NÃO HÁ PACIÊNCIA

Estou farto de Cristiano Ronaldo.

Não há noticiário televisivo, jornal, ou qualquer outro meio de informação que não encha o seu espaço com o novo jogador do Real Madrid, quase sempre para dizer...coisa nenhuma.

Creio que este sentimento se estende a quem, como eu, gosta verdadeiramente de futebol. Não o jogo jogado em Los Angeles, nos clubes nocturnos, nas estâncias de luxo, nas revistas cor-de-rosa, nos gabinetes de publicitários ou nas lojas de camisolas, mas sim o dos relvados, justamente aquele onde Ronaldo, quer queiramos quer não, já não é o melhor.

Sempre desconfiei muito do tipo de jogador em que o madeirense se está a tornar. Espero, para bem dele, da selecção nacional e do futebol português, que o futuro me venha a desmentir. Mas verdade seja dita, também não sei muito bem onde termina a exposição consciente e deliberada do jogador, e onde começa a fúria mediática em torno dele, promovida por uma comunicação social sanguinária, fútil e encarneirada, que se esmera na busca do pequeno apontamento, da reportagem superficial, do voyeurismo e do escândalo (desde logo nos números da transferência).

Hoje é a apresentação no Santiago Bernabéu. E depois, o que interessa isso?

Aos madridistas talvez interesse. A mim, enquanto adepto do futebol, mesmo português, pouco ou nada. Não há nesta "apresentação" desporto, competição, e se repararmos bem, nem mesmo espectáculo. Apenas marketing, puro e duro. Para mim, enquanto a bola não rola, desporto a sério por estes dias são o Tour de France e o Mundial de Hóquei...

Cristiano Ronaldo? Que se lixe!