TEMPO DE MUDAR

Até percebo que Bruno Lage, quando chegou, tenha assumido como prioridade definir um onze base, criar rotinas, transmitir confiança e segurança aos seus principais jogadores.
Passado algum tempo, e perante a quebra acentuada de rendimento de alguns deles, já era altura de reflectir, e evitar cristalizar uma equipa que começa a mostrar desgaste e grande dificuldade em surpreender os adversários. 
O caso dos turcos é evidente. De Kokçu não gosto nem alguma vez gostei - lembremos que se trata do jogador mais caro da história do futebol português e em dois anos limitou-se a duas ou três exibições aceitáveis, mostrando reiteradamente uma passividade que irrita, bem como alguns tiques mal disfarçados de vedetismo. Já Akturkoglu parece ser um excelente jogador, mas que, depois dum período de grande fulgor, atravessa agora uma fase de compreensível desgaste. Em ambos os casos, há lugar no banco para se sentrarem.
Depois há Otamendi. Mais do que capitão, parece querer ser dono da equipa. Ora esta é, salvo erro, a sua quinta época, e apenas conquistou um campeonato. Magro para quem se arma em Humberto Coelho, Nené ou Shéu. Sendo que nenhum destes tinha férias quando lhe apetecia, nem comprometia reiteradamente a equipa com falhas infantis.
António Silva fica mal no banco, onde está a desvalorizar.
O plantel do Benfica não é tão bom como se dizia, mas também não é tão mau que não permita mudar o onze base, ou obrigue a manter a titularidade de jogadores em manifesta má forma. Até porque esta cristalização dá trunfos aos treinadores contrários.
Por mim, já na próxima jornada, fazia alinhar a seguinte equipa:
Trubin, Bah, Araújo, A.Silva, Carreras, Di Maria, Aursnes, Barreiro, Beste, Amdouni e Pavlidis. Um 4-4-2 que pode, por exemplo, potenciar os avançados.
Otamendi e Kokçu até podiam ir à sua vida no mercado de Janeiro (o argentino dispensado e o turco naturalmente vendido), abrindo espaço salarial para duas contratações mais de acordo com a necessidade da equipa.
Enfim, reflexões de quem não tem certezas, a não ser que é preciso mudar algo. E pelo passado recente não me parece que seja o treinador, mas talvez, e numa perspectiva macro, a política desportiva - que parece feita avulso sem uma ideia de jogo por trás. 

UMA PARTE DE AVANÇO E A INEFICÁCIA DO COSTUME

Num jogo, como diz o cliché, com  duas partes distintas, o empate talvez fosse o resultado mais justo. A eficácia, ou a falta dela, fez a diferença.
Na primeira parte aconteceu aquilo que se temia: o Benfica surpreendido por um adversário do qual ninguém sabia muito bem o que esperar. O Sporting apresentou-se com um sistema (4-4-2) diferente daquele que tem usado nos últimos anos, e de algum modo com a cabeça limpa (mérito do novo treinador) . Lage foi surpreendido, e até ao intervalo a equipa da Luz nunca se encontrou.
Na segunda parte sim, viu-se um Benfica corajoso e lutador, que dominou o jogo e, durante largos minutos, encostou o rival às cordas. Faltou o que é mais importante no futebol: o golo. E não é a primeira vez que isso acontece nesta temporada (lembremos o jogo com o Bolonha, por exemplo), o que se explica quando os dois pontas de lança do plantel rendem, juntos, menos de dez golos em vários meses de competição.
Enfim, nada está perdido, a não ser uma oportunidade de acentuar a crise do rival (este resultado dá-lhe o oxigénio de que estava a precisar). O Benfica depende de si próprio, Rui Borges não vai surpreender outra vez e a segunda parte deixa alguma esperança de voltar a ver bom futebol nesta temporada, embora a ineficácia reiteradamente mostrada (na verdade, sempre que Di Maria não acende a lâmpada), seja bastante preocupante.
Fábio Veríssimo fez uma arbitragem habilidosa, inclinando o campo com faltas e faltinhas, com lançamentos ao contrário e cantos por assinalar, que quebraram o ritmo ao melhor período dos encarnados. Mas isso não surpreendeu ninguém, nem foi por isso  que o Sporting ganhou. 

OMZE PARA O DÉRBI

Trubin, Bah, Araújo, Otamendi, Carreras, Florentino, Aursnes, Kokçu, Di Maria, Amdouni e Akturkoglu 

LAGARTO NO CAMPO, LAGARTO NO VAR

Estas nomeações parecem servir apenas um propósito: calar as recentes queixas do Sporting, que desde que me lembro acontecem sempre que não ganha.
Espero que o Benfica seja suficientemente forte para suplantar mais dois adversários de peso, como são Fábio Veríssimo e Tiago Martins.
Mas com esta dupla, o dérbi já começa mal. 

NATAL EM PRIMEIRO

Afinal o desejo de Rui Costa foi satisfeito: o Benfica vai passar o Natal na liderança da tabela, e é nessa condição que entrará em Alvalade para disputar o dérbi eterno. 
A vitória diante do Estoril não sofre qualquer contestação, e podia até ter sido mais ampla. O que não significa que a exibição tenha sido brilhante - sobretudo se atendermos à facilidade com que os canarinhos chegaram perto da área encarnada em mais do que uma ocasião.
Pavlidis marcou, e Otamendi não jogou, nem se sentiu a falta. Tudo correu como o guião previa. E até a entrada de Amdouni - custa vê-lo no banco - rendeu, não se sabendo quem terá de sair do onze para, mais tarde ou mais cedo, o internacional suíço assumir a merecida titularidade.
A arbitragem esteve bem.
Agora há que entrar em Alvalade com total confiança, mas sem triunfalismos. O Benfica está no lugar que quer, mas o campeonato ainda nem chegou ao meio, e já sofreu as voltas e reviravoltas que sabemos. 

ATAQUE À LIDERANÇA

Trubin, Bah, Araújo, A.Silva, Carreras, Florentino, Aursnes, Kokçu, Di Maria, Amdouni e Akturkoglu. 

NÃO, NÃO E NÃO!

O apoio do Benfica a Pedro Proença (Lourenço Pereira Coelho é um dos subscritores) só pode ser entendido da seguinte forma: sabendo que ele vai ganhar, o clube prefere não o hostilizar agora para não ser ainda mais penalizado no futuro.
Digamos que não é uma atitude que se destaque pela coragem. Mas também é verdade que o peso institucional do Benfica não é comparável ao seu peso social, coisa que os adeptos nem sempre têm em conta.
Seja como for, eu jamais apoiaria um individuo como este, que foi um árbitro famoso por resolver campeonatos, e um presidente de uma liga que se tem afundado na mediocridade.
Os perus não votam a favor do natal, pelo que congrega o apoio esmagador do enorme desfile fantasma de clubes (ou afins) das divisões profissionais, a troco do palco que não merecem, nem justificam. 
Os campeonatos estão nivelados por baixo. Antes, os grandes eram maiores e os pequenos existiam. Agora tudo é puxado para o chão, de forma a manter uma série de oportunistas sentados à mesa das receitas. Proença é o rosto dessa triste realidade, como foi o rosto dos tempos mais obscuros da arbitragem portuguesa.
Mas o homem que dá abraços a toda a gente, sempre foi habilidoso a fazer o que mais lhe convinha. Como bom árbitro-UEFA, falando bem inglês e apresentando boa forma física, sabia manipular jogos sem dar muito nas vistas. Agora parece saber manipular assembleias e vontades.
Ele vai crescer em sentido inversamente proporcional à morte assistida do futebol português. E custa-me ver o Benfica a participar nesse cortejo fúnebre.

O SUSPEITO DO COSTUME

Num jogo em atraso a meio da semana e a começar já no minuto 8, num estádio daqueles (que há muito devia ter sido interditado pela liga), sem se saber se se podia jogar ou por quanto tempo, e após dois empates consecutivos e evitáveis, a deslocação à Choupana tinha tudo para correr mal. E ao intervalo, a extraordinária exibição do guarda-redes do Nacional parecia apontar para mais uma estéril sessão de tiro ao boneco. 
Na segunda apareceu aquele que tantas vezes tem sido o verdadeiro Dom Sebastião deste Benfica. Di Maria emergiu do nevoeiro e resolveu, garantindo os três pontos e uma dose suplementar de serenidade para fazer face aos próximos compromissos.
Há coisas a rever. Os turcos estão a léguas da forma que apresentavam por alturas das goleadas ao Atlético de Madrid e ao FC Porto. Pavlidis, que na pré-época marcou sete golos em cinco jogos, e que na sua selecção tem dado cartas, tarda em ser o finalizador de que a equipa necessita. Sobra El Fideo, que muitas vezes chega - mas, como é óbvio, nem sempre um só homem é suficiente para tudo. 
Di Maria tem já 28 golos e 18 assistências nesta segunda passagem pelo clube, ou seja, em ano e meio. Para quem duvidava da sua aquisição, e da posterior renovação, os números são a resposta cabal. Por mim, ficava mais um ano, até porque, ao contrário de outros, corre e luta como se fosse um jovem de 18 anos (o que é deveras impressionante). E, como é sabido, tem uma classe de nível muito acima da liga portuguesa.
Enfim, o Benfica, que podia (e devia) estar agora sentado na liderança fica a um ponto de distância. Há que ir buscar a Alvalade os pontos que fugiram na Vila das Aves. Primeiro, claro, vencer o Estoril - que tem histórico de inconveniência nas deslocações à Luz.

PROCURAR ALGUMA LUZ NO MEIO DO NEVOEIRO

Trubin; Bah, Araújo, Otamendi e Carreras; Florentino, Aursnes e Kokçu; Di Maria, Amdouni e Akturkoglu.

UM PADRÃO QUE SE REPETE

Rui Vitória chegou ao Benfica em 2015 e fez duas excelentes épocas, alcançando o Tri e o Tetra respectivamente, juntando Supertaças, Taças da Liga e uma Taça de Portugal. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique, chegando ao ponto de fazer exibições penosas diante de adversários manifestamente inferiores. Desperdiçou o Penta, e ia perdendo ainda mais um título. Saiu despedido, deixando a equipa em 4º lugar.

Veio Bruno Lage, que entrou com tudo, e fez uma segunda volta sensacional, praticamente só com vitórias - fossem elas em Alvalade, no Dragão, em Braga ou em Guimarães, com algumas goleadas pelo meio (até um 10-0 ao Nacional). Recuperou de uma desvantagem de sete pontos, e reconquistou espectacularmente o campeonato. Na temporada seguinte arrancou com 5-0 ao Sporting na Supertaça, e obteve uma impressionante série de 18 vitórias em 19 jogos, ameaçando recordes de Jimmy Hagan. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique. Apenas duas vitórias em treze jogos ditaram o despedimento.

Regressou Jorge Jesus, que havia ganhado três campeonatos e levado o clube a duas finais europeias. A primeira época foi marcada pelo Covid. Mas na segunda arrancou em força, vencendo as sete primeiras jornadas e despachando o Barcelona por 3-0 na Liga dos Campeões. Depois, o rendimento da equipa caiu a pique. Acabou despedido por altura do Natal.

No início da época seguinte, já com Rui Costa na presidência, foi contratado Roger Schmidt para resgatar o futebol do Benfica das catacumbas onde havia caído. Vários jogadores foram dispensados. O plantel foi revitalizado. Com exibições excepcionais, obteve doze vitórias e um empate nos primeiros treze jogos, fez uma Liga dos Campeões extraordinária em quase fez sonhar com a final. Alcançou o 38º título com todo o merecimento. No ano passado as coisas começaram mal e acabaram pior. O rendimento da equipa caiu a pique. Após mais um início de época confrangedor, acabou despedido como os outros.

Voltou Bruno Lage. Entrou em grande estilo, obtendo oito vitórias consecutivas no campeonato, goleando o FC Porto e também o Atlético de Madrid na Champions. Nas últimas duas semanas, o rendimento da equipa caiu a pique.

A razão pela qual o Benfica só ganhou um campeonato desde 2019 passa por este texto. Qual é ela? Não sei. Mas apesar de as haver, não acredito em bruxas. E acho que Bruno Lage, como Jorge Jesus, e até Roger Schmidt são bons treinadores. O plantel tem sido genericamente o melhor do país (pelo menos o mais caro). O que se passa então? Falta de rigor? Pouco profissionalismo? Sabotagem? Compromissos por cumprir? Muito gostava de saber, até para não fazer críticas injustas a quem possa não ter quaisquer culpas. A única certeza que tenho é que, se o mal não for atacado de raiz, daqui a dois ou três anos podemos acrescentar mais dois ou três parágrafos a este texto, haverá mais dois ou três treinadores despedidos, quem sabe até mais um presidente, e o Benfica continuará a gastar mais dinheiro e a conquistar menos títulos que os seus rivais. Mesmo quando eles estão depenados e encostados às cordas, como é agora o caso.

ABAIXO DE ZERO

Inqualificável! Inaceitável!
Se a primeira parte tinha sido fraca, a segunda foi fantasmagórica. De longe, os piores minutos deste Benfica de Bruno Lage.
Até podia ter dado para ganhar 1-0. Não deu e, diga-se, o Benfica teve o que merecia, depois de um autêntico banho de bola do... AFS - que levou cinco do Porto, três do Sporting e foi eliminado da Taça pelo Lusitano de Évora.
Não há perdão para um jogo destes. Quando tinha todas as condições para chegar a Alvalade na liderança, o Benfica devolve a estabilidade aos rivais, de uma forma preocupantemente medíocre, e depois de se arrastar penosamente em campo durante minutos a fio, parecendo não saber onde estava nem o que tinha para fazer. 
Lamento, mas não consigo entender como um plantel pago a peso de ouro oferece apenas isto, num jogo em que era extremamente importante vencer. Não consigo entender a equipa titular, nem as substituições (Schelderup e Rollheiser para segurar um resultado??!!). Muito menos a atitude demonstrada por quase todos, em campo e no banco. 
A verdade é que os sinais estavam lá. Arouca, Vitória, Bolonha. Não os quisemos ver. Agora o cântaro partiu mesmo. Os avançados não marcam, o meio campo não domina, a defesa é permeável. Assim vai ser muito difícil. 
Se alguém no clube não percebeu a importância deste jogo, então está lá a mais. Este era o momento de fazer sangue nos rivais, de não os deixar reagir, de dar tudo por tudo pelos pontos, pela liderança, pelo aproveitar das circunstâncias do campeonato. 
Mas não... O que se viu foi um verdadeiro tiro nos pés (o futuro dirá se foi um tiro na cabeça). 
Assim, o Benfica não merece ser feliz. Não merece nada a não ser pena. Pena de ver tanto dinheiro esbanjado numa equipa que só funciona de vez em quando. 
E por falar em pena, desgraçados dos que foram ao estádio apanhar frio. Espero que desta vez ainda tenham força para assobiar. O que acabaram de ver não merece outra coisa.

PARA GANHAR AO AVS, AVES, AFS OU LÁ O QUE SEJA AQUILO

Trubin, Bah, Araújo, Otamendi, Beste, Florentino, Aursnes, Kokçu, Di Maria, Amdouni e Akturkoglu. 

AS CONTAS DO APURAMENTO

 

Se imperasse a lógica (ou, pelo menos, a minha lógica), o Benfica podia já nem necessitar de pontuar para chegar ao play-off. E aqui se percebe a importância do ponto conquistado diante do Bolonha (em futebol foram dois pontos perdidos, mas em matemática poderá ter sido um ponto ganho). 
Com a chave de resultados acima, que segue, grosso modo, a lógica dos rankings, o Benfica, com os dez pontos que tem, ficaria em 21º lugar, passando à fase seguinte.

Deixando modelos académicos e olhando apenas aos factos, é preciso dizer que Graz, E.Vermelha, Girona, Salznurgo, Y.Boys, Bolonha, Leipzig e Slovan já não podem, de todo, ultrapassar os encarnados na classificação final, enquanto Shakhtar e Sparta apenas podem igualar (sendo que precisariam de vencer os dois jogos que lhes faltam, contra Brest e Dortmund/ Inter e Leverkusen respectivamente, e ainda recuperar uma diferença negativa de 8 e 11 golos). Ou seja, há dez equipas que, objectivamente, não irão ultrapassar o Benfica. 
Por outro lado, há 14 equipas com mais de dez pontos. E há ainda Real Madrid, City e PSG, que têm menos de dez pontos mas...vão passar. Atendendo que há um Sporting-Bolonha e um Celtic-Young Boys, em nome do realismo tiremos também leões e escoceses das contas finais.
Podemos assim considerar 8+2=10 clubes mais ou menos eliminados, e 14+3+2=19 mais ou menos apurados. Sobram 36-19-10=7, dos quais cinco apuram-se, dois ficam pelo caminho. É aqui que está a grande batalha. Vejamos:
Para ser eliminado, o Benfica teria de ser ultrapassado por cinco dos outros seis clubes deste lote. É lícito pensar que Monaco e Feyenoord poderão pontuar. Já o Brugge tenho mais dúvidas (teria sido bom que o Sporting lhes tivesse ganho...). Enquanto o PSV teria de ganhar, ou em Belgrado, ou em casa ao Liverpool. Tal como o Zagreb, que joga em Londres e recebe o Milan. Já o Estugarda tem um jogo para chegar facilmente aos dez pontos, em Bratislava (esperemos que não goleie), mas depois recebe o PSG.
D.Zagreb, Brugge, PSV e Estugarda são pois os principais adversários a considerar. É preciso que dois deles terminem abaixo dos encarnados. 
Enfim, muitas contas que serão obviamente evitadas se o Benfica obtiver, pelo menos, um empatezinho nos dois jogos que lhe faltam.

A BOLA NÃO ENTROU

Se alguma coisa se pode apontar ao Benfica nesta noite de Champions é o facto de ter demorado demasiado tempo a perceber como podia ferir o adversário.
Na primeira parte o jogo não foi bonito. O futebol encarnado parecia engasgado, faltando sempre um qualquer detalhe para que os lances tivessem o desenvolvimento pretendido. Como todas as equipas italianas (à excepção, sejamos justos, do Atalanta), o Bolonha usou e abusou do cinismo táctico (mais à frente também do antijogo puro e duro, com o qual o árbitro compactuou). O seu treinador estudou bem a equipa de Bruno Lage e procurou neutralizá-la nos seus pontos críticos. Ainda assim, foram do Benfica as grandes oportunidades nesse período.
Na segunda parte, sim. Embalada pelo talento de Di Maria, assistiu-se a uma excelente exibição encarnada, à qual apenas faltaram golos – afinal de contas o mais importante. Frente ao Vitória de Guimarães houve menos remates, menos oportunidades, mas um instante de eficácia bastou para vencer. Com o Bolonha, alguma desinspiração de Pavlidis, e uma soberba exibição do guarda-redes contrário, mantiveram o nulo até ao fim.
É preciso dizer que o empate, neste caso concreto, foi muito diferente de uma derrota. Dez pontos até podem vir a permitir a qualificação. Nove torná-la-iam praticamente impossível. E o Benfica recebe o Barcelona e vai a Turim – ou seja, pode, muito logicamente, não pontuar mais. Tratou-se de uma oportunidade perdida para encarar com tranquilidade essas duas jornadas finais. Mas nada está perdido. Pelo contrário, continuo a apostar no apuramento para o play-off.
Já falei do árbitro. Num jogo sem casos, conseguiu estragar o espectáculo, e irritar os jogadores e as bancadas com uma gestão da disciplina, dos critérios e das paragens confusa e incoerente. Os cinco minutos de compensação fizeram-me rir.

PARA GARANTIR O APURAMENTO

Trubin, Bah, Araújo, Otamendi, Carreras, Florentino, Aursnes, Kokçu, Di Maria, Pavlidis e Akturkoglu.

TRÊS PRECIOSOS PONTOS

Foi uma vitória sofrida. Mas confesso que não esperava outra coisa.
Por um lado, havia a pressão natural de não poder perder a oportunidade dada pela crise do Sporting. Por outro, o Vitória de Guimarães é uma excelente equipa, tem feito uma época muito boa, e isso fazia deste jogo uma espécie de clássico - ou seja, teria de ser jogado como tal.
E foi. Não faltou intensidade e entusiasmo, embora em alguns momentos o Benfica continue a evidenciar uma certa permeabilidade nas transições defensivas. Que acredito possa ser corrigida nos próximos tempos. 
Tudo está bem quando acaba bem, e o que o jogo deixou foi uma vitória justa, que garante uma liderança virtual, a ser confirmada na partida que falta realizar na Choupana.
E quem diria? Neste momento o Benfica é provavelmente o maior favorito ao título. Se alguém dissesse isso há dois meses atrás, seria ridicularizado. É assim o futebol. 

ONZE PARA O(A) VITÓRIA

Trubin, Bah, Araújo, Otamendi, Carreras, Florentino, Aursnes, Rollheiser, Di Maria, Pavlidis e Akturkoglu. 

SÃO NÚMEROS

 NOTA: dados apenas relativos ao campeonato.

MAIS PERTO

A grande notícia da jornada foi mesmo a derrota do Sporting, e a aproximação do Benfica à liderança do campeonato. Já dependia apenas de si próprio, mas quanto mais perto, melhor.
Quanto ao jogo de Arouca, não há muito para contar. Uma exibição assim-assim, uma vitória natural, que podia, e talvez devesse, ser menos sofrida. Afinal de contas o Arouca não é o Mónaco. Sofrer com um não é equivalente a sofrer com outro.
Uma palavra para Lage, pois já é tempo de lhe reconhecer o mérito. No campeonato conta por vitórias os jogos realizados, e leva números impressionantes. Quando a direcção comete erros toda a gente dispara fogo. Quando acerta, ninguém diz nada. A opção Lage foi acertadíssima. Se o Benfica será campeão ou não, isso é outra história, pois partiu de uma desvantagem de cinco pontos.
Outra palavra para Di Maria. Esta é simples: renovação.

ONZE PARA AROUCA

Trubin, Bah, Araújo, Otamendi, Carreras, Florentino, Aursnes, Kokçu, Di Maria, Pavlidis e Akturkoglu.