EU ACREDITO!
"Faltam somente algumas horas para o Estádio da Luz se vestir de gala, e receber a visita de um dos nomes grandes do futebol europeu dos últimos anos.
Dadas as possibilidades que nos reservava o sorteio, pode dizer-se que não nos saiu, nem o brinde (que dava pelo nome de Apoel, mas que poderia também chamar-se Marselha), nem as mais duras favas (personificadas, sobretudo, nos todo-poderosos Barcelona e Real Madrid). De entre as sete equipas em presença, creio que o Chelsea não estaria, à partida, no grupo das quatro teoricamente mais difíceis (além dos dois colossos espanhóis, também Bayern e Milan), e era até o adversário preferido do treinador Jorge Jesus. Não devemos pois maldizer a sorte, que, embora não nos protegendo exuberantemente, nos deixou entreaberta uma pequena porta por onde teremos agora a missão de tentar entrar.
O Chelsea não tem o nosso historial. Nunca foi campeão europeu, e não está (ainda) no top dez dos mais importantes clubes de sempre na competição. Um pouco ao invés daquilo que se passa com o Benfica, o seu valor actual supera, em muito, a dimensão histórica que traz às costas. Trata-se de uma espécie de novo-rico do futebol mundial, que partiu do dinheiro (e dos caprichos) de um só homem, para se tornar num clube ganhador e respeitado internacionalmente. À semelhança do mais recente exemplo do Manchester City, tem contratado, ano após ano, os melhores jogadores do mercado, e foi formando, sucessivamente, grandes equipas. Sagrou-se campeão inglês em três das últimas sete temporadas, duas das quais ainda com José Mourinho no banco. Marca presença há nove anos consecutivos na Champions League, e o seu percurso não engana: uma final e quatro meias-finais, deixando pelo caminho “cadáveres” como Barcelona, Bayern de Munique, Liverpool, Arsenal ou Juventus. Só por acidente não chegou ainda ao título, tendo estado, em 2008, a um simples penálti de o conseguir.
Reforçada, não há muito tempo, com dois ex-benfiquistas (os nossos campeões Ramires e David Luíz), o Chelsea, mesmo situado numa posição classificativa doméstica pouco compatível com as suas ambições, tem, ainda assim, um dos mais fortes e ricos plantéis do mundo. O realismo manda dizer, sem hesitações, que o conjunto londrino é óbvio favorito para a eliminatória com o Benfica, e só o também muito forte, e muito rico, lote de equipas destes quartos-de-final pôde fazer com que olhássemos o resultado do sorteio de forma algo prazenteira – ou aliviada, para utilizar um termo mais pertinente.
É sobretudo uma tradição, mais ou menos recente, de bons resultados das equipas portuguesas ante as inglesas que nos põe a sonhar. Nos últimos vinte anos, em 14 jogos disputados contra clubes de terras de Sua Majestade, o Benfica venceu 7, empatou 3, e apenas perdeu 4, sendo globalmente bem sucedido em 5 dos 7 confrontos empreendidos (contando para o efeito, quer eliminatórias, quer grupos de qualificação). Se a isto juntarmos as performances do Sporting (ainda agora tivemos bom exemplo), do Sp.Braga (carrasco do Liverpool na época passada, e do Birmingham na corrente), e da Selecção Nacional (vencedora, em 1986, 2000, 2004 e 2006, de todas as mais recentes batalhas com a sua congénere inglesa), concluímos que o futebol britânico encaixa muito bem no português, sendo o FC Porto (por razões que não vêm ao caso) a única excepção a este registo. Cabe aqui recordar, a propósito, algumas prestações épicas do Benfica em Inglaterra, ou contra adversários ingleses, como a de 1991, frente ao Arsenal (com uma exibição esplendorosa no velhinho Highbury Park); as de 2005/06, quer contra o Manchester United na Luz (num dos mais saborosos triunfos que vivi na nova Catedral), quer depois, em Anfield Road (calando o célebre “Kop”, e vencendo o então campeão europeu em título); ou mais recentemente, já com Jorge Jesus ao leme, a goleada aplicada ao Everton (numa das grandes exibições do ano do último título). Tudo isto chega para acreditar que o Benfica tem as suas hipóteses nesta eliminatória, mas nada disto nos deve levar a um nível de optimismo para além do razoável. Bastará, aliás, comparar os orçamentos dos dois clubes para termos uma ideia de quem parte com mais argumentos para este combate. E um dos aspectos que pode jogar a nosso favor, será justamente a humildade e o respeito com que devemos olhar para quem vai estar do outro lado.
Independentemente do resultado final desta eliminatória, a única certeza que podemos ter é a de uma noite europeia à antiga, com o estádio totalmente cheio, e o fervor benfiquista em alta. A nossa equipa já cumpriu a sua obrigação nesta prova, e tudo o que conseguir daqui em diante será proeza para a história assinalar.
Sem medos, nem fantasias, eu acredito que isto não vá ainda acabar por aqui."
Dadas as possibilidades que nos reservava o sorteio, pode dizer-se que não nos saiu, nem o brinde (que dava pelo nome de Apoel, mas que poderia também chamar-se Marselha), nem as mais duras favas (personificadas, sobretudo, nos todo-poderosos Barcelona e Real Madrid). De entre as sete equipas em presença, creio que o Chelsea não estaria, à partida, no grupo das quatro teoricamente mais difíceis (além dos dois colossos espanhóis, também Bayern e Milan), e era até o adversário preferido do treinador Jorge Jesus. Não devemos pois maldizer a sorte, que, embora não nos protegendo exuberantemente, nos deixou entreaberta uma pequena porta por onde teremos agora a missão de tentar entrar.
O Chelsea não tem o nosso historial. Nunca foi campeão europeu, e não está (ainda) no top dez dos mais importantes clubes de sempre na competição. Um pouco ao invés daquilo que se passa com o Benfica, o seu valor actual supera, em muito, a dimensão histórica que traz às costas. Trata-se de uma espécie de novo-rico do futebol mundial, que partiu do dinheiro (e dos caprichos) de um só homem, para se tornar num clube ganhador e respeitado internacionalmente. À semelhança do mais recente exemplo do Manchester City, tem contratado, ano após ano, os melhores jogadores do mercado, e foi formando, sucessivamente, grandes equipas. Sagrou-se campeão inglês em três das últimas sete temporadas, duas das quais ainda com José Mourinho no banco. Marca presença há nove anos consecutivos na Champions League, e o seu percurso não engana: uma final e quatro meias-finais, deixando pelo caminho “cadáveres” como Barcelona, Bayern de Munique, Liverpool, Arsenal ou Juventus. Só por acidente não chegou ainda ao título, tendo estado, em 2008, a um simples penálti de o conseguir.
Reforçada, não há muito tempo, com dois ex-benfiquistas (os nossos campeões Ramires e David Luíz), o Chelsea, mesmo situado numa posição classificativa doméstica pouco compatível com as suas ambições, tem, ainda assim, um dos mais fortes e ricos plantéis do mundo. O realismo manda dizer, sem hesitações, que o conjunto londrino é óbvio favorito para a eliminatória com o Benfica, e só o também muito forte, e muito rico, lote de equipas destes quartos-de-final pôde fazer com que olhássemos o resultado do sorteio de forma algo prazenteira – ou aliviada, para utilizar um termo mais pertinente.
É sobretudo uma tradição, mais ou menos recente, de bons resultados das equipas portuguesas ante as inglesas que nos põe a sonhar. Nos últimos vinte anos, em 14 jogos disputados contra clubes de terras de Sua Majestade, o Benfica venceu 7, empatou 3, e apenas perdeu 4, sendo globalmente bem sucedido em 5 dos 7 confrontos empreendidos (contando para o efeito, quer eliminatórias, quer grupos de qualificação). Se a isto juntarmos as performances do Sporting (ainda agora tivemos bom exemplo), do Sp.Braga (carrasco do Liverpool na época passada, e do Birmingham na corrente), e da Selecção Nacional (vencedora, em 1986, 2000, 2004 e 2006, de todas as mais recentes batalhas com a sua congénere inglesa), concluímos que o futebol britânico encaixa muito bem no português, sendo o FC Porto (por razões que não vêm ao caso) a única excepção a este registo. Cabe aqui recordar, a propósito, algumas prestações épicas do Benfica em Inglaterra, ou contra adversários ingleses, como a de 1991, frente ao Arsenal (com uma exibição esplendorosa no velhinho Highbury Park); as de 2005/06, quer contra o Manchester United na Luz (num dos mais saborosos triunfos que vivi na nova Catedral), quer depois, em Anfield Road (calando o célebre “Kop”, e vencendo o então campeão europeu em título); ou mais recentemente, já com Jorge Jesus ao leme, a goleada aplicada ao Everton (numa das grandes exibições do ano do último título). Tudo isto chega para acreditar que o Benfica tem as suas hipóteses nesta eliminatória, mas nada disto nos deve levar a um nível de optimismo para além do razoável. Bastará, aliás, comparar os orçamentos dos dois clubes para termos uma ideia de quem parte com mais argumentos para este combate. E um dos aspectos que pode jogar a nosso favor, será justamente a humildade e o respeito com que devemos olhar para quem vai estar do outro lado.
Independentemente do resultado final desta eliminatória, a única certeza que podemos ter é a de uma noite europeia à antiga, com o estádio totalmente cheio, e o fervor benfiquista em alta. A nossa equipa já cumpriu a sua obrigação nesta prova, e tudo o que conseguir daqui em diante será proeza para a história assinalar.
Sem medos, nem fantasias, eu acredito que isto não vá ainda acabar por aqui."
LF, Jornal "O Benfica", 23/03/2012
8 comentários:
Mais nada disse tudo eu também acredito.
Uma equipa em que jogadores como Emerson e Jardel possam ser segundas escolhas, é mau, mas em que sejám titulares não é mau, é pessimo. Talvez seja essa a razão pela qual neste momento o campeonato lá vai. É inconcebivél que o mesmo treinador que o ano passado perdeu o campeonato por usar uma péssimo guarda redes este ano com um campeão do mundo e da europa no banco aposte num jogador sem a minima categoria.
Belo texto, pragmático e entusiástico, como habitual.
Há que sonhar, mas com os pés no chão.
Tenho para comigo que o benfica deve fazer um jogo controlado, tentar um resultado positico (1-0), e tentar a sorte em inglaterra. Isto por causa da luta pelo título nacional.
O onze será esse, a menos da inclusão de Matic e saída de um dos extremos, Bruno ou Gaitan.
Creio que hoje o mais importante será mesmo não sofrer golos.
Mas como jogamos em casa, vamos lá marcar...
FORÇA BENFICA!
Eu tamém acardito! ;-))
Chiuuu, Kalou...não se fala mais nisso.
do outro lado do estádio vi que era penalti.2 arbitros. um a 5 metros outro a 10 não viram?
do outro lado do estadio vi que era penalti.dois arbitros, um a 5 metros outro a 10 nao viram?nao gozem connosco.
Parece que foi mau
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