NA QUINTA DO REI ARTUR









Em texto anterior ao jogo, tinha pedido sorte para o Benfica na necessariamente difícil missão de Old Trafford.



Se sofrer um golo em fora-de-jogo, e ver o capitão sair lesionado, não se podem considerar propriamente simpatias da fortuna, também é preciso dizer que, em momentos determinantes do jogo - desde logo, os de ambos os seus golos, quando, a bem dizer, nenhum deles se justificava -, a sorte não deixou de acompanhar este Benfica.



É verdade que o futebol tem uma elevadíssima dose de aleatoriedade, e muitas das análises que se lhe fazem são fortemente induzidas pelos resultados. Neste caso, por exemplo, é difícil dissociar um empate extraordinariamente positivo (que além de ter sido obtido onde foi, vale um apuramento que, enquanto benfiquista, me deixa eufórico), e até uma série de jogos sem derrota que começa a impressionar, de uma exibição que teve bons momentos, mas que, a meu ver, nem sempre se adequou àquilo que a ocasião pedia.



Olho para esta partida, e recordo-me de jogos efectuados na temporada passada em Lyon e em Gelsenkirchen, ou na anterior em Anfield Road, e vejo uma matriz que, naturalmente, só pode ter a ver com uma certa ideologia do treinador. Em todos esses momentos, o Benfica assumiu uma espécie de roleta russa táctica, que foi aproveitada pelos adversários para, friamente, fazerem valer a sua eficácia. Na partida de hoje, a opção estratégica foi a mesma, e a única diferença esteve na ineficácia inglesa, não deixando de sublinhar aqui os méritos do homem que dá título a esta crónica (já lá irei). Dito de outro modo, o Benfica alcançou em Manchester os seus objectivos fundamentais, mas fê-lo por caminhos que eu não aconselharia, e que se viu no passado recente darem mais derrotas do que o contrário. O empate deixou-me bastante feliz, mas creio que em dez repetições daquele tipo de jogo, o Benfica perderia nove, o que, não afectando a alegria da qualificação, não deixa também de preocupar, tendo em conta que a temporada ainda nem chegou a meio.



Em que se traduz afinal essa ideologia que Jorge Jesus – qual troika, qual Merkel – insiste teimosamente em aplicar na Europa benfiquista? Basicamente numa atitude abertamente ofensiva (demasiados homens nas acções de ataque), de certa forma aventureira ou mesmo romântica (não se vê isto a ninguém), que parte os jogos em dois (uns atacam, outros defendem), e que, perante equipas fortes, faz cair os encarnados numa correria frenética e inconsequente de trás para a frente e da frente para trás, que, além de desgastar bastante os jogadores, abre espaço para o erro. No fundo, o Benfica quer assumir-se como uma equipa que não é (lamento, mas não é o Barcelona), acabando, em certos períodos, por se deixar enredar nos seus próprios equívocos de personalidade, expondo-se aos adversários, e convidando-os a aproveitar as suas (várias) debilidades. Em Old Trafford, tanto se viu o Benfica partir para o ataque com seis e sete unidades em simultâneo (até quando estava em vantagem), como mais tarde se viu uma equipa acabrunhada no interior da sua área, à espera que o opositor falhasse, uma por uma, as oportunidades que ia criando em série, numa manifestação quase grotesca de dupla personalidade, que não pode deixar ninguém tranquilo.
A uma equipa como o Benfica, num jogo como este, eu gostaria de ver uma atitude muito mais fria, muito mais prudente, direi mesmo muito mais especulativa, e, sobretudo, muito mais constante. Com ela, o Benfica não daria a sensação ilusória de, a espaços, dominar o Manchester na sua própria casa, mas também não se deixaria reduzir às cinzas de que parecia feito no início da segunda parte (sobretudo sempre que Nani pegava na bola), e até aos golos – fazendo lembrar, nessa fase do jogo, um certo sorriso de Arsene Wenger, num certo Arsenal-FC Porto. Por essa altura confidenciei para quem estava ao meu lado que só um milagre evitaria a derrota, e após o golo de Fletcher confesso que temi uma goleada. O resultado final recompôs-me o ego clubista, mas na hora de fazer esta análise não posso deixar de lembrar os momentos em que a equipa do Benfica se despiu, peça por peça, do fato com que, de modo fanfarrão (é assim que eu vejo, é assim que eu sinto), havia entrado no jogo.



Jorge Jesus é um treinador com qualidades extraordinárias, valoriza os jogadores como poucos, percebe o futebol português como ninguém, e espero que fique muitos anos na Luz, tornando-se numa espécie de Ferguson do Benfica. Defendi-o de forma convicta (inclusive no jornal do clube) quando, na época passada, chegou a ser posto em causa. Mas, como todos os génios, tem atitudes desconcertantes, que no seu caso se revelam sobretudo nos jogos internacionais. Para além das estratégias suicidas (que, como se viu, por vezes até correm bem), as suas declarações, antes e após o jogo, puseram em pé os poucos cabelos que me restam. Criticar, com soberba, a Liga Inglesa antes de jogar em Inglaterra é algo que me fez esfregar os olhos para poder acreditar. E dizer, depois do empate, quando o objectivo único desta fase passou a ser o primeiro lugar, que esse primeiro lugar interessa pouco, levou-me à fúria. É assim Jesus, e aceitá-lo faz parte dos mandamentos do benfiquismo actual. Tem virtudes e defeitos, e não posso deixar de os assinalar. A uns e a outros.



Em suma, depois de Old Trafford, ainda não sinto que possa acreditar definitivamente nesta equipa. Há algo que ainda me faz desconfiar dela. Falta-lhe justamente aquilo que certos comentadores (levados pelos resultados) lhe atribuem: consistência e solidez. Felizmente, não lhe tem faltado sorte.



Após ter esgotado as críticas (porventura demasiado duras, mas consequência de uma hora e meia de demasiado sofrimento), é altura de passar aos elogios. E, para além da entrega e profissionalismo de todos, de bons momentos de Gaitán e Witsel, da entrada sóbria de Miguel Vítor, eles resumem-se a uma só palavra: Artur.




Se o Benfica queria encontrar um guarda-redes que desse pontos, ei-lo. Já admirava o brasileiro quando defendia as redes do Sp.Braga, e não poderia repetir aqui os nomes que lhe chamei aquando da última meia-final da Liga Europa. Mas confesso que tinha dúvidas se o tal guardião quase sobrenatural que o clube da Luz procurava existia mesmo, ou se estaria apenas em Chamartin (com Casillas), em Munique (com Neuer), ou na memória de Preud’Homme e Manuel Bento. Afinal existe, e está aí, defendendo o que tem defesa, o que não tem defesa, e algo mais. Não quero cometer nenhum exagero, mas julgo que Artur Moraes estará hoje entre os cinco ou seis melhores guarda-redes do mundo, e só por distracção não é ainda titular da selecção do seu país. É a ele que cabe larga fatia dos méritos deste apuramento, é ele o grande responsável pelo facto de o Benfica não ter perdido ainda qualquer jogo nesta época. É ele, sem dúvida, que tem estabelecido a diferença entre os Benficas desta e da temporada anterior, ambos com batimentos cardíacos irregulares, ambos capazes de ser brilhantes e medíocres, muitas vezes dentro do espaço e do tempo de um só jogo de futebol.



O Benfica está nos oitavos-de-final da Champions pela segunda vez em 17 temporadas. Se, como espero, ficar em primeiro lugar do grupo, e o sorteio não lhe for hostil, pode ainda sonhar mais alto. Mas terá de entender que, na Europa dos grandes, é ainda demasiado pequeno para encher o peito, admirar-se ao espelho e jogar em bicos de pés.

21 comentários:

paulo Chagas disse...

Caro Luís não seja hipócrita..."quero que ele fique muitos anos na luz"..."um Alex Ferguson no Benfica"...você já não pode com o Jesus,já nem o pode ver desde a eliminação na meia final da liga Europa na época passada,ao menos assuma isso agora critica-lo desta maneira e depois dizer:"que fique muitos anos no Benfica..." para mim tresanda a hipocrisia.

João disse...

Muitas vezes crítico das tuas palavras, por termos óbvias divergências clubísticas, não posso no entanto deixar de dar-te os parabéns pela qualificação do Benfica para a próxima fase da Champions.

jfk disse...

Pois é, LF, Jesus teima e teima. Também eu espero que Jesus se mantenha por muitos e bons anos no comando do nosso clube, mas... era bom perder um pouco da soberba (assim o sinto) com que encara certos jogos na europa.

Há muito que não sofria de emoção como ontem. Mas, sinceramente, são jogos com emoção que me fazem sentar em frente ao televisor, com gosto, já que vou tendo cada vez menos paciência para espetáculos (pouco mais que) mediocres.

Velha Guarda disse...

Ainda que as semelhanças sejam pura coincidência, Artur Moraes é comparavel ao grande Preud'homme.
Pelo sua postura, pela sua frieza entre os postes em momentos faz-me lembrar esse grande guarda-redes que brilhou com o Manto Sagrado.
Alguém disse que ter um bom guarda-redes era meia equipa. Hoje o Glorioso tem um grande guarda redes e atrevo-me a dizer que pelo trabalho que tem desenvolvido o Artur é uma das melhores aquisições das últimas temporadas.
Afinal nós só damos valor aos maestros e matadores que marcam os golos!
Porque não a quem é sem a "vitima" dos golos!
Saudações Benfiquistas.

LF disse...

Paulo,

Não queira pensar por mim.
Gosto do Jesus, aprecio o seu trabalho, e quero, efectivamente, vê-lo na Luz por muitos anos.
Tem defeitos, e falei deles.

Tenho pena que a sua soberba competitiva por vezes quase estrague a sua sagacidade táctica, e capacidade de fazer render jogadores.

António Maia disse...

muito bom post! estamos em sintonia absoluta :)
agora vamos ao próximo que é já sábado...
acredito que o Benfica pode ser melhor gerido, até porque me gosto de orientar pela perfeição, há sempre onde se pode evoluir, mas sinto que vivendo em democracia e nos mercados o SL Benfica tem presente e tem futuro, estou a lembrar-me do trabalho feito na formação mas não só.
obrigado a todos os que trabalham na instituição e que tiveram a coragem e a competência de trazer o Benfica até aqui, depois de um passado de quase bancarrota. obrigado a Luis Filipe Vieira, na qualidade de presidente :)
sim, o Artur Moraes foi o rei do jogo, é um enorme guarda redes, quase perfeito seria, lá está :) se por exemplo repusesse com mais segurança e a tempo a bola em jogo, se for necessário arrefecer o ritmo de jogo não tem que ficar com a bola nos pés será a equipa com a troca de bola a fazê-lo, se necessário com a sua ajuda, o cartão amarelo é merecido e não há necessidade e demonstra falta de classe e estética. pode ser um monstro!
Força Benfica!
Viva o Benfica!
e pluribus unum

Anónimo disse...

Muito boa análise ao jogo e ao momento de formda da equipa, como sempre LF, mas acho que está a inflacionar em demasia o artur.

Entre os 5 melhores gk´s do mundo?

Até parece que nunca viu jogar huarda redes como Casillas, cech, Neuer, Adler, Loris , Buffon,Júlio Cesar, etc etc
Tente ser menos faccioso nas próximas analises.

L. disse...

por um lado é verdade, por outro não. ineficácia?

o manchester além dos golos teve quantas oportunidades claras? houve duas defesas de golo de artur, ... um remate de berbatov a rasar a barra... e pronto. so se quiserem contar o remate de longe do fletcher que nao passou longe. de resto, so cruzamentos as paletes.

nós além dos golos tivemos o remate a rasar do bruno césar e o do rodrigo. assim como eles tiveram no total mais oportunidades ontem e empatamos, nos no jogo da luz tivemos mais oportunidades, e tb empatamos.

quanto a jesus: eu renovava com ele por 5 anos hoje.

zephirus disse...

Gosto do Jesus. É pena é ser tão medricas frente aos grandes. Treinador do Benfica tem de jogar para ganhar. Sempre!

Brytto disse...

A critica é sempre possível, mesmo excessiva como é o caso desta, até quando se tem um empate, com sabor a vitória, que nos qualifica automaticamente para os oitavos da principal competição europeia de futebol, diante do campeão inglês e finalista vencido da LC do ano passado!!!!!!!!!!
Claro que foi preciso sorte, mas estávamos à espera de quê, de ir a Old Trafford, dominar e vencer categoricamente!... deixemo-nos também de romantismos.
Jesus este ano anda muito masi comedido quer nas suas palavras (deve ter sido pressionado para isso),quer a nível técnico-táctico (Witsel veio alterar o sistema como é bem sabido, dando uma maior robustez ao meio-campo, portanto não me venham comparar este sistema com o do ano passado!!!, para ser igual, tinhamos que tirar o Witsel e colocar o Saviola!!!!!!), contrariando assim a sua natureza efusiva que é uma das suas principais caracteristicas, para o bem e para o mal. Nao, não me esqueço daquele futebol deslumbrante de quando fomos campeões!!!!!!
Agora é altura de saborear e não de criticas excessivas, como aquela frase de "uns atacam e outros defendem", nada mais errada, pois se houve coisa ontem à noite foi solidariedade e espirito de sacríficio de todos a começar pelo Aimar...
Nem tudo está bem, como é evidente, mas ainda não perdemos esta época e não será só devido à sorte que nos tem acompanhado nalguns jogos, que esta situação se vai mantendo.

LF disse...

Anónimo,
É precisamente nesse lote de grandes guarda-redes que eu enquadro o Artur.
Não será o melhor de entre esses, mas está ao nível na maioria deles.

Boygenius disse...

Luís esqueceu-se de falar do apoio dos adeptos durante todo o jogo!!!
... ainda estou sem voz!
;)

Abraço!!!

LF disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
LF disse...

Boygenius,

Julgo que tens razão quanto aos adeptos, mas infelizmente não estive lá para comprovar.
Em todo o caso, palmas para eles.

LF disse...

Brytto,

Quanto ao comedimento das palavras de Jesus, creio que os exemplos que assinalei, antes e depois deste jogo, dizem tudo.

De resto, aceito que as críticas possam ser excessivas. Ninguém me paga para ser racional, e quando escrevo também dou largas aos sentimentos que me invadem. E ontem fartei-me de sofrer, ou melhor, de me irritar, com tantos erros, tanta anarquia, tanto aventureirismo, tanta descompensação, tanto lirismo ofensivista.

Não queria que o Benfica chegasse a Old Trafford e dominasse o jogo. Pelo contrário, queria que fosse mais cauteloso do que foi nos momentos iniciais, e menos sofredor na segunda parte. Ou seja, mais equilibrado e mais sólido, refreando as acções ofensivas, congelando o ritmo de jogo, retirando ideias ao Manchester, e não abrindo avenidas com aventuras ofensivas de seis e sete jogadores.
Com o Manchester pode sempre perder-se. Mas não creio que o Benfica tenho seguido o guião ideal para evitar a derrota. Tentou, numa atitude de fanfarrão, jogar de igual para igual, e esse foi, para mim, o verdadeiro pecado, felizmente sem consequências más. Empatou 2-2, como, com idêntica exibição, poderia ter perdido 4-1 ou 5-1.

Oxalá esteja enganado, mas temo que no Natal estejamos já em terceiro lugar e eliminados da Taça de Portugal.
Claro que ninguém mais do que eu deseja verificar que está errado, e mudar rapidamente de opinião. Mas até agora esta equipa continua sem me convencer inteiramente de que o desfecho desta temporada venha a ser muito diferente do da anterior.

último! disse...

Comparar este ano com o ano passado e achar que estamos igual parece-me perfeitamente injusto.

Concordo com a felicidade dos golos mas a sorte procura-se.

Recordo que o ano passado não pontuamos fora e este ano ainda não perdemos nenhum jogo!?! Estamos iguais ou a sua capacidade de analise é que está igual, ou moldada por ódio no meu ponto de vista errado.

Brytto disse...

Bem, convém lembrar que jogámos em casa de uma das mais poderosas equipas da actualidade: empatámos e temos francas hipóteses de ficar em primeiro do grupo!!!! E foi esse enfase que parece não estar patente no teu post, só isso. Até ao golo irregular, esse guião que tanto falas, estava a ser seguido à risca, depois, claro, houve que sofrer, como acontece com a esmagadora maioria de quem lá vai jogar, o resto são especulações que sempre se podem fazer...Para exemplificar mais esse ridículo, era como se tivessemos ir ao Camp Nou empatar e no dia seguinte pormo-nos a fazer criticas à equipa!!!!!!!!!
Claro, face ao alcançado a oportunidade para criticar, em minha opinião, é totalmente despropositada, gerando-me até uma certa perplexidade vindo de ti. Resumindo: esta não é a altura para criticas mas sim de saborear o que foi conseguido. Coisa rara, sublinhe-se!
Quanto ao futuro, pois eu também não estou eufórico, e julgo que a maioria não o estará, estamos todos expectantes, pois até agora, as exibições não foram de modo a dar tranquilidade a ninguém, mas estou seguro, se até ao Natal, os resultados forem aparecendo, as exibições acabarão por surgir. Mas, concordo, não será nada fácil continuar no topo e ainda por cima sem perder se continuarmos a apresentar os níveis exibicionais que temos apresentado ultimamente.

FranciscoB disse...

"Falta-lhe justamente"... substituir o Emerson pelo Capdevila... e, já agora, mais um central de nível internacional - Luisão e Garay é pouco... Desde a dupla Mozer e Ricardo que não tinhamos dois centrais tão bons. Daí vem metade do sucesso do Artur. Ponha-o na selacção brasileira com o David Luíz à frente e vai ver como elas entram...

Bancada Sul disse...

AC Milan vai apresentar proposta por Axel Witsel do Benfica

LF disse...

Brytto,

Eu saboreei o que foi conseguido. Fiquei muito feliz com isso (talvez, depois daquele jogo, mais propriamente aliviado) , tal como digo no post.

O que não posso é compactuar com aquilo que certa imprensa e certos comentadores dizem, pois a exibição do Benfica foi tudo menos consistente.
O Benfica, quando sofreu o segundo golo, estava totalmente de calças na mão, à espera de ser goleado. Teve uma sorte incrível nos momentos dos golos que marcou, e teve um enorme guarda-redes, tal como já havia tido em Basileia e em Bucareste. De resto, em largos períodos parecia uma equipa de franganitos assustados.

Percebo quando me acusas de não dar o devido ênfase à qualificação, e ao eventual primeiro lugar (veremos...).
Mas confesso que ainda estou muito escaldado com a temporada passada. Sofremos derrotas inimaginavelmente crueis (taça, Braga, etc), e vejo, mais vezes do que queria, alguns dos pecados que a elas nos conduziram bem patentes nesta equipa (fragilidade física, romantismo táctico, falta de frieza competitiva, insegurança, desequilíbrios, etc).

Depois de Braga (Liga Europa), para mim nada mais voltou a ser como antes. Preciso que me mostrem, de forma clara e inequívoca, que aquilo não se torna a repetir. E isso, segundo a minha análise, ainda não mostraram.

Se o Benfica chegar ao fim da época a ser sempre massacrado, e a ganhar sempre 1-0 com grandes exibições do Artur, eu festejarei o título da mesmíssima forma que festejei o último. Aí, com os troféus na mão, nada me interessarão as exibições, pois elas não ficam para a história.
Acontece que a época ainda nem está a meio, e o que escrevo deve ser também entendido como um sinal de preocupação.

Veremos que resposta dão no sábado. Espero que não confirmem os meus temores, e me ajudem a inflectir o discurso.
Mas a minha previsão, até ver, mantém-se: no Natal estaremos em terceiro lugar, e eliminados da Taça de Portugal, e este ano nem a Taça da Liga ganhamos. Podes recortar este parágrafo.

Nós Sébio disse...

Caro LF,

Percebo o que quero dizer, mas acho que está a exagerar uma série de coisas.
- Até ao golo irregular, o MU não existiu. Se isso é ser fanfarrão, seja.
- O Artur fez, se bem me lembro umas 3 ou 4 defesas menos fáceis. Nada de especial para jogo nenhum, muito menos em casa do MU.
- O MU não teve muito mais ocasiões de perigo que o Benfica. Talvez 5-4 ou 6-4 neste aspecto.

O jogo foi angustiante em vários momentos, mas, se atentarmos ao facto de que o MU não criou, apesar de tudo, grandes situações de golo, creio que o JJ merece algum louvor.