MAIS UM

Não é um jogador que me impressione, ou com quem eu alguma vez tenha simpatizado.




Tem capacidade técnica, mas parece-me demasiado macio para as exigências do clube da Luz. Fez uma carreira bastante irregular em Alvalade, alternando ocasionais momentos de esplendor, com uma letargia competitiva que o levou a sair pela porta dos fundos. Não creio que tenha lugar neste Benfica, e não era seguramente uma prioridade para o plantel. Coloco-o como quinta opção de ataque, atrás de todos os outros (Cardozo, Rodrigo, Saviola e Nélson Oliveira, por esta mesma ordem), e nas alas também não o vejo senão no banco (atrás de Gaitán, Bruno César, Nolito, e eventualmente, em plano de igualdade face a Enzo Perez).




Depois, há que o dizer, não tenho muita predilecção por "estrelas" que se passeiam constantemente pelas revistas cor-de-rosa. Gosto mais de os ver no “Onze”, no “France Football” ou no “World Soccer”, e de saber mais coisas sobre golos, remates e títulos, do que acerca das namoradas ou amantes que coleccionam por aí (alguém sabe, a propósito, quem é a mulher do Maxi Pereira? ou do Pablo Aimar?), dos carros em que andam, das casas que compram, ou das jóias que usam.



Por fim, sendo eu um liberal nos costumes, penso todavia que numa equipa profissional de futebol, à semelhança do que acontece, por exemplo, num exército, há que cuidar um pouco das aparências. Não é muito importante, mas (será que estou a ficar velho?) preferia que os jogadores de futebol se evidenciassem, lá está, mais pelas suas actuações em campo, e menos pelos penteados, pelas tatuagens ou piercings com que por vezes se enfeitam – aspecto no qual, manifestamente, Yannick Djaló dá cartas.




Dito isto, devo dizer também que me perturbava um pouco, até sob o ponto de vista humano, a situação em que o atleta ficou, sem culpa alguma, depois de se ver rejeitado por Sporting e Nice, num processo ainda pouco claro.




Não sendo o Benfica a Santa Casa da Misericórdia, entendo que, se Jorge Jesus acredita no jogador (como parece ser o caso), lhe seja dada uma oportunidade, tendo em conta que chegará a custo zero, e provavelmente com um salário moderado. Além do mais é português, internacional A, e na pior das hipóteses sempre pode render um ou dois milhõezitos.




Falta dizer também que, uma vez na Luz, vê-lo-ei como mais um jogador do meu clube, a quem estarei disposto a dispensar todo o apoio, pelo menos enquanto não me convencer definitivamente que o não merece. Isto vale para todos, e ele não será excepção.



Espero que as bancadas da Luz tenham as mesmas intenções, e que não vejamos novos episódios das tristes sagas Derlei ou César Peixoto (é verdade que vinham do FC Porto, o que é ligeiramente diferente) que eram apupados ainda antes de entrarem em campo.

6 comentários:

Jotas disse...

Espero mais tarde engolir estas palavras, mas sinceramente, Yannick é um tipo de jogador que não aprecio e julgo que nada vem acrescentar ao Benfica, mas enfim, é nosso e agora é para apoiar e defender.

jfk disse...

Confio em JJ.

Espero que ensine o Djaló deixar de calçar as chuteiras no pé contrário.

Guttmanneano disse...

Parece-me que se trata de um erro de casting que custa tanto mais a compreender quando se percebe que não vem acrescentar nada à frente atacante da equipa, nem sequer para reforçar uma segunda linha. Noutros tempos este seria um jogador que poderia acrescentar soluções. Hoje não. Fica-se ainda mais perplexo com esta notícia porque parece que os dirigentes se enganaram no sector a reforçar. É a defesa que constitui nesta fase decisiva da época o sector menos protegido da equipa, sobretudo as soluções alternativas a Emerson e a qualquer um dos centrais que por qualquer razão não possam jogar. Pede-se arrojo e ambição e sobretudo visão num momento em que o Benfica pode, a um terço do fim do campeonato, alcançar uma distância de segurança para o F.C. Porto que lhe permita dedicar a energia necessária à prova europeia.

Anónimo disse...

Eu sempre achei Yannick um excelente jogador. Pode-se questionar a sua vida privada(coisa que não me interessa, é privada), mas tem tudo para render no nosso Benfica. Achei impressionante as vaias com que foi alvo em Alvalade. Se fosse estrangeiro nunca lhe teriam feito tal. Acho que o J.J. vai potenciar o seu (elevado) valor e vai-nos ser muito útil.

UM ABRAÇO´
António Rodrigues-Santarém

Anónimo disse...

A diferença é que s que vêm da Luz são ovacionados aqui no Dragão, e dão jogadores... Os que vão daqui para aí dão jogadeiros ahahaha

NunoFigo disse...

A contratação de Djaló não me agrada. Fosse eu o responsável pelo futebol do clube e não se realizaria.

Mas visto que está consumada, resta-nos aplaudir o jogador. Agora, é dos nossos!