DESTE MUNDO E DO OUTRO

1. Eusébio merecia. O Benfica, e os benfiquistas, estiveram à altura da ocasião. Não terá sido uma partida excepcional sob o ponto de vista técnico, mas foi uma grande tarde de futebol, com estádio cheio, muito entusiasmo, emoção a rodos, bons golos, desportivismo dentro e fora do campo, e uma grande vitória do Glorioso. É justo dizer-se que também os adeptos do clube rival, na sua maioria, souberam comportar-se com dignidade, respeitando a memória do Rei, e contribuindo para a fantástica atmosfera que este jogo – devolvido ao horário nobre do futebol – proporcionou. A nossa vitória foi justíssima. Podia até ter sido mais ampla, dada a demonstração de superioridade que o conjunto encarnado foi capaz de exibir ao longo dos noventa minutos. Não enchendo o olho, o Benfica deixou claro que tem a melhor equipa do panorama nacional, sendo, nesta altura, o mais forte candidato ao título. Conquistámos apenas três pontos. Na tarde do próximo domingo estarão em jogo mais três. Faltam ainda quinze finais, e em cada uma delas será necessário repetir o empenho dentro do campo, e o apoio nas bancadas. Se tal acontecer, em Maio a festa será nossa. 2. Cristiano Ronaldo venceu a Bola de Ouro da FIFA pela segunda vez. Trata-se de um reconhecimento justo pelo seu desempenho ao longo do ano de 2013, em que foi efectivamente o melhor. As comparações com Eusébio são dispensáveis, pois não acrescentam nada a um ou a outro - ambos estrelas planetárias, cada qual a seu tempo. Bom seria, isso sim, que noutros sectores de actividade o nosso país mostrasse ao mundo tão eloquentes representantes. Eusébio no Benfica, Cristiano Ronaldo no Manchester United e no Real Madrid, ambos na Selecção Nacional, alcançaram um nível apenas ao alcance de um estrito lote de predestinados. Juntamente com Di Stefano, Pele, Maradona, Cruyff e Messi, fazem parte integrante da história do futebol. Oxalá o Mundial do Brasil consagre definitivamente Ronaldo, tal como o Mundial de Inglaterra consagrou Eusébio.

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