MODALIDADES, UM OLHAR
Atente-se ao quadro que representa o ponto de situação das principais modalidades colectivas em 2017-18. De notar que o campeonato de Hóquei em Patins será disputado entre Sporting e FC Porto, o de Basquetebol entre Benfica, FC Porto e Oliveirense, e o de Futsal entre Benfica e Sporting. Junta-se o Futebol para dar o enquadramento necessário.
Veja-se também o palmarés do Benfica, nas várias modalidades, nos dez anos precedentes:
De facto, para quem estava tão habituado a ganhar tudo ou quase tudo, a corrente época deixa um travo amargo na boca - sobretudo pela forma como foram perdidos dois campeonatos (Hóquei em casa, e Vólei depois de estar a uma bola do título, aos quais poderia acrescentar-se uma Taça de Basquetebol desperdiçada diante do modesto Illiabum). Mas ainda assim o Benfica já leva troféus em todas as modalidades, podendo ainda vencer mais alguns.
Para a época que se avizinha, haverá que ponderar melhor a distribuição de investimentos pelas várias equipas - nomeadamente quanto à contratação de atletas estrangeiros (Andebol, Vólei e Basquete precisam de substituir quase todos eles). Veremos o que resulta do caso "Cashball", mas haverá que encontrar formas de combater os gastos megalómanos do vizinho da Segunda Circular, sem ir atrás, mas também sem ficar para trás. E nesse sentido, uma aposta demasiado optimista na formação pode revelar-se perigosa, correndo-se o risco de formar para depois ver partir os melhores rumo ao rival e seus salários milionários.
Assim parece-me de fazer o seguinte:
HÓQUEI - O plantel está praticamente formado, com a saídas de Trabal, Tiago Rafael e João Rodrigues, e as entradas de Marco Barros, Xavi Cardoso e Lucas Ordoñez. A meu ver ficará mais fraco, e a manter-se a força da concorrência, duvido que, assim, o Benfica possa recuperar o título. Ainda tenho esperança na contratação de mais um defesa, havendo naturalmente que recorrer ao mercado espanhol. Pedro Nunes já ganhou tudo, e merece ficar. Não esquecer que esta é uma modalidade que está sempre mais perto de conquistas internacionais, mas também onde o mercado de contratações é bastante limitado.
BASQUETE - A ver vamos o que resulta da meia-final com o FC Porto, mas saída de Antoine Robinson revelou-se dramática para a competitividade da equipa encarnada. Pitts e Todic estão longe de convencer, e Carlos Morais ganha dinheiro demais para aquilo que rende. Há que promover uma considerável renovação da equipa, que deveria passar também pelo comando técnico (outra enorme desilusão). E, sobretudo, ter mais critério na escolha dos estrangeiros.
FUTSAL - É cedo para qualquer análise, pois o verdadeiro tira-teimas será a previsível final com o Sporting. Devo dizer que estranhei um investimento tão grande quando o Benfica tinha ficado fora da Uefa Cup (logo no ano em que havia acesso para dois...). Estão por provar algumas das apostas, mas é indiscutível que a equipa está melhor do que na temporada anterior, não se sabendo se o suficiente para ultrapassar o megalómano rival. Quanto ao treinador, terá neste Play-off a sua oportunidade de mostrar o que efectivamente vale.
ANDEBOL - Terá sido a equipa que cresceu mais, alcançando um brioso segundo lugar no Campeonato, e uma surpreendente vitória na Taça. Tem aquele que é, provavelmente, o melhor treinador de todas as equipas do Benfica, mas é difícil destronar o plantel mais caro da história do Andebol português (o do Sporting), bem como os apoios subterrâneos que teve. Há que renovar os estrangeiros da equipa, que esta temporada estiveram longe de ser uma mais valia.
VOLEI - Perdeu o Campeonato ingloriamente, quando, já na negra, em Alvalade, esteve a uma bola da vitória e do título. Foi pena que alguns dos estrangeiros contratados não tenham provado grande qualidade, mas ainda assim a equipa bateu-se bem, e acabou por ficar com a Taça de Portugal. Já se sabe que haverá novo treinador. Espera-se que ganhe tanto como ganhou José Jardim. Para isso haverá que ter melhor critério na escolha dos estrangeiros.
8 comentários:
No volei perdemos por um ponto (dois pontos ajuizados ao contrário na negra) porque o árbitro estava comprado. Digo-o sem hesitar e sem qualquer dúvida!
"Comprados mas sem dar nas vistas", como eles costumam dizer.
Como estiveram comprados no andebol. Excepto na final da Taça.
Não faz um post a defender das calúnias o vosso camarada e amigo César Boaventura? Esse guardião da verdade desportiva.
Discordo completamente em relação ao hóquei em patins. Pedro Nunes não tem condições para continuar. A mim parece-me-me que ele deixou de ter o balneário do seu lado após o boicote à final da Taça de Portugal. A defender a equipa é um zero e quando corre atrás do prejuízo, joga de forma descontrolada no ataque, joga mais com o coração do que com a cabeça. Paulo Freitas deu-lhe uma Masterclass no último sábado.
Além disso, ele não confia nos nossos jogadores mais jovens: Miguel Rocha e Vieirinha são jogadores com muito potencial, mas não têm jogado muito e raramente são opção nos jogos grandes, submetendo assim jogadores como o Nicolía a maior desgaste. E se o Xavi Cardoso vier acontecerá o mesmo com ele...
No basquetebol, José Ricardo foi uma grande desilusão. Tinha muito boas impressões dele após o seu trabalho no BC Barcelos e na UD Oliveirense. E dá para ver que ele percebe muito de basquetebol, só que não tem as capacidades mentais necessárias para a dimensão e a realidade do Benfica. É muito instável emocionalmente e não sabe impor respeito ao balneário, como fica mostrado pela época muito apagada do Carlos Morais.
Quanto ao recrutamento de estrangeiros, creio que devíamos seguir uma política semelhante a clubes como o Bakken Bears (Dinamarca), o Donar Groningen (Holanda) ou o Lukoil Academic (Bulgária). São clubes que dominam os seus respectivos campeonatos em países que, tal como Portugal, têm pouca expressão na modalidade. No entanto, são clubes que fazem melhores prestações que o Benfica nas competições europeias, costumando algumas vezes passar a segunda Fase de Grupos da FIBA Europe Cup.
No voleibol, temos apostado sobretudo no mercado da Europa de Leste e essa aposta não tem sido muito feliz.
Com a chegada do Marcelo Matz, espero que façam algo que já tenho defendido há algum tempo, que é uma aposta mais vincada no mercado latino-americano, que tem dado frutos em Portugal (O Sp Espinho tem quatro jogadores venezuelanos). Principalmente na Superliga Brasileira.
No futsal, ainda é cedo para falar, mas caso não sejamos campeões, será a primeira vez na curta história da modalidade que ficamos três épocas consecutivas sem ganhar o campeonato. E nesta época temos finalmente um plantel ao nível do do Sporting. Os reforços têm dado boa conta de si. A meu ver, o que falta é talvez um pivot mais fixo na área, que finalize, segure a posse de bola e dê profundidade à equipa, e um ala com maior capacidade física, que possa fazer uma pressão alta e imponente sobre o portador da bola na tentativa de a recuperar ainda em zonas altas do terreno de jogo.
Mas digo, se não formos campeões este ano, será o fim da linha para Joel Rocha. E mesmo que sejamos campeões, não sei se Joel Rocha será suficiente para um Sporting com Ricardinho e Ortiz.
No andebol, o Stefan Terzic e o Arthur Patrianova tinham tudo para serem os melhores jogadores a actuar em Portugal, mas não conseguem quebrar a mala-pata com as lesões. Alês Silva também está longe de fazer a diferença para um atleta extra-comunitário.
Na minha opinião, a política deveria passar pelo recrutamento de jovens atletas oriundos de países onde há qualidade no andebol, mas cujos campeonatos são tão ou mais modestos que o nosso, ou seja, países como a Sérvia, Roménia, Ucrânia, Bielorússia, entre outros, ond há muitos jovens promissores que podem ver no Benfica (que compete na Taça EHF) uma oportunidade para crescerem e se promoverem na modalidade e melhorarem a sua qualidade de vida
se houver vergonha o titulo de andebol sera atribuido ao Benfica.
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