A ORDEM NATURAL DAS COISAS

Os jogos dos três grandes, que este fim-de-semana tive oportunidade de observar cuidadosamente, foram um espelho fidedigno do que se tem passado ao longo da época, e reflectem na perfeição a realidade futebolística actual de cada uma das equipas.

O F.C.Porto venceu de forma categórica um jogo que era tido como dos mais difíceis na sua caminhada para o título, até porque o disputava em vésperas de confronto europeu, e tinha pela frente um adversário no seio do qual não dispunha de qualquer jogador emprestado ou pré-contratado – como tem sucedido, semana sim semana não, na complexa realidade que é o futebol português.
Após uma primeira parte equilibrada, a equipa portista deu, no segundo período, mostras de toda a sua força colectiva, da sua impressionante condição atlética – Luís Freitas Lobo chama-lhe “monstro físico” -, e da sua proverbial organização táctica. Ganhou com toda a naturalidade. Vai ser campeão com toda a certeza.

A força do F.C.Porto assenta, como se viu em Guimarães (e como já vira, ao vivo, na Luz), em três aspectos fundamentais, que ao fim e ao cabo se consubstanciam nos três pilares que edificam uma grande equipa de futebol: físico, táctico e técnico.
- Antes de mais, a equipa azul e branca demonstra uma condição física absolutamente fora do comum (até em termos internacionais), o que lhe permite manter um ritmo impressionante durante os noventa minutos, pressionar o adversário em todos os metros do campo, recuperar posições com simplicidade e eficácia, e partir para o ataque com uma ferocidade quase imparável. Se por um lado a preparação feita durante a semana é certamente competente e profissional (o que é estranho depois de ver o trabalho de José Gomes, há uns anos atrás, no Benfica), por outro - e talvez mais importante - o próprio perfil dos atletas que o F.C.Porto contrata aponta para homens de uma enorme disponibilidade atlética, sendo os casos de Rolando, Cissoko, Rodriguez e, sobretudo, Hulk bem elucidativos quanto a esse aspecto.
- Em segundo lugar, mantendo o mesmo treinador há três anos, a equipa portista apresenta uma organização táctica notável, com processos totalmente automatizados e uma elevada e constante concentração competitiva de todos os atletas, que praticamente não cometem erros.
Estes dois primeiros aspectos talvez expliquem porque motivo alguns jogadores tecnicamente dotados (Vieirinha, Hélder Barbosa, Bruno Gama, Pitbull etc) acabam, surpreendentemente ou não, por ser dispensados do plantel de Jesualdo Ferreira – de certo por demonstrarem dificuldades em garantir os níveis físicos, de concentração e regularidade necessários ao funcionamento da máquina global.
- Finalmente há que salientar as individualidades, e neste particular, embora Hulk seja, pela novidade, aquele que mais tem dado nas vistas, não deixarei de considerar Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez (embora este não tenha jogado em Guimarães) como os melhores jogadores do F.C.Porto. O primeiro pela forma como pensa todo o jogo da equipa, o segundo pelo temperamento que põe em campo, pela pressão que faz sobre a defesa adversária impedindo-a de sair a jogar, e pelos golos que marca - não esqueçamos que se trata de um dos artilheiros da Champions.
Comparando com o actual Benfica, se no terceiro aspecto – o das individualidades – ainda seria possível descobrir algum paralelismo, nos dois primeiros a diferença é gritante e assustadora, duvidando mesmo que a nova época possa trazer, desde logo, uma substancial alteração na correlação de forças.

O Sporting não mostra um retrato tão perfeito, mas em Matosinhos viu-se bem quais são os maiores méritos da equipa de Paulo Bento, e porque motivos ela se tem também superiorizado ao Benfica nos últimos anos de campeonato.
Se a condição atlética dos leões é muito menos “monstruosa” que a dos portistas, em termos de organização táctica a diferença não é assim tão grande. O losango do meio-campo é trabalhado há mais de três anos, os seus jogadores conhecem-se bem, e todos os automatismos daí resultantes dão à equipa de Paulo Bento uma consistência táctica muito semelhante à do F.C.Porto, e que não se vê, de todo, no Benfica.
Sobretudo nas transições defensivas – aspecto em que o losango revela as suas maiores virtudes – o Sporting é, à escala portuguesa, quase insuperável, mostrando-se uma equipa extremamente sólida quando tem que segurar resultados. Como se viu em Matosinhos, após o golo de Derlei, logo aos 13 minutos, os leões trancaram as portas ao jogo, não deixando sequer o adversário aproximar-se da sua área, e impedindo-o de construir qualquer lance de perigo. Quando se apanha em vantagem o Sporting tem uma facilidade impressionante em controlar os ritmos de jogo a seu bel-prazer, adormecendo o adversário e o público, mas garantindo as vitórias e os três pontos.
Ao contrário do Benfica, tanto no Sporting como no F.C.Porto todos os jogadores defendem e procuram conquistar a bola, sendo respectivamente Liedson e Lisandro os primeiros responsáveis por evitar que os adversários saiam a jogar desde a sua linha defensiva. A mobilidade de todos os avançados do Sporting aponta precisamente para um modelo em que são eles os primeiros a defender quando a equipa perde a bola. A cultura táctica dos médios (sobretudo João Moutinho), possibilita, por outro lado, um jogo de compensações que mantém a segurança total do seu meio-campo.
Sobretudo sem Vukcevic e Izmailov, o Sporting revela alguma dificuldade em partir para cima do adversário e força-lo a recuar, o que se torna preocupante quando se vê em situações de desvantagem no marcador. A equipa de Paulo Bento só por duas vezes virou resultados desfavoráveis – na Reboleira e no Restelo -, mas a verdade é que a sua consistência defensiva raramente possibilita essas desvantagens. O Sporting não sofre golos há quatro jornadas.

O Benfica é o terceiro classificado, e por alguma coisa não chega sequer ao segundo lugar, vai para quatro temporadas consecutivas.
Deixando de lado o que se passou nas épocas anteriores – cada uma com a sua história -, o Benfica de Quique Flores é uma equipa frágil sob o ponto de vista táctico e, sobretudo, no aspecto físico-atlético, o qual, num campeonato como o português, faz toda a diferença. Digamos mesmo, como ilustração caricatural, que com onze Maxis Pereiras em campo talvez os encarnados conseguissem melhores resultados, pois o uruguaio é o único (acompanhado apenas, intermitentemente, por Katsouranis), que revela voltagem, intensidade de jogo, agressividade competitiva e velocidade de processos ao nível daquilo que se vê na maioria dos jogadores do F.C.Porto, mesmo nos mais dotados tecnicamente.
Esta carência de ritmo reflecte-se no próprio modelo de jogo da equipa, condicionando-o e distorcendo-o. No Benfica, metade da equipa luta pela conquista da bola e a outra metade provoca acções ofensivas, raramente se vislumbrando uma actuação em bloco; grande parte dos jogadores permanecem estáticos até a bola chegar à sua zona de acção; não existe pressão sobre as primeiras linhas de construção adversárias, e mesmo a pressão mais baixa é débil e desorganizada; as coberturas demoram o tempo suficiente para permitir desequilíbrios; e sobretudo, a incapacidade de sair da pressão contrária é gritante. Se uma boa parte destes problemas pode ser corrigida com treino (estará a sê-lo devidamente?), a outra parte encontra raízes na própria morfologia genética do típico jogador do Benfica: um jogador macio, leve, atreito a lesões, pouco combativo, de que Pablo Aimar será, por ventura, o exemplo mais paradigmático. Aqui a capacidade de mudar as coisas foge ao âmbito do treinador e entra numa política de contratações muito virada para o talento artístico, e menos cuidada quanto às outras, e mais determinantes, virtudes.
Basta ter jogado o futebol de escola ou de rua para se perceber que a habilidade nada pode fazer perante uma substancial diferença de capacidade física. É claro que a nível profissional as diferenças nunca chegam a ser tão amplas, mas as que existem são suficientes para fazer campeões. São suficientes, por exemplo, para que o Benfica sinta muito maiores dificuldades para vencer os seus adversários do que o F.C.Porto, que para além da capacidade técnica dos seus jogadores, lhes atira ainda para cima todo o peso da sua “monstruosidade” atlética. Se a isto juntarmos algum adormecimento dos adversários por motivos que não são aqui chamados, temos uma força portista quase imbatível, e uma total impotência do Benfica para se lhe equiparar.
No dia 2 de Janeiro, ainda antes da derrota da Trofa e quando o Benfica comandava a classificação, escrevi no jornal do clube um artigo intitulado “Gladiadores ou Artesãos”, que procurava justamente alertar para que uma eventual abordagem ao mercado de Inverno (que não se chegou a concretizar) não deixasse de levar em linha de conta este aspecto.
Entre outras coisas dizia:
“(…) O que parece mais importante ter em conta, agora e no final da época – pois este é, e pretende-se que seja, um projecto para o futuro -, é um aspecto que no passado recente nem sempre terá sido devidamente acautelado, mas que faz campeões em Portugal e no estrangeiro. Enquanto para quem está sentado na bancada o futebol é apenas um espectáculo, dentro do relvado é, antes de mais, um desporto, onde os atletas mais fortes, mais rápidos, mais resistentes e corajosos quase sempre levam vantagem. Esta realidade torna-se particularmente evidente num campeonato como o português, disputado muitas vezes em campos pequenos, sobre maus relvados e diante de adversários ultra-defensivos, que fazem da combatividade – e mesmo da violência – as suas principais armas.
Um Benfica ganhador terá pois que se alicerçar num perfil de jogador com aquelas características, que muitas vezes na história do futebol se sobrepuseram ao talento puro dos predestinados. Só assim estará devidamente preparado para vencer as duras batalhas que semana a semana lhe são postas por diante, ultrapassando-as com a regularidade que distingue os campeões.”

Dois dias depois o Benfica foi derrotado pelo Trofense. Quatro meses depois está praticamente arredado da luta pelo título.

29 comentários:

Ricardo Campos disse...

a grande diferença entre o benfica e o porto é a seguinte.

os derigentes do FC Porto apenas querem ver o seu clube campeão e ganhar todas as principais provas nacionais e internacionais, os derigentes do benficasa não querem ganahr campeonatos, apenas querem acabar com FC PORTO.

Paulo Santos disse...

Não concordo com uma vírgula! E para ilustrar a minha posição deixo apensa uma questão:Onde colocas o Barcelona nesta tua análise?

Vitor Esteves disse...

"A ORDEM NATURAL DAS COISAS"
Tão natural como a apatia e constante desculpabilização que revelamos todas as semanas em relação ás equipas técnica e de futebol, para além da direcção. Todos os dias se perde um bocadinho do BENFICA GLORIOSO,não o que embandeira em arco com qualquer primeiro lugar temporário mas o que construiu um estádio pelas próprias mãos. Talvez nos faltem pedreiros por troca com alguns doutores que lá temos ....

Ricardo Campos disse...

LUIS FILIPE VIEIRA — O presidente do SL Benfica foi, como disse, o mentor principal de todo este embuste. Os objectivos eram desacreditar o mérito dos êxitos do FC Porto — cuja justiça é visível por qualquer um de boa-fé —, e dar ao próprio, na secretaria, as vitórias que se revelou incapaz de conquistar em campo, tentando levar à Europa, pela porta dos fundos e em prejuízo do Porto, a indigente equipe de futebol do Benfica que por aí se exibe à vista de todos (domingo, na Reboleira, não fosse mais uma arbitragem amiga a atrapalhar as contas do dr. Cervan, e lá teriam ficado, muito merecidamente, mais dois ou três pontitos...). Para tal, nem hesitou em lançar mão daquela que, em pleno Estádio da Luz e para vergonha dos portistas, o tinha ido insultar e a quem ele havia destratado como se lembrarão, numa declaração que fez na altura. Mostrou quais eram os seus métodos, os seus princípios e a «moralidade» que por aí anda a apregoar. O episódio da tentativa de entrar à força na Champions, marimbando-se para a tal verdade desportiva (e contando, para tal, com a prestimosa colaboração do dr. Ricardo Costa), foi o momento mais negro da história de um clube que tem inúmeras páginas de reconhecida e justa glória. Vieira foi o autor moral de três derrotas judiciais exemplares, o frustrado líder de uma conspiração ditada pela inveja e pela mediocridade. Se tivesse alguma humildade, que manifestamente não tem, meditava na lição.

LF disse...

Paulo,

Esta é uma análise aos clubes portugueses e a este campeonato.
O Barcelona tem dos melhores jogadores do mundo, e é, manifestamente, de outro campeonato.

Quando falo de questões físicas não falo necessariamente de jogadores de 1,95 e 90 kg de peso.
Dei como exemplo o Maxi Pereira, que até é baixote, mas tem dinamismo e agressividade.

Mas o Barcelona, além da classe dos jogadores, tem também argumentos fisico-atléticos:
Messi é rapidíssimo. Eto'o é rápido e forte. Henry é rápido e forte. Xavi tem grande dinamismo e cobre todo o campo. Touré é um toiro. Puyol tem uma agressividade impressionante. Dani Alves é forte e rápido.
Enfim. Uma grande equipa...

LF disse...

Vítor,

A crise do Benfica é neste momento exclusivamente desportiva, e mais concretamente futebolistica.
Não podemos misturar os problemas que temos hoje, com os que tinhamos há uns anos, e que eram do âmbito institucional, económico etc.

Há muito mais coisas que estão bem no Benfica actual do que coisas que estão mal, embora a frustração dos resultados nos leve por vezes a pensar o contrário.

Daí que a exigência que devemos ter seja relativa.

Mas uma coisa é certa, se não tivermos consciência das nossas limitações e dos nossos problemas, nunca os resolveremos.

Peter disse...

A análise na minha opinião é na generalidade correcta,mas no entanto devo ressalvar um aspecto em relação ao Benfic.O mal da nossa equipa é a irregularidade,porque há jogos em que o Benfica pressiona bem e defende bem e apresenta a frescura física necessária noutros infelizmente não, o fcp e o scp estão mais que mecanizados e o Benfica este ano começou tudo de raíz, portanto é perfeitamente natural que os outros 2 candidatos ao título tenham um fio de jogo que o Benfica não detém.Agora ( eu sei que me torno chato e repititivo) não podemos escamotear aquilo que se passou enquanto o Benfica esteve em 1º lugar, que foi o sucessivo roubo de pontos que aumentaria o avanço sobre os nossos adversários, apesar de sermos uma equipa nova. E não é por últimamente o Benfica ter sido beneficiado com erros de arbitragem, que apaga esse facto.Até porque estes benefícios servem bem os nossos adversários para esconderem aquilo que se passou no mês de Novembro e Dezembro.Outra coisa que não se falou aqui é o aspecto psicológico que por vezes é mais decisivo até que os aspectos tácticos e físicos no futebol.A generalidade das pessoas acha que o fcp está a jogar melhor que os outros e eu tb reconheço.Agora façam 1 exercício:Lembram-se como é que o fcp jogava antes de estar em 1ºlugar? Bem pior. Apartir do momento que o fcp se apanhou em 1º e com uma vantagem mais confortável(pq enquanto só teve 1 ponto de avanço não jogava assim) os seus índices de confiança automáticamente aumentaram o que leva a que equipa produza um futebol fluído e agradável.Logo se o Benfica não fosse espoliado nesses 2 meses e aumentasse a vantagem sobre os rivais se calhar o futebol da equipa era mais consistente do que é agora, independentemente de ser uma equipa nova.

Vitor Esteves disse...

LF,

Concordo que existam mais coisas boas que más e sei que muitas coisas e muito boas foram conseguidas por esta direcção, mas esses créditos não se podem substituir nem obstaculizar tudo o resto que falta conseguir. Em última análise a culpa é nossa pois contentamos-nos com (muito) pouco. Quando os jogadores do Benfica forem os que mais horas de treino e estágio tiverem (como o são os do fcp) talvez saibam o que é o Benfica. E se o treinador não exige que exija o director e se este não o fizer que o faça o presidente sejam eles quem forem.

Anónimo disse...

nota-se bem a diferença entre um texto escrito pelo aurélio e um texto copiado pelo aurélio.
o texto copiado tem vírgulas no lugar certo e não agride a gramática. o texto escrito pelo aurélio começa por falar em "derigentes"

LF disse...

Peter,

É verdade. Candeia que vai à frente...

Mas o Benfica também não aumentou a vantagem por culpa própria.
Lembremo-nos das exibições contra o V.Setúbal, Nacional e Trofense, em que se perderam 7 pontos (dois deles roubados, é verdade, mas após um jogo muito fraco), que podiam de facto ter alterado o rumo do campeonato.

LF disse...

Vitor,

Desconheço esses dados das horas de estágio e treino.
É apenas uma convicção, ou soube isso de alguma fonte ?

iBenfiquista disse...

Totalmente de acordo. mais uma vez acertou na "mouche". No entanto não é a verdade toda.

O Rui Costa, que é quem escolhe os jogadores, foi um grande jogador, mas nunca impressionou pela robustez física. Espero que isso o não influencie nas escolhas futuras.

O Benfica tem de se tornar muito mais agressivo. Por isso, tem de começar a previlegiar jogadores mais fortes fisicamente, como muito bem afirmou, que garantam consistência (regularidade) ao longo da época. O Maxi é de facto um bom exemplo. O Miguel Victor também, é muito agressivo. Precisamos de mais como eles.

Por outro lado também é verdade que ao termos sido expoliados consecutivamente, enquanto os directos adversários eram, ao contrário, notoriamente beneficiados, os níveis motivacionais têm forçosamente de baixar. "Success breeds success". O contrário também é verdade.

Os corruptos do porto sabem-no bem. Quando se apanham à frente dificilmente de lá são tirados. Porquê? Porque para além da motivação que o avanço lhes dá sentem outra coisa: as costas quentes. Só quem nunca liderou uma organização, não sabe o que isso significa.

Saudações Benfiquistas

Anónimo disse...

«Ando doente com o Manchester United - FC Porto. Sempre que jogam em Old Trafford lembro-me da carga de pancada que levei no dia 2 de Novembro de 1977 quando o Seninho marcou o segundo golo pelo FC Porto e eu me pus aos saltos em pleno Stretford End. Se bem se lembram, o resultado final foi 5-2 mas, como o FC Porto tinha tido a previdência, nas Antas, de enfiar 4 golos sem resposta na baliza dos macunianos, o FC Porto passou e o United foi deliciosamente eliminado, apesar daquele esforço gigantesco.

Lembro-me que até levar porrada, eu até era simpatizante do United, por estudar em Manchester e por ser o clube do meu tio e dos meus primos ingleses. Já aqui escrevi sobre este incidente fulcral da minha breve vida futebolística, mas nunca é demais lembrá-lo, para dar sorte, sempre que se aproxima um United-FCP.

Fui para a bancada da claque porque fui com colegas da universidade que eram fãs do United e jurei não aplaudir quando o FC Porto marcasse. Mas não me contive. Eram tão chocantemente racistas e sanguinárias as bocas dos adeptos do United que ouvi que eu fiquei anti-United e pró-FC Porto para o resto da vida. Para mais, tornavam-se mais violentas ainda quando o Duda apanhava a bola - que era muitas vezes, com grande fulgor e uma aristocrática indiferença aos selvagens mancunianos.

Sir Alex Fergusson, está mais do que provado, gosta de portugueses. Talvez ele veja Portugal como uma das duas Escócias da Península Ibérica (sendo a outra a Catalunha), comparando a açambarcadora e dominante Espanha à Inglaterra.
No entanto, há limites até para a lusofilia. Há uns dias Fergusson disse ao ‘The Sun’ que contava com os portugueses Cristiano Ronaldo e Nani para dar a volta aos portugueses do Futebol Clube do Porto. Ora, diga-se lá como se disser, os portistas não são sinónimos exactos de portugueses. Para mim e para os portistas, por exemplo, só os nortenhos são portugueses a 100 por cento. O resto são mouros e neutros.
Para os lisboetas ou algarvios de olhos igualmente vendados, o Norte é só o Norte e portuguesa a 100 por cento só é a Selecção Nacional - e mesmo assim, com muita boa vontade. Seja como for, é bichoso dizer que o futebol do FC Porto é representativo do futebol português. Seria bom se assim fosse mas, infelizmente, não é verdade.
(…)
A confusão, pelos vistos, não só continua como cresce. Num país como a Inglaterra em que a rivalidade entre o Norte e o Sul (ou entre Manchester e Londres) é bastante mais violenta do que em Portugal, é espantoso que achem que Portugal é mais ou menos todo igual e que quem viu dois ou três portugueses já viu todos. Melhor para o Futebol Clube do Porto!
Rapaziada: na terça-feira sejam o menos portugueses que é possível ser! E os mais portistas! Força!»

Miguel Esteves Cardoso
in revista J, Nº 135
O JOGO, 05/04/2009

Vitor Esteves disse...

Infelizmente é um facto, (não tenho motivos para duvidar de quem mo disse)mas temos mais, já houve alturas em que nem caneleiras se usavam nos treinos do Benfica, após o terrível empate na Trofa o que aconteceu? Uma folga como estava previsto.Tudo isto e muito mais faz com que os jogadores e restantes elementos tendam a relaxar nos treinos e nos jogos. Se jogam mal devemos assobia-los se jogam bem e perdem devemos aplaudi-los e apoia-los. Agora jogar mal e desculpá-los é dizer-lhes voltem a fazê-lo. È de uma cultura de exigência que precisamos pois aqueles corredores estão impregnados por muitos anos de laxismo. Depois de no ano passado LFV ter dito, e muito bem, o que disse após o jogo em Braga as coisas não melhoraram?
P.S. Esta história das horas de treino e estágio já vem de há muitos anos, eles monitorizam sempre isso.

Miguel disse...

Aurélio, como deve imaginar eu não gostaria de ir à champions sem ter alcançado um lugar de qualificação!!
Mas devemos convir que uma visita de um arbitro a casa do presidente de um qualquer clube nos leva a pensar em viciação dos resultados desportivos!
No minimo é institucionalmente incorrecto!!
Se houve ou não viciação de resultados nao sei... o que sei é que o presidente que recebeu o arbitro em casa abrir a porta a que se coloque em causa todos os méritos que até à data teriam alcançado!
E desta mancha o fcp nunca mais se livrará!
Boa sorte para hoje!

Peter disse...

Essa história das horas de estágio e de treinos não me convence é que com o Quique Flores foi implementado pela 1º vez no Benfica o horário de trabalho normal, entrar de manhã no centro de estágio e sair á noite.Não me parece que os jogadores e equipa técnica passem dias inteiros a jogar golf no Caixacampus.Estranho é que antes do Quique Flores o regime não era este.Caro LF contra o nacional não jogámos bem nem contra o trofense agora o setúbal foi massacrado num jogo em que a dupla Cardozo/Suazo deu muito trabalho e onde 1 golo foi anulado ao Benfica que faria 3-1 e que na mesma jogada determinaria a expulsão do Sandro,quer-me parecerer a mim que assim era dificil o setubal chegar ao empate.Contra o nacional jogámos mal mas roubaram-nos 1 golo limpo.

Anónimo disse...

PETER, PETER, PETER....
sempre a dormir, meu caro....

Anónimo disse...

LF, Boa tarde!
A agressividade é um dos pontos fulcrais para uma equipa de sucesso, isso é verdade e o expoente máximo dessa cultura talvez seja o Mourinho e o fcp sempre soube utilizar bem esse factor. Agora, dá que pensar, o Benfica ser a equipa, das 3 grandes, menos agressiva e mesmo assim ter mais faltas, mais cartões e mais expulsões. não sei se o slb se podia dar ao luxo de ter rolando e bruno alves como centrais ou ter lisandro a fazer as faltas que faz.. mas dá que pensar o pontapé pra frente do slb e a falta total de movimentos estuaddos nos treinos. sempre a favor da estabilidade, devemos ter este treinador mais um ou dois anos, mas que ele compreenda o que é treinar o benfica! O Rui deve saber estas coisas todas.. abraço, Afonsus, CD
aguiadomundo.blogspot.com

LF disse...

ibenfiquista,

Isso do Rui Costa também já me passou pela cabeça.

Ao fim e ao cabo, ser artista como ele era, e passar a carreira a levar pancada de pés de chumbo, mexe com o subconsciente.

LF disse...

Vitor,

Temos de ter exigência máxima com questões de trabalho e disciplina, mas alguma tolerância com resultados.

LF disse...

Peter,

Nesse jogo com o V.Setúbal, demos 45 minutos de avanço, e na ponta final deixamos o adversário subir e dominar o jogo.

Esse jogo até valeu um editorial inflamado do José Nuno Martins no Jornal do clube, queixando-se de falta de empenho da equipa, que causou grande polémica no interior da SAD.

LF disse...

Afonsus,

Isso é verdade, e a estatística de faltas contra e a favor é impressionante.

Mas, arbitragens à parte, um jogador cansado mais depressa comete uma falta do que um que esteja fresco.

Ricardo Campos disse...

lá andam vocês a falar das visitas dor arbitros...
o homem saiu do julgamento inocente, ou será que a justiça só funciona quando se condena o Porto?

o benfas nas palavras do seu presidente"gosta de fazer as coisas pelo outro lado". ou será que a verdade desportiva que ele defende é exemplicada com os jogos da final da liga e contra o estrela?
fica a pergunta..

Anónimo disse...

Caro Cornélio,
grande exibição de cristiano ronaldo (o melhor jogador do mundo)...enfim

Quantas orgias pediu?

Silva Barqueiro disse...

Nao digo que nao os haja no meu clube também, mas este comentario a sugerir que o Roanldo foi comprado mostra quão burros são alguns dos vossos adeptos e, maisainda, o ridículo em que caem ao tentar arranjar desculpas... Como neste assunto, noutros mais ainda...
Gostava de perguntar ao idiota que escreveu isto quem compra o Ronaldo quando ele joga mal pela selecção(o que tem acontecido habitualmente)...

E que venha a segunda mão...
SOMOS GRANDES!!!

Anónimo disse...

viste como é que se joga à bola?

Peter disse...

Tem razão LF mas a 2ªparte foi um massacre.Ó anónimo diz me lá no que é que eu ando a dormir?

Kilas disse...

Diz o RECORD de hoje

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QUIQUE É CONVIDADO A SAIR SE FICAR NO 3.º LUGAR


A continuidade de Quique Flores no Benfica está dependente da classificação final no campeonato. Uma coisa é certa: o treinador espanhol será convidado a abandonar a Luz caso não consiga, pelo menos, o acesso à segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões, através do 2.º lugar na Liga. Trocando por miúdos: se a equipa encarnada terminar a prova de regularidade apenas na 3.ª posição, posto ocupado atualmente, será o fim da linha para o técnico que Rui Costa contratou no Verão.

Não se pense, todavia, que um eventual 2.º lugar na tabela classificativa constitua imediatamente uma tábua de salvação para Quique Flores - o posto do madrileno só estará totalmente salvaguardado se o Benfica conquistar o título. Record sabe que, caso a equipa termine na 2.ª posição, a permanência do treinador espanhol será ainda alvo de alguma ponderação.
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Como disse muito bem o Cervan, é espantoso que o único treinador dos 3 grandes com contrato para o ano seguinte seja justamente aquele cujo lugar está em perigo...

O Poder, caro LF, também é isto: poder bombardear uma equipa com notícias destas, impunemente, ano após ano. Um exemplo entre muitos.

Anónimo disse...

Ó PETER, então, está na cara (na sua);
só a dormitar é que alguém produz análises assim tão escassas de lucidez...