UM LEVE SABOR A INJUSTIÇA
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O espectáculo começou nas bancadas com uma coreografia inédita na Luz – mais de 60 mil cartolinas vermelhas e brancas a colorirem todo o estádio – mas os primeiros minutos de jogo fizeram temer o pior. Duas entradas duríssimas de Bruno Alves a Simão, e Simão a Adriano, levantaram a suspeita de se poder assistir a uma verdadeira batalha campal. Felizmente esse receio não se confirmou, e pelo tempo fora foi possível assistir a um jogo correcto e emotivo.
As equipas apresentaram-se com sistemas de jogo semelhantes. Ambos optaram por um losango de meio-campo, se bem que o F.C.Porto fizesse pender uma das unidades mais adiantadas (Quaresma) sobre um dos flancos, preferencialmente o esquerdo.
Depois daqueles primeiros cinco minutos de muita violência e pouco futebol, o
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O Benfica pareceu sentir bastante o peso da partida, designadamente na forma como o seu sector defensivo se atemorizou e se encolheu, obrigando com isso ao recuo de toda a equipa, deixando Simão atado a Assunção e os pontas-de-lança demasiado abandonados na linha ofensiva. Katsouranis, extremamente desgastado sob o ponto de vista físico, também não foi a unidade de transição que o conjunto necessitava. Faltou nesses momentos alguém que dentro do campo fosse capaz de dar o grito da revolta, e empurrasse os colegas para a frente. Sentiu-se a falta de Luisão…
A partir do meio da primeira parte o Benfica sacudiu o domínio portista e equilibrou o jogo. Se o F.C.Porto detinha mais posse de bola e a fazia circular com mais profusão, os encarnados conquistaram vários pontapés de canto e eram a equipa mais rematadora, ainda que só mais perto do intervalo Petit e depois Karagounis tenham levado significativo perigo à baliza de Helton. Quando se pensava que as equipas iriam para o balneário igualadas, surgiu o golo do F.C.Porto. Na sequência de um livre no flanco esquerdo, Quaresma colocou a bola ao segundo poste onde Pepe, quase sem oposição, cabeceou para a baliza. Sentiu-se de forma bem vincada a falta de Luisão…
Ao intervalo aceitava-se a vantagem portista, se bem que um empate se afigurar
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Para a segunda parte o Benfica surgiu transfigurado. A entrada de Rui Costa deu ao meio campo a segurança de passe (curto e longo) que estava até aí claramente em défice. Por outro lado, Nelson e Léo passaram a subir com muito maior frequência, dando ao Benfica o controlo dos corredores laterais. Simão libertou-se enfim de um Paulo Assunção fisicamente debilitado. O Benfica assumiu o controlo absoluto do meio campo, passou a conquistar quase todas as segundas bolas e partiu para um domínio que chegou por momentos a ser avassalador.
O onze de Fernando Santos conquistou inúmeros cantos sem todavia conseguir deles extrair grandes proventos. À espantosa exibição de Pepe, bem coadjuvado por Bruno Alves, juntou-se também a ausência de…Luisão - o internacional brasileiro tem uma importância determinante no aproveitamento que o Benfica consegue normalmente fazer dos lances de bola parada, e estou em crer que com ele em campo, em tantos pontapés de canto de que dispuseram, os encarnados talvez tivessem feito maior mossa e o resultado pudesse ser outro.
O tempo ia passando, e cada vez mais ganhava contornos a possibilidade de o F.C.Porto sair da
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O Benfica podia ter retemperado os seus ânimos com um empate conquistado em tão adiantada altura do jogo, mas empurrado pelas bancadas continuou decidido em busca da vitória. Derlei e Mantorras traziam uma grande vivacidade ao ataque encarnado, e quer um quer outro dispuseram de claríssimas ocasiões para marcar o golo que levaria seguramente o estádio ao delírio total. Foi a vez de brilhar o guarda-redes titular da selecção brasileira, que com um punhado de intervenções de grande nível se cotou como um dos melhores em campo.
Totalmente contra a corrente do jogo, o improvável Renteria teve nos pés o golo portista no último lance do encontro. Seria demasiado cruel para um Benfica que, tão claramente melhor durante uma das metades do jogo, e de forma alguma tão pior que o seu adversário na outra, teria até merecido outroresultado.
O Benfica conquistou claramente mais cantos (12-5), fez claramente mais remates (20-9) e criou pelo menos cinco ocasiões flagrantes de golo (Petit, Karagounis, Miccoli, Mantorras e Derlei) contra apenas duas do F.C.Porto (Adriano e Renteria). Dominou de forma evidente toda a segunda parte, enquanto que o F.C.Porto se limitou a controlar a primeira, sem que, salvo um período de cerca de vinte minutos, a tenha verdadeiramente dominado. Por tudo isto terá que se dizer que, embora o empate se possa aceitar, a vitória do Benfica seria um resultado bem mais justo face ao que se passou.
A arbitragem de Pedro Proença esteve assim-assim. Uma mão de
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Nota final para as tristes cenas verificadas na bancada Coca Cola: a inacreditável decisão do Benfica (?) de colocar os Super Dragões no terceiro piso do estádio só encontra paralelo na forma displicente como as forças policiais assistiram a um autêntico bombardeamento de petardos sobre os adeptos do Benfica colocados no piso 0. Só na segunda parte se fez notar o reforço policial junto da claque portista, quando há muito se justificava o completo evacuar de todo o sector e expulsão dos desordeiros.
Estes incidentes mais uma vez me fizeram reflectir sobre as vantagens e desvantagens de serem enviados bilhetes para as claques adversárias neste tipo de jogos. É pena que o futebol tenha de ser assim, mas entre a segurança dos espectadores e a espectacularidade que as claques trazem inquestionavelmente aos jogos, não devemos ter quaisquer hesitações. Um estádio da Luz reservado aos benfiquistas e um Dragão aos portistas evitariam estas cenas e, mesmo transitoriamente, talvez contribuissem para pacificar de vez os estádios portugueses.
2 comentários:
LF
Não sei o que dizer deste jogo
Não percebo, como é que nos dois jogos ( Dragão e Luz ) o fcp entrou sempre melhor no jogo, acabando por marcar primeiro e o Benfica ter de correr atrás do resultado, se no Dragão até se aceitava, agora na Luz deveria ser o benfica a assumir a vantagem de jogar em casa, era o benfica que necessitava de ganhar o jogo
Acho que o fcp entrou á campeão, sem medos e a mandar no jogo, demonstrou muito trabalho de casa, os jogadores do fcp sabiam o que deveriam fazer para parar o Benfica, pareceu-me ainda que o Benfica não tinha uma táctica para parar o fcp, penso que o treinador FS teve muito medo do Quaresma e anulou-o, mas a equipa ficou junto á nossa grande area, perdendo caudal ofensivo
Penso que o problema do benfica foi MEDO e com medo não se é Campeão, depois com o decorrer do jogo, com a adrenalina, com o espirito competitivo, o Benfica equilibrou o jogo
Na segunda parte, já a perder, e com o Rui Costa em campo, a mandar na equipa, tudo se alterou o Benfica foi igual a sí proprio, mandão e sem medos
Em relação aos Super Dragões, são sempre a mesma mer...
Concordo.
De facto houve excessivo medo.
Não na constituição da equipa, nem no sistema táctico, mas no aspecto psicologico.
Estranhamente fi a equipa com jogadores mais experientes a sentir mais a importância do jogo.
Luisão fez muita falta
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