HÁ VIDA PARA ALÉM DAS SUBSTITUIÇÕES
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VALE O QUE VALE (2)
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VALE O QUE VALE
Roger Schmidt na Liga Portuguesa: 51 vitórias, 7 empates e 6 derrotas (80 % de vitórias)
Ruben Amorim na Liga Portuguesa: 116 vitórias, 22 empates e 14 derrotas (76% de vitórias)
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O BENFICA É DE 300 MIL SÓCIOS. NÃO DE 20 CRETINOS.
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DIGNIDADE... E FALTA DELA
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PARA 2024-25
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PARA PENSAR
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VOLTA JHONDER CADIZ
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GUIÃO PARA O FUTURO
- Rever a cultura desportiva:
No Benfica criou-se a ilusão de que o clube é o maior por decreto, tem o direito divino de vencer, e tal só não acontece por factores externos ou incompreensíveis. Falta humildade cultural a todos, e também aos adeptos. O clube nasceu pobre e operário, chegou ao topo da Europa com equipas de combate, mas a partir de certa altura entendeu-se que, além de tentar simplesmente ganhar, tinha de o fazer com um jogo bonito e com pés de veludo, esmagando, com classe, todos os adversários. Desprezam-se os músculos, os metros e os quilos, sendo que o futebol é, antes de mais, um desporto e não um bailado. Despreza-se a defesa porque os adversários são, obviamente, muito inferiores ao supremo e glorioso Benfica. Contratam-se extremos e mais extremos, criativos e mais criativos, e deixam-se posições a descoberto. Depois, todos ficamos muito espantados por perder.
- Mudar a política de contratações:
Basta de jogadores imberbes que custam milhões, e chegam só para ver se dão negócio. É preciso contratar, cirurgicamente, para o onze titular. Não é admissível dar 10 milhões, ou mesmo 5, para alguém que se destina fatalmente a ser emprestado, ou jogar na Equipa B. Esta, aliás, serve precisamente para constituir essa rectaguarda de juventude e promessas, mas com os jovens criados no Seixal, e não com estrangeiros trazidos a peso de ouro.
Basta, também, de jogadores veteranos, de maior ou menor nomeada, e com extenso histórico de problemas físicos. Já veio Draxler, já veio Bernat. Penso que é suficiente.
É preciso ainda recuperar o olhar sobre o mercado nacional, que a partir de dada altura, inexplicavelmente, deixou de ser sequer considerado. Olhe-se para os rivais e veja-se de onde vêm, predominantemente, os seus reforços. Ficam mais baratos, já estão adaptados ao campeonato e à cultura portuguesa, além de, com essas negociações, fomentar boas relações com os clubes de que precisamos, nomeadamente, nas assembleias da Liga. Há bons jogadores no campeonato português, e devem ser esses o alvo primordial de um clube como o Benfica.
- Reflectir sobre os erros cometidos:
Rui Vitória foi Bi-Campeão Nacional e esteve à beira do Tri. Meses depois era despedido após um ciclo de maus resultados e péssimas exibições. Bruno Lage entrou de rompante, ganhou quase todos os jogos, bateu recordes e foi campeão. Nem sequer terminou a segunda época, após uma queda a pique do rendimento da equipa, estranhíssima, e que ainda hoje permanece por explicar. Jorge Jesus ganhou três campeonatos e foi a duas finais europeias. A segunda passagem foi um inesperado fiasco, até porque o treinador continuou a vencer mal saiu do Benfica. Roger Schmidt foi campeão, a sua equipa praticava um futebol espectacular, chegou aos Quartos-de-Final da Champions, e agora é o que se vê. Ora parece-me que há aqui um padrão, que tem de ser analisado. O Benfica não pode tornar-se um cemitério de treinadores, como aconteceu nos anos do "Vietname" - ao longo dos quais, recordemos, passaram pela Luz nomes como Artur Jorge, Paulo Autuori, Manuel José, Mário Wilson, Graeme Souness, Jupp Heynckes, José Mourinho, Toni, José António Camacho, Jesualdo Ferreira, e quase todos saíram pela porta dos fundos. Obviamente que, na altura, o problema não era de treinador. Temo que agora também não o seja.
Publicada por LF à(s) 19.4.24 6 comentários
LISTA DE DISPENSAS
TRUBIN (10M) - Teve mais falhas graves numa temporada ainda incompleta (Salzburgo e Casa Pia na Luz, Dragão, todos os jogos com o Sporting, Marselha e outros que comprometeram as várias competições) do que Vlachodimos em seis anos de Benfica. Deu razão aos poucos que, como eu, achava arriscado trocar de guarda-redes. Poderia talvez ser emprestado para ganhar maturidade e depois, então sim, vermos se tem condições para ser o titular da baliza do Benfica. Se dependesse de mim, ainda tentava resgatar o grego.
JURASEK (14M) - Um logro total, 14 milhões para o lixo. Vender, nem que seja ao desbarato. Quem diabo viu nele qualidades para ser o lateral-esquerdo do Benfica? A sua contratação entra no âmbito da gestão danosa. Rua!
CARRERAS (E) - Devolver sem hesitações. Espero bem que, depois de tudo isto, o Benfica não gaste mais um cêntimo em jogadores com este perfil. Há melhor, ou pelo menos igual, na equipa B (cujo capitão é titular da selecção de sub 21 e é... lateral esquerdo) .
BERNAT (E) - O Draxler da temporada. Também já chega de jogadores em pré-reforma e com os músculos às costas. Salários elevados para o lixo. Obviamente, devolva-se.
KOKÇU (29) - Lembro que foi o jogador mais caro da história do futebol português. Tecnicamente não é o pior deste lote, mas mostrou muito pouco dentro de campo (nada a mais do que um qualquer Chiquinho, diga-se), e deixou transparecer que, fora dele, também não cumpre os requisitos necessários. Veio para o lugar de Enzo, que já estava ocupado por João Neves - que é cinco vezes melhor. Sempre foi "8" no Feyenoord, mas alguém de apressou a insinuar que não, que era um "10", construindo uma mentira que protegeu o jogador e atacou o técnico. Gostava de conhecer o seu salário, e comparar com jogadores que ficaram e jogadores que saíram. Ainda deve ter mercado na Holanda ou na Turquia. Vender ao melhor preço, mesmo assumindo algum prejuízo. O seu perfil, táctico, físico e até humano (com tiques de prima-dona), não serve para este clube. Rua!
PRESTIANNI (9) - Incompreensível gastar 9 ou 10 milhões num jogador para a equipa B, ainda por cima com um histórico de indisciplina. Agora, só resta emprestar para ver o que dá, e...caso não dê nada, como suspeito, esperar que o contrato vá expirando.
ROLLHEISER (9) - Marcou um bom golo, e é tudo. Jogador talhado para o futebol sul-americano: suave, sem agressividade, sem pressão, inexistente sem bola. Tudo o que o Benfica não precisava, nem precisa. Pensar que pode ser um substituto para Rafa é como pensar em Grimaldo/Jurasek ou Ramos/Cabral. Só não vê quem não quer. Tentar vender para a Argentina.
SCHJELDERUP (14) - No seu percurso vê-se o futuro de Prestianni. Jogadores imberbes, sem perfil físico, nem táctico, em quem, só porque dão uns toques, se investem milhões, e, como é óbvio, rapidamente desiludem. Tem piores números nos campeonatos nórdicos do que Diogo Gonçalves, que era da formação e tinha um salário certamente menor. Enganar algum clube mais incauto, ou então esperar pacientemente que o contrato termine.
ARTHUR CABRAL (20) - O maior e mais grave flop do mercado, pelo valor desbaratado, e pela importância do papel que o lugar exigia. Não surpreende muito a quem tenha olhado para os dados da sua carreira: nunca tinha feito um jogo na Champions nem na Selecção, era suplente de Jovic na Fiorentina. E ainda menos quem viu com atenção os seus primeiros jogos. Como uma vez por outra marca um golo de bicicleta e outro de calcanhar, é capaz de fazer uns vídeos bonitos de dois ou três minutos, e enganar os distraídos. Ainda por cima, não encaixa, nem encaixaria, minimamente no perfil de jogo de Schmidt. Vender rapidamente, nem que seja por um terço do preço de custo. Não o quero ver mais de águia ao peito. Pela sua total inépcia, andou o Benfica uma época inteira à procura de identidade, quando se percebia que era um ponta-de-lança tudo o que faltava a Schmidt. Tengstedt era o terceiro da lista de avançados. Leonardo foi uma tentativa de corrigir. Cabral veio incrivelmente para ser o primeiro... Como? Não consigo entender. Quem sugeriu ou decidiu esta contratação tinha obrigação moral de assumir o erro e dar a cara por isso. Scouting? Schmidt? Rui Costa? Braz? Era importante sabermos antes de atirar pedras a alvos errados.
MARCOS LEONARDO (18) - Verde, verde, verde. Era avançado de uma equipa que desceu de divisão, e saiu em baixa e perante insultos dos adeptos. Tem o corpo de um passarinho, e apesar da facilidade de remate, não faz mais nada em campo - nem no jogo aéreo, nem em tabelinhas, nem a pressionar os defesas, nem a jogar de costas, nem a ganhar espaços ou bolas divididas, nem a desmarcar-se e oferecer linhas de passe, nem.. Enfim, dada a idade, talvez possa ser emprestado e vermos o que dá. Outro que já trazia histórico de indisciplina.
TENGSTEDT (11) - É louro, é bastante tosco, e nem sequer é assim tão alto. Marcou três golos em 37 jogos, e isto diz tudo. Tem os pés de um avançado da Liga 3, e por muito que corra não é, manifestamente, jogador para o Benfica, muito menos para custar quase 11 milhões de euros. Vender ao melhor preço (duvido que valha mais do que 3 ou 4 milhões). Antea Musa, sem dúvida.
Publicada por LF à(s) 19.4.24 13 comentários
CITAÇÕES
Custa-me, mesmo muito, fazer este exercício. Adorava não ter tido razão. Infelizmente estava certo na maioria dos textos que aqui escrevi em Junho, Julho e Agosto - quando, no meio da euforia generalizada, parecia ser eu a única voz dissonante e a desconfiar de como estava a ser preparada a época. Quem tiver a paciência de ler ou reler verá que estava lá tudo, ou quase tudo. É penoso imaginar como as coisas podiam ter sido diferentes, sem grande esforço, sem grande investimento. Dos 31 campeões de 2023 ficaram no plantel 12. Foi uma revolução silenciosa, mas devastadora. Agora, há que começar tudo de novo.
JUNHO
O único problema é que esta contratação pode
vir a tapar a progressão de João Neves. E devo dizer também que, para mim, com
Florentino, Aursnes, João Neves e Chiquinho, o meio campo até estaria
razoavelmente bem preenchido, necessitando talvez apenas de um gorila (Al
Musrati?) - coisa que o turco manifestamente não é.
JULHO
Aí, falta claramente uma alternativa a Bah
(tanto João Victor como, sobretudo, João Neves, rendem muito mais nas suas
posições, e nenhum me convenceu como lateral), enquanto no lado esquerdo
Jurasek ainda não mostrou as credenciais - aliás, se fosse eu a fazer o onze,
neste momento preferia Ristic (que defensivamente, diga-se, também deixa muito
a desejar)
As alternativas (no meio-campo) são muitas, mas o que me parece é que apenas há um Florentino. Kokcu ainda não mostrou praticamente nada face ao preço que custou. Neste momento, o melhor é mesmo João Neves. Tino-Neves seria a minha dupla nesta altura. Quanto a Tengstedt, confesso que ainda não vi nada que tivesse justificado a contratação (e a ideia já vem de há vários meses). Nem talento, nem capacidade física, nem eficácia.
Jurasek e Kokcu terão de mostrar muito mais. Se isto dá para ganhar ao
FC Porto? Ao do ano passado, até pelas características tácticas de ambas as
equipas,, temo que não.
Além de algumas coisas que esta equipa tem a
menos (lá está: músculo, altura, agressividade, rigor...), agora parece-me ter
também outras ...a mais.
À parte Jurasek - que ainda não mostrou
absolutamente nada, mas cuja posição era imprescindível reforçar - os outros
reforços estão a parecer-me, além de (muito) caros, também inúteis ou até mesmo
inconvenientes. Di Maria e Kokçu provavelmente vão colocar David Neres e João
Neves no banco, por uma mera questão de estatuto. Em termos de rendimento, e
pelo que vi até agora, não justificam a entrada no onze. Veremos, ao longo da
época, se justificam o avultadíssimo investimento.
Florentino continua a ser apenas um, e
tem ido para o banco.
Que eu esteja enganado. Que sejam as
obsessões de Roger Schmidt a vingar.
Também ainda não gostei de Jurasek, nem de..
Kokcu. Só entre eles estão 40M, e até agora, salvo a assistência do turco na
Supertaça, pode dizer-se que a equipa passava muito bem sem eles.
As opções de Schmidt, cuja teimosia e
personalidade cada vez me irritam mais
A Vlachodimos bastou uma exibição negativa para
merecer estúpidos reparos publicos e perder logo o lugar para um jovem da
equipa B (para mais, com o ucraniano de 10M no banco).
quanto a Ristic, também ainda não entendi a
resistência em utilizá-lo, quando me parece o menos mau lateral do Benfica
Florentino também não tem suplente no plantel,
mas nem assim joga de início. Nem assim se acautelou a posição seis no mercado
Quanto a Arthur Cabral, vamos ver
quantos golos marca.
Enfim, mais coisa haveria para dizer
sobre tudo isto. O resultado, hoje, foi uma vitória de aflitos contra um
adversário de segunda divisão, com o risco, que chegou a ser real, de ficar já
a cinco ou seis pontos da liderança.
Veremos os próximos capítulos. Mas há muita coisa a rever. A Supertaça disfarçou erros e insuficiências, que começam na abordagem ao mercado, e continuam na teimosia de um treinador demasiado obstinado para o meu gosto, e no receio que tenho de ver comprometer tudo o que se alcançou na época passada em termos de coesão de grupo e consequente dinâmica de vitória. Oxalá o tempo desminta o meu pessimismo. Para já, não estou a gostar muito. E duvido da renovação do titulo - que só acontecerá por eventual inépcia dos rivais.
Não contratava Trubin por 10 milhões. O Benfica precisava de um suplente para Vlachodimos, e não de um guarda-redes tão caro que, até agora, mesmo sem ter jogado, mesmo sem qualquer culpa, parece ter já causado problemas. Os guarda-redes de Arouca, Famalicão ou Gil Vicente eram boas opções para servir de "Heltons Leites", dando espaço e tempo a Samuel Soares para amadurecer. Odysseas não é Courtois, como Rafa não é Mbappé. Infelizmente, o Benfica só pode ter jogadores de nível mundial, ou no início das carreiras (antes de explodirem), ou no fim (como é agora o caso de Di Maria). O grego pagou sempre o preço de ter sucedido a Ederson e Oblak que, esses sim, foram a excepção. Além de que o grau de exigência que alguns adeptos e analistas hoje em dia colocam nos guarda-redes raia o absurdo. Fossem Costa Pereira, José Henrique ou Bento (como Damas ou Vítor Baía, como Yachine Maier ou Zoff)) avaliados pelos mesmos critérios, e nenhum passava da mediocridade.
Um guarda-redes, no campeonato
português, numa equipa grande, nem sequer é assim tão importante. Até com Bruno
Varela o Benfica ia sendo campeão, como aliás foi com Quim. No Sporting já vi
Adán fazer exibições miseráveis, e quanto ao tão idolatrado Diogo Costa, basta
recordar o Mundial, onde enterrou a selecção portuguesa (algo que, diga-se, tem
sido silenciado como se não tivesse realmente acontecido). Para o Benfica ser
campeão e fazer uma boa Champions, Vlachodimos é mais do que suficiente. Temo
que já tenha sido queimado - a começar pelo próprio treinador.
Tinha mantido Gilberto no plantel. O
titular é Bah, e Gilberto era o suplente perfeito, tratando-se de um jogador
aguerrido, comprometido, identificado com o clube e com o país. Um campeão. Não
sei se se encontrará muito melhor para o banco, e sem gastar mais dinheiro.
Jamais gastaria 25 milhões em Kokçu. Parece bom
jogador, mas não era, de todo, aquilo que o Benfica, a meu ver, precisava para
o meio-campo. O verdadeiro substituto de Enzo Fernandez emergiu na fase final
da época passada, e chama-se João Neves. A alternativa era Chiquinho, que
também cumpriu aquando da sua comissão de serviço. A posição estava mais do que
acautelada, e o turco acaba por ser, pelo menos por enquanto, mais problema do
que solução. O salário (bem como as respectivas consequências no balneário),
prefiro nem saber
Contratava, sim, um trinco para competir com
Florentino pela posição "seis". De preferência um "gorila",
forte, alto e agressivo. Em jogos grandes, e na Champions, o Benfica vai
precisar de músculo. E este plantel carece bastante de altura e de largura.
Schjelderup, até ver, não tem nada a mais do
que jovens que o Benfica tem emprestado ou mesmo dispensado. A diferença é que
custou muito dinheiro. Aliás, ele e Tengstedt, terão sido precipitações do
último mercado de Inverno - que é um mercado particularmente propício a enfiar
barretes. Apostava em Tiago Gouveia, e.. confesso que não sei o que se passa
com Henrique Araújo (em quem, há pouco mais de um ano atrás, depositava
infinita confiança).
resta-me acreditar que Arthur Cabral
(suplente da Fiorentina) seja, no mínimo, melhor que Musa. Se assim for, já
fico consolado.
Enfim, estão aqui descritas algumas das razões pelas quais não estou particularmente optimista.
vejo muita coisa com potencial para correr mal. Obviamente que seguirei atentamente todas estas situações ao longo da temporada. Se pelo menos em metade delas tiver de dar o braço a torcer, já ficarei bastante feliz. Fazer o Totobola à segunda-feira é fácil. Estou a fazê-lo antes, tal como o teve de fazer a estrutura da SAD benfiquista. Há muita coisa que não domino (personalidades dos jogadores, relacionamentos entre eles, relações com empresários, etc), mas por norma gosto de seguir a velha máxima segundo a qual "em equipa que ganha, não se mexe". Ora parece-me que neste Benfica, que foi campeão há três meses, e fez uma belíssima carreira europeia, ter-se-á já mexido porventura demasiado.
continuo a não entender os critérios de escolha
dos onzes, nem das substituições. Como disse atrás, só quero que o Benfica
ganhe. E não tenho sombra de dúvidas de que Roger Schmidt percebe infinitamente
mais de futebol do que eu. Desejo, ardentemente que tudo isto tenha uma lógica,
e que no fim seja ele a ter razão. Entretanto vou dizendo e escrevendo o que
penso, que é para isto que serve um blogue. Por vezes também para desabafar,
mesmo correndo riscos de cair em exageros ou mesmo divagações, mas sempre de
acordo com o que a cada momento vou sentindo. Nada me move contra o treinador
benfiquista (pelo contrário, já lhe devemos um campeonato e uma supertaça), até
parece simpático, é inteligente e educado. Por vezes não o entendo, e, com
quase cinquenta anos que levo a ver futebol, tenho algum receio que isso seja
um sinal de perigo.
Será normal um treinador que se sagrou
campeão nacional logo na primeira época em Portugal, atingiu os
Quartos-de-Final da Liga dos Campeões depois de uma carreira com momentos notáveis,
e ainda adicionou uma Supertaça logo a abrir a nova temporada, ser tão
questionado como tem sido Roger Schmidt nas últimas semanas? A resposta óbvia
é: não! Mas permanece uma pergunta: então porque motivo é isso mesmo que está a
acontecer?
Há que puxar o filme atrás.
De facto, o Benfica fez uma primeira metade da temporada 2022-23 esplendorosa.
Apurou-se brilhantemente no 1º lugar de um grupo da Champions onde estavam PSG
e Juventus, venceu praticamente todos os jogos do Campeonato (apenas um empate,
em Guimarães), e cavou desde logo uma distância considerável para os principais
rivais que, por contraponto, entraram mal na temporada, escorregando
sucessivamente em terrenos inesperados. À 7ª jornada o Benfica já tinha 5
pontos de vantagem para o FC Porto e 11 para o Sporting. À 11ª, levava 8 para
os portistas e 12 para os rivais lisboetas. Como se sabe, isso veio a
revelar-se determinante.
Se, por outro lado, isolarmos o que se passou desde a pausa para o Mundial do
Catar, verificamos que o Benfica, daí em diante, perdeu 13 pontos, o Sporting
14, o Braga 11, e o FC Porto apenas 7. Não se superiorizou a nenhum deles no
confronto directo. Com isso, colocou em risco um Campeonato em que chegou a
ter, virtualmente, 13 pontos de vantagem (a meio da primeira parte do
"clássico" da Luz, onde, diga-se, acabou por ser claramente manietado
pela equipa de Sérgio Conceição, como o foi em alguns momentos dos dois
"dérbis" lisboetas, nenhum deles ganho, em nenhum deles tendo estado,
um minuto sequer, em vantagem). Não fosse uma surpreendente vitória do Gil
Vicente no Estádio do Dragão, e não se sabe (mas calcula-se) o que teria
acontecido. E seria catastrófico. Ainda no plano nacional, os encarnados foram
eliminados da Taça da Liga por uma equipa que então militava no segundo escalão
(Moreirense), e da Taça de Portugal pelo SC Braga. Os dragões venceram ambas as
competições.
No plano internacional, depois de uma fase de grupos impressionante, o Benfica
beneficiou de um sorteio extremamente simpático, que lhe pôs por diante um Club
Brugge mergulhado numa crise gravíssima. Passou facilmente, mas caiu de
seguida, dando menos luta ao Inter de Milão do que havia dado o FC Porto na
ronda anterior.
Ou seja, desde o Mundial
(Novembro/Dezembro de 2022), e, coincidentemente ou não, desde a saída de Enzo
Fernandez, e porventura desde o memento em que a equipa deixou de ser capaz de
surpreender, não se pode dizer que o Benfica tenha sido brilhante, e muito
menos que se tenha superiorizado a um FC Porto com muito menores recursos. E já
então se falava da teimosia de Roger Schmidt em insistir no mesmo onze, em
desgastar, por vezes de forma desnecessária e incompreensível, alguns jogadores
nucleares (não dando oportunidades a outros), e em fazer substituições que só
ele parecia entender. Como tudo fica bem quando acaba bem, e o Benfica foi
campeão, Schmidt pôde passar umas férias descansadas.
Não terá sido a derrota do Bessa a mudar
a perspectiva dos adeptos. Na verdade, essa derrota (com traves, postes, erros
individuais de jogadores e árbitros) teve uma componente de infelicidade
enorme, bastando dizer que aos 89 minutos o Benfica vencia por 1-2, tendo
chegado à vantagem já em inferioridade numérica. E, há que o dizer (e eu
disse-o), Vlachodimos não esteve bem nessa partida, realizando a sua pior
exibição pelos encarnados.
É precisamente o guarda-redes grego, ou
melhor, o modo como Schmidt lidou com o assunto (na praça pública e de uma
forma totalmente inusitada numa pessoa inteligente e sempre ponderada nas
declarações que faz), que trouxe inquietação ao universo benfiquista, e mais
reticências na sua (nossa) identificação com o técnico germânico.
Terá sido uma espécie de gota de água
num processo que, como referi, já vinha da fase final da temporada anterior, e
que passou também por uma gestão do plantel e dos reforços (a acreditar que as
opções foram suas) no mínimo duvidosa, de onde ressalta a insistência num
caríssimo Kokçu que não era prioritário, e na renovação de um Otamendi veterano
e decadente, a escolha dos duvidosos (e também caros) Jurasek e Arthur Cabral,
as dispensas dos razoáveis, mas seguros, Gilberto e agora Ristic, e uma
composição de onze que sacrifica desnecessariamente Aursnes (um dos pilares do
último campeonato...no meio-campo), deixa de fora sistematicamente Neres,
também Morato (e sempre Musa), e, por fim, sacrilégio dos sacrilégios, neste
último jogo, o jovem João Neves - que salvou o campeonato passado com um
punhado de extraordinárias exibições num momento de grande pressão e em que uma
equipa manifestamente extenuada precisava da sua energia como de pão para a
boca.
Não defendo, de forma alguma, o
despedimento de Roger Schmidt. Acho que só um louco o faria neste momento. Tive
dúvidas, isso sim, numa renovação porventura precipitada e que, até ver, não
acrescentou nada ao Benfica a não ser uma folha salarial mais generosa. Já foi
feita, feita está.
Entendo, porém, que a crítica é livre, e
até saudável. Quando os adeptos não puderem criticar as opções dos treinadores,
o futebol terá morrido.
Nesse sentido, tenho sido uma das vozes
que se junta à daqueles que, ao contrário do que seria de supor após um ano
vitorioso seguido de um investimento avultado, não olham com grande entusiasmo
para a nova época. E não o fazem, eu pelo menos não o faço, exclusivamente por
receio e desconfiança no caminho que está a ser seguido por Schmidt - que, é
preciso lembrar, nunca tinha treinado em países latinos, e também, diga-se, aos
56 anos nunca tinha vencido grande coisa. Temo que o balneário esteja a ser
minado por opções duvidosas, por simpatias (Otamendi, Di Maria, João Mário,
Kokçu) e antipatias (Ody, Gilberto, Morato, Ristic, Florentino, Neres,
Musa...), por diferenças salarias substantivas e não sustentadas no rendimento
desportivo, e por um técnico de perfil obstinado, pouco focado nos adversários
e na forma de os bloquear (ou desbloquear), e que vive muito à custa de uma
excelente preparação física do plantel (aí tiro-lhe o meu chapéu). Além de que
(isso acontece com todos os treinadores, eu diria mais, com todas as lideranças),
o tempo vai causando desgaste: um dia zanga-se com um, na semana seguinte com
outro, e se as coisas não são muito bem acauteladas, se não há uma preocupação
séria com isso (não estamos na Holanda, e muito menos na China), é fácil perder
o controlo total do grupo. Isto não é apenas no futebol, a aí já sei bem
daquilo que falo.
O que mais desejo é estar enganado. É concluir, em Maio de 2024 (preferencialmente vivo e de boa saúde), que mesmo após quase 50 anos a ver futebol, não percebo nada disto. E que Roger Schmidt é, afinal tão bom treinador como parecia em Novembro de 2022, que o Arthur Cabral é um craque, que o balneário (depois de tantas torturas) ficou coeso e solidário, e, sobretudo, que o Benfica é campeão.
Publicada por LF à(s) 19.4.24 1 comentários
NÃO HÁ SÓ UM CULPADO
Publicada por LF à(s) 19.4.24 21 comentários
O DIA D
Ou os encarnados conseguem voltar a uma semifinal europeia - algo que nenhuma equipa portuguesa alcançou na última década -, e proporcionam uma enorme alegria a todos os seus adeptos, salvando desde logo a temporada 2023-24; Ou, pelo contrário, deixam a nação benfiquista mergulhada na depressão, abrindo uma crise desportiva (em cujo roteiro entrarão outros jogos, outras competições e outros resultados) da qual Roger Schmidt dificilmente sairá ileso.
Este é pois um momento dramaticamente definidor. Como olharemos para esta equipa amanhã? Espero, naturalmente, que a vejamos com glória, e os seus intérpretes, em campo e no banco, como heróis.
Não é preciso grande exibição. 0-0 basta. Mas o pior que o Benfica poderá fazer é agarrar-se a esse resultado. Até porque, face a este adversário me parece mais fácil marcar do que não sofrer.
Publicada por LF à(s) 18.4.24 2 comentários
DIGNO DE REGISTO
Publicada por LF à(s) 17.4.24 3 comentários
ONZE HOMENS DE CORAGEM
Publicada por LF à(s) 17.4.24 0 comentários
NÃO É A SALVAÇÃO DA ÉPOCA. É A PRÓPRIA ÉPOCA.
Publicada por LF à(s) 17.4.24 0 comentários
NEM QUE SEJA COM A MÃO
Num tempo em que não havia telemóveis, e tendo chegado tarde a casa, só na manhã seguinte soube que Vata tinha marcado com a mão. Não me importei. E agora ainda menos. Fica pelos roubos monumentais de que o Benfica foi vítima na Europa do futebol: a final de Turim, os quartos-de-final com Barcelona, Chelsea, Bayern e Inter, etc, etc.
Publicada por LF à(s) 17.4.24 0 comentários
O PALCO DE TODOS OS SONHOS
É este o local onde o Benfica vai jogar toda a sua temporada.
A Supertaça está distante e é curta. A Champions não foi feliz. A Taça da Liga escapou nos penáltis. A Taça de Portugal foi levada pelas arbitragens. O Campeonato é uma quimera.
Resta a Liga Europa, e ainda é muito. Aliás, neste momento é tudo.
Não é preciso lembrar o que o Benfica não vence uma competição internacional há mais de 60 anos. E que nunca ganhou a Taça UEFA/Liga Europa, apesar de ter disputado três finais. A grande maioria dos benfiquistas (onde me incluo) nunca viu a sua equipa erguer uma taça europeia.
Publicada por LF à(s) 16.4.24 3 comentários
É ISTO
Publicada por LF à(s) 15.4.24 5 comentários
NO POUPAR É QUE ESTÁ O GANHO
O título está perdido. O 2º lugar está assegurado. Não há muito mais a fazer neste campeonato do que terminá-lo com dignidade.
Pelo contrário, na Liga Europa o Benfica terá, na próxima quinta-feira, em Marselha, aquele que desde já considero "O Jogo do Ano". É na frente externa que os encarnados terão de apostar todas as suas fichas.
Claro que ganhar sabe sempre bem. E frente ao Moreirense, a equipa encarnada não só ganhou, como fê-lo com total justiça, e a espaços, até com algum estilo.
Gostei, por exemplo, do golo de Rollheiser. Como também gostei de Tiago Gouveia - embora deva aprimorar o passe, em vez de se lançar constantemente em dribles sobre tudo e todos, por vezes mesmo sobre ele próprio. Carreras também não esteve mal.
Publicada por LF à(s) 15.4.24 1 comentários
ONZE PARA DOMINGO
Publicada por LF à(s) 12.4.24 2 comentários
CONFESSO QUE CHOREI
Publicada por LF à(s) 12.4.24 0 comentários
ERIKSSON MERECIA MAIS
Publicada por LF à(s) 12.4.24 1 comentários
ONZE PARA A EUROPA
Publicada por LF à(s) 11.4.24 1 comentários
MOURINHO OU TALVEZ NÃO
A sua trajectória nos últimos anos afasta-o dos principais colossos do futebol europeu (os treinadores esgotam-se), e não é de estranhar que pondere voltar a Portugal, voltar a viver em Setúbal, fazer tranquilamente o que gosta - mesmo com um salário distante daqueles que já auferiu noutros tempos - e preparar o final de carreira com que sempre sonhou, no cargo de seleccionador nacional (por agora ocupado).
Resta saber o que pensa Rui Costa sobre a hipótese, partindo do pressuposto que Roger Schmidt não chega à final da Liga Europa, e, através dela, não consegue recuperar o afecto do universo benfiquista.
Comecemos por aqui: o Benfica discute com o Marselha a passagem às meias-finais da segunda prova continental, e enquanto esse sonho permanecer vivo, é totalmente despropositado que o clube (não, obviamente, os adeptos) deixe passar considerações sobre a eventual substituição de um treinador que tem contrato por mais duas épocas - renovação que, também é preciso dizer,, se está a revelar uma precipitação, não porque Roger Schmidt não possa, de todo, continuar, mas porque era preferível que o clube tivesse agora maior liberdade para tomar decisões sobre a matéria. Seja como for, enquanto houver Liga Europa, há Roger Schmidt. Depois, logo se vê.
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FOCO NA EUROPA
Publicada por LF à(s) 7.4.24 19 comentários
EM EQUIPA QUE ABAFA NÃO SE MEXE
Quanto ao ponta-de-lança, nenhuma das hipóteses é boa - tampouco jogar sem ele, pois limita a importância de Rafa (o que já ficou demonstrado em todas as tentativas de o fazer). Tendo mesmo de colocar um, Tengstedt é claramente o que dá mais à equipa em termos colectivos, movimentando-se bem, pressionado e abrindo espaços para os restantes avançados, nomeadamente Di Maria, Neres e o próprio Rafa.
Não tem golo? Enfim, já deu vitórias sobre Sporting e Braga. E se olharmos às estatísticas anteriores à chegada à Luz, é dele a média de golos mais alta, face a Cabral e a Leonardo. Dentro do que existe no plantel (e que é, de facto, confrangedor, sobretudo levando em conta os 48 milhões consumidos só nesta posição), o nórdico é um mal menor.
Publicada por LF à(s) 5.4.24 4 comentários