PARA A REBOLEIRA

Amputado de Luisão, Reyes, Carlos Martins e Suazo, o Benfica tem um teste duríssimo no próximo domingo, num estádio onde, tradicionalmente, sente grandes dificuldades para vencer.

O facto de os jogadores do Estrela terem os seus salários em atraso não pode iludir a equipa encarnada, que deve ir disposta a encarar onze homens muito unidos e firmemente empenhados em fazer figura, até porque a intenção da maioria deles será, muito provavelmente, arranjar um bom contrato para a próxima temporada, e não existe melhor montra do que um jogo frente ao Benfica para o conseguir. O estádio é pequeno, o relvado é mau, o adversário é lutador, e estes três aspectos são os que maiores dores de cabeça têm provocado ao Benfica neste campeonato, e para perceber isso basta recordar Vila do Conde, Trofa ou Matosinhos, onde a equipa de Quique deixou sete pontos!

Se as lesões condicionam o onze, constituem também uma boa oportunidade para mudar alguma coisa. Com Reyes indisponível, creio que seria oportuno apostar num losango a meio-campo, o que, se por um lado povoava mais uma zona do terreno onde o Estrela vai jogar grande parte das suas cartas, por outro permitia a entrada de um segundo ponta-de-lança, importante para empurrar o jogo para a área contrária.

Num terreno que não permite grande largura ofensiva, não vejo grande utilidade na utilização de homens colados à linha, que dificilmente encontrarão espaços para criar desequilíbrios. Assim, o trio Katso, Ruben e Yebda - fisicamente forte e tacticamente rigoroso - ficaria destinado a travar a batalha do meio-campo, sobrando três jogadores (Nuno, Cardozo e Aimar) para baralhar a defensiva contrária. Na defesa não existe muito por onde escolher - sem Luisão, entra Sidnei.