutamente proibitivo ao Benfica qualquer desinvestimento na sua equipa. No F.C.Porto Simão nunca teria sido vendido, assim como provavelmente Lucho e Lisandro não o serão agora, tal como Quaresma não o foi enquanto era imprescindível. Perante a vontade do jogador em sair, uma renovação de contrato e um salário mais compatível com o seu valor de mercado, poderiam ter sido suficientes para o dissuadir, o que de resto é válido para muitos dos restantes elementos referidos. No deve e haver final das finanças, o que se tinha poupado em contratações, e as receitas que poderiam ter sido proporcionadas de certo compensariam tais investimentos.
Não deve contudo haver lugar a precipitações. Essas são justamente o que mais tem prejudicado o clube na ânsia constante de andar mais depressa do que as suas próprias pernas aguentam. É necessário muita ponderação para evitar correr riscos, como de resto o passado já ensinou. O panorama que temos por diante exige reflexão, exige cabeça fria e exige aos benfiquistas, em particular aos sócios, responsabilidade e disponibilidade. Há um longo caminho a percorrer, e uma margem de erro desde há muito esgotada. Há toda uma cultura a recuperar, mas também a corrigir e a depurar. Uma solução de futuro terá de ser encontrada deixando a porta aberta para a hipótese de Luís Filipe Vieira rever a sua estratégia, ganhar novo fôlego, e dar mostras claras, agora que contestado, de que quer e pode fazer muito mais do que tem feito ultimamente.
O discurso do Benfica tem de ser o da humildade, o da seriedade e o do trabalho. Os benfiquistas terão de se preparar para ficar mais um ou dois anos sem ganhar o campeonato, caso queiram recuperar no médio prazo o estatuto com que se escreveu a história do clube. Esse processo não é fácil mas é a única via para o sucesso que todos certamente desejam. Não há outro caminho !
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - LÓGICA DESPORTIVA
O Benfica, como de resto também o Sporting, têm laborado insistentemente no erro de não compreender os verdadeiros fundamentos da indústria do futebol, parecendo bastas vezes entendê-la tão somente como uma qualquer actividade económica stricto sensu.
Não é assim, e temos no nosso pais, neste como em muitos outros aspectos, um exemplo de uma gestão de excelência que privilegia a vertente desportiva, e com isso, por via disso, consegue robustecer as finanças: o F.C.Porto, com os resultados que se conhecem.
Não é possível sem bem sucedido na indústria do futebol altamente profissional com uma estratégia economicista, mais ou menos miserabilista, orientada para poupanças e desinvestimentos sucessivos, pois nesta área o mercado é constituído pelos adeptos, e estes só se mobilizam com vitórias e com os títulos. Em clubes como Benfica, Sporting ou F.C.Porto, só uma lógica investimento-vitórias-retorno-investimento permite alcançar os objectivos, e crescer desportiva e economicamente. Só pode ganhar um de cada vez, é verdade, mas todos eles têm, como condição da sua sobrevivência, de manter sempre bem alta a expectativa de triunfo, que se consubstancia na conquista de títulos com regularidade – sendo três os candidatos, um título nacional por cada três anos é o mínimo a que cada um pode e deve aspirar.
Uma empresa de iogurtes tenta produzi-los com qualidade e colocá-los no mercado ao mais baixo custo, mas não ganha títulos nem troféus, não aglutina massas a gritarem freneticamente o nome da marca, nem as pessoas compram “Danone” ou “Nestlé” por terem bandeiras em casa, porque os pais compravam, ou qualquer outra questão emotiva. Fazem-no por critérios racionais. Ora a racionalidade é tudo o que a paixão pelo futebol, e logo o seu consumo enquanto indústria, não têm.
Um clube não se tem que preocupar obsessivamente com o custo de produção, pois não é ele (esse custo) que - ao contrário daquilo que sucede noutros sectores de actividade económica - vai definir a sua relação com o “consumidor”/adepto. Deve, isso sim, procurar dar-lhe aquilo que ele pretende – vitórias e títulos – para assim o cativar e através dele recolher as receitas que permitam manter o ciclo de pé.
No meu ponto de vista, um director financeiro de uma SAD deve participar na construção de um plantel apenas e só determinando o respectivo tecto orçamental, que deve ser obviamente encontrado de forma rigorosa e responsável, de acordo com as possibilidades do clube. A partir daí o assunto é com o director desportivo e com o treinador. Não faz sentido prescindir de um jogador porque tem 33 anos e não é vendável, ou contratar outro apenas porque é jovem e passível de proporcionar mais-valias. A gestão desportiva de um clube que se quer campeão deve ser, tanto quanto possível, cega face a estes aspectos. Deve dispor de uma dotação para gastar e a partir daí gastá-la criteriosamente de acordo com premissas exclusivamente desportivas, e com base em decisões técnicas especializadas.
Ao conseguir construir uma boa equipa, ao vencer títulos, encher estádios, estar na Champions League, irá decerto obter as receitas de que necessita para re-financiar o projecto. Só assim faz sentido, e só assim temos uma gestão global coerente daquilo que são as especificidades da indústria futebolistica. Uma gestão que negligencie os factores desportivos fundamentais, é meio caminho para, a médio prazo, se chegar à ruína. Primeiro desportiva, e consequentemente económica. É este fundamentalmente o paradoxo do futebol.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL -ASPECTOS PSICO-SOCIAIS
A construção do plantel é o alfa e o ómega de uma gestão desportiva cuidada e rigorosa. Para além daquilo que salta à vista de todos nos relvados ou na televisão, para além do talento, das fintas, da força ou mesmo da movimentação em campo, há um homem por detrás de cada jogador, e é o conjunto desses homens que tem de trabalhar todos os dias em comum e com o mesmo objectivo.
Quando se contrata um determinado jogador, há que atender a todos os aspectos da sua personalidade de forma a que a sua integração no plantel se possa fazer tranquilamente. Só interessam elementos com sentido colectivo, capazes de se diluir no seio do grupo e em nome da força desse mesmo grupo. Interessam profissionais de excelência, que não fumem, que não bebam, que tenham hábitos e horários compatíveis com uma profissão extraordinariamente bem paga, e no exercício da qual, as únicas contrariedades são precisamente algumas privações da vida privada, face às liberdades de que outros jovens usufruem.
Há também que clarificar desde logo se a motivação do atleta é mesmo a de representar o clube, ou se está mais interessado num trampolim para emblemas de outros campeonatos. Aquando da assinatura do contrato há que estabelecer desde logo um princípio de lealdade que deve presidir a toda a relação do profissional com o clube daí em diante, de modo a que as pressões futuras para eventual saída percam força, e seja resguardado para o clube o papel principal numa eventual decisão de alienação.
Por fim, é importante que exista o cuidado do contratar atletas com uma força mental de aço, capazes de resistir à pressão de vestir a camisola de um clube com o peso mediático do Benfica. Jogadores que não vacilem nos grandes momentos, que saibam manter a frieza (e o rendimento) nas alturas mais complicadas dos jogos e das temporadas. Que saibam resistir à pressão de uma imprensa inquisidora e de adeptos tremendamente cruéis.
É necessário fazer toda esta criteriosa avaliação antes de contratar um futebolista. Estes são aspectos muito mais importantes na construção de um plantel que a própria técnica individual, que por vezes, dentro de certos limites, até se aprende.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - VERTENTE TÉCNICO-TÁCTICA
Para além da personalidade e do temperamento do jogador, quando se avança para uma contratação há que avaliar a tipologia do desempenho desse futebolista em campo.
É imprescindível que exista um modelo de jogo desenhado previamente, que se mantenha preferencialmente ao longo de vários anos, e que qualquer contratação tenha por fim esse modelo e o seu enriquecimento.
Jogadores com uma postura libertina em campo, pouco dados a cumprir as instruções dos técnicos, sem noções precisas da sua correcta movimentação, apenas interessam se estivermos a falar de verdadeiros foras-de-série (Ronaldo, Quaresma, Simão), capazes de resolver sozinho vários jogos. Obviamente que um plantel não admite mais de um ou dois futebolistas com esse perfil, sob o risco de todos os conceitos colectivos se perderem em individualismos e egocentrismos estéreis.
Outro aspecto determinante, e por vezes descurado, prende-se com a resposta física dos atletas a contratar. Não interessam jogadores que se lesionem com frequência, ou que se esgotem antes do final de um ano de exigente competição. Há que contratar atletas robustos e capazes de manter um alto patamar de rendimento ao longo de toda uma época, em que terão de fazer possivelmente mais de cinquenta jogos.
Importa lembrar também a máxima segundo a qual, se os ataques vencem jogos, as defesas vencem campeonatos. É importante que se construa uma equipa de trás para a frente, com uma defesa sólida e intransponível, impermeável no jogo aéreo, capaz de recuperar facilmente a posição, um meio campo agressivo e capaz de deixar a pele e o sangue espalhados pela relva, e um ataque que entenda ter de se constituir na primeira muralha defensiva, e no primeiro obstáculo à construção de jogo do adversário. Só com esta filosofia competitiva de combate, agressividade e segurança, mesmo que à custa de menor brilhantismo plástico, um clube como o Benfica, nas circunstâncias actuais da sua história, poderá reconquistar o papel que no passado foi seu no futebol português e europeu.
CONSTRUÇÃO DO PLANTEL - OPÇÕES DE ESTRATÉGIA DESPORTIVA
Quando se fala de futebol português e do seu futuro, fala-se imediatamente de formação. É um aspecto que tem sido descuidado no Benfica, o que faz com que, desde há muito, raros sejam os casos de integração de jovens formados nos escalões jovens do clube no plantel principal.
Creio que, existindo um centro de estágio e sendo a formação uma aposta não muito onerosa, não deve a mesma em caso algum ser abandonada, mas não se pode esperar ou exigir dela em demasia, pois vencer títulos com plantéis carregados de jovens de 19 anos não é comum na história do futebol. A formação terá que ser um vector importante mas não necessariamente central.
O objectivo central é conquistar títulos. Não de forma meramente episódica, mas de modo sustentado e regular, seja com jovens ou com veteranos. Será mais fácil alcançar esses títulos com atletas identificados com o futebol português e, se possível, carregando consigo alguma da mística do clube. Para isso o mercado alvo de futebolistas a contratar não deverá ser o mercado sul-americano, nem mesmo europeu, mas sim o campeonato nacional.
Recorde-se o que fez José Mourinho quando chegou ao F.C.Porto. Além de Nuno Valente e Derlei, que levou consigo de Leiria, foi buscar Paulo Ferreira a Setúbal, Pedro Emanuel ao Boavista, Maniche à equipa B do Benfica, Pedro Mendes ao V.Guimarães, entre outros jogadores da esfera dos clubes nacionais, construindo assim uma equipa campeã, inclusivamente à escala internacional.
Os jogadores do campeonato nacional (portugueses ou estrangeiros) não carecem de adaptação, já lhes são conhecidas as principais características evitando assim erros de casting, e olham frequentemente uma transferência para o Benfica (ou qualquer outro dos grandes) como o realizar de um sonho, percebendo a dimensão e importância do clube. Conhecem adversários, treinadores, em relação aos quais falam a mesma linguagem, quer futebolística, quer no sentido estrito da palavra. Lidam melhor com uma pressão que, de certo modo, já conhecem.
Partindo deste perfil preferencial de jogador, será seguramente mais fácil edificar um grupo coeso, homogéneo e lutador, do que com um plantel onde coexistem quinze nacionalidades, culturas e idiomas diferentes. Não esquecendo ainda que assim se pouparia dinheiro em comissões para empresários e olheiros espalhados pelo mundo.
Este aspecto não é fácil de concretizar sem construir uma teia de relações privilegiadas com os demais clubes do futebol profissional português. Este será um ponto a abordar mais à frente.
GESTÃO DO PLANTEL
GESTÃO DO PLANTEL -ESTABILIDADE DO PLANTEL
Não é possível construir uma equipa ganhadora, mudando de plantel, de treinador e de modelo de jogo todos os anos. Nem mesmo bastará ficar com uma ou duas referências, sendo necessário, isso sim, um conjunto alargado de jogadores em condições de permanecer no clube quatro, cinco, seis ou sete anos. Mesmo entre os que não são habitualmente titulares, é conveniente haver alguma estabilidade, pois não nos esqueçamos que se está a falar do equilíbrio de todo um grupo de trabalho e suas inter -relações ao nível de afectos, emoções, temperamentos e ambições.
Por outro lado, sempre que a qualidade do atleta e a sua cotação no mercado o tornem apetecível, e o mesmo seja imprescindível na lógica competitiva da equipa, deve-se atender à sua natural ambição, renovando-lhe o contrato, aumentando-lhe o vencimento e não o deixando sumariamente sair como se tem verificado no Benfica nestes últimos anos. Além de manter os jogadores, e de os manter motivados, cria-se uma relação de justiça a que eles acabam, na sua maioria, por corresponder com respeito e suor. É, entre outros, no equilíbrio destes dois aspectos, na equidade com que são tratados, que se avaliam os méritos e talentos de uma política desportiva competente.
Não é aceitável, nem compreensível, que a maioria dos bons jogadores que têm passado pelo Benfica queriam de forma insistente sair do clube. Fernando Meira, Tiago, Miguel, Ricardo Rocha, Karagounis, Simão Sabrosa, Manuel Fernandes, Luisão, Katsouranis são exemplos que não se vêm noutras paragens. Há que tratar bem os jogadores, procurar renovar-lhes constantemente a ambição, pagar-lhes bem, de forma justa e não “o menos possível”. Tratá-los como heróis, como interpretes dos sonhos do clube, e simultaneamente exigir-lhes a máxima entrega nos treinos, nos jogos, e nos aspectos da sua vida privada que possam condicionar-lhes o rendimento.
Outro aspecto a ter em conta é que só será compreensível e aceitável vender um qualquer jogador da equipa principal, quando exista um substituto no plantel, em condições de fazer o lugar sem que o sentido colectivo se perca. O F.C.Porto tem praticamente uma equipa-sombra a partir da qual cria os alicerces de resposta às futuras vicissitudes do mercado. Fica caro, mas tem sido, para os portistas, um investimento altamente compensador.
Apesar de se saber que no futebol actual é por vezes muito difícil fazer face às pressões dos diversos agentes, no sentido de transferir os melhores jogadores para outras paragens, não é desejável que saia mais que um titular por ano. Só em casos excepcionais poderão sair dois, e nunca, mas nunca, mais do que isso, sob pena de fazer ruir todo o edifício colectivo da equipa.
Seguindo estes princípios, ter-se-á seguramente um plantel coeso, solidário, motivado, mais estável e mais forte. Um plantel ganhador.
GESTÃO DO PLANTEL - DISCIPLINA
Uma equipa de futebol profissional assemelha-se em muitos aspectos a um batalhão de guerra. Aliás o próprio futebol é, para muitos, uma espécie de representação da guerra – embora sem vítimas - devolvendo ao homem a satisfação da sua intrínseca necessidade de combate e competição face ao seu igual. Talvez advenha daqui a sua popularidade, e a dimensão quase religiosa que foi adquirindo no mundo moderno.
Tal como uma estrutura militar, uma equipa de futebol não funciona sem uma disciplina férrea, que não permita qualquer tipo de desvios face aos objectivos colectivos previamente desenhados. O treinador, qual comandante, tem um papel importante nesta matéria, e a direcção dever-lhe-á proteger as costas em toda e qualquer situação, até aos limites, vincando publicamente, se possível, essa protecção.
Mas sabe-se como existem jogadores que não revelam problemas em assimilar um conjunto de regras mais ou menos rígidas, e como outros, por razões várias, se mostram incapazes de o fazer. Estes são elementos a evitar a todo o custo, por muito virtuosos que possam ser, e só uma prospecção de mercado densa e exaustiva poderá precaver situações capazes de, no limite, destruir um balneário.
Não é lícito que um jogador de uma equipa de topo se perca na vida nocturna duas ou três vezes por semana, como acontece com muitos, nem que fume, ou beba em demasia, como acontece com outros tantos. A partir dos 35 anos e do fim da carreira, ainda terão algum tempo para pôr todas essas coisas em dia se assim o pretenderem, mas enquanto são principescamente pagos para ser desportistas de alta competição não é aceitável fazê-lo, nem tal lhes deve ser permitido.
Menos aceitável ainda é que um jogador desrespeite aqueles com quem trabalha, dando entrevistas a exigir a titularidade ou a fazer críticas ao clube, técnicos, dirigentes ou colegas. O ideal mesmo é não dar qualquer entrevista, à excepção das de carácter obrigatório (flash-inteviews e conferências de imprensa antes dos jogos), ou eventualmente de índole pessoal e não profissional. Sou um adepto fervoroso de futebol, e passo muito bem sem as entrevistas dos jogadores, muito embora a comunicação sócia – por vezes por dificuldade em encontrar tema – nos queira fazer crer de que é fundamental eles falarem.
Deve haver um código de conduta extremamente rigoroso, e punições severas para quem o não cumprir. Mas é no momento das contratações que estes aspectos devem desde logo ser ponderados, de modo a evitar problemas futuros. A disciplina é o pulmão das vitórias. Não se pode transigir com ela por uma vez que seja, sob pena de se perder o grupo.
Como elemento importante no elo de ligação ao treinador e à direcção surge o capitão de equipa. É profundamente negativo que a eleição do capitão de equipa dê origem às polémicas que já têm acontecido no Benfica. É algo demasiado importante para se deixar ao acaso.
O capitão de equipa deve ser escolhido pelo treinador, e o sub-capitão também. Mesmo dentro do plantel exige-se uma ordem hierárquica que todos, nomeadamente os mais novos, entendam rapidamente. Há no Benfica vários jogadores com perfil para serem capitães de equipa (Luisão, Nuno Gomes, Petit, Quim), mas não podem ser todos ao mesmo tempo. Tem de existir uma voz de comando, escolhida de acordo com critérios de disciplina, profissionalismo, personalidade, liderança, peso e passado no clube.
GESTÃO DO PLANTEL - BLINDAGEM E PROTECÇÃO
A blindagem de todo o balneário é outra das imposições a um grupo que se pretende ganhador. O balneário é sagrado, e nada do que lá se passa pode em caso algum ser tornado público, para protecção de jogadores, técnicos e clube. Qualquer falha a este nível deve ser de imediato punida.
A gestão desta protecção passa em muito pela política de comunicação do clube, algo que no Benfica tem sido muito pouco cuidado. Se for necessário impor black-outs, pois que se imponham. Trazer inconfidências para a praça pública, criando instabilidade e dando trunfos aos adversários, é que de modo algum poderá ser tolerado.
Também não é admissível que sejam feitas críticas públicas aos jogadores. Uma coisa é a emotividade dos adeptos, outra deve ser a serenidade dos dirigentes. Alguém que vista a camisola do Benfica deve ser protegido e apoiado publicamente em toda e qualquer circunstância, e se houver reparos a fazer, que sejam feitos em privado.
ESTRATÉGIA GLOBAL
ESTRATÉGIA GLOBAL - MODELO INSTITUCIONAL
Em alturas de crise já se vai tornando um hábito ouvir sempre a mesma conversa: “o Benfica deveria abrir mão da maioria das acções da SAD e colocá-las no mercado, para assim atrair investidores”.
Esta ideia já é antiga, e se quando surgiu ainda poderia ter algum crédito, neste momento, com as experiências a que fomos assistindo noutros pontos da Europa (Atlético de Madrid, Marselha etc), e tendo em conta a história do desporto português, só por ignorância ou má fé se poderá continuar a insistir nela.
Em primeiro lugar o principal problema do Benfica não é dinheiro. Mérito a Luís Filipe Vieira, o clube encarnado, sem ter todos os problemas financeiros resolvidos, entrou numa fase de estabilidade que lhe permite, mais receita extraordinária, menos receita extraordinária, ir fazendo face aos compromissos que aparecem, e ainda investir alguma coisa na equipa de futebol. Só na temporada 2007-08 a SAD gastou mais de 30 milhões de euros em contratações sendo, de longe, o clube que mais gastou em Portugal, e mesmo assim o resultado está à vista. Não será pois com mais dinheiro que haverá garantias de o clube entrar numa rota vencedora. Até porque, num clube como o Benfica, dinheiro mal gasto pode ser bem pior do que uma situação de constrangimentos financeiros que obrigue a uma maior ponderação e critério. Ora a única vantagem que poderia advir de uma opção dessa natureza seria a entrada de dinheiro vivo nos cofres, que rapidamente, mal ou bem, se consumiria. Não vejo qualquer outra.
Em segundo lugar, os perigos do clube cair nas mãos de oportunistas – veja-se o que esteve em vias de acontecer ao Boavista -, ou mesmo de alguém com interesses opostos (por exemplo elementos ligados ao F.C.Porto, e nem será preciso muita imaginação para nos lembrarmos por exemplo da Olivedesportos), seriam verdadeiros perigos de morte, e de natureza – é importante realçar este aspecto – irreversível.
Abramvichs há poucos (e mesmo no caso deste, veremos o que irá acontecer ao Chelsea no dia em que ele se farte de futebol), mas Sérgios Silvas, Gil Y Gil, Vale e Azevedos ou Bernards Tapies há por aí aos magotes. Sobretudo numa fase em que o mercado de capitais revela grande instabilidade, só por má fé, ignorância ou mania de grandezas se poderá imaginar alguém com uma mala cheia de dinheiro para oferecer ao Benfica, de modo a comprar jogadores muito mais caros do que os que têm chegado à Luz.
A riqueza do Manchester United ou do Liverpool não advém do seu modelo institucional, mas sim do amplo mercado que a Liga Inglesa proporciona, e consequentes receitas que garante. De resto, dois dos três clubes mais ricos do mundo –Real Madrid (1º) e Barcelona (3º) – tem um modelo associativo, semelhante ao que o Benfica tinha antes de, por imposição legal, se constituir em SAD.
Não é com árvores de patacas que se resolvem os problemas do Benfica, nem com generosos mecenas vindos sabe-se lá de onde. É com competência, boas decisões e unidade. E também com sócios que, antes de perguntarem o que pode o Benfica fazer por eles, questionem o que podem eles fazer pelo Benfica. Quando num jogo da Champions League – cuja mera presença deveria ser entendida com grande orgulho pelos benfiquistas – aparecem apenas 20 mil pessoas, não se pode esperar que seja depois um santo milagreiro a fazer, como que por magia, o clube regressar aos seus anos de maior glória.
Para além das questões racionais que se me afiguram óbvias, e que acabei de referir, no campo emocional não tenho problemas nenhuns em afirmar que quem defende uma opção como a abertura do capital ao mercado – que não é mais nem menos que vender o clube a um individuo qualquer -, não é seguramente tão benfiquista como eu. Quem sinta o clube como eu sinto, quem o viva e o pense muitas horas por dia, quem sofra tanto com as derrotas e rejubile tanto com as vitórias, quem tenha dito Benfica na infância como uma das suas primeiras palavras, quem tenha chorado muitas vezes quer na desilusão quer no triunfo, quem de noite sonhe com troféus gloriosos, quem custe a adormecer nas vésperas de grandes jogos, quem sinta o estádio como uma sua casa, quem seja capaz de se levantar da cama com trinta e nove de febre e ir para a Luz em dia de jogo importante, não pode em caso algum defender, ou aceitar, algo como isso. Nem mesmo que a resistência pudesse implicar menores conquistas desportivas, o que como vimos atrás é tudo menos uma inevitabilidade.
Não se vende um filho, nem que seja para ele viver no seio de uma família mais rica.
ESTRATÉGIA GLOBAL - CRIAÇÃO DE RECEITAS
A direcção do Benfica teve durante algum tempo um papel notável, e até pioneiro, na geração de novas formas de receita. Naming das bancadas, pavilhões e centro de estágio, campanha de angariação de sócios, novos cartões, e iniciativas várias, conduziram o Benfica até ao top-20 dos clubes mais ricos do mundo, utilizando como critério justamente a capacidade de criação de receitas.
Mas muito permanece por fazer, mesmo para além da construção de uma equipa de futebol ganhadora. Há por exemplo um assunto caído no esquecimento, e através do qual o Benfica poderia conseguir uma receita de muitos milhões: o “naming” do estádio.
Atribuir o nome de uma empresa ao Estádio da Luz seria uma forma de embolsar uma receita colossal, e não deveria causar, no meu ponto de vista, qualquer prurido purista aos benfiquistas, sobretudo a muitos daqueles que, aparentemente, não se importariam de ver a o clube entregue a um “dono”. Um nome é um nome, não teria qualquer efeito na cultura clubista, e estou em crer que muitos dos benfiquistas iriam continuar a designar o estádio da forma que sempre o fizeram. Esta receita poderia ascender a valores da ordem dos 40 ou 50 milhões de euros, e seria um instrumento precioso para a necessária diminuição do elevado passivo com que o clube ainda se debate.
Há que distinguir entre essencial e acessório. Manter o clube na posse dos sócios é essencial. Dar este ou aquele nome a isto ou aquilo, podendo assim embolsar muito dinheiro é, em termos de emocionalidade clubista, completamente acessório e irrelevante.
Quanto aos direitos televisivos, não há como evitar ter de esperar até ao final do contrato com a Olivedesportos. Há também que marcar posição firme nas intenções da Liga de negociar centralmente esses direitos. Não é um caminho a desprezar, mas têm que ficar bem acautelados os critérios de repartição de verbas, os quais, à semelhança do que acontece com as competições europeias, não podem deixar de ser indexados às audiências que cada clube desperta.
ESTRATÉGIA GLOBAL - ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
Um dos aspectos que tem sido mais desprezado no Benfica tem sido a forma como o clube comunica com o exterior.
Muito fruto do temperamento do presidente, o Benfica tem-se perdido em constantes clamores de grandeza, que talvez colham bem junto de alguma massa associativa – sobretudo após uns copos de tinto numa qualquer casa do Benfica do país -, mas que acabam invariavelmente por se voltar contra o próprio clube.
O discurso dos 300 mil sócios foi fantasmagórico e destruiu a eficácia mediática de uma campanha que até estava bem idealizada. A “equipa-maravilha”, o “melhor plantel dos últimos dez anos”, o “seremos imparáveis”, os “títulos europeus” e afins, podem até perdoar-se depois de um almoço bem regado, mas não podem nunca confundir-se com o discurso oficial do clube, como muitas vezes tem acontecido.
No que toca ao grupo de trabalho, como atrás já foi referido, quanto menos entrevistas melhor. A pressão jornalística é grande, a busca de uma cacha é frenética, e o clube e sua estrutura têm que saber defender-se. Há os espaços obrigatórios de entrevista, as conferências de imprensa, e nem mais uma palavra deve ser dita. Tem de haver firmeza nessa posição.
Tanto o jornal como a revista têm muito que mudar. Os textos inflamados de facciosismo terão de dar lugar a informações úteis, reportagens interessantes, dados estatísticos, memórias etc, mais vocacionados para um novo público que não quer ser enganado, mas sim esclarecido. Deve-se olhar o jornal do clube como um concorrente aos demais jornais desportivos e não como um espaço fechado à realidade quando ela não é agradável.
ESTRATÉGIA GLOBAL - RELAÇÕES EXTERNAS
Muito do poderio que o F.C.Porto tem cimentado no futebol português está directa ou indirectamente ligado com as relações privilegiadas que mantém com os restantes clubes nacionais.
Sem querer entrar em suspeições acerca de algo menos lícito, o simples facto de conseguir negociar transferências em melhores condições, nomeadamente quanto à prioridade facultada, para além da influência exercida nas votações da Liga, chega para perceber o quanto é importante, num contexto pequeno como o nosso, manter uma rede de boas amizades com a generalidade dos congéneres.
Luís Filipe Vieira tem tentado timidamente seguir esse caminho. Mas, infelizmente, não tem conseguido fazer do Benfica o principal parceiro da maioria dos clubes, como, pela sua dimensão e expressão geográfica, talvez se justificasse. O facto de optar sistematicamente pelo mercado externo para reforçar a equipa também não tem ajudado a fomentar essa influência.
Na relação com os grandes também há algo que tem de ser corrigido. Se face ao Sporting a direcção encarnado tem procurado ser diplomata, mau grado um ou outro pormenor menos cuidado, já com o F.C.Porto o Benfica tem procurado sistematicamente um confronto que apenas serve os interesses do rival.
O Benfica é o clube mais odiado do país. Não se consegue perceber bem porquê, mas um clube que apenas conquistou um campeonato em quinze anos é alvo de uma animosidade que, para além de Sporting e F.C.Porto, se estende também a adeptos de outros emblemas como Belenenses, V.Setúbal, V.Guimarães etc. Particularmente com dragões e leões, o Benfica, seja qual for a sua classificação e o seu poderio desportivo do momento, é tomado como o grande inimigo, algo que, se significa o reconhecimento do seu passado e do seu prestígio, acaba inevitavelmente por o penalizar. Quando por exemplo um erro de arbitragem beneficia o Benfica, Sporting e Porto reagem de forma uníssona e implacável, algo que não fazem um relativamente ao outro. Ao contrário de todos os outros, mesmo quando perde o Benfica é achincalhado e odiado, parecendo ter ainda de pagar “juros” por todos os títulos e glórias que conquistou no passado.
O Benfica actual não tem força para lutar contra tudo e contra todos. Quer pelo acomodamento da sua massa adepta – de entre os seis milhões, não haverá mais de duzentos mil “activistas” -, quer pelo facto de os resultados não aparecerem. Na verdade o Benfica não é mais o maior clube, salvo em número de adeptos e em história, mas tem de lutar como se o fosse, o que em grande medida o desgasta.
Como diz o povo, não é com vinagre que se apanham moscas. É necessário que o Benfica consiga suavizar, amortecer ou mesmo adormecer esse ódio, consiga esquivar-se ao confronto político-institucional, e procure no resguardo da paz a tranquilidade de que necessita para crescer e se recompor. Nomeadamente face ao F.C.Porto, a guerra fora das quatro linhas tem de terminar pois a mesma só serve aos dragões.
Teria, por exemplo, visto com bom grado que os jogadores do Benfica abrissem alas para passar os campeões no último clássico, à imagem do que ainda na passada semana fez o Barcelona no Santiago Bernabéu.
O F.C.Porto deve ser combatido dentro das quatro linhas, procurando ter melhores jogadores e tão boa ou melhor organização colectiva. Fora delas, caso assim insista, deve ser deixado a falar sozinho, sem que isto signifique qualquer espécie de transigência na defesa dos interesses do clube junto das instituições de tutela ou, por exemplo, em questões de arbitragem.
Nunca em caso algum, protagonismos ou guerras pessoais se devem sobrepor aos mais altos interesses do clube. E esses, nesta conjuntura, são de uma maior pacificação e tranquilidade em seu redor.
ESTRATÉGIA GLOBAL - OUTRAS MODALIDADES
Todos se recordarão da proposta de Manuel Vilarinho em 2002 para acabar com as modalidades – leia-se, tudo excepto futebol.
Na altura tive uma conversa com Luís Filipe Vieira (então ainda apenas gestor do futebol) e Mário Dias em que procurei expressar a minha opinião de que essa proposta era um erro, lembrando que as modalidades faziam parte da história do clube, e que havia muitos sócios que se reviam nelas, sobretudo as mais tituladas. Posteriormente a questão foi posta à assembleia-geral, e a maioria dos sócios optou por manter um Benfica eclético. Ainda bem.
A partir do momento em que Luís Filipe Vieira chegou à presidência a aposta nas modalidades foi total, o que de algum modo me surpreendeu pela positiva. Os investimentos foram avultados, quer em infra-estruturas, quer em atletas, mas os títulos têm teimado em fugir.
Uma gestão algo errática quanto à escolha de treinadores, variações orçamentais por vezes incompreensíveis, e alguma pouca sorte, têm deixado as modalidades longe de corresponder às expectativas, sem conseguirem, Futsal à parte, dar o salto necessário para conquistar títulos. ABC no andebol, F.C.Porto no hóquei, Ovarense no basquetebol, Espinho e V.Guimarães no voleibol, têm-se mostrado sistematicamente mais fortes, não permitindo aos encarnados cumprir o destino a que se propuseram, o que obriga necessariamente a alguma reflexão.
O primeiro ano do regresso do ciclismo foi decepcionante, e o segundo, para já, pouco melhor vai. Quando o andebol parece enfim capaz de dar uma alegria, eis que surge a notícia do despedimento do treinador Alexander Donner, que não se entende senão à luz de um qualquer capricho pessoal ou de falta de dinheiro para lhe pagar. O hóquei em patins não participa nas provas europeias – onde tem tradições – por problemas orçamentais, e em Portugal tem-se mostrado distante de poder ombrear com o hexa-campeão F.C.Porto. O basquete abandonou a liga principal, e para o volei, depois de uma época decepcionante, anunciam-se várias saídas.
Tomando como base este panorama, sabendo que o passivo se mantém alto, que o futebol é a actividade central do clube, e que só faz sentido o Benfica participar em competições que tenha reais possibilidades de vencer, talvez fosse melhor reequacionar a manutenção de tantas modalidades de alta competição em simultâneo.
O Benfica pratica futebol, hóquei em patins, basquetebol, andebol, voleibol, futsal, râguebi, ciclismo, atletismo, natação, judo, ténis de mesa, bilhar, triatlo, tudo ao mais alto nível. Seria talvez preferível, mantendo todos os escalões de formação, limitar o clube a duas ou três modalidades de alta competição, nas quais competisse verdadeiramente a alto nível, e pudesse, com elevado grau de probabilidade, alcançar títulos com frequência. Eventualmente duas seriam a opção mais razoável, para além das que – como parece ser o caso do ciclismo – seja auto-sustentáveis. Nesta perspectiva, hóquei em Patins e basquetebol, pela sua história, pelos títulos alcançados, teriam obviamente prioridade e justificariam um forte investimento. Abandonando o voleibol, o andebol, o futsal, o atletismo e o râguebi, o Benfica reduziria o orçamento global das modalidades para cerca de um terço, e poderia então construir equipas de basquete e hóquei capazes de conquistar todas as competições em que se envolvessem, e até talvez sonhar com alguns feitos internacionais.
ESTRATÉGIA GLOBAL - O PAPEL DOS SÓCIOS
Na reconstrução de um grande Benfica está reservado aos sócios e adeptos um papel fundamental.
Em primeiro lugar, aqueles que se dizem adeptos deverão formalizá-lo tornando-se sócios. Cada um deve reflectir a que ponto a alegria de um título conquistado justifica ou não alguns euros saídos do bolso, e depois tomar a decisão. Salvaguardando os muitos casos de adeptos do Benfica com total incapacidade económica de poder contribuir para o clube, não me parece que seja lógico que um benfiquista que se assume como tal, tenha, por exemplo, meios financeiros para dispor de SportTv em sua casa, e não seja sócio do seu clube. É uma inversão de prioridades que me custa a aceitar, embora conheça inúmeros exemplos daquilo que estou a dizer. Não é admissível encher-se a boca de benfiquismo e não acrescentar nada ao clube. É triste que, de entre seis milhões de adeptos apenas 150 mil estejam dispostos a ajudar.
Aos que já são sócios pede-se, ou melhor, exige-se, sobretudo apoio à equipa. A sua presença nos jogos deve ser entendida, não exclusivamente como um momento de lazer, mas sim como uma missão. O estádio deve estar sempre cheio, e isso passa por cada um de nós, por uma atitude individual e uma ética clubista que nos deve pôr ao serviço do clube e não esperar o contrário. Não se entende como é possível o Benfica vender menos lugares cativos que o F.C.Porto e o Sporting. Há algo no modo de ser benfiquista que tem de mudar.
Há também que acabar com a praga dos assobios aos jogadores do Benfica. Se alguma manifestação de desagrado houver a fazer que seja feita no final dos jogos, quando as suas consequências já não se possam reflectir no rendimento da equipa. Os jogadores são profissionais, são seres humanos, e alguns estão a fazer um esforço enorme por melhorarem o seu desempenho. No final de cada época haverá jogadores cujo rendimento aconselhe a dispensa – é assim o futebol – mas enquanto estiverem no clube deverão ser credores de todo o carinho dos sócios. Se se quer assobiar alguém, assobiem-se os adversários ou o árbitro.Os benfiquistas devem compreender que os tempos do Eusébio já lá vão, e que o clube está hoje numa dimensão substancialmente diferente da que estava nos anos sessenta e setenta. No Benfica actual, eu diria mesmo no futebol actual, vencer um jogo é sempre óptimo, independentemente da maior ou menor espectacularidade da exibição. Muitas vezes há que fazer gestão de tempo de jogo, há que jogar com o guarda-redes, segurar a bola e adormecer o adversário, e isso tem de ser entendido por quem está nas bancadas.
Também em termos de objectivos a expectativa terá de ser redimensionada. Para o Benfica actual, olhando friamente a realidade, um segundo lugar é um enorme êxito e uma simples presença na Champions motivo de orgulho. Este Benfica até pode conquistar um título com alguma sorte, como aconteceu em 2005, mas tem muito que trabalhar até ser o campeão recorrente e hegemónico que os seus adeptos insistem em exigir. Nesta fase da sua história o clube terá de aliviar a pressão sobre si próprio, talvez admitindo, perante os sócios, uma não candidatura ao título no próximo ano. Há que estar preparados para o aceitar, sabendo que essa assumpção não representa um passo atrás, mas sim um libertar de pressão que pode permitir vários passos à frente no futuro, até porque uma equipa não se constrói em seis meses, e o Benfica está novamente a partir do zero.
Havendo três grandes clubes em Portugal, o Benfica deve-se preparar para, no futuro, poder ser campeão em média uma vez por cada três anos. Mas no presente – entenda-se próximos dois anos - importa-lhe sobretudo garantir presenças na Champions League, assegurando o lugar para o qual o seu orçamento e a sua estrutura actual aponta: o segundo, logo atrás de um F.C.Porto, que só será possível ultrapassar de forma regular e sustentada no médio prazo.
É desta realidade que o clube tem de partir em busca de uma outra, mais de acordo com o que foi a sua história. Mas para o conseguir tem primeiro de ter os pés assentes no chão. Tem de saber onde está, e não fingir que continua a ser o que já não é.
Ler ainda, acerca do tema:
Maio de 2006 - Dispensa de Geovani
Julho de 2006 - Naming do Estádio
Janeiro de 2007 - Venda de Ricardo Rocha
Abril de 2007 - Política Desportiva
Maio de 2007 - Motivos para o Fracasso 2006-07
Julho de 2007 - Dispensa de Karagounis
Julho de 2007 - Venda de Simão
Agosto de 2007 - Despedimento de Fernando Santos
Agosto de 2007 - Equívocos Tácticos
Janeiro de 2008 - O Caso Luisão/Katsouranis
Janeiro de 2008 - A Sportinguização do Benfica
Janeiro de 2008 - A Causa das Coisas
Janeiro de 2008 - Um Problema de Treinador ?
Fevereiro de 2008 - Investimentos
Fevereiro de 2008 - Meia Centena de Contratações
Maio de 2008 - O Verão Passado
32 comentários:
Brilhante. Nada a acrescentar. Subscrevo em absoluto tudo o que disse. Mais uma vez o digo, a nossa grande vantagem, para alterarmos este estado de coisas, é só dependermos de nós. Não podemos entrar numa espiral depressiva porque isso não vai ajudar, em nada, a resolução dos problemas do Sport Lisboa e Benfica.
É importante que hajam pessoas lúcidas, empreendedoras como a que escreveu este texto entre os adeptos do Benfica!
Meu caro, parabéns pela análise.
Este texto, no entanto, demonstra que o mais elementar bom senso não é uma coisa simples, ao alcance de qualquer um e isento de reflexão.
Talvez por isso seja tão raro e esteja tão ausente de tantas cabeças com responsabilidade, nomeadamente no S.L. Benfica.
o porto tem uma equipa sombra, sim: nos bares de alterne.
diz lá no plantel do porto, fora do onze inicial quem tem valor para ser titular claro?
quase zero.
quanto a megalomanias - isso seria pensar que o benfica podia dar ao simao 400 mil por mes, ou 250 mil ao miccoli que pelo 3º ano seguido passou meio ano lesionado
"talvez admitindo, perante os sócios, uma não candidatura ao título no próximo ano."
Não é talvez, é admitir sem constrangimentos nem temores essa situação. Tem de existir por parte da direcção o assumir de que o Benfica se encontra neste momento numa situação de começar quase do zero e mentalizar os sócios para essa realidade, o que vai proporcionar ao Benfica (e também ao Rui Costa) aquilo que mais precisa neste momento:
mais tempo (até para se enquadrar com as funções) e menos pressão a quem tem a (gigantesca) tarefa de reerguer o clube.
Uma outra questão que me parece ser da maior importância e que vai de encontro ao que disse atrás:
Nunca vi nada escrito em lado nenhum sobre o tema, apenas sussurado entre benfiquistas, mas talvez o melhor que aconteceu ao Benfica esta época foi ficar de fora da Champions. Ou melhor, ficar em 2.º ou 4.º. O terceiro lugar iria trazer novamente uma época que tem de ser decidida à pressa, a ter de começar ainda com o Europeu a decorrer e a obrigar a "remendos" e a adiar obrigatoriamente a resolução de problemas com meros medicamentos sintomáticos. O Benfica necessita urgentemente é de um tratamento de fundo.
Antibióticos para tratar a infecção, não de anti inflamatórios para tirar as dores e a febre...
Parabéns pelo post,é brilhante como disse o "as".
Excelente análise e espero obviamente que o Benfica seja sempre mais forte, até para obrigar o FC Porto a ser cada vez maior e mais forte e assim poder, ano após ano, ombrear com os grandes da Europa na competição que realmente ainda mexe com os corações portistas.
P.S. Mais uma vez, excelente análise. Parabéns.
Muito bem, poderia ser um programa de candidatura. Concordo com as ideias gerais apenas na questão dos sócios/adeptos me parece excessiva a análise. È que, para um adepto de Caminha ou de Faro não têm o mesmo custo ser sócio do GLORIOSO que um adepto de Loures é que só a deslocação de e para o estádio tem um custo assinalável, e mesmo assim muitos fazem-no com regularidade. Por isso eu acredito que seria um boa solução tanto financeira como de carácter aglutinador a criação de um cartão de adepto, com um valor anual, que desse um desconto de x valor na compra do ingresso. Uma grande análise com a qual qualquer benfiquista lúcido concordará certamente. Eu acredito num BENFICA que há-de renascer até porque não quero defraudar o meu filho !
Cumprimentos,
Vitor Esteves
Análise genial
Como alguém disse dava um bom programa eleitoral.
Merece ser divulgado, e todos os benfiquistas deviam ler.
Parabéns !
Que grande análise li hj pela primeira vez e já fikei fã do blog parabens!!!
Excelente artigo,com o qual estou quase totalmente de acordo.
Em relação ao facto de dizeres que há clubes que nos odeiam,como o Setubal e o Belenenses,não me admira,alias nunca percebi porque razão quer o Benfica quer o Sporting nunca fizeram guerra ao setubal,se reparares na história o Setubal sempre foi um clube vendido ao Porto.Quanto ao Guimarães é um clube que ora esta com os corruptos ora está com os outros, tudo depende do momento.
O Benfica ainda agora emprestou jogadores ao Aves,porquê?
Porque não se ajuda os clubes da zona,emprestando jogadores ajudando esses clubes a subirem á honra e pôr lá os jogadores a rodarem e fazer com que essas equipas subam.O Benfica tem que deixar de ser bonzinho,se quer um jogador do Setybal ou do Belenenses não vá comprar,antes jogue por fora e alicie os jogadores a não renovar os contratos,é feio,mas o que é que o Porto ainda agora fez com o Rolando,há anos que se diz que vai para o Porto e agora lá vai ele e ninguém diz nada.O benfica foi durante anos a salvação do Boavista ,deixamos de comprar e lá está o Boavista em queda.
Modalidades amadoras-falta sensibilidade á esta gente que está no Benfica.
No tempo do Vale,tinhamos o Panchito,podiamos nada ganhar mas sabiamos que íamos ver espectaculo,o pavilhão enchia só para o ver.
Joga-se uma meia final de andebol,domingo as 21 á mesma hora do Boavista-Benfica em futebol e de quem é a culpa.
porque não se faz uma campanha de sócios só das modalidades amadoras.
se alguns milhares de sócios dessem 2ou 3 euros por mês para o Basquetebol,outros para o hóquei e assim sucessivamente,garanto-te que muitos de nós ajudavam.
É lamentavel ser do melhor clube do mundo e ter o site mais pobre dos três grandes,se queres saber uma noticia tens que procurar outros sites,porque primeiro que ponham lá novidades,resultados,bem podes esperar sentado.
Não estou de acordo,que temos que esperar 2 ou 3 anos para o Benfica ser campeão,não acho que a equipa fosse assim tão fraca,bastava em Dezembro,ter a coragem de substituir o Camacho e ir buscar um ou outro jogador.
Mas quando tens um presidente que diz que vai buscar um grande jogador e vai tentar o Delgado em que toda a imprensa sabe os passos do presidente e depois aparece com o Makukula,sinceramente,já são erros demais,ele deita logo abaixo a nossa esperança.
Quem é que não se sintiu derrotado mal soube que o santinho vinha para o Benfica?É o que penso neste momento do Erickson.
Fantastica reflexão sobre o que deveria , o que deve e o que não foi feito .
Benfiquistas assim é do que o glorioso necessita . Espero encontra-lo na proxima AG do clube .
Reflexão muito interessante sobre o momento actual do Benfica. Concordo com muitas das coisas que estão escritas, mas existem alguns pontos em que não estou de acordo. Aceito que devemos preservar os melhores jogadores e se possível motivá-los, mas existem clubes que pagam muito mais que o Benfica, e que por vezes não podemos competir com eles. Se tivermos um jogador no Benfica que tenha uma proposta de um Real Madrid ou Milão, é impossível segurá-lo! Acho que tens razões em muitos pontos, mas noutros tens um discurso demasiado lírico, onde apresentas soluções dificilmente inexequíveis. Nenhuma organização é perfeita. Todos os clubes têm erros, inclusive aqueles que ganham mais vezes. Por isso a perfeição para o Benfica não existe! O que queremos é que o Benfica ganhe! E o mais depressa possível. Não acho que precisamos de 2 anos para vencer. Precisamos sim de um mínimo de organização, de bons jogadores e de um treinador competente. O resto vem com as vitórias, e os títulos ficam mais perto.
Exmo.Snr.,
Li e irei reler com mais atenção e pausadamente este seu último artigo/análise sobre a vida presente e futura do Nosso Querido Benfica.
É um trabalho extenso e exaustivo que me merece o maior respeito e consideração.
Hoje, olhando para o nosso glorioso Passado, sentindo a amargura deste Presente e perspectivando um Futuro que é uma autêntica incógnita, ocorre-me já, de momento, algo que lhe quero transmitir e que pode ser fundamental para a aplicação prática de qualquer teoria, seja a sua ou outra qualquer, por melhor intencionadas que sejam, e eu não duvido disso.
O DESTINO DO BENFICA ESTÁ TÃO SÒMENTE NAS NOSSAS MÃOS, NAS MÃOS DOS VERDADEIROS E INDEFECTÍVEIS BENFIQUISTAS! E OS BENFIQUISTAS SÃO ACIMA DE TUDO PESSOAS!
SE QUEREMOS ENCONTRAR SOLUÇÕES EFICAZES TEMOS QUE USAR PROCESSOS SIMPLES, PRÁTICOS E TRANSPARENTES, MAS CONSISTENTES!
Sendo assim, e nesta primeira abordagem ao seu trabalho, refiro-lhe para já as primeiras "chaves" que começarão por definir o nosso futuro (poderá parecer um lugar comum e está muito na moda falar-se disto, mas a verdade é que é um facto incontornável:
- LIDERANÇA ("checkar")
- AMBIÇÃO = GANHAR ("mentalizar"),("monitorizar")
- ESTRUTURA MENTAL ("treinar")
isto faz-se com PESSOAS
- Líder na Presidência
- Líder na Gestão de Futebol
- Líder na Equipa de Futebol
- Líder na massa associativa
Não quero, nem nunca terei como padrão um clube qualquer, muito menos clubes que sempre usaram a "chicana" como sua principal linha de acção. As realidades são distintas. No SLBenfica há causas intrínsecas de sobra para os nossos insucessos. No entanto teremos sempre de estar atentos às "jogadas subterrâneas" da concorrência...Foi aí, no tempo de Fernando Martins, com todo o respeito que eu tenho pelo homem (admiração, não), que tudo começou. João Santos ainda conseguiu travar a ofensiva feroz, com várias frentes, Jorge de Brito infelizmente não aguentou, e depois vieram os Damásios e Azevedos que com Artur Jorge, quejandos e capelas à mistura delapidaram quase a totalidade das reservas de “ouro” que o Benfica acumulou ao longo de 100 anos.
Não posso aceitar, e essas são as razões que me levam a escrever-lhe estas linhas:
1º - que o Benfica esteja na situação que estiver, agitado ou não, em inferioridade ou não, com menos recursos ou não, etc., etc., não tenha sempre como META o 1º lugar! Poderemos omitir esse desejo, se calhar até o devemos fazer, mas tem que estar sempre gravado na nossa mente, na mente de todos os Benfiquistas, dirigentes, adeptos, sócios, simpatizantes, jogadores, treinadores, etc., esse desejo de ser sempre primeiro. Ou acha que "a pandilha de lá de cima" é um "case study"? Só se fôr para a PJ, Ministério Público ou de uma forma geral para a Justiça! A ISSO CHAMA-SE AMBIÇÃO!
2º - ao contrário do que refere no início do seu trabalho, temos a obrigação e o dever de pedir responsabilidades àqueles que cometeram erros graves e que implicaram este tamanho descalabro desta época. Ai, isso meu caro, em qualquer circunstância, por mais que elas doam tem de ser feito!
Toda e qualquer outra opção´para estas situações é "ajoelhar" e vergarmo-nos perante toda uma ofensiva que tem várias frentes e que devemos identificar claramente e que deve ser combatida por todos os Benfiquistas! Aqui terão de estar as PESSOAS de que lhe falei ao início.
Cmpts. e até breve.
CA
Subscrevo muitos dos aspectos focados mas nem todos.
ERROS DE PALMATÓRIA
Como lhe tenho vindo a referir, vou lendo com a máxima atenção o seu artigo/análise de reflexão sobre o SLBenfica.
Tenho encontrado alguns aspectos em que já lhe manifestei a minha total discordância e vou encontrando outros que são lapsos equivalentes a “erros de história” que podem induzir também em erro os Benfiquistas mais jovens e que por isso devem ser imediatamente corrigidos. É o que vou fazer.
Assim quando cita:
“Se face ao Sporting a direcção encarnada tem procurado ser diplomata, mau grado um ou outro pormenor menos cuidado, já com o F.C.Porto o Benfica tem procurado sistematicamente um confronto que apenas serve os interesses do rival.
O Benfica é o clube mais odiado do país.”
Digo-lhe o seguinte:
- O Benfica tem mantido em mais de 95% dos casos ocorridos com os dois clubes uma postura defensiva, muito particularmente em relação aos ataques de que tem sido alvo e vítima por parte do fcporto, “pc e sus muchachos”. Dizer o que disse na sua citação supra, é “continuar a dar tiros nos seus próprios pés” e “mostrar a sua subserviência inacreditável, imprópria de um Benfiquista”
Este confronto de que fala tem 100 anos e agudizou-se de há 30 anos para cá, com a ascensão de pc ao poder. Empunhando uma falsa bandeira ao estimular uma falsa guerra Norte/Sul, cola a este “equívoco” intencional uma guerra soez, baixa, reles e ordinária Benfica/porto, em que os criminosos, os maus, estão sediados no Sul, em Lisboa, na Mouraria.
Esta falsidade só pode deixar todos os Benfiquistas indignados. Por isso, a sua citação equivale a “dar uma no cravo outra na ferradura”, é mais um apelo ao “laisser faire, laisser passez”, ao encolhimento”, à “resignação”, à “cobardia ignorante” que hoje infelizmente grassa nas hostes do meu querido Clube, muito em parte devido muitas das vezes a lapsos como este que tive oportunidade de ler no seu artigo.
O confronto tem sempre origem no mesmo lugar. É sempre congeminado nas antecâmaras das Antas. NÃO DUVIDE!
Peço-lhe encarecidamente que retire esse pedaço de prosa do seu artigo, sob pena de o prezado Snr. estar a fazer mais um “harakiri”, o que eu também, muito sinceramente não desejo.
Se percorrer o País como eu o percorri durante 25 anos, se soubesse o que é o Portugal profundo, saberia imediatamente e de uma forma muito consistente qual é o clube mais odiado do País.
Peço-lhe mais uma coisa. Não cometa erros de palmatória nos seus escritos. Soam a ingenuidades que se podem pagar caro. Os seus artigos podem ser muito valiosos sem estes “àpartes” muito disparatados que não escapam aos Benfiquistas mais atentos que têm sofrido na pele com todos os atropelos e trafulhices de uma cambada de batoteiros que lamentavelmente tem dado uma péssima imagem de Portugal por esse mundo fora.
Cmpts.
CA
Como sempre gosto de ler os seus posts.
Como opinião minha devo referir que provavelmente não quis mencionar que o LFV não tem culpa (directa pelo menos) dos árbritos agirem impunemente de forma distinta em lances idênticos para o nosso clube e para os outros (como já constatou noutros posts e em respostas a comentários) e quicá enquanto isso não terminar de vez, seja LVF seja LF seja qual fôr a próxima vítima a encabeçar a nossa triste sina, não ganharemos nem títulos nem presenças na liga dos campeões (isto para não dizer que será até decidirmos fazer o mesmo, que confio que não é a espuma do seu texto...!).
Ou a sua secção "Classificação real" não lhe diz nada, ou acha que se começassemos este campeonato com duas vitórias (que ainda que a jogar pessimamente as merecíamos pelas leis de jogo) não acredita que poderia ter sido diferente? E que este vergonhoso final de campeonato só é vergonhoso pela classificação do SLB ou pelas vergonhosas actuações dos árbritos? E ninguém diz nada destas últimas e apenas do 4º lugar? Porque sai da boca de muitos benfiquistas "Se ao menos tivessemos ganho ao estrela..." e não "Se o lucílio cumprisse as leis...". Será que poderemos ter o nosso papel nisto?
Se fizer um esforço de memória lembra-se da campanha que os lagartos e merdia fizeram/fazem:"perdemos o campeonato com a mão do ronny" e esquecem, entre tantos, do ricardo deitado dentro da baliza a defender uma bola! Ou da campanha do "Luisão fez falta" ou dos "livres PARA o Simão". Nós não só não fazemos campanhas contra os nossos inimigos (e até na sua maioria baseadas em verdades!!) como as que fazemos são contra nós próprios...
Sou como você: sócio desde que nasci. odeio ver assobios no estádio. apoio o meu clube sempre. Não sou do LFV do Vale do Damásio etc. E no entanto fui deles todos.
Custa-me ter em crer que o seu post é uma campanha contra o LFV. Não porque o adoro. Não por achar que o que você diz é mentira. Mas porque acho que este post dificilmente será mais positivo nesta altura do que apontar constantemente que nos surripiaram descaradamente (e mais uma vez) um segundo lugar.
Gostava que me respondesse e que fosse um bocadinho mais longe do que "é sempre bom apresentarmos soluções etc, etc.." e que reflicta mais sobre as consequências que poderá ter em adeptos que apedrejam autocarros (os nossos imagine-se!) e até noutros não tão radicais/influenciáveis.
Por fim nunca é de mais agradecer-lhe novamente pelo post "vinte anos de A-Z" e incentivá-lo para que arranje acompanhamento de clips para ele.
Obrigado e até já
Há que separare as águas.
Uma coisa são as arbitragens, que provavelmente impediram o Benfica de chegar ao segundo lugar e à Liga dos Campeões.
Outra são os erros cometidos pela direcção, que impediram o clube de lutar pelo título, nesta e, de certa forma, já na passada temporada.
Esperei pelo fim do campeonato para dizer o que disse. Fui fazendo algumas críticas, mas procurei sempre preservar a tranquilidade à volta da equipa - mesmo tendo em conta que a audiência deste blog não é suficientemente grande para influenciar o que quer que seja, tratava-se de uma questão de consciência benfiquista.
Acho que é agora a altura exacta para debater. Não há jogos, nem autocarros para apedrejar. As emoções ficaram para trás. E agora há que procurar a razão.
Não sou fundamentalista pró nem anti Vieira.
Reconheço o trabalho que foi feito em alguns sectores, e acho que o primeiro mandato, com mais ou menos sorte, foi muito bem conseguido.
O clube não está tão mal como por vezes é sugerido. Mal está o Boavista, e o Benfica, não há muito tempo, esteve perto desse caminho.
Esta direcção vai ficar na história do clube, quer pela reabilitação económico-financeira que lhe permitiu, quer por alguns combates travados no ambito do apito dourado, que talvez façam com que o futebol daqui em diante seja mais limpo.
Acho contudo que este ciclo está a chegar ao fim. A credibilidade do clube está alcançada, as finanças estão estabilizadas e agora é preciso vencer. Vencer jogos e campeonatos.
Pelo que se tem visto, duvido muito que LFV seja a pessoa certa para este novo rumo de que o clube precisa.
Em qualquer caso, defendo que uma eventual alternativa deve apontar para 2009, o que na prática significa mais uma oportunidade para LFV, agora que tem um director desportivo capaz de gerar alguma esperança entre os benfiquistas.
A demissão desta direcção neste momento seria precipitada, e provavelmente constituiria mais um problema do que uma solução.
Há tempo para pensar em 2009. É tempo de pensar em 2009.
Um autentico guia para gerir um clube de futebol...
Parabens! É sem quaisquer duvidas, um post com uma enormissima qualidade que explica com clareza os problemas que se passam no Benfica, com uma palavra/critica (muito bem feita), aos adeptos e seus comportamentos.
Muito bom artigo, mas em relação às modalidades, não posso concordar com a sugestão de abandonar o futsal. Temos a melhor equipa de futsal de Portugal e que tem capacidade de lutar pela taça Uefa. Por isso seria melhor abandonar o basquetebol pois é notória a falta de organização presente no basquetebol português, no que às ligas diz respeito.
Em ralação às modalidades a decisão teria de passar pelos sócios.
O meu critério foi o palmarés: 21 campeonatos, 12 taças, 6 supertaças e uma taça CERS (para quem não sabe, equivalente à UEFA) no Hóquei em Patins ; e 19 campeonatos, 18 taças, 8 supertaças, 6 taças da liga e presenças europeias de bom nível no Basquetebol.
O Futsal é uma modalidade jovem, e admito que seja das mais populares.
Se os sócios a preferissem, pois que caísse o Basquete.
Curiosamente, hoje o Benfica pode sagrar-se campeão nacional de... Andebol.
ao anónimo iluminado que invoca os bares de alterne, importa dizer que é meu adepto-tipo preferido, imbuído do espírito dominante que tem arrastado o benfica;
relembro Pedroto, nos anos 70: "Pior do que iludir os outros é iludirmo-nos a nós".
saudações....
amigo C.A., compre lá umas caixinhas de pastilhas e, claro, tome-as; olhe que ainda acaba com um par de "ursulas"...
Dar confiança a um "eduardo" qualquer, para mais a mais apoiante de trafulhices e de falcatruas, não dou. Nem vindo como vem com a ironia bacoca e provinciana de um "joão seminário" ou a boçalidade de um "tony balboa"
Portanto palavra "amigo" soa a falso e as "pastilhas" são para devolver, porque os comentários duros, doem e provocam respostas "à eduardo". É sempre assim com este tipo de "pandilha"
Mais tarde ou mais cedo idiotas deste calibre só pararão na sarjeta ou na cadeia!
Há um provérbio muito simples que se ajusta perfeitamnete a este tipo de "engraçadinhos" - "Cego é aquele que não quer ver!"
XÔ deste "blog". Vai embora vai!
Vai brincar com o guarda abel aos polícias e ladrões e aquece-te no calor da noite com "chocolatinhos" e "café com leite", vai e não voltes mais porque saudades é coisa que cá não deixas!
Assuntos sérios não são para tratar com "eduardinhos"!
Não vou alimentar mais este "eguinho"!"P.P."
CA
Dudu, eduardinho meu filho,
A tua conversa cheira tão mal, que eu vou fazer como o teu guru "Jo Pum!Pum!" primo do "Al" de Chicago. Vou pedir à Carol que acenda um cigarro!
Ai que fedor, filho! Sai deste "blog" já! Sai deste filme, vá, que isto é para adultos!
PC
Sr. lf:
Começo por elogiar o seu empenhamento, o seu inegável Benfiquismo e a atenção que demonstra a tantos pormenores importantes.
No entanto não é possível seguir muitas das suas linhas de raciocínio pois não assenta no principal problema que tem levado o Benfica à situação em que está - A influência do Sistema... OS ALICERCES DOS RESULTADOS DO FÓCUPORCO NÃO SÃO AÇEITÁVEIS NO BENFICA.
Enquanto estas situações de BATOTA continuarem não pode comparar o incomparável... Acabo de ler o seu Post sobre o Bergessio. Se ele fosse jogador do fócuporco teria feito meia dúzia de golos na primeira época, ganhava confiança e na 2ª época faria pelo menos 20 golos...
E este raciocínio aplica-se a muitas outras situações. Qd os árbitos e as estruturas da Liga ou da FPF ajudam tudo corre de de feição... jogadores medíocres como André, Quim, Secretário, Semedo, Bruno Alves, são considerados bons jogadores e jogadores de nível mediano como Vitor Baía, Pedro Emanuel ou Domingos Paciência são considerados grandes jogadores.
Por outro lado o Benfica só conseguiu contrariar o Sistema na década de 80 com equipas recheadas de jogadores internacionais de alta craveira, Portugueses e Estrangeiros. O controle do mercado interno é importante mas sem Grandes Jogadores não pode haver Grandes Equipas.
Só houve uma época em que o Sistema foi vencido por um conjunto de Jogadores maioriáriamente Portugueses, em que pontificavam Carlos Manuel, Diamantino Miranda, Nunes e Rui Águas. Eles compreenderam que estavam a ser sistematicamente prejudicados pelos árbitos. Fecharam a equipa a influências externas, uniram-se e conseguiram conquistar um campeonato - lembram-se do campeonato em toda a gente se queixava de o Benfica só ganhar por 1-0?...
Por isto volto a insistir que era muito importante contratar para Treinadores Humberto Coelho e Diamantino Miranda, ou pelo menos podermos contar com Diamantino Miranda como Adjunto. Humberto é um Homem inteligente imune a influências externas e Diamantino sofreu e conseguiu vencer o Sistema em muitas ocasiões. É IMPORTANTE A UNIÃO DE TODOS CONTRA O SISTEMA.
Em tempos de Vacas Magras é fundamental blindar a equipa de futebol às influências externas. Continuamos a asistir ao filme de se saber nos jornais tudo o que se passa no Benfica... Assim é IMPOSSÍVEL... Já Camacho se queixava na 1ª época em que esteve na Luz de aconselhar um jogador ao Presidente à tarde e quando via o Telejornal à noite lá aparecia a notícia... Assim é IMPOSSÍVEL...
Tambem não concordo c/ a sua opinião de que o Benfica não pode ser gerido como uma Empresa. Pode e deve ser mas o Lucro ou Valor gerado não pode ser medido em Dinheiro mas sim em Resultados Desportivos... Pode dizer que os resultados trazem dinheiro mas como tem sido provado o dinheiro nem sempre tráz resultados...
Além disso, as modernas teorias de Gestão com enfoques importantes na Gestão de Recursos Humanos (o mais importante são as pessoas), na dimensão Ética, na Comunicação, Benchmarking, aplicam-se perfeitamente aos Clubes desportivos.
Mais uma vez Parabéns por mais um brilhante Post.
...e o Benfica foi mesmo campeão de Andebol.
Não se percebe a saída de Donner, um dos melhores treinadores de todos os tempos em Portugal, contando com todas as modalidades.
Temo que este título não se vá repetir.
Caro amigo Francisco,
Não posso deixar de expressar publicamente a minha identificação com as suas palavras. Penso que disse o que digo ( ou tento dizer! ) já faz tempo; e mais uma voz nunca é demais:
Podemos ter problemas, mas mais importante que isso tudo, e principalmente mais importante do que os comentar publicamente é lutarmos por apontar e acabar com os podres e diferenciarmo-nos deles. Só aí poderemos ter conversas mais profundas sobre "isto está mal, aquilo poderia ser melhorado" etc..
Antes disso só nos enfraqueceremos mais e daremos armas aos inimigos.
Quem ouve UM andrade a repudiar vivamente uma coisa que SIM, CLARAMENTE, ESCANDALOSAMENTE, está mal? Não. Entretêm-se(nos) com "ainda nada está decidido","toma lá uma pílula para a azia","antigamente era pior, calabote e quê", "vale e azevedo e LFV horríveis" e etc. e nós vamos caindo na esparrela.
Como é possível que essa situação da evolução dos jogadores que refere (e que reclamo há anos) não ser clara como água para todos nós? Porque não insistimos neste tema até que ele acabe? Aí sim poderíamos voltarmo-nos para dentro sabendo que as influências externas já não se sentiriam dentro de campo. Até lá repito, por ser convicção minha, não adianta criticarmo-nos a nós próprios pois nem com o melhor presidente, melhor treinador e melhores jogadores(e o que é isso de melhor? haverá sempre discordâncias, e ainda bem que assim é) lutaremos no mesmo plano.
Só acabando com o lodo primeiro é que vale a pena lavar-mos a roupa, se não, por muito limpinhos que vamos para a rua e por muito que acreditemos que assim é que chegaremos a bom porto, depressa nos afundaremos novamente.
Um abraço e até já.
Artigo fantástico, lúcido e esclarecido. Devia ser distribuido à porta da catedral, os meus sinceros parabéns.
PS: a única nota que deixo é sobre o Simão. Era incomportável pagar o que ele recebe no Atlético de Madrid, contudo, mais uma vez a actuação do Presidente foi péssima, como se admite que um jogador como o Bosingwa seja vendido por um preço superior ao do Simão, já é asneira a mais... os sócios deviam exigir os 2 jogadores que seriam dispensados do Atlético de Madrid ou melhor os 7M que o Vieira disse que eles pagariam 1 ano depois se não houvesse jogadores... o prazo deve terminar em Julho, vou estar atento na CMVM a ver se recebemos o prometido... ou foi mais uma mentira para enganar os sócios.
Sr. já chega:
Mais importante do que reconhecer a presença do Sistema - arbitragem, estruturas da Liga e FPF e influência na Comunicação Social, é importante que os nossos atletas e treinadores tomem consciência de que quando entram em campo já vão a perder...
É necessário pensar em cada jogo como se fosse uma verdadeira final...
É necessário imitar o fócuporco na definição de um "inimigo" que no nosso caso, de facto, existe, é bem real, muito difícil de contrariar, e, ainda por cima, quando o conseguimos fazer não somos reconpensados porque para o Benfica a vitória é sempre considerada normal...
Daí a importância de Dirigentes e Treinadores que conheçam estes factos mas sobretudo que consigam incutir nos jogadores o desejo de superar estas adverssidades.
Como dizia o Toni é necessário Força, Técnica, Inteligência e Talento... Não basta serem bons Jogadores... Tb é importante terem Força Mental para aguentar tanta injustiça...
Saudações Benfiquistas!
entrar a perder?
bem tinha razão o chalana com: "o nosso campeonato vai começar agora";
bem como o presidente: "ninguém morre or não ser ir à liga dos campeões".
discurso prórpio dos distritais.
Dudu, eduardinho,
Então? Fugiste da cama e vieste para aqui fazer mais uma traquinice?
Estás mesmo irrequieto e desobediente, garoto!
Como prémio vais ter um "chucha" corruptora de ouro, pois lá diz os ditado "com apito d'oiro damos-lhes cabo do coiro". Volta lá para a cama, anda! Se continuas a portar-te mal vais de castigo tomar um refresco "ao calor da noite"! Vá, vai lá, vai!
PC
Amigo Francisco:
Assino por baixo!
E mais acrescento: ver e rever a final da taça ganha ao clube regional apesar de todos os esforços do luxilio e contra tudo e todos. Dessas não constam lá no Taçário dos outros!!
Ou então, como ainda estou à espera de os ouvir dizer ( ao rui moreira, mstavares, àquele gordo nojento serrão, miguel guedes e andrades em geral, UM mais sério que os outros ) "que azar, nos únicos dois jogos que o nosso pc comprou os arbritos, foi logo apanhado. Mas enfim já foi feita justiça!".
Todos nós sabemos que o tipo que é apanhado por roubar um autorádio já terá no seu currículo dezenas ou centenas deles. Só se realmente fôr muito burro ou fôr considerado o tipo mais azarado do mundo. "O mais não" pois o mais azarado do mundo, na opinião que sinto a borbulhar nas hostes azuis, é mesmo o pc, pois burro não o consideram certamente. AH AH AH.
Saudações límpidamente vermelhas amigo
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