CRÓNICA DE UMA DERROTA ANUNCIADA

Quem olhar para o onze que propus antes da partida de Munique, verificará que estavam lá os principais titulares do Benfica.
Confesso que na altura não ponderei a questão dos cartões amarelos. Se o tivesse feito, e pensado melhor (não tenho essa obrigação), talvez seguisse a opção de Jorge Jesus – que, além do mais, tem dados sobre os atletas e a sua condição física de que mais ninguém dispõe.
O que me parece, acima de tudo, é que responsabilizar o treinador do Benfica por uma derrota mais ou menos anunciada, contra a melhor equipa do mundo, não faz qualquer sentido. Aliás, se jogassem todos, perdessem à mesma (como, estou certo, aconteceria), e se apresentassem de rastos diante do Sp.Braga, Jesus seria crucificado duplamente. Assim, pode ser que no domingo se salve.
O Benfica fez em Munique aquilo que podia. E quem entrou na equipa não esteve melhor nem pior do que os que já lá estavam. Durante a primeira parte o principal problema até foi no lado esquerdo da defesa, onde actuava o titularíssimo Grimaldo – que deve ter ficado com tonturas depois das repetidas chicuelinas de Kingsley Coman.
Ao intervalo ainda havia alguma esperança de uma noite épica. O golo de Morato e a defesa de Odysseas ao penálti de Lewandowski (e, já agora, o empate que se registava em Kiev) acrescentavam ânimo à jornada europeia. Não esquecendo que o Benfica até marcara primeiro, num lance cuja alegada irregularidade não me convence.
O 3-1 e o 4-1, alcançados em poucos minutos, deitaram abaixo qualquer veleidade do Benfica. Quando Darwin reduziu ainda se pensou numa derrota honrosa (4-2 ou até 4-3), mas a goleada era mesmo inevitável.
Pior do que o resultado do Alianz Arena foi a vitória do Barcelona em Kiev. Sem ela, o Benfica poderia perder em Camp Nou e manter fortes hipóteses de se qualificar (bastaria vencer depois o Dínamo, e esperar que o Bayern cumprisse, em casa, diante do Barça). Assim as coisas ficaram bastante difíceis, mas não mais difíceis do que se supunha aquando do sorteio.
Em termos individuais terei de destacar obviamente Vlachodimos (que mesmo sofrendo 5 golos foi o melhor do Benfica), mas também João Mário (se descontarmos aquela perda de bola a meio-campo). Os entrados Morato (que até marcou), Meité (naturalmente sem ritmo, mas longe de ser aquilo que pintam dele), Everton (excelente entrada, depois apagou-se) e Pizzi (também sem ritmo, mas com uma boa primeira parte) não comprometeram.
Sei que é mais fácil criticar quem vem de fora, mas acho curioso que toda a gente massacre Meité (que, não sendo um craque, até tem algumas qualidades) e poupe Gonçalo Ramos (que na equipa A tem sido uma nulidade completa). Sobre Pizzi nem vale a pena falar (marcou 61 golos nos últimos três anos, e continua a ser patinho feio). Enfim, mais vale cair em graça do que ser engraçado.

1 comentário:

joão carlos disse...

eu não critiquei nem vou criticar as poupanças o problema foi a estratégia.

se já sabíamos que não íamos jogar o jogo pelo jogo, muito menos na alemanha e muito menos sem alguns do titular porque não reforçamos o meio campo com gedson, que até tinha experiência de ali jogar e ter feiro um bom jogo.

quer dizer contra equipa que se fecham muito e atrás jogamos só com jogadores bons no contra ataque e no ataque à profundidade.
depois contra equipas, como estas, que dão espaço entre a defesa e o guarda redes, e que podemos explorar o contra ataque jogamos com pizzi e com o everton que são jogadores associativos e não de contra ataque nem a velocidade é o seu forte.

realmente é de génio.

por exemplo o nemanja tinha sido uma excelente aposta como extremos, em vez de andar a ser queimado como defesa direito.

o problema do pizzi não é o que já deu é o que pode dar hoje é que se for por gratidão então vamos buscar o simões ou o humberto.
pizzi neste jogo foi o mesmo que o everton foram quinze minutos depois nem atacou muito menos defendeu, mas como disse a culpa neste jogo nem é dele, mas de quem achou que um jogador com as características dele, ainda mais hoje em dia, era uma boa opção.