ELEGIAS DO VERÃO PASSADO

Estádio da Luz, Agosto de 2007 - Preparação da época 2007-08
valores em milhares de euros
(clique sobre o quadro para o aumentar)
Como se pode ver por esta análise, com apenas três contratações (uma delas por empréstimo), mantendo e motivando (com fortes aumentos salariais) os titulares Karagounis, Miccoli, Anderson e Simão, evitando quinze precipitadas e desnecessárias compras, e libertando-se de alguns excedentes, o Benfica poderia ter construído um plantel muito mais forte e equilibrado, encaixando mesmo assim um valor líquido de cinco milhões de euros, que poderia servir para amortizar passivo.
Poderia não ter sido campeão. Mas certamente teria dado luta, e o segundo lugar, e os cinco milhões correspondentes, teriam sido facilmente conseguidos. É bem provável que este plantel ultrapassasse o Celtic na fase de grupos da Champions, e tivesse chegado pelo menos aos oitavos-de-final, com as consequentes receitas. O estádio teria enchido várias vezes, logo, mais dinheiro a entrar nos cofres. Os passes dos jogadores sairiam valorizados no final da época. Não se perderiam sócios e vender-se-iam mais lugares cativos.
Eis o exemplo prático de como uma gestão pode ser rigorosa, orientada por critérios desportivos, mas também, e consequentemente, económicos, baseada na estabilidade e na solidez.

6 comentários:

L. Rodrigues disse...

Sem querer sugerir, ao de leve sequer, que houve competência, as análises a posteriori são sempre mais certeiras e tudo parece mais simples e óbvio.
Mas concordo que algum "conservadorismo"(ignorando aqui as legitimas ambições pessoais de cada jogador) teria sido aconselhável.

LF disse...

As ambições pessoais estão contempladas:
Simão com um salário de 40 mil contos por mês
Miccoli com quase o mesmo
Karagounis com um aumento
Anderson com quase o dobro

As contas, mais euro, menos euro, estão feitas.


Quanto ao facto de a análise ser feita à posteriori, remeto para aquilo que escrevi na altura:

http://vedetadabola.blogspot.com/2007/07/rude-golpe.html

http://vedetadabola.blogspot.com/2007/07/apreenso.html

HC disse...

Caro LF, tenho por hábito concordar com grande parte dos seus comentários, sugestões e considerações. No entanto, e no que a este assunto diz respeito, deixe-me popular o universo de opiniões com uma discordante.

LFV deixou bem claro que no Benfica existe um tecto salarial, o qual tem que ser respeitado a todo o custo.
Actualmente com as condições financeiras do clube, não se pode embandeirar em arco, sob o risco de voltarmos a situações antigas, onde cada jogador pedia mundos e fundos para jogar.
Firmeza negocial, tem o seu preço.

Também fiquei triste de ver Miccolli sair ou Simão. Contudo, Simão estava condenado a sair, quer pela sua vontade pessoal, quer pelos valores que seriam necessários envolver para sujeitar a sua vontade à do Clube. Miccolli, queria um valor que o Benfica tinha definido com intransponível.
Obviamente a direcção poderia ter aberto os cordões à bolsa, mas isso abriria um precedente, e com ele, provavelmente escancarado uma porta para os cofres do clube.

Como Benfiquista, não gostaria de ver a direcção tomar posições emocionais tal como fez com João Vieira Pinto. Os Sócios e Adeptos queriam, foi feita a vontade e depois.... bem, essa é uma história que bem conhece.

Em suma, assumindo que a firmeza de posição será vantajosa para o clube, esta foi uma decisão acertada e como tal as saídas de Miccolli e Simão inevitáveis.
Pela mesma razão considero que o valor intrínseco da equipa seria sempre afectado.

Anónimo disse...

LF,
Concordo com tudo o que apontaste, menos na questão Miccolli.
Repara que o Miccolli, apesar de ser um excelente jogador, não é um jogador constante, e veja-se o seu rendimento este ano em Itália.
Cumpts

LF disse...

Caros comentadores,

O objectivo desta análise não era considerar uma a uma as várias decisões, mas sim dar um exemplo genérico de como, gastando o mesmo ou ainda menos dinheiro, o Benfica poderia ter construido uma equipa muito mais forte e mais sólida para esta temporada.
Admito que por exemplo se pudesse efectivamente prescindir de Miccoli, e pelo contrário se contratasse igualmente Di Maria.

O que seria interessante era manter a estrutura da equipa, e perceber que, sobretudo, Simão era imprescindível.
Não me chocaria que Simão pudesse receber muito mais que o resto dos colegas. Para além de ser o capitão, era de longe o melhor jogador (salvaguardando o caso especial de Rui Costa).

Além da decisão em si, o mais preocupante no caso de Simão foi o timing da sua transferência (em cima do início da época), sem esquecer a mentira que lhe serviu de pano de fundo, com o presidente a dizer publicamente que só poderia sair pela cláusula de rescisão, e por trás a negociá-lo com o Atlético de Madrid por um valor bastante menor.

Veja-se o exemplo do F.C.Porto. O Quaresma também queria sair, o Lucho também queria sair. Nenhum saíu, e não acredito que neste verão possam sair os dois em simultâneo.
Não sei se ficaram descontentes, mas se ficaram não se notou muito...

Anónimo disse...

simao ganha 80 mil contos no ateltico, lf. nao sejamos liricos.

miccoli ganha 50 mil no palermo e mesmo assim passou metade do ano lesionado, se nao repararam, todos os anos e o mesmo.